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Teoria do Pagamento Conceito → O termo pagamento deve ser entendido no sentido técnico jurídico, apesar da palavra pagamento ser associada a quantia dada em dinheiro para quitar uma obrigação, existem outras formas de pagamento. Logo, o pagamento não é somente a entrega de uma quantia em dinheiro, pode significar o cumprimento ou adimplemento da obrigação, seja ela nas espécies de dar, fazer ou não fazer. Ademais, o pagamento pode ser dividido em espontâneo (pagamento direto; precisa ter requisitos de validade) e forçado (pagamento indireto). Condições Subjetivas do Pagamento → Esse tópico irá abordar os sujeitos do pagamento. Quem Paga → Em regra o pagamento compete ao devedor (solvens), sendo ele o principal responsável pelo adimplemento da obrigação. Contudo, podemos ter um terceiro interessado ou não, que pode pagar a dívida. • Terceiro interessado: É aquele que pode vir a ter o seu patrimônio afetado caso o pagamento da dívida não seja realizado pelo devedor principal (solvens). Ex: Fiador, avalista. Caso o terceiro interessado cumpra com a obrigação inadimplida, se sub-rogará em todos os direitos do credor, ou seja, poderá cobrar a dívida do devedor como se credor. (art. 346, lll) • Terceiro não interessado: É aquele que paga a dívida sem qualquer interesse juridicamente. Ex: Pais que pagam dívidas dos filhos → Nome próprio: Caso o terceiro não interessado pague a dívida em nome próprio, este terá o direito de regresso, ou seja, adquire o direito de reembolso. (art. 305) Atenção ao artigo 306. → Nome do devedor: Nesse caso ele não terá direito de se reembolsar de nada. (art. 304) Quem Recebe → O ideal é o pagamento ser feito diretamente ao credor (accipiens), porém, há outras pessoas que podem receber a obrigação, como por exemplo, o representante, o portador da quitação. • Representante: O pagamento feito ao representante do credor é plenamente válido, e a depender do caso somente a eles poderá ser feito. Representante legal: É aquele que decorre da própria lei. Ex: curador, pais e tutores. Representante convencional: Aquela que resulta de uma manifestação de vontade. Representante judicial: Aquele que em juízo nomeia alguém para representar uma pessoa. • Credor Putativo: Trata-se daquilo que parece ser mas não é, é aquela situação em que o devedor acredita que está pagando ao credor ou a seu representante, porém, está cometendo um equívoco. (Se for de boa-fé o pagamento é válido) → Pagamento a 3º fica pendente a ratificação por parte do credor (accipiens). Condições Objetivas do Pagamento → Esse tópico abordará o objeto do pagamento. Objeto do Pagamento → É o elemento objetivo da teoria do pagamento, logo, o objeto do pagamento, é o exato objeto da obrigação (dar, fazer e não fazer). • Pagamento em dinheiro: É aquela dívida que deve ser paga em moeda. Se subdivide em valor nominal e escala móvel.. Valor nominal: Pagamento em moeda corrente, ou seja, pagamento em real Brasileiro. Escala móvel: É o recurso a determinado índice ou valor variável ao longo do tempo, pré-convencionado pelas partes, ou decorrente da lei, para determinação do valor da prestação pecuniária do devedor. Trata-se de uma cláusula de reajuste, e não de meio de pagamento. Dívida de Valor: Determinado valor em real ou qualquer coisa no exato valor. Prova do Pagamento → A quitação é o documento válido que serve para provar o pagamento e nele deve constar todos o elementos que identifique o devedor e a relação jurídica em questão, bem como o local e a data do pagamento. → É direito do devedor receber a quitação e ele pode reter o pagamento caso não lhe seja dado. (art. 319) • Quitação por recibo: É um documento gerado pelo accipiens informando que recebeu o pagamento. Ex: Nota fiscal, recibo. → Mesmo quando o título é dado por instrumento público, toda quitação pode ser dada por instrumento particular. (art. 320) • Quitação por devolução: Quando for por dívida garantida por título de crédito (nota promissória, cheque, duplicata, letra de câmbio etc..) a quitação é a devolução do título. Lugar do Pagamento → O lugar do pagamento, deve ser respeitado para que a obrigação, de fato, seja quitada. • Convencional: As partes determinam onde ocorrerá o pagamento. • Legal: Decorre da própria lei. • Natural: A própria natureza da obrigação diz onde o pagamento deverá ser cumprido. Domicílio do credor: Aquela que é paga no domicílio do credor, ou seja, o devedor é quem precisa levar o pagamento. Esta forma é chamada de portável (portáble) → Pagamento feito pela internet é portável. Domicílio do devedor: Aquela que é paga no domicílio do devedor, ou seja, o credor precisa ir até o devedor para receber o pagamento. Esta forma é chamada de quesível (queráble). → Por regra, no silêncio da tratativa ou se resultar da lei o pagamento é quesível. (art. 327) → Se houver mais de uma opção para o lugar do pagamento, fica a critério do credor a escolha do cumprimento. (art. 327, §u) Diverso: Local neutro Situação da coisa: Toda obrigação que envolva imóvel o local do pagamento será feito no local onde a coisa está situada. (art. 328) Tempo do Pagamento A regra geral sempre que não for acordado quando uma regra deve ser paga esta deverá ser feita à vista, ou seja, o vencimento da obrigação é imediata. (art. 331) → Em regra não se pode cobrar uma dívida antes do vencimento. Exceto: Nas hipóteses de efetiva falência ou insuficiência de garantias pessoais e/ou reais da dívida. Atentando-se que, havendo solidariedade passiva, a insolvência de um dos devedores não permitirá a antecipação do vencimento da prestação integral, apenas a quota parte daquele. (art. 333) • À prazo: Pagamento feito em momento diverso. • Em prestações: Pagamento de forma fracionada. Pagamento Indireto → Extinção da obrigação feita de forma diversa daquela que foi acordada. Consignação em Pagamento É o depósito da coisa devida, realizado pelo devedor ou por terceiro visando a extinção da obrigação. → Consignação Extrajudicial: Só cabe quando a obrigação for em dinheiro. Logo, não cabe para as obrigações de dar, fazer e não fazer. 1º Depósito em banco: Depósito em consigção. 2º Carta com AR: Enviar a carta para o credor com recebimento de AR. 3º Prazo: 10 dias para confirmar o pagamento. Silêncio do credor: Se o credor nada alegar foi feita a quitação. Recusa: Em caso de recusa, vai gerar 1 mês de prazo para o devedor entrar com ação de consignação. Quando Cabe – Art. 335 Quando o credor sem justa causa recusar a receber o pagamento. Quando o credor não quiser dar a quitação. Se existir dúvida de quem deve receber o pagamento, ou seja, quando mais de uma pessoa se diz credor. Quando a pessoa do credor estiver incapaz, ausente (morte por ausência) ou ainda quando o credor reside em lugar perigoso ou de difícil acesso. Quando o credor estiver em local incerto e não sabido. Não se sabe quem é o credor. Quando houver litígio que recai sobre a coisa. → Para que seja válida a consignação, é essencial que os elementos caracterizadores do pagamento tenham sido observado, ou seja, todos os seus requisitos em relação as pessoas, ao objeto, ao modo e ao tempo devem ter sidos preenchidos, sob pena de não afastar os efeitos da mora. → O credor poderá contestar o pagamento por consignação alegando as matérias previstas no artigo 338 do Código Civil; bem como, receber e dar quitação ao valor consignado. Sub-rogação É a substituição de um sujeito por outro no polo passivo (assunção de dívida), polo ativo (cessão de crédito) ou ambosos polos, mas a obrigação é a mesma. Legal: Quando a lei determina que quem paga uma dívida este fica no lugar do credor. Ex: Obrigação solidária passiva. Convencional: Decorre por iniciativa do devedor ou do credor. Total Parcial • Efeitos → Libertário, pois libera o credor primitivo da obrigação. → Translativo, pois transfere o direito de recobrar a dívida perante o devedor originário. Imputação do Pagamento → Ocorrerá quando o devedor tem para com o mesmo credor mais de uma dívida, sendo todas vencidas, líquidas, ou seja, certas quanto a existência e determinadas quanto ao valor e fungíveis entre si, neste caso, o devedor escolhe qual delas está quitando nos termos do art. 352. → O critério inicialmente caberá ao devedor passando ao credor quando o devedor não reclamar a imputação, salvo quando diante de vícios de consentimento. Dação em Pagamento → Ocorrerá dação em pagamento quando o credor concordar em receber prestação diversa da contratada, ou seja, em acordo das partes haverá a troca de um objeto por outro. Novação → Consiste em um novo negócio jurídico celebrado a fim de extinguir a obrigação anterior. Ex: Genésio vai ao banco para renegociar da sua dívida e firma uma confissão de dívida e pagará a dívida em 5 anos. • Classificação da Novação Novação objetiva: o novo NJ recairá sobre o objeto do pagamento, como na hipótese de uma troca da prestação de aluguel para uma de empréstimo, porém, irá manter os sujeitos. Novação subjetiva: o novo NJ recairá sobre o sujeito e manterá o objeto da obrigação. Esta pode ser ativa (troca de credor), mista (troca de credor e devedor) ou passiva (troca de devedor). Novação mista: Troca-se o objeto e os polos da obrigação. Novação subjetiva por expromissão: O credor faz novo NJ com um novo devedor, com concordância do devedor. Novação subjetiva por delegação: O devedor primitivo faz novo negócio com um novo devedor com o consentimento do credor. Compensação → Consiste em um pagamento ficto, uma vez que este se dá pelo "encontro de contas", já que as partes são ao mesmo tempo credores e devedores uma das outras. Ou seja, tem-se a reciprocidade de dívidas decorrentes de relações jurídicas diferentes entre as mesmas partes. Ex: Genésio e Ferônia devem um para o outro R$500,00. → Só pode compensar dívidas vencidas. (art. 360) → Quando ocorrer cessão de crédito: O devedor pode compensar sua obrigação com o cessionário, desde que, no momento da notificação ele oponha a compensação. Compensação legal: opera por força de lei, tendo como requisitos: Fungibilidade da prestação; Dívidas vencidas e Dívidas líquidas, ou seja: certa quando a existência e o valor. Compensação convencional: decorre da vontade das partes, tendo como requisitos: Fungibilidade da prestação; Dívidas vincendas; Dívidas ilíquidas; Forma expressa. Compensação judicial: Decorre de sentença judicial, quando alegada a reciprocidade de dívidas na reconvenção. → As causas de impedimento da compensação estão previstas nos artigos 373 e 375 do C.C. Confusão → Consiste na hipótese de o credor e o devedor passarem a ser a mesma pessoa em uma mesma relação jurídica. Ex: Supermercado A deve R$50.000,00 para supermercado B e ele compre este estabelecimento. → Cessada a confusão o débito volta com todos os seus acessórios. (art. 384) Remissão → Consiste em um ato de perdoar - abdicar ao direito de receber o crédito. Ela pode ser total ou parcial. → Ela é um ato bilateral. → Não pode haver remissão com prejuízo a terceiro. → Devolução de objeto empenhorado não é remissão. Total: Ocorre quando se é perdoada completamente a dívida. Parcial: Ocorre quando apenas por uma parte da dívida. Transação → Consiste em um NJ em que os envolvidos previnem ou encerram litígios mediante concessões recíprocas. • Requisitos da Transação Acordo ou consentimento. Existência da lide. Animus de extinguir ou prevenir litígios. Concessões recíprocas. • Espécies de Transação Judicial: pressupondo demanda em curso. Extrajudicial: tem por objetivo evitar a demanda, logo pressupõe que não existam processos tramitando. • Formas de Transação Por escritura pública: quando a lei exigir. Instrumento particular: nos demais casos. → Se o acordo for judicial deverá ser por instrumento de escritura pública ou por termo nos outros..
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