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QUESTÃO 1 (9 PONTOS): As Cartas Patrimoniais são instrumentos fundamentais para a normatização das práticas relacionadas à preservação do patrimônio cultural. Em relação à primeira delas, a “Carta de Atenas”, de 1931, responda: O citado documento retoma algumas recomendações que permeiam o pensamento dos principais nomes envolvidos com a constituição de um pensamento sobre preservação, como Ruskin, Viollet-le-Duc, Boito e outros. Aponte, e justifique, três considerações encontradas na Carta que você possa atribuir, respectivamente, a cada um dos três autores listados. R: A primeira abordagem na carta já indica uma semelhança com a ideia de Ruskin, quando é dito “a conferência constatou que nos diversos Estados representados predomina uma tendência geral a abandonar as reconstituições integrais, evitando assim seus riscos, pela adoção de uma manutenção regular e permanente, apropriada para assegurar a conservação de edifícios.” podemos assim relacionar o pensamento do autor de não intervenção nos monumentos antigos por considerar que qualquer interferência traz novo caráter à obra, tirando sua autenticidade e admitindo pequenos reparos para conservação. Na sequência, vem Viollet-le-Duc relacionado ao o tópico IV, onde se diz sobre os materiais de restauração, “Os técnicos receberam diversas comunicações relativas ao emprego de materiais modernos para a consolidação de edifícios antigos” para ele o conceito de restauração não significa o ato de conservar, reparar ou refazer a obra, mas restituí-la a “um estado de inteireza que pode jamais ter existido em um dado momento” e assim a escolha de materiais modernos, na visão dele, também fazem parte dos trabalhos de restauro e tornaria o monumento mais durável do que ele foi até então. Por fim, Boito pode ser relacionado com o tópico I onde diz “Nos casos em que uma restauração pareça indispensável devido a deterioração ou destruição, a conferência recomenda que se respeite a obra histórica e artística do passado, sem prejudicar o estilo de nenhuma época” já que o autor elaborou uma teoria intermediária que restringia as intervenções ao mínimo possível e evitando ao máximo acréscimos para manter o estilo da época, por isso, para ele a conservação deveria ser rotineira e periódica porque assim evitaria restaurações invasivas demais. QUESTÃO 2 (9 PONTOS): “A criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1936, deve ser analisada à luz de dois fatos que marcaram a vida cultural e política do Brasil na primeira metade do século XX: o movimento modernista e a instauração do Estado Novo, em 1937”. Com suas palavras, discorra sobre a importância do Movimento Modernista para a criação do citado órgão. R: O Movimento Modernista foi de grande importância para a preservação do patrimônio no Brasil, uma vez que, foi a partir da revolta e preocupação de muitos intelectuais modernos com a salvação de vestígios do passado, que eram simplesmente danificadas e demolidas, além de que, seriam uma perda para a nação prejudicando as gerações futuras, que esta questão veio a ser debatida, principalmente, com a instauração do Estado Novo. Com isso, veio a responsabilidade de proteger a cultura, criando um departamento dedicado especialmente para preservar o patrimônio material e imaterial do país, a SPHAN. Esse departamento definia o patrimônio histórico e artístico nacional como "o conjunto de bens móveis e imóveis existentes no país e cuja conservação seja do interesse público quer por sua vinculação a fatos memoráveis da História do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico, bibliográfico ou artístico", assim, os bens culturais que eram classificados como patrimônio deveriam fazer uma mediação entre os heróis nacionais, os personagens históricos, os brasileiros de ontem e os de hoje. QUESTÃO 3 (12 PONTOS) 3.1 - A “Carta de Atenas” também influenciou a elaboração de documentos nacionais referentes à preservação do patrimônio histórico. Aponte, e justifique, uma influência deste documento internacional no nosso Decreto-Lei n. 25, de 1937, que institui, no Brasil, o instrumento do tombamento. R: A principal influência da Carta de Atenas para a criação e publicação do decreto-lei n.25 foi a questão do direito à coletividade. No documento é colocado “A conferência aprovou unanimemente a tendência geral que consagrou nessa matéria um certo direito da coletividade em relação à propriedade privada.”, ou seja, a propriedade privada passa a se submeter ao direito de coletividade, já que havia uma dificuldade em conciliar os direitos públicos com o privado. Assim, veio a tona a questão do tombamento através do documento nacional. 3.2 - Cite e analise um direito e um dever do proprietário de bem tombado explicitados no Decreto-Lei 25 R: Um direito é “Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que fôr avaliado o dano sofrido pela mesma coisa”, uma vez que, o SPHAN fica responsável por disponibilizar recursos para a restauração, se o proprietário do bem tombado não tiver como arcar com tais custos, já que restaurar um bem tombado é uma necessidade para preservar o patrimônio de um país. Um dever é “Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa” , ou seja, o proprietário que se recusar a inscrever o seu bem tombado no livro de tombo, vai ter sua propriedade tombada contra sua vontade pelo órgão administrativo pois é um dever dele tombar sua propriedade.
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