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Propedêutica em Mastologia

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PROPEDÊUTICA EM MASTOLOGIA – ROTEIRO 1 GO MILENA BAVARESCO 
 
PROPEDÊUTICA EM 
MASTOLOGIA 
 
1- MONTAR UMA ANAMNESE DIRECIONADA 
PARA QUEIXAS MAMÁRIAS COMO: 
NODULAÇÃO, MASTALGIA, HISTÓRICO 
FAMILIAR POSITIVO PARA CA DE MAMA – 
PARENTE 1º GRAU. 
▪ A obtenção de história clínica detalhada é 
fundamental para o diagnóstico. De forma geral, a 
anamnese direcionada a queixas mamárias deve 
conter: 
 
▪ Identificação; 
 
QUEIXA PRINCIPAL: DENTRE AS MAIS 
FREQUENTES EM MASTOLOGIA ESTÃO: 
▪ Dor: data do início, localização, intensidade da dor, 
uso de medicações, relação com ciclo menstrual ou 
traumatismo, relação com esforço físico. 
 
▪ Nódulos: data de percepção, localização, 
crescimento, relação com ciclo menstrual ou 
história de traumatismo. 
 
▪ Fluxo papilar/derrame papilar: data do início, cor, 
espontâneo ou provocado, unilateral ou bilateral e 
relação com o uso de fármacos. 
 
▪ Alterações na pele/mamilo e sinais inflamatórios: 
data do início, se agudo ou crônico, localização, 
saída de secreção purulenta, flogose, presença de 
retração ou abaulamento. 
 
▪ Alterações de desenvolvimento (hipertrofia, 
hipotrofia), presença de lesões não palpáveis; 
 
▪ Alterações no complexo aréolo-papilar: 
questionar sobre o número, forma da papila 
(bipartido, umbelicado), dimensões tanto da 
aréola e da papila, simetria com a mama 
contralateral, coloração, presença de lesões como 
infecções descamação, ulceração, nodulação, 
crostas ou ainda com fissuras. Investigar se há 
queixa de dor, prurido, queimação ou ardor. 
 
▪ Alterações na cadeia linfática. 
 
PERGUNTAR PARA TODAS AS MULHERES: 
▪ Idade da menarca; 
 
▪ Número de gestações; 
 
▪ Número de nascidos vivos; 
 
▪ Idade da primeira gestação; 
 
▪ História familiar de câncer da mama – número de 
afetados, grau de parentesco, idade do diagnóstico 
e presença de doença bilateral. 
 
▪ História de cirurgias e/ou biópsias mamárias – se 
possível, com o diagnóstico histológico. Cirurgias 
prévias de doenças benignas de mama podem 
representar aumento de risco. 
 
2. COMO REALIZAR O EXAME FÍSICO DA MAMA 
– DESCRIÇÃO DO EXAME – PASSOS = 
RELEMBRAR/ELUCIDAR. 
▪ O exame físico da mama deve ser parte da rotina 
do exame ginecológico, pois ajuda a detectar cerca 
de 5% dos cânceres não visualizados na 
mamografia. 
 
▪ Além disso, oportuniza a demonstração prática da 
técnica do autoexame da mama. 
 
INSPEÇÃO DAS MAMAS 
▪ As mamas devem ser inspecionadas com a 
paciente sentada à beira do leito, com as mãos 
apoiadas nos quadris com músculo peitorais 
flexionados -> vai acentuar a assimetria. 
 
▪ Buscar: eritema mamário, retração, escamação 
(pele em casca de laranja). 
 
▪ Inspecionaras axilas para detectar qualquer 
assimetria no contorno. 
PROPEDÊUTICA EM MASTOLOGIA – ROTEIRO 1 GO MILENA BAVARESCO 
 
 
AVAL IAÇÃO DOS L INFONODOS 
▪ Palpar os linfonodos das cadeias axilares, supra e 
infraclaviculares. 
 
▪ O exame é mais fácil com a paciente sentada com os 
braços apoiados pelo examinador. 
 
PAL PAÇÃO DA MAMA 
▪ A palpação da mama é realizada com a mulher em 
posição supina, com uma das mãos acima da cabeça -: 
para estirar o tecido da mama ao longo da parede 
torácica. 
▪ O exame deve incluir: tecido mamário limitado pela 
clavícula, borda do esterno, prega inframamária e linha 
média axilar. 
 
▪ É realizada em forma linear -> utilizar as polpas digitais 
em movimentos contínuos e circulares. 
 
▪ Em cada ponto de palpação, os tecidos devem ser 
avaliados superficial e profundamente. 
 
▪ Após a palpação, realizar a expressão do mamilo. 
 
 
PROPEDÊUTICA EM MASTOLOGIA – ROTEIRO 1 GO MILENA BAVARESCO 
 
 
3. CITAR OS EXAMES COMPLEMENTARES PARA 
ELUCIDAÇÃO DIAGNÓSTICA E RASTREAMENTO 
CONFORME NECESSIDADE E IDADE DA 
PACIENTE. 
MAMOGRAFIA 
▪ É a ferramenta mais empregada na detecção do Ca 
de mama, sendo considerada método de 
rastreamento e indicada no processo diagnóstico e 
no acompanhamento de lesões mamárias. 
 
▪ O rastreamento preconizado pela FEBRASGO 
consiste na realização de mamografias periódicas 
em mulheres assintomáticas, geralmente anual 
após os 40 anos, tendo como meta a detecção 
precoce. Já o INCA recomenda mamografia 
bianuais dos 50 aos 69 anos. 
 
▪ A mamografia de rastreamento inclui duas 
incidências mediolateral oblíqua e craniocaudal, 
sendo o estudo comparativo com os dois lados e 
com exames anteriores. 
 
▪ A habilidade de detectar lesões depende da 
densidade glandular, da morfologia da lesão, do 
treinamento dos examinadores e de fatores 
técnicos, como posicionamento adequado, dose e 
qualidade da radiação, compressão da mama, 
exposição correta, combinação da tela e filme e 
ótimo processamento do filme. 
 
▪ As alterações mamográficas mais comumente 
encontradas consistem em: 
o Nódulos: são lesões que ocupam espaço, 
detectadas em duas projeções, e classificadas 
quanto ao formato (ovoide, redondo, 
irregular), às margens (circunscritas, 
abscurecidas, microlobuladas) e à densidade 
(alta densidade, isodensa, contendo tecido 
adiposo). Geralmente, os nódulos de limites 
bem-precisos, arredondados ou ovalados são 
benignos, enquanto os irregulares e 
espiculados sugerem malignidade. 
 
o Assimetrias: global, focal, em 
desenvolvimento. 
 
o Calcificações: em geral, benignas (pele, 
vascular, “em pipoca”, grande em bastão, 
redonda, anelas, distrófica, leite de cálcio, 
sutura), suspeitas (amorfa, grosseira 
heterogênea, pleomórficas fina, linear final ou 
fina linear ramificada), de distribuição (difusa, 
regional, agrupada, linear, segmentar). As 
microcalcificações agrupadas, pequenas, 
irregulares e lineares sugerem malignidade. 
Aproximadamente 60 a 90% dos carcinomas in 
situ da mama manifestam-se 
microcalcificações. 
 
o Distorção da arquitetura: vista como espículas 
irradiadas de um ponto, pode ser decorrente 
de cicatriz pós-cirúrgica, cicatriz radial ou 
carcinoma de mama. 
 
▪ A densidade mamária foi classificada em 4 
categorias (A e D): 
o Mama lipossubstituída, composta quase 
totalmente por gordura. Apresenta 
confiabilidade mamográfica muito alta com 
sensibilidade de cerca de 98%. 
 
o Mamas com áreas de tecido fibroglandular 
esparsas. 
 
o Mamas heterogeneamente densas, que 
podem obscurecer pequenos nódulos, com 
sensibilidade em torno de 70%. 
 
o Mamas extremamente densas, que podem 
diminuir a sensibilidade para 40 a 50%, sendo 
recomendados outros procedimentos 
diagnóstico complementares – na maioria dos 
casos, a US. 
 
 
PROPEDÊUTICA EM MASTOLOGIA – ROTEIRO 1 GO MILENA BAVARESCO 
 
ULTRASSONOGRAFIA MAMÁRIA 
▪ É um valioso complemento da mamografia, sendo 
o primeiro exame realizado em mulheres jovens ou 
grávidas. Comparado à mamografia e à RM, a US é 
um exame rápido, seguro, bem-tolerado e 
relativamente barato. 
 
▪ Entretanto, ela não consegue detectar 
microcalcificações agrupadas fora do tumor e em 
mamas adiposas, que diminuem sua acuidade 
diagnóstica. Seu principal papel está na 
diferenciação de lesões císticas e sólidas, mas 
presta grande auxílio na caracterização de nódulos 
benignos e malignos, com alta sensibilidade na 
diferenciação de lesões malignas, entretanto, com 
considerável taxa de falso-positivos. 
 
▪ A US mamária tem indicação na avaliação de 
nódulos palpáveis, de achados clinicamente 
ocultos na mamografia e de tecido mamário denso, 
após cirúrgica de reconstrução ou de aumento com 
implantes de silicone, em mulheres com alto risco 
e orientação durante técnicas de intervenção 
(agulhamentos). 
 
▪ Os nódulos são classificados quanto a: 
o Formato – ovoide, redondo ou irregular; 
o Orientação – paralela à pele ou não paralela à 
pele; 
o Margem – circunscrita ou não circunscrita 
(indistinta, angulada, microlobulada, 
espiculada); 
o Ecotextura – anecica, hiperecoica, complexa, 
hipoecoica, isoecoicaou heterogênea; 
o Características acústicas posteriores – sem 
achados, reforço acústico, sombra acústica ou 
combinado. 
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA 
▪ A RM com contraste apresenta alta sensibilidade e 
especificidade no diagnóstico de Ca de mama. São 
indicações para RM: 
 
▪ Casos de imagens inconclusivas por meio dos 
métodos convencionais como mamografia e US 
mamária, não sendo utilizada, entretanto, como 
substituta da avaliação histológica dessas lesões; 
 
▪ Rastreamento em pacientes de alto risco 
(mutações de BRAC1 e BRCA2); 
 
▪ Avalição de implantes mamários; 
 
▪ Diferenciação de cicatriz pós-operatória e 
recorrência do carcinoma; 
 
▪ Avaliação da resposta terapêutica à quimioterapia 
neoadjuvante; 
 
▪ Estadiamento local pré-operatório, a fim de 
determinar a extensão da lesão, e detectar lesões-
satélites bem como outros cânceres ipsilaterais ou 
contralaterais. Embora a RM forneça melhor 
estimativa do tamanho do tumor e da extensão da 
doença e, consequentemente, melhor 
planejamento terapêutico, isso poderia acarretar 
cirurgias mais extensas, não havendo consenso 
sobre quais pacientes iriam se beneficiar da RM 
pré-operatória. 
 
4. CARACTERIZAR SISTEMA BI RADS 
(MAMOGRAFIA/ULTRASSOM E RNM MAMÁRIA). 
▪ A classificação BI-RADS (Breast Imaging Reporting 
and Data System), criado pelo Colégio Americano 
de Radiologia, tem o intuito de fornecer uma 
linguagem padronizada na avaliação mamária, na 
interpretação do exame e na conduta orientada 
nas imagens de mamografia e ultrassonografia. 
 
▪ BI-RADS 0 (inconclusivo): nessas situações, é 
necessária uma avaliação adicional, pois o 
resultado da mamografia não foi suficiente para 
chegar a uma conclusão. Pode ocorrer por mama 
não posicionada de forma adequada ou por 
movimentação durante a realização do exame. 
 
▪ BI-RADS 1 (negativo): o exame não evidenciou 
nenhuma anormalidade, sendo, portanto, 
considerado negativo. Continua-se com o 
rastreamento de rotina. 
 
▪ BI-RADS 2 (benigno): são identificadas lesões 
benignas, sem qualquer sinal de malignidade. 
Exemplos: fibroadenoma, cistos ou calcificações 
benignas. A mulher continua com o rastreamento 
PROPEDÊUTICA EM MASTOLOGIA – ROTEIRO 1 GO MILENA BAVARESCO 
 
de rotina, sem necessidade de avaliações 
adicionais. 
 
▪ BI-RADS 3 (provavelmente benigno): são achados 
com um caráter benigno duvidoso, mas com baixa 
probabilidade de malignidade, como por exemplo, 
assimetrias parenquimatosas. Deve ser solicitada 
uma nova mamografia em 6 meses, para 
acompanhamento da lesão. 
 
▪ BI-RADS 4 (achado suspeito): mamografia 
evidenciando uma anormalidade com 
características suspeitas. Indica-se biópsia da 
lesão. 
 
▪ BI-RADS 5 (altamente suspeito): achados com 
características malignas, como lesões espiculadas, 
calcificações pleomórficas e retrações de pele. 
Indica-se biópsia para confirmar a natureza da 
lesão. 
 
▪ BI-RADS 6 (malignidade comprovada por biópsia): 
o câncer já foi confirmado e a mamografia é 
realizada para controle ou avaliação da resposta ao 
tratamento. A conduta será específica para cada 
caso.

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