Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXAME FÍSICO GINECOLÓGICO Semiologia Kathlyn Póvoa Introdução: Semiologia: vem do grego “Semeon” = sinal; “Logos” = tratado É a parte da medicina que estuda os sinais e sintomas das doenças Semiótica: vem da origem grega “semeiotike” que significa o método de colheita e o processo de sistematização dos sintomas e sinais clínicos A consulta ginecológica consiste em: • Anamnese • Exame clinico • Exame detalhado do aparelho genital e mamas • Exames complementares Anamnese: Vem de origem grega “anamnesis” = recordar aquilo que parece estar esquecido Para uma boa anamnese é necessário conhecimento técnico e capacidade de comunicação; Fundamental também a empatia, a atenção dada a narração do paciente, o conhecimento do conteúdo do diálogo e um relacionamento estabelecido; Relacionamento medico x paciente: deve-se ter uma relação reciproca de confiança para que o paciente possa se sentir a vontade de falar; No diálogo/entrevista: não se deve ter um esquema rígido (cronograma de perguntas já pré- selecionadas), pois dessa forma, não há chance da paciente falar. A melhor sequencia de anamnese é aquela que cada medico acha adequado à sua forma de abordar cada situação; Etapas da anamnese: Identificar a paciente: Nome (tratar a paciente sempre pelo nome dela, demonstrando um sinal de educação e de confiança) Motivo da consulta: porque a paciente procurou um medico (O que trouxe a senhora até o consultório? Como posso ajudar a senhora?) Queixa principal: início, duração, características a ela relacionadas; Ciclo menstrual: o Idade da menarca (primeira menstruação) o Perfil do ciclo menstrual, o Duração de fluxo, o Intensidade de fluxo, o DUM (data da última menstruação) o Uso de contraceptivos hormonais ou outros métodos, o Sintomas associados (cólica, disúria, mialgia etc.) Antecedentes sexuais: o Primeira relação (se é hetero ou homossexual) o Dispareunia (dor na relação sexual) o Sinusorragia (sangramento na relação, não necessariamente no momento do ato, pode ser no dia seguinte) Antecedentes obstétricos o Nuligesta (quando não tem filhos) o Nº de filhos o Tipo de parto o Nº de abortos: tipo de aborto: se foi inicial (primeiro trimestre) ou tardio (pós 3m) #G; #P; #A → Gestações; Partos; Abortos (4G;3P;1A) Antecedentes cirúrgicos: cirurgias já realizadas e quais motivos para tais cirurgias. Antecedentes pessoais: o Doenças crônicas (DM, HAS, Doença de Chron, disfunções da tireoide, AVC etc.) o Passado de DST o Uso de medicamentos (tomar cuidado com interações medicamentosas) o Uso de drogas ilícitas o Tabagismo ou alcoolismo Ritmo urinário e ritmo intestinal: comum paciente procurar atendimento achando que está com queixa ginecológica, mas na verdade é um problema intestinal ou vesical. Importante perguntar se vai ao banheiro todos os dias, se ingere muito liquido, como é a micção etc. Antecedentes familiares: tuberculose, DM, neoplasias de mama ou colo do útero, endocrinopatias e anomalias genéticas. Exame físico: Deve-se realizar um exame físico geral na paciente (aferir a PA, ausculta cardíaca, pulmonar, palpação geral do abdome) Exame das mamas: inspeção estática e dinâmica e palpação Exame ginecológico: inspeção da genitália externa, inspeção dos órgãos internos, exame especular, coleta de preventivo (Papanicolau), toque bimanual Exame das mamas: Inspeção A paciente é posicionada sentada, de frente ao examinador, mantendo uma certa distancia respeitosa. → Inspeção Estática: Observar a mama, quanto a: Simetria e volume: pode acontecer de ter uma mama muito maior que a outra; pode ocorrer de ter uma terceira mama (mama acessória) Se as mamas são pendentes (quando não se vê o sulco infra mamário) ou eretas; Aspecto da pele (se tem alguma lesão – estrias, verruga, cicatrizes); Aréolas e papilas (bem delimitadas, pigmentadas, se tem lesão, formato); Abaulamentos e retrações; (posição dinâmica vai intensificar algum resultado) → Inspeção Dinâmica: A inspeção dinamica é realizada com duas manobras: Levantamento dos braços para aumentar a tensao dos ligamentos de Cooper Contraçao dos peitorais, com as maos na cintura. Palpação Paciente deitada com as mãos atrás da cabeça e os braços bem abertos. Dedilhar a mama delicadamente, ou em movimentos circulares, em sentido horário ou anti horário. Sempre da raiz da mama para o mamilo. Começa superficial, depois faz a palpação profunda. → Palpação dos linfonodos axilares e supraclaviculares: Antes de palpar as axilas, é importante inspecioná-las à procura de erupções e de pigmentações; Exame de órgãos genitais A paciente é colocada em posição ginecológica ou litotomia; O examinador coloca-se entre as pernas da paciente; Avaliação da genitália externa: Na inspeção da Vulva, se avalia: • Pilificação (implantação dos pelos) • Coloração • Aspecto da fenda vulvar (fechado, entreaberto, aberto) • Presença de lacerações • Secreções • Lesões Avaliação da genitália interna: Essa avaliação é feita com auxílio do espéculo, e pode avaliar a vagina e colo de útero Um espéculo é um instrumento com o qual o médico é capaz de enxergar, e examinar, o interior de uma cavidade do paciente, cuja forma dificulte essa abordagem direta. Através do especulo conseguimos avaliar na vagina: • Coloração • Lesões • Odor • Consistência • Corrimento • Objetos estranhos E no colo do útero, podemos observar: • Tipo de colo (puntiforme, rachado em fenda, • Lesões; • Coloração; → Exame de Papanicolau: é um exame preventivo; serve para detectar lesões pré-neoplásicas no colo do útero. São colhidas células do colo do útero para analise em laboratório. → Toque bimanual: analisam-se o colo do útero e os fundos de sacos vaginais. Colo do útero: • Orientação • Forma • Volume • Superfície • Consistência • Comprimento • Sensibilidade • Mobilidade • Orifício externo • Lacerações Fundos de saco: • Distensibilidade • Profundidade • Sensibilidade Exames complementares: • Mamografia • US: importante para ver o útero • Exames laboratoriais: dependem da hipótese diagnóstica
Compartilhar