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1 Liana Domingos Silva - @lianadomingos Nomenclatura e Classificação das Cavidades Determina a classificação de processos cariosos ou lesões não cariosas que geram cavidade. São de extrema importância para preenchimento de documentação legal do paciente, comunicação científica e entre profissionais. Histórico Em 1908, G. V. Black escreveu um artigo científico nomeando as cavidades odontológicas e as classificando com o propósito de padronizar essas cavidades. Também foi criada uma serie de princípios para o preparo dessas cavidades, em função das propriedades do material que era usado na época, o amálgama. Tipos de cavidades: Patológicas: são cavidades com forma e dimensões irregulares ocasionadas por destruição dos tecidos duros do dente. Ex.: processos cariosos, facetas de desgaste. Terapêuticas: são cavidades com forma e dimensões definidas, após procedimentos de remoção de tecido cariado. Aspectos morfológicos Alguns aspectos morfológicos específicos dos dentes anteriores, posteriores são extremamente importantes para a construção do preparo, pois definem o nível de comprometimento da estrutura e implicarão no tipo e formato da cavidade. Existem zonas que vão estabelecer a tomada de decisões no processo restaurador, por exemplo: áreas de ponta de cúspide, fossetas, mesa oclusal, cristas marginais, vertentes triturantes, vertentes lisas. Ex.: Se a área de crista marginal for comprometida, o tipo de cavidade (sua nomenclatura) vai mudar. Um desses aspectos é a divisão dos elementos em terços, tanto em dentes anteriores quanto posteriores, que é importante para classificação e nomenclatura das cavidades. Cervical: mais próximo da margem gengival; Médio: região central do dente; e Incisal/oclusal: região de borda incisal/área de cúspides. Classificações Temos diversas classificações, a de Black é a mais utilizada. As cavidades podem ser classificadas quanto à: complexidade, profundidade, faces envolvidas, forma e extensão, classificação de Black, classificações especiais e complementares. Complexidade Faz referência ao número de faces envolvidas da lesão. Pode ser: Simples: envolvem apenas uma face da lesão. Composta: envolvem duas faces da lesão. Complexa: envolvem três ou mais faces da lesão. 2 Liana Domingos Silva - @lianadomingos Essas classificações se misturam: uma cavidade pode ser muito complexa, mas com uma rasa profundidade. Na anotação é pedido quanto ao numero de faces e a profundidade. Ao remover a crista marginal de uma cavidade simples, se tem uma cavidade composta, pois estará envolvendo duas faces. Faces envolvidas Nomenclatura geral – a cavidade recebe o nome da face envolvida. Se envolver mais de uma face Abrevia-se o nome com a primeira letra da face envolvida. Ex: cárie ativa na ocluso-distal = cárie OD Podem ser: ocluso-mesial (OM), língual/palatina (L/P), oclusal (O), distal (D), mesial (M), ocluso- distal (OD), cervical (C), incisal (I), mésio-ocluso- distal (M-O-D). O envolvimento das faces determina a nomenclatura, tanto em procedimentos restauradores quanto em termos de documentação do paciente. Profundidade Podem ser: Superficiais (1): envolvem o terço superficial do esmalte ou pequena exposição de dentina. Rasas (2): envolvem o primeiro terço da dentina. Média (3): terço médio da dentina é envolvido. Profunda (4): terço mais profundo da dentina, mas com distância considerável da polpa. o O que garante uma condição de tecido dentinário mais saudável, provável resposta da polpa ao preparo. Condição mais tranquila de trabalho. Muito profunda (5): tecido muito próximo de contato com tecido pulpar Muito profunda com exposição pulpar Forma e extensão Denominam tipos de cavidades que envolvem restaurações indiretas, normalmente. Da esquerda para a direita: cavidade oclusal, cavidade MODV (mesio-ocluso-disto-vestibular), cavidade overlay. Inlay: são intracoronárias, não envolve cúspides não se perde a estrutura inteira da cúspide. Em alguns procedimentos, após a remoção do tecido cariado, a área de crista marginal fica comprometida, e para que se obtenha um preparo sadio, é necessário transformar a cavidade simples em composta. Ou seja, uma cavidade que antes era patológica simples vira uma cavidade terapêutica composta. Importante DE ACORDO COM O NIVEL DA CAVIDADE E COM O MATERIAL RESTAURADOR, O TIPO DE PROTETOR PULPAR MUDA. Se for uma cavidade muito profunda, será necessário mais de um material para proteger a polpa. Um material que induza a polpa a produzir uma fina camada de tecido mineralizado para proteger a polpa. Cavidades rasas ou superficiais requerem materiais protetores que são apenas camadas finas, películas finas para que haja espaço para o material restaurador. 3 Liana Domingos Silva - @lianadomingos Se envolver proximal de dentes posteriores, já é Classe II de Black. Onlay: envolve pelo menos uma cúspide, é extracoronária parcial. Overlay: envolvimento de todas as cúspides, extracoronária total. Em casos de coroa total ou overlay, pode ser necessário fazer um tratamento endodôntico “preventivo”. Classificação de Black Ao “pé da letra”, a classificação de Black envolve 5 classes: Classe I, Classe II, Classe III, Classe VI e Classe V. Obs.: Classe VI e classificações especiais Classe I Áreas de má coalescência de esmalte (cicatrículas, fissuras, sulcos, síngulos) Sulcos palatinos Superfícies oclusais dos molares e pré-molares Cavidade em áreas de síngulos da face palatina de incisivos e caninos superiores. Área circulada: face oclusal de primeiro molar superior; sulco que inicia na palatina e segue na palatina; cavidade classe I de Black composta (oclusal e palatina). Classe II Faces proximais (mesial ou distal) de pré-molares e molares Apenas de posteriores Podem envolver faces adjacentes (oclusal, vestibular, lingual/palatina) Classe III Lesões que envolvem uma ou ambas as faces proximais de dentes anteriores Sem envolvimento do ângulo incisal Podem ser incipientes ou se estender para vestibular e/ou palatina/lingual Classe IV Lesões que envolvem uma ou ambas as faces proximais de dentes anteriores Com envolvimento de pelo menos um ângulo incisal Também utilizada para classificar fraturas dentais 4 Liana Domingos Silva - @lianadomingos Classe V Lesões que envolvem o terço cervical dos dentes, vestibular ou lingual. o Exceto áreas de lingual de incisivos e caninos superiores. Essas são áreas de síngulos e, portanto, Classe I de Black. Descreve também lesões cervicais não cariosas Classe VI Classificação complementar Áreas de pontas de cúspide, desde que sem envolvimento de cicatrículas e fissuras. Áreas de bordas incisais, sem envolvimento de ângulo incisal. Normalmente são incipientes, bem pequenas. São cavidades bem raras. Classificações especiais Gallan Jr.: subdivisões das lesões de Classe IV Mount: localização e tamanho da cavidade; praticamente não é utilizada (não será cobrada). Classificações de Gallan Jr São tipos, que vão de I a VI.: Tipo I, II e III só envolvem o terço incisal: Tipo I: envolve 1/3 próximo-proximal com o envolvimento de um dos ângulos. Tipo II: envolve 2/3 próximo-proximal com o envolvimento de um dos ângulos. Tipo III: envolve 3/3 próximo-proximal sem o envolvimento de um dos ângulos. Tipo IV: envolvimento dos dois ângulos incisais, envolve 3/3 próximo-proximal; “fratura reta”, nãonecessariamente precisa ser curva. Tipo V: envolve o terço incisal e médio com ou sem o envolvimento de um dos ângulos incisais. o Invadiu o terço médio, é tipo V. Tipo VI: envolve o terço cervical, médio e incisal. o Invadiu o terço cervical, é tipo VI. Classificações de Mount LOCALIZAÇÃO a) Oclusal: sulcos, fissuras e defeitos no esmalte da superfície oclusal de dentes posteriores ou de superfícies lisas como as bordas incisais dos anteriores. b) Proximal: superfícies proximais imediamente abaixo do ponto de contato com os dentes vizinhos. c) Cervical: ⅓ cervical da coroa ou da área de raiz exposta. 5 Liana Domingos Silva - @lianadomingos TAMANHO a) Mínima: mínimo envolvimento de dentina. b) Moderada: envolvimento moderado de dentina, com esmalte sadio e com suporte após o preparo. c) Ampla: lesão larga que compromete estrutura de cúspide ou bordas incisais que podem ocasionar trincas futuras e falha da restauração. Necessita extensão com finalidade biomecânica. d) Extensa: perda de maior parte da estrutura coronária. Constituintes das cavidades Paredes: estruturas que envolvem o preparo. o Circundantes: Podem ser vestibular, lingual/palatina, cervical, mesial ou distal. Em cavidades classe II MOD: não se tem parede mesial nem distal apenas parede cervical, parede vestibular, parede lingual. o De fundo: é o assoalho da cavidade. Pulpar: perpendicular ao ongo eixo do dente; “chão” da cavidade. Axial: paralela ao longo eixo do dente. Cavidade classe I não possui parede axial. Ângulos: formado pelo encontro de duas ou três paredes. Podem ser classificados quanto aos grupos e as paredes envolvidas. o Grupo 1º Grupo: ângulos entre duas paredes circundantes. 2º Grupo: ângulos entre paredes circundantes e paredes de fundo. 3º Grupo: APENAS ângulos entre paredes de fundo. Ângulo de 3º grupo ocorre apenas em cavidades com paredes de fundo axial e pulpar, o ângulo axio-pulpar. o Número de paredes Diedro: ângulos de duas paredes. Triedro: ângulos de três paredes. Em laranja: ângulo triedro incisal, exclusivo para dentes anteriores. Ângulo cavossuperficial Ângulo formado entre todas as paredes externas, margem do preparo, ângulo do contorno das margens da cavidade. Importante para evitar infiltração marginal na restauração. Pode ser definido ou biselado Em vermelho, ângulos de 1º grupo. Em vermelho, ângulos de 2º grupo. Em vermelho, ângulo de 3º grupo. Gostou do resumo? Curte, salva o material e mande o link do Passei Direto para seus amigos também terem acesso aos resumos! Me siga no instagram: @lianadomingos “O profissional não tem nenhum direito que não seja ser um estudante continuamente.” 6 Liana Domingos Silva - @lianadomingos
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