Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 10 DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL ........................................................................................................................ 10 CONCEITO DE DIREITO PENAL ..................................................................................................................... 10 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 11 FONTES DO DIREITO PENAL ............................................................................................................................. 11 FONTE MATERIAL ........................................................................................................................................ 11 FONTE FORMAL ........................................................................................................................................... 12 FORMAL IMEDIATA .................................................................................................................................. 12 FORMAL MEDIATA ................................................................................................................................... 12 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO DIREITO PENAL............................................................................................. 13 CONCEITO DE PRINCÍPIO ............................................................................................................................. 13 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS .................................................................................................................... 13 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE...................................................................................................................... 13 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL ................................................................................................................ 14 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL ........................................................................................ 15 PRINCÍPIO DA FORMALIDADE DA NORMA .............................................................................................. 16 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA NORMA .............................................................................................. 16 FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ............................................................................................... 17 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 18 PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA ........................................................................................... 22 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA ......................................................................................... 23 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 23 PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU NÃO CULPABILIDADE .................................................... 24 PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS .......................................................................................... 25 PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA .................................................................................................... 25 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 26 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE OU NECESSIDADE ............................................................................... 26 PRINCÍPIO DA FRAGMENTARIEDADE ....................................................................................................... 27 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 27 PRINCÍPIO DA LESIVIDADE/ALTERIDADE/ TRANSCENDENTALIDADE ...................................................... 28 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 29 PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL OU HISTÓRICA................................................................................ 29 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 30 PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU CRIME DE BAGATELA ..................................................................... 31 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 33 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 2 PRINCÍPIO DO NE BIS IN IDEM ................................................................................................................. 36 PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO .................................................................................................................... 37 MAPAS MENTAIS E RESUMOS ..................................................................................................................... 38 APLICAÇÃO DA LEI PENAL ................................................................................................................................ 40 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 40 ANTERIORIDADE DA LEI PENAL ............................................................................................................... 40 LEI PENAL NO TEMPO .................................................................................................................................. 40 LEIS PENAIS EM BRANCO ......................................................................................................................... 42 ANTINOMIA JURÍDICA OU CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO .......................................................... 43 ABOLITIO CRIMINIS .................................................................................................................................. 43 NOVATIO LEGIS IN MELLIUS .................................................................................................................... 44 NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA ........................................................................................................... 47 NOVATIO LEGIS IN PEJUS ......................................................................................................................... 47 LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA ........................................................................................................ 48 TEMPO DO CRIME ................................................................................................................................... 49 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 50 LEI PENAL NO ESPAÇO ................................................................................................................................. 55 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 55 PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA .....................................................................................55 DIVISÃO DO TERRITÓRIO ......................................................................................................................... 56 TERRITÓRIO FÍSICO/PROPRIAMENTE DITO/EFETIVO/REAL ..................................................................... 56 TERRITÓRIO FICTÍCIO, ABSTRAÇÃO JURÍDICA, EXTENSÕES DO TERRITÓRIO .......................................... 57 EMBARCAÇÕES BRASILEIRAS ................................................................................................................... 58 EMBARCAÇÕES ESTRANGEIRAS ............................................................................................................... 59 AERONAVES BRASILEIRAS ........................................................................................................................ 60 AERONAVES ESTRANGEIRAS .................................................................................................................... 61 PASSAGEM INOCENTE ............................................................................................................................. 62 LUGAR DO CRIME .................................................................................................................................... 63 EXTRATERRITORIALIDADE ....................................................................................................................... 63 PRINCÍPIOS QUE REGEM A EXTRATERRITORIALIDADE ............................................................................ 66 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 68 PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO ............................................................................................................... 77 EFICÁCIA DA SENTENÇA ESTRANGEIRA ....................................................................................................... 78 CONTAGEM DE PRAZO ................................................................................................................................ 79 FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DA PENA ..................................................................................................... 79 LEGISLAÇÃO ESPECIAL ................................................................................................................................. 80 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 81 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 3 DO CRIME ........................................................................................................................................................ 83 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 83 CONCEITO DE CRIME ................................................................................................................................... 83 ASPECTO MATERIAL ................................................................................................................................ 84 ASPECTO FORMAL/LEGAL ........................................................................................................................ 84 CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME ............................................................................................................. 86 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 87 FATO TÍPICO ................................................................................................................................................. 89 CONDUTA ................................................................................................................................................ 90 CRIME DOLOSO E CRIME CULPOSO ......................................................................................................... 91 CRIME DOLOSO ........................................................................................................................................ 92 TEORIAS DO DOLO ................................................................................................................................... 92 ESPÉCIES DE DOLO ................................................................................................................................... 92 CRIME CULPOSO ...................................................................................................................................... 95 ESPÉCIES DE CULPA ................................................................................................................................. 95 DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE ................................................................................................. 96 COMPENSAÇÃO DE CULPAS .................................................................................................................... 97 CRIME PRETERDOLOSO ........................................................................................................................... 97 CAUSAS DE EXCLUSÃO DA CONDUTA ...................................................................................................... 97 EXERCÍCIOS ...................................................................................................................................................... 98 RESULTADO NATURALÍSTICO................................................................................................................. 103 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 105 NEXO CAUSAL ............................................................................................................................................ 106 TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES DA CAUSA ................................................................ 107 TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA .................................................................................................. 108 OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE ........................................................................................................ 113 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 115 TIPICIDADE ................................................................................................................................................. 117 TIPICIDADE FORMAL .............................................................................................................................. 117 TIPICIDADE MATERIAL ........................................................................................................................... 118 TIPICIDADE CONGLOBANTE ................................................................................................................... 119 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 120 ITER CRIMINIS ............................................................................................................................................ 126 CRIME CONSUMADO ................................................................................................................................. 128 CRIME TENTADO ........................................................................................................................................ 128 NATUREZA JURÍDICA DATENTATIVA ..................................................................................................... 129 TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO PENAL ............................................................................................... 129 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 4 PENA DA TENTATIVA ............................................................................................................................. 129 ESPÉCIES DE TENTATIVA ............................................................................................................................ 130 TENTATIVA BRANCA OU INCRUENTA .................................................................................................... 130 TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA ................................................................................................... 131 TENTATIVA PERFEITA OU ACABADA OU CRIME FALHO ........................................................................ 131 TENTATIVA IMPERFEITA OU INACABADA .............................................................................................. 132 CRIMES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA .............................................................................................. 133 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 134 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ ......................................................................... 141 REQUISITOS DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA .......................................................................................... 142 CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA ............................................................... 143 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA X TENTATIVA .............................................................................................. 144 REQUISITOS DO ARREPENDIMENTO EFICAZ ......................................................................................... 144 CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DO ARREPENDIMENTO EFICAZ ............................................................... 145 NATUREZA JURÍDICA DOS DOIS INSTITUTOS ......................................................................................... 145 ARREPENDIMENTO POSTERIOR ................................................................................................................. 146 REQUISITOS DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR .................................................................................. 147 CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS ................................................................................................................. 148 NATUREZA JURÍDICA DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR .................................................................... 148 JURISPRUDÊNCIAS IMPORTANTES ........................................................................................................ 148 CRIME IMPOSSÍVEL .................................................................................................................................... 148 REQUISITOS DO CRIME IMPOSSÍVEL ..................................................................................................... 149 NATUREZA JURÍDICA .............................................................................................................................. 150 SÚMULAS IMPORTANTES ...................................................................................................................... 150 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 150 CAUSAS EXCLUDENTES DO FATO TÍPICO ................................................................................................... 164 ILICITUDE/ANTIJURIDICIDADE ................................................................................................................... 165 EXCLUDENTES DE ILICITUDE GENÉRICAS ............................................................................................... 166 ESTADO DE NECESSIDADE ..................................................................................................................... 166 TEORIA UNITÁRIA X DIFERENCIADORA ................................................................................................. 168 TIPOS DE ESTADO DE NECESSIDADE ...................................................................................................... 170 LEGÍTIMA DEFESA .................................................................................................................................. 171 LEGÍTIMA DEFESA E ERRO NA EXECUÇÃO ............................................................................................. 172 LEGÍTIMA DEFESA PARA AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................. 173 TIPOS DE LEGÍTIMA DEFESA .................................................................................................................. 173 ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL .......................................................................................... 174 EXERCÍCIO REGULAR DE UM DIREITO .................................................................................................... 175 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 5 OFENDÍCULOS ........................................................................................................................................ 176 EXCLUDENTES DE ILICITUDE ESPECÍFICAS ............................................................................................. 177 CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUDENTE DE ILICITUDE ............................................................................. 177 EXCESSO PUNÍVEL ...................................................................................................................................... 178 EXCESSO INTENSIVO .............................................................................................................................. 178 EXCESSO EXTENSIVO ............................................................................................................................. 179 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 180 CULPABILIDADE ......................................................................................................................................... 187 EVOLUÇÃO DAS TEORIAS DA CULPABILIDADE ...................................................................................... 187 IMPUTABILIDADE PENAL ....................................................................................................................... 188 RETROATIVIDADE DA AFERIÇÃO DA IMPUTABILIDADE ......................................................................... 190 CAUSAS EXCLUDENTES DA IMPUTABILIDADE ....................................................................................... 190 CAUSAS QUE NÃO EXCLUEM A IMPUTABILIDADE ................................................................................. 192 POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE ............................................................................................... 194 CAUSAS EXCLUDENTES DA POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE .................................................... 194 EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA .................................................................................................. 195 CAUSAS EXCLUDENTES DA EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA ...................................................... 195 ERRO DE TIPO X ERRO DE PROIBIÇÃO ...........................................................................................................202 ERRO DE TIPO ............................................................................................................................................ 202 ERRO DE TIPO ESSENCIAL ...................................................................................................................... 202 ERRO DE TIPO ESSENCIAL ESCUSÁVEL/DESCULPÁVEL, INEVITÁVEL ...................................................... 202 ERRO DE TIPO ESSENCIAL INESCUSÁVEL/INDESCULPÁVEL, EVITÁVEL .................................................. 203 DESCRIMINANTES PUTATIVAS POR ERRO DE TIPO ............................................................................... 203 ERRO PROVOCADO POR TERCEIROS ..................................................................................................... 204 ERRO DE TIPO ACIDENTAL ..................................................................................................................... 205 ERRO DE PROIBIÇÃO .................................................................................................................................. 208 ERRO DE PROIBIÇÃO ESCUSÁVEL .......................................................................................................... 209 ERRO DE PROIBIÇÃO INESCUSÁVEL ....................................................................................................... 209 ERRO DE PROIBIÇÃO GROSSEIRO .......................................................................................................... 209 ERRO DE PROIBIÇÃO DIRETO ................................................................................................................. 210 ERRO DE PROIBIÇÃO INDIRETO ............................................................................................................. 210 EXERCÍCIO ...................................................................................................................................................... 211 CONCURSO DE PESSOAS (ART. 29 A 31, CP) .................................................................................................. 211 CONSIDERAÇÕES INICIAI ........................................................................................................................... 211 AUTORIA, COAUTORIA, PARTICIPAÇÃO ................................................................................................. 212 ACESSORIEDADE DA PARTICIPAÇÃO ..................................................................................................... 213 PUNIÇÃO DA PARTICIPAÇÃO ................................................................................................................. 213 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 6 AUTORIA MEDIATA OU INDIRETA ......................................................................................................... 213 REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS ............................................................................................. 214 TEORIAS SOBRE O CONCURSO DE PESSOAS .......................................................................................... 214 PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA (ART. 29, §1º, CP) .............................................................. 214 COOPERAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA (ART. 29, §2º, CP) ................................................................ 214 COMUNICABILIDADE DAS ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS DO TIPO PENAL (ART. 30, CP) ............. 215 CASOS IMPUNÍVEIS (ART. 31, CP) .......................................................................................................... 216 QUESTÕES FINAIS DOUTRINÁRIAS SOBRE CONCURSO DE PESSOAS .................................................... 216 CONCURSO DE CRIMES .................................................................................................................................. 217 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 217 CONCURSO MATERIAL ........................................................................................................................... 218 CONCURSO FORMAL ............................................................................................................................. 218 CRIME CONTINUADO ............................................................................................................................. 219 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 220 PARTE ESPECIAL-CRIMES CONTRA A VIDA .................................................................................................... 225 DOS CRIMES CONTRA A VIDA .................................................................................................................... 225 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................................................... 225 A) HOMICÍDIO SIMPLES ......................................................................................................................... 225 B) HOMICÍDIO PRIVILEGIADO- CASO DE DIMINUIÇÃO DE PENA ........................................................... 226 C) HOMICÍDIO QUALIFICADO ................................................................................................................. 226 D) HOMICÍDIO CULPOSO ....................................................................................................................... 229 E) HOMICÍDIO CULPOSO MAJORADO- AUMENTO DE PENA ................................................................. 229 F) HOMICÍDIO DOLOSO MAJORADO ..................................................................................................... 230 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO OU À AUTOMUTILAÇÃO ................................ 231 INFANTICÍDIO ......................................................................................................................................... 234 ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSENTIMENTO ............................................ 235 ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO .................................................................................................. 236 ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO, COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE ............................... 236 FORMA QUALIFICADA............................................................................................................................ 237 DAS LESÕES CORPORAIS ................................................................................................................................ 238 LESÃO CORPORAL .................................................................................................................................. 238 CONSIDERAÇÕES INICIAIS: ..................................................................................................................... 238 LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE: ............................................................................................. 239 LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE ................................................................................................ 241 LESÃO CORPORAL CULPOSA .................................................................................................................. 242 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ......................................................................................................................... 242 AÇÃO PENAL NOS CASOS DE CRIMES DE LESÃO CORPORAL ................................................................. 243 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 7 DOS CRIMES CONTRA A HONRA ....................................................................................................................244 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 244 CALÚNIA ................................................................................................................................................ 245 EXCEÇÃO DA VERDADE .......................................................................................................................... 246 DIFAMAÇÃO ........................................................................................................................................... 246 INJÚRIA .................................................................................................................................................. 247 INJÚRIA REAL ......................................................................................................................................... 248 INJÚRIA QUALIFICADA PELO PRECONCEITO .......................................................................................... 248 MAJORANTES OU CAUSAS DE AUMENTO DE PENA .............................................................................. 249 EXCLUSÃO DO CRIME ............................................................................................................................ 249 RETRATAÇÃO ......................................................................................................................................... 250 CRIMES CONTRA LIBERDADE INDIVIDUAL ..................................................................................................... 251 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL ........................................................................................... 252 CONSTRANGIMENTO ILEGAL ................................................................................................................. 252 AUMENTO DE PENA ............................................................................................................................... 252 AMEAÇA ................................................................................................................................................. 253 SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO ......................................................................................................... 254 FORMAS QUALIFICADAS DO DELITO ..................................................................................................... 254 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO .......................................................................................................... 255 DO FURTO .................................................................................................................................................. 255 FURTO .................................................................................................................................................... 255 FURTO QUALIFICADO ............................................................................................................................ 258 FURTO DE COISA COMUM ..................................................................................................................... 259 DO ROUBO E DA EXTORSÃO ...................................................................................................................... 260 ROUBO ................................................................................................................................................... 260 EXTORSÃO ............................................................................................................................................. 263 MAJORANTES OU CAUSAS DE AUMENTO DE PENA .............................................................................. 264 QUALIFICADORAS .................................................................................................................................. 264 SEQUESTRO RELÂMPAGO ...................................................................................................................... 264 EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO ....................................................................................................... 265 QUALIFICADORAS .................................................................................................................................. 266 DO DANO ................................................................................................................................................... 267 DANO ..................................................................................................................................................... 267 DANO QUALIFICADO .............................................................................................................................. 267 DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA ..................................................................................................................... 268 APROPRIAÇÃO INDÉBITA ....................................................................................................................... 268 AUMENTO DE PENA ............................................................................................................................... 269 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 8 DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES ..................................................................................................... 269 ESTELIONATO ......................................................................................................................................... 269 ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO FRAUDULENTA DE COISA PRÓPRIA .......................................................... 270 DEFRAUDAÇÃO DE PENHOR .................................................................................................................. 271 FRAUDE NA ENTREGA DE COISA ............................................................................................................ 271 FRAUDE PARA RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO OU VALOR DE SEGURO ............................................ 271 FRAUDE NO PAGAMENTO POR MEIO DE CHEQUE ............................................................................... 271 ESTELIONATO CONTRA IDOSO .............................................................................................................. 272 DA RECEPTAÇÃO ........................................................................................................................................ 273 RECEPTAÇÃO ......................................................................................................................................... 273 RECEPTAÇÃO QUALIFICADA .................................................................................................................. 273 RECEPTAÇÃO DE ANIMAL ...................................................................................................................... 275 DISPOSIÇÕES GERAIS ............................................................................................................................. 275 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................. 276 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .......................................................................................................................... 276 DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............ 277 PECULATO APROPRIAÇÃO/DESVIO ....................................................................................................... 277 PECULATO FURTO .................................................................................................................................. 278 PECULATO CULPOSO .............................................................................................................................278 PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM ............................................................................................. 278 EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS ................................................................... 278 CONCUSSÃO .......................................................................................................................................... 279 EXCESSO DE EXAÇÃO ............................................................................................................................. 279 CORRUPÇÃO PASSIVA ............................................................................................................................ 280 PREVARICAÇÃO ...................................................................................................................................... 280 FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO ............................................................................ 281 CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA .......................................................................................................... 281 ADVOCACIA ADMINISTRATIVA .............................................................................................................. 281 DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL ........................... 281 USURPAÇÃO DE FUNÇÃO PÚBLICA ....................................................................................................... 281 RESISTÊNCIA .......................................................................................................................................... 282 DESOBEDIÊNCIA ..................................................................................................................................... 282 DESACATO ............................................................................................................................................. 282 CORRUPÇÃO ATIVA ............................................................................................................................... 283 DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA ............................................................................ 283 DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA .................................................................................................................. 283 COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO .................................................................. 283 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 9 FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA .............................................................................................. 284 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 285 GABARITO .................................................................................................................................................. 291 https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 10 INTRODUÇÃO Olá! Sou o professor Everton Mota, tecnólogo em Logística, bacharel e pós-graduado em Direito, aprovado em 15 concursos públicos, seis na área policial e três na área de tribunais, e aprovado no Exame da OAB. Estarei com você, compartilhando conhecimentos de Direito Penal, que vão ajudar bastante na sua aprovação. A dica que dou é: “nunca desista dos seus sonhos!” Estudei mais de 2 anos até passar no meu primeiro concurso, porém, depois do primeiro, eu fui aprovado em mais 14. Não tenho uma inteligência incomum ou acima da média, mas fui e sou muito esforçado em tudo que faço. Agora, vamos ao que interessa! DIVISÃO DO CÓDIGO PENAL O Có digó Penal e divididó em duas partes: parte geral e parte especial. A parte geral, que vai dó Art. 1º aó 120, e basicamente a parte teó rica. Trata da aplicabilidade da lei, da Teória dó Crime, da teória da pena etc. Trata das caracterí sticas, permissó es e próibiçó es cóntidas na lei penal. Já a parte especial vai dó Art. 121 aó 361 e trata justamente dós crimes em espe cie. Estuda ó crime em si, pór exempló, hómicí dió, róubó, estupró, etc. Cabe salientar que o Direito Penal é composto não apenas pelo Código Penal. Além do Código, existem leis penais especiais, as quais tipificam condutas, cominam penas e regulamentam a execução delas em alguns casos. Podemos citar como exemplo a Lei 11.343/06 que é a famosa Lei de Drogas. CONCEITO DE DIREITO PENAL O Direito Penal póde ser cónceituadó cómó ramó dó Direito Público, fórmadó pór nórmas jurí dicas que te m ó cónda ó de seleciónar ós bens sóciais mais relevantes, criar crimes e cóminar penas para as cóndutas que lesam óu expó em a perigó esses bens. E Direitó Pu blicó pórque trata de uma relaça ó vertical, relaça ó entre Estadó e administradó, e tem cómó óbjetivó manter a paz sócial. Percebe-se que ó Direitó Penal na ó se impórta cóm tódós ós bens jurí dicós, mas apenas cóm ós bens mais relevantes e as cóndutas que cóntenham certó grau de significa ncia sócial. CONCEITO DE D. PENAL DIREITO PÚBLICO PROTEGE BENS JURÍDICOS MAIS RELEVANTES CRIA CRIMES E COMINA PENAS https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 11 EXERCÍCIOS 1. O Direito Penal é ramo do Direito Privado que seleciona os bens jurídicos mais importantes para a sociedade, cria crimes e comina penas. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA O Direito Penal é ramo do direito PÚBLICO, e não de Direito Privado, pois se trata de uma relação entre Estado e administrado, ou seja, uma relação vertical. O ramo do Direito Privado seria uma relação horizontal, ou seja, conflitos entre os administrados. Como exemplo do ramo do Direito Privado, podemos citar o Direito Civil. 2. O Direito Penal é o ramo do Direito Público que protege todos os bens sociais, cria crimes e comina suas respectivas sanções. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA O Direito Penal não se importa com todos os bens, apenas com os mais relevantes para a sociedade. Além disso, ele não se importa com qualquer conduta, e sim com as condutas que tenham um relevante valor, um valor significante para o Direito. FONTES DO DIREITO PENAL FONTE MATERIAL A fonte material é justamente onde o Direito Penal é construído/criado/produzido. Em regra, o Direito Penal tem como fonte material a União, pois é o Poder Legislativo Federal que cria as leis penais. Excepcionalmente, e somente quando se tratar de matérias específicas, também podemos citar os Estados federativos como fontes materiais do Direito Penal. Para tanto, é imprescindível a criação de uma lei complementar federal concedendo tal autorização ao Estado. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 12 Essa previsão encontra-se no Art. 22, da CF/88. Vejamos: Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - Direito Civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (...) Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. FONTE FORMAL Já a fonte formal é justamente a forma de exteriorização do Direito Penal. É a forma como o Direito Penal se apresenta no mundo exterior. Por isso, é chamada também de fonte de conhecimento ou de fonte de cognição. Para entender melhor, basta pensar o seguinte: a fonte material (União) cria a fonte formal (a lei). Nesse caso, é por meio da lei que o Direito Penal se exterioriza no mundo real. Pode-se afirmar ainda que a fonte formal se subdivide em duas: imediata e mediata. FORMAL IMEDIATA Apesar de a doutrina clássica apontar a leicomo única fonte formal imediata, a doutrina moderna inclui nessa modalidade não apenas a Lei, mas também a Constituição Federal, os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, a jurisprudência, os princípios e os atos administrativos. FORMAL MEDIATA Paralelamente, a doutrina clássica aponta como fonte formal mediata os costumes e os princípios gerais do Direito. Mas para a doutrina moderna, a fonte formal mediata seria a própria doutrina. Nesse caso, os costumes são considerados fontes informais. FONTE MATERIAL A União e, excepcionalmente, os Estados. Doutrina Clássica Doutrina Moderna FONTE FORMAL IMEDIATA Lei Lei, CF, TIDH, Jurisprudência, princípios e atos administrativos. MEDIATA Costumes e os princípios gerais do Direito. Doutrina. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 13 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DO DIREITO PENAL CONCEITO DE PRINCÍPIO O princípio é a base, é o alicerce do direito. Tanto serve para sustentar como para impor limites ao direito. Para entendermos melhor podemos citar o conceito de princípio de Pinto Ferreira. Vejamos: “os princípios estão para o direito assim como os trilhos estão para a locomotiva” Percebe-se que quem tem a força é o direito (representado pela locomotiva), porém, essa força é limitada pelos princípios (aqui representados pelos trilhos). Em resumo, os princípios orientam, sustentam e, ao mesmo tempo, impõe limites ao direito. Alguns doutrinadores costumam dividir os princípios em dois grupos: constitucionais e jurisprudenciais e doutrinários. Eremos abordar os mais relevantes. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Os princípios constitucionais são aqueles previstos na Constituição Federal, principalmente no Art. 5º da Carta Magna. Vejamos os mais relevantes no tocante ao Direito Penal: PRINCÍPIO DA LEGALIDADE O princípio da legalidade do Direito Penal está previsto no Art. 5º da CF/88 e também no Art. 1º do Código Penal. Vejamos: Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Tal princípio tem como objetivo garantir a segurança jurídica e limitar o poder punitivo estatal, uma vez que proíbe que a lei penal seja aplicada a fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor e, ao mesmo tempo, impede que o Estado puna alguém, caso a conduta praticada por ele não esteja prevista em lei como crime. Além disso, o princípio da legalidade reserva a matéria crime para a lei em sentido estrito e impede que tipos penais incriminadores sejam criados por outros meios diversos da lei. Por esse princípio, o crime e sua respectiva sanção só podem ser criados por lei em sentido estrito (criada pelo Poder Legislativo federal, em regra) e essa lei penal incriminadora só poderá ser aplicada aos fatos ocorridos após a sua entrada em vigor. Assim, podemos afirmar que o princípio da legalidade pode ser subdividido em dois: reserva legal e anterioridade da lei. Para termos uma didática melhor, iremos estudá-los separadamente. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 14 PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL O princípio da reserva legal estabelece que o crime e sua respectiva sanção só podem ser criados por lei em sentido estrito, ou seja, lei criada pelo Poder Legislativo. Nota-se que tal princípio RESERVOU a matéria CRIME para ser tratada com exclusividade pelo Poder Legislativo, o qual representa o povo brasileiro. Portanto, atenção! Lei penal incriminadora só pode ser criada por lei em sentido estrito. Medida provisória, decreto, regulamento, ou qualquer outra coisa, NÃO podem tipificar condutas nem cominar sanções. Porém, é preciso ter muito cuidado! A lei penal NÃO incriminadora não deve respeito ao princípio da reserva legal. Ou seja, a lei penal que não cria crime nem comina pena pode ser criada por meio de lei em sentido amplo, por exemplo, por meio de decreto. O que mais aparece em provas de concursos são questões afirmando que Medida Provisória pode tipificar condutas e cominar penas. Mas o Art. 62 da CF/88 deixa claro que isso não é possível. Vejamos: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I – relativa a: […] b) Direito Penal, processual penal e processual civil Apesar de o artigo não especificar se a proibição é para qualquer tipo de lei penal ou apenas para lei penal incriminadora, devemos seguir o que a doutrina majoritária afirma. Portanto, se cair na prova objetiva, você deverá responder que o Presidente da República somente poderá editar Medida Provisória no tocante à Lei Penal, se e somente se a lei penal for NÃO incriminadora. Caso seja uma questão discursiva, você terá que abordar as duas correntes: ➢ A primeira corrente afirma que a medida provisória não pode ser editada para tratar de NENHUMA lei penal. ➢ A segunda afirma que é proibido editar medida provisória apenas no tocante à lei penal INCRIMINADORA. Essa última prevalece no STF. Cabe salientar que a reserva legal também impede utilização da analogia in malam partem, ou seja, para prejudicar o réu. Nesse caso, não é possível comparar um fato novo com um fato tipificado como crime para então punir alguém, nem mesmo comparar um fato qualquer com uma qualificadora, por exemplo, para qualificar o crime e prejudicar o réu. Por fim, é importante saber que, se por acaso o Presidente da República editar uma Medida Provisória tipificando uma conduta, ela NÃO PODERÁ SER CONVALIDADA, pois tal MP é considerada inconstitucional e, portanto, é inválida desde sua origem. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 15 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE DA LEI PENAL Já o princípio da anterioridade da lei afirma que a lei deve vir antes do fato (não há crime sem lei ANTERIOR que o defina) assim como a sanção deve ser cominada previamente (não há pena sem PRÉVIA cominação legal). Dessa forma, a lei penal só deve ser aplicada a fatos ocorridos após a sua entrada em vigor. Exemplo: No dia 1º de janeiro de 2020, Everton aperta a campainha da casa do vizinho e corre. Tal conduta até então não era tipificada como crime. Dez dias depois, entra em vigor uma lei que acrescenta a conduta de apertar campainha alheia no rol de crimes contra a paz social. Pergunta: Everton pode ser punido? É claro que não, pois a lei veio após o fato. Convém perceber que, em regra, a lei penal é ex nunc, que significa dizer que ela não retroage para alcançar fatos ocorridos antes da sua entrada em vigor. Temos então o princípio da irretroatividade da lei penal, que pode ser visto como corolário do princípio da anterioridade da lei penal. Vejamos o que diz o Art. 5º, XL, da CF/88: Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; Portanto, em regra, a lei penal NÃO pode retroagir e alcançar fatos passados. Porém, poderá retroagir excepcionalmente se for para beneficiar o réu. Exemplo 1: Everton cometeu o crime de tráfico de drogas em 2005, e a lei em vigor nessa época previa uma pena de 5 a 10 anos de reclusão. Porém, Everton só foi julgado em 2006, quando já havia entrado em vigor a Lei 11.343/06, a qual aumentou a pena máxima para 15 anos. Essa lei pode ser aplicada no julgamento de Everton? Não! Segue-se a regra: a lei penal não retroagirá se não for para beneficiar o réu. Exemplo 2: Everton foi preso pelo crime de adultério tipificado pela lei X e foi condenado a cumprir uma pena de 1 ano de prestação de serviço comunitário. Dois meses após o início do cumprimento da pena, surge uma lei penal nova (lei Y) que aboliu o crime de adultério. Essa lei Ypode ser aplicada ao crime de Everton? Sim! Isso porque nesse caso irá beneficiar o réu. O juiz deve liberar Everton imediatamente e apagar o nome dele do livro do rol dos culpados. Cuidado! Nos chamados CRIMES PERMANENTES, o flagrante se protrai no tempo, portanto, aplica-se a lei vigente no momento do fim do flagrante, independentemente se o flagrante iniciou ainda durante a vigência de uma lei mais benéfica para o réu. Exemplo: um crime de sequestro e cárcere privado iniciou quando uma lei x estava em vigor, porém, antes da liberação da vítima, uma lei y (que piora a situação do réu) entra em vigor revogando a lei x. Será aplicada a lei y, ainda que seja prejudicial ao réu, pois o flagrante ainda existia quando a lei y entrou em vigor. Outro caso muito cobrado em provas é sobre normas penais em vacatio legis. Podem ou não podem ser aplicadas? A resposta é não! https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 16 Vacatio legis é o tempo entre a publicação de uma lei até a sua entrada em vigor. Nesse período, ela NÃO pode ser plicada. Isso é até lógico, pois a lei ainda não entrou em vigor. Exemplo: a lei X foi publicada no dia 1ºde janeiro de 2020 e no final havia a seguinte expressão: Essa lei entra em vigor 30 dias após sua publicação. São dois tempos diferentes, o primeiro é a publicação da lei, o segundo é sua entrada em vigor, portanto, a lei só poderá ser aplicada após o fim dos 30 dias, ou seja, do seu período de vacatio legis. PRINCÍPIO DA FORMALIDADE DA NORMA Alguns autores costumam citar outros princípios como sendo derivações do princípio da legalidade. Iremos estudar dois deles: o da formalidade e o da taxatividade da norma penal. O princípio da formalidade da norma indica que as normas penais incriminadoras devem passar pelas formalidades legais. Isso nada mais é que o devido processo legislativo, ou seja, é o rito por meio do qual a lei é criada. Leis penais, em regra, devem advir do Governo Federal, da União, (Congresso Nacional). A criação de crimes e as suas penas são de competência privativa da União, mas, como já vimos, excepcionalmente os Estados podem receber autorização para tratar de condutas específicas de âmbito local. Em matéria penal, o princípio da legalidade exige que a tipificação ocorra tanto por meio de lei em sentido formal (devido processo legislativo) quanto em sentido material (conteúdo de acordo com a CF/88). Exemplo: A Câmara de Vereadores do Município X criou uma lei penal incriminadora. Para a criação dessa lei, foram respeitados rigorosamente todos os procedimentos legais de criação de lei municipal. Nesse exemplo, a lei respeitou o sentido FORMAL da legalidade, pois passou pero rito legal de criação de uma lei municipal. Porém, não respeitou o sentido MATERIAL, visto que a matéria crime foi reservada à União. PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE DA NORMA Esse princípio afirma que a lei penal deve ser clara e compreensível pelo homem médio. Não pode deixar dúvidas; a população tem que entender claramente o sentido da norma. A lei penal deve completa e precisa e deve delimitar expressamente a conduta considerada criminosa. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 17 FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE Por fim, cabe ressaltar que o princípio da legalidade possui algumas funções importantíssimas para o Direito e para a sua prova. Vejamos cada uma delas de forma bem resumida e compreensiva. A primeira função é a de proibir a retroatividade da lei, isso enxergamos dentro do princípio da anterioridade da lei, que visa justamente garantir a segurança jurídica. Em latim pode cair na prova da seguinte forma: nullum crimen nulla poena sine lege praevia, traduzindo, não há crime e não há pena sem uma lei prévia. A segunda função é a de proibir a criação de crimes e penas por meio dos costumes. Podemos enxergar dentro do próprio princípio de reserva legal, o qual afirma que o crime só pode ser criado por lei em sentido estrito, lei formal. Em latim, nullum crimen nulla poena sine lege scripta, não há crime e não há pena sem lei escrita. A terceira função é a de proibir o emprego de analogia para criar crimes. Como vimos, a analogia só pode ser utilizada no Direito Penal se for para beneficiar o réu, e NUNCA para criar um crime. Em latim, pode vir da seguinte forma, nullum crimen nulla poena sine lege stricta. Por fim, o princípio da legalidade visa proibir incriminações vagas e indeterminadas. A lei deve ser clara e compreensiva, conforme estudado no princípio da taxatividade. Em latim, nullum crimen nulla poena sine lege certa. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE RESERVA LEGAL ANTERIORIDADE DA LEI DA LEGALIDADE Crime e pena só podem ser criados por lei em sentido estrito. A lei deve vir antes do fato e em regra não retroage, salvo para beneficiar o réu. PRINCÍPIO DA FORMALIDADE PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 18 EXERCÍCIOS 3. O Art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. A norma penal deve ser instituída por lei em sentido estrito, razão por que é proibida, em caráter absoluto, a analogia no Direito Penal, seja para criar tipo penal incriminador, seja para fundamentar ou alterar a pena. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA A questão afirma que é proibida a analogia em caráter absoluto, o que não é verdade, uma vez que existe exceção, que é justamente sua aplicação para o benefício do réu. SOLUÇÃO COMPLETA O que se proíbe, no Direito Penal, é a ANALOGIA que prejudique o réu, ou seja, IN MALAM PARTEM. Porém, é permitida a analogia para beneficiar o réu, em latim, IN BONAM PARTEM. A questão afirma que é proibida em caráter absoluto, o que não é verdade, uma vez que existe exceção que é justamente sua aplicação para o benefício do réu. Nesse caso, não é possível comparar um fato novo com um fato tipificado como crime para então punir alguém, nem mesmo comparar um fato qualquer com uma qualificadora, por exemplo, para qualificar o crime e prejudicar o réu. Porém, se a comparação for para derrubar a qualificadora ou para desclassificar o crime, aí sim, pode ser utilizada. 4. (Cespe-2018) Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. Em razão do princípio da legalidade penal, a tipificação de conduta como crime deve ser feita por meio de lei em sentido material, não se exigindo, em regra, a lei em sentido formal. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 19 Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA A lei deve respeitar tanto o sentido material, como o formal. SOLUÇÃO COMPLETA Pelo princípio da legalidade, mais precisamente o da formalidade da norma, a lei penal incriminadora deve ser feita respeitando tanto o sentido formal, que é o respeito ao devido processo legislativo, como também o sentido material, que significa dizer que a lei deve respeitar a matéria em si. Em matéria penal, a própria Constituição Federal conferiu à União a competência para criar crimes. Portanto, se outro ente federativo criar um crime, mesmo que respeite o sentido formal da norma, estaria desrespeitando o sentido material. Já o sentido formal é o respeito ao rito legislativo pelo qual a lei deve passar. No caso de crimes, teria que passar pelo Congresso Nacional em ambas as Casas e depois seguir para o Presidente da República sancionar. O erro da questão está justamente em afirmarque não se exige o sentido formal. 5. (Cespe – 2016) O Art. 1.º do Código Penal brasileiro dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Considerando esse dispositivo legal, bem como os princípios e as repercussões jurídicas dele decorrentes, julgue o item que se segue. O Presidente da República, em caso de extrema relevância e urgência, pode editar medida provisória para agravar a pena de determinado crime, desde que a aplicação da pena agravada ocorra somente após a aprovação da medida pelo Congresso Nacional. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA A criação de crime e a cominação de pena só podem se dar por meio de lei em sentido estrito. Medida provisória jamais poderá criar crime nem agravar uma pena. SOLUÇÃO COMPLETA O Presidente da República pode editar Medida Provisória para criar lei penal NÃO INCRIMINADORA, porém, para criar crime e cominar pena, ou até mesmo aumentar a pena, devemos respeitar o princípio de reserva legal, ou seja, apenas lei em sentido estrito é que pode tratar dessa matéria. Assim, criar tipos penais por meio de medida provisória viola o princípio da reserva legal. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 20 Portanto, é inconstitucional agravar pena de crime por meio de medida provisória. Igualmente, se tal medida for editada, não poderá ser convalidada pelo Congresso Nacional, pois é considerada inconstitucional desde sua origem. Portanto, a questão erra duas vezes, a primeira, quando fala em agravar pena por meio de medida provisória; a segunda, quando fala que o Congresso pode aprovar posteriormente. 6. (CESPE -2018) À luz do Código Penal, julgue o item que se segue. No caso de entrar em vigor lei penal que inove o ordenamento jurídico ao prever como crime conduta até então considerada atípica, será aplicada a retroatividade. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA A regra é que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. SOLUÇÃO COMPLETA O princípio da anterioridade da lei afirma que a lei penal deve vir antes do fato, assim como a cominação da pena deve ser prévia. Desse princípio deriva o da irretroatividade da lei penal, o qual determina que a lei penal não pode retroagir e alcançar fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, salvo se a lei nova beneficiar o réu. No caso em tela, a questão apresentou uma situação de lei penal incriminadora. Dessa forma, ele não poderá retroagir, visto ser pior para o réu. Segue a base legal para uma melhor compreensão: Art. 5º (...) XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Art. 5º (...) XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. https://www.alfaconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/concursos/12794 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 21 7. (CESPE - 2017) Com relação ao acesso à justiça e aos princípios processuais, julgue o item subsecutivo. O princípio da legalidade não impede que o juiz apene o acusado criminal com base nos costumes e que o legislador vote norma penal sancionadora de coação direta, impondo desde logo a pena, sem julgamento. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA Uma das funções do princípio da legalidade é justamente impedir a utilização dos costumes para criminalizar uma conduta ou apenar alguém. Apenas a lei é que pode estabelecer isso. A questão peca ao afirmar que o princípio da legalidade não impede tal situação. SOLUÇÃO COMPLETA Além disso, não pode haver norma penal sancionadora de coação direta, pois para o Estado exercer o seu poder de punir, deve haver antes o devido processo legal. Senão vejamos: CF/88, Art. 5°,(...) II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. CP, Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 8. (CESPE – 2016) Uma das funções do princípio da legalidade refere-se à proibição de se realizar incriminações vagas e indeterminadas, visto que, no preceito primário do tipo penal incriminador, é obrigatória a existência de definição precisa da conduta proibida ou imposta, sendo vedada, com base em tal princípio, a criação de tipos que contenham conceitos vagos e imprecisos. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ https://www.tecconcursos.com.br/conteudo/concursos/10582 alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 22 Gabarito: Certo SOLUÇÃO RÁPIDA A questão conceituou justamente o princípio da taxatividade, o qual deriva do princípio da legalidade. SOLUÇÃO RÁPIDA Uma das funções do princípio da legalidade é justamente proibir incriminações vagas e indeterminadas. A lei deve ser clara e compreensiva, conforme estudado no princípio da taxatividade. Em latim, nullum crimen nulla poena sine lege certa. Ou seja, não há crime nem pena sem que haja uma lei certa, clara, compreensiva por todos. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA Por esse princípio, as penas que serão imputadas devem ser adequadas de acordo com a PERSONALIDADE, os antecedentes criminais, a conduta social, a natureza do agente. O juiz, antes de sentenciar o acusado, deve fazer a dosimetria da pena. Isso é feito individualmente, pessoa por pessoa. Portanto, se duas pessoas praticarem juntas o mesmo crime, não significa que as penas serão idênticas. O juiz vai observar a pena mínima e máxima. Porém, ele deve analisar as circunstâncias judiciais do Art. 59 do Código Penal de forma individual, ou seja, ele analisa cada agente delitivo individualmente para depois fixar a pena de cada um separadamente. A individualização da pena deve ser feita com base nas duas finalidades básicas do Direito Penal, quais sejam; ressocialização, também chamada de reabilitação e a prevenção. A própria Constituição Federal expressa que a pena é individual e a lei deverá regular tal individualização. Vejamos: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. Cuidado! Não se deve confundir a individualização com a intranscendência da pena. As questões costumam misturar esses dois conceitos. Já estudamos a definição de individualização, que impõe que a pena deve ser individual e cada pessoa deve ter sua pena analisada separadamente. Agora, passaremos a estudar o princípio da intranscendência. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 23 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DA PENA O princípio da intranscendência da pena sustenta que as sanções penais não podem ultrapassar (transcender) a pessoa que foi condenada. Ou seja, só quem pode cumprir uma sanção penal é a pessoa que foi condenada e, se ela morrer, a pena morre com ela. Porém, as sansões civis, como a reparação do dano e o perdimento de bens, podem ser estendidas para os sucessores (herdeiros) da pessoa que foi condenada. Mas essa transferência tem um limite! Os sucessores só assumem as sanções civis até o valor do patrimônio deixado pelo falecido. Vejamos o que diz a CF/88: CF/88- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Exemplo: Everton foi condenado por tráfico de drogas e crime de dano emconcurso de crimes e, na sentença, o juiz impôs uma pena de 10 anos de reclusão, decretou o perdimento de uma casa no valor de 100 mil reais, a qual ficou provada que foi adquirida com o dinheiro do tráfico, e a reparação do dano causado, no valor de 150 mil reais. Everton, que possuía um carro no valor de 50 mil reais, morreu antes de iniciar a pena e, automaticamente, seus bens passaram a ser do seu filho. Quem vai cumprir os 10 anos de prisão que Everton ficou devendo? Ninguém! A casa que agora pertence ao filho dele vai ser perdida em favor do Estado? Sim! Isso porque o perdimento de bens se estende aos sucessores. O dano no valor de 150 mil reais será realizado pelo filho integralmente? Não! O patrimônio deixado por Everton foi um carro no valor de 50 mil reais. Nesse caso, o filho dele só fica obrigado a reparar apenas 50 mil reais do dano, não se responsabilizando pelos 100 mil restantes. EXERCÍCIOS 9. (CESPE- 2018) PC-SE - Delegado de Polícia Julgue o item seguinte, relativo aos direitos e deveres individuais e coletivos e às garantias constitucionais. O princípio da individualização da pena determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, razão pela qual as sanções relativas à restrição de liberdade não alcançarão parentes do autor do delito. Certo ( ) Errado ( ) https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 24 Gabarito: Errado SOLUÇÃO RÁPIDA Conforme alertado anteriormente, as questões costumam inverter os conceitos dos princípios. O princípio que determina que nenhuma pena passará da pessoa do condenado é o da INTRANSCENDÊNCIA da pena, e não o da INDIVIDUALIZAÇÃO, como afirma a questão. SOLUÇÃO COMPLETA O princípio da individualização de pena aduz que a pena é individual e deve ser analisada separadamente, pessoa por pessoa. Vejamos o que diz a CF/88: CF/88- XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido. Já o da intranscendência fala que a pena não pode passar da pessoa que foi condenada. Convém perceber, no entanto, que o conceito está perfeito, mas a banca trocou o princípio. Segue o texto da CF/88: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA OU NÃO CULPABILIDADE O princípio da presunção de inocência aduz que todos devem ser considerados inocentes até que haja uma sentença penal condenatória transitada em julgado. Ou seja, deve existir uma sentença condenando o réu e que não caiba mais nenhum tipo de recurso para só então o réu ser taxado de culpado. É o que afirma a CF/88: Art. 5º, LVII, CF/88 - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; Nesse caso, todos devem ser tratados como inocentes dentro e fora do processo. Dentro do processo o juiz não pode decretar a execução da prisão condenatória do acusado se ainda couber algum tipo de recurso. Já fora do processo, o acusado não pode ser prejudicado por conta desse processo. Por exemplo, ele não pode ser eliminado na fase de investigação social de um concurso na área policial apenas por responder a um processo crime. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 25 CUIDADO! O entendimento do STF ERA no sentido de que se a sentença fosse confirmada em segunda instância; o início do cumprimento da pena, antes mesmo de transitar em julgado, não feriria o princípio da presunção de inocência. ESSE ENTENDIMENTO MUDOU! Em 2019, o STF firmou entendimento no sentido de que o início do cumprimento condenatório (prisão pena) só deve se dar após o trânsito em julgado. Dessa forma, o entendimento hoje é o de que o início do cumprimento de prisão após a confirmação da sentença em segunda instância, sem que haja o trânsito em julgado, fere, sim, o princípio da presunção de inocência, e tal prisão é considerada inconstitucional. Porém, isso não impede que o juiz decrete a prisão preventiva do réu durante o andamento do processo, se estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva, é claro! Tal entendimento foi aplicado no julgamento do recurso que libertou o Ex-Presidente da República, Luiz Inácio. O juiz, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, baseado no novo entendimento do STF, libertou Lula, pois ele seguia preso cumprindo uma sentença que até então não teria transitado em julgado. Por isso, cuidado! Pode constar em prova que o início do cumprimento de prisão penal, a partir da confirmação da sentença em segunda instância, fere o princípio da presunção de inocência. A resposta deve ser: sim; fere, sim. PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS E JURISPRUDENCIAIS Estudamos os princípios fundamentais constitucionais que se aplicam ao Direito Penal. A partir de agora vamos estudar alguns princípios doutrinários e jurisprudenciais. PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA O princípio da intervenção mínima é um dos mais importantes do Direito Penal. Intervenção mínima do Direito Penal é dizer que esse direito deve intervir o mínimo possível na vida das pessóas e “quantó menós utilizadó fór, mais eficiente ele será”. Tal princípio sustenta que o Direito Penal só deve ser utilizado para proteger os bens jurídicos mais relevantes, punindo as condutas que causem relevantes lesões ou ameaça de lesões a esses bens, e só deve ser utilizado quando for estritamente necessário ao controle social, e somente após o fracasso dos demais ramos do Direito. Trata-se de princípio constitucional implícito, ou seja, não está escrito expressamente na Constituição. Depreende-se desse princípio que o Direito Penal não se importa com qualquer bem jurídico, mas apenas com os mais relevantes, assim como o Direito Penal só deve se preocupar com as condutas que causem lesão significante ou ameaça de lesão a esses bens. Aqui se enxerga o caráter fragmentário do Direito Penal (protege apenas fragmentos). Outro fator importante é que o Direito Penal só age quando todos os outros ramos do Direito falham. Ou seja, se o ramo do Direito Civil resolver, o penal não pode ser aplicado. Aqui se enxerga o caráter subsidiário do Direito Penal. https://www.alfaconcursos.com.br/ alfaconcursos.com.br MUDE SUA VIDA! 26 EXERCÍCIOS 10. Acerca do concurso de pessoas e dos princípios de Direito Penal, julgue o item seguinte. Segundo o princípio da intervenção mínima, o Direito Penal somente deverá cuidar da proteção dos bens mais relevantes e imprescindíveis à vida social. Certo ( ) Errado ( ) Gabarito: Certo SOLUÇÃO RÁPIDA A questão está correta, pois conceituou perfeitamente o princípio da fragmentariedade, o qual deriva do princípio da intervenção mínima do Direito Penal. SOLUÇÃO COMPLETA A questão trata do caráter fragmentário do Direito Penal, enxergado dentro do princípio da intervenção mínima. O Direito Penal deve intervir minimamente na vida das pessoas, por isso, não deve se “meter” em tudo e sair protegendo todos os bens jurídicos, mas deve, sim, selecionar os bens mais relevantes/importantes e imprescindíveis à vida social e os proteger. Do princípio da intervenção mínima derivam vários outros. Iremos estudar o princípio da subsidiariedade, fragmentariedade, lesividade, adequação social e o da insignificância. Estudaremos cada um separadamente, mas tenha em mente que eles podem ser entendidos como derivados do princípio da intervenção mínima. PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE OU NECESSIDADE O princípio da subsidiariedade, ou para alguns princípios da necessidade, afirma
Compartilhar