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1 1 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2 2 SEGURIDADE SOCIAL .............................................................................. 3 2.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. ............................................... 3 2.2 Conceituação ....................................................................................... 7 3 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. ......................................... 9 3.1 Receitas da União. ............................................................................. 10 3.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do empregador, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. .......................................... 11 3.3 Salário-de-contribuição ....................................................................... 14 4 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................ 22 4.1 Conteúdo ............................................................................................ 22 4.2 Fontes ................................................................................................ 24 4.3 Autonomia .......................................................................................... 24 4.4 Aplicação das normas previdenciárias ............................................... 25 4.5 Principais Leis Previdenciárias ........................................................... 29 5 A NOVA PREVIDÊNCIA (EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103/2019) ... 32 5.1 Idade mínima e tempo de contribuição ............................................... 43 5.2 Alíquotas progressivas ....................................................................... 45 5.3 Regras de Transição .......................................................................... 46 5.4 Pensão por morte (RGPS e RPPS União) ......................................... 50 5.5 Limitação de acumulação de benefícios (cônjuge e companheiros) .. 51 6 NORMAS GERAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO ............................... 52 6.1 Proibição da existência de mais de um regime próprio ...................... 52 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 54 2 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 3 2 SEGURIDADE SOCIAL Fonte: anasps.org.br 2.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. Historicamente a seguridade social teve início na Inglaterra em 1601, com a Poor Law - Lei dos Pobres. Naquela época a Inglaterra estava passando por uma transformação na sociedade, ela estava em plena revolução industrial onde os trabalhadores vinham do campo e se alojavam nas cidades para trabalhar nas indústrias. As condições de trabalho deles não eram boas, muitos tinham invalidez incapacidades e ficavam à mercê da própria sorte porque não tinham amparo nenhum do estado, eles e a sua família ficavam sem condições de prover o próprio sustento, muitos tinham morte prematura e os seus dependentes não tinham direito a nada, ficavam também sem qualquer recurso para conseguir se manter. Em 1601 devido a grade pressão social o estado Inglês editou a Poor Law – Lei dos Pobres, que tinha como objetivo dar um seguro ao trabalhador. Nesse momento histórico pode-se dizer que começa a germinar uma ideia futura de Seguridade Social, surge os primeiros indícios de preocupação do estado para com 4 o trabalhador. A preocupação maior era com os trabalhadores e os infortúnios sociais sofridos por eles e por seus familiares. Hoje o maior papel da previdência social é amparar o trabalhador em caso da ocorrência de infortúnios sociais como a incapacidade, a idade avançada e a morte deixando pensão aos seus dependentes. Em 1883 a Alemanha através do Chancelar Otto Von Bismarcek cria um seguro de assistência social. Dessa forma, a Inglaterra e a Alemanha são os Países percursores da Previdência Social. No Brasil em 1824 a primeira constituição do ainda Império tratou dos “Socorros Públicos”, o estado ainda não se preocupou com o trabalhador, mas já falou em algum tipo de proteção. Em 1891 a Constituição da república traz a possibilidade da concessão da aposentadoria por invalidez aos funcionários públicos, então estamos vendo que o Brasil embora ainda incipiente está começando a se preocupar com os ditos infortúnios sociais. Ainda sob a égide da Constituição de 1891, foi editada a Lei Eloy Chaves (Decreto-Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923), que criou caixas de aposentadorias e pensões para os ferroviários. Essas caixas de aposentadoria e pensão concedia aos empregados a aposentadoria por invalidez, pensão por morte e aposentadoria ordinária. Só que o estado não custeava nem administra essas caixas. Eram as empresas que administravam e os trabalhadores que contribuem. Com o passar do tempo outras empresas também criaram suas caixas de aposentadoria. Dessa forma a década de 20 é marcada pela criação de caixas de aposentadoria e pensão, mas o estado continuava a não intervir, e as caixas eram administradas pelas empresas. Apesar de não ser o primeiro diploma legal sobre o assunto securitário (Já havia o Decreto-Legislativo nº 3.724/19 sobre o seguro obrigatório de acidentes do trabalho), porém vinculado ao Ministério do Trabalho, devido ao desenvolvimento posterior da previdência e à estrutura interna da Lei Eloy Chaves, ficou esta conhecida como o marco inicial da Previdência Social. No Brasil, desde a época do Império, já existia mecanismo de cunho previdenciário. Contudo, somente a partir de 1923, com a aprovação da Lei Eloy Chaves, que na verdade é o Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de janeiro de 1923, o País adquiriu um marco jurídico para a atuação do sistema previdenciário, que na época era composto pelas Caixas de Aposentadorias 5 e Pensões – CAPs. A Lei Eloy Chaves tratava especificamente das CAPs das empresas ferroviárias, pois seus sindicatos eram bem mais organizados e possuíam maior poder de pressão política. O objetivo inicial era o de apoiar esses trabalhadores durante o período de inatividade (INSS, 2017). A década de 30 foi marcada pela criação dos IAPs (Instituto de Aposentadoria e Pensão), atendiam categorias de trabalhadores, como o IAP dos marítimos – IAPM (Decreto nº 22.872 de 29.06.1933). Os IAPs ficam no cenário nacional até meados da década de 50. É importante frisar que a Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, do empregador e do empregado. Forma tríplice de custeio: Estado Trabalhadores Previdência EmpresasA Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”, substituindo a expressão “seguridade social”. Em 1960 foi editada a Lei nº 3.807, de 26/08/1960, que unificou toda a legislação securitária e ficou conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS. Em 1963 foi instituído o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural – FUNRURAL – Lei nº 4.214, de 02.03.1963. Em 1966 os já mencionados Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs - foram unificados no Instituto Nacional da Previdência Social – INPS – por meio do Decreto – Lei nº 72, de 21.11. 1966. Em 1967 a Lei nº 5.316 de 14.09.1967, integrou o seguro de acidentes de trabalho à previdência social, fazendo assim desaparecer este seguro como ramo à parte. No decorrer da década de 1970, a cobertura previdenciária expandiu-se com a concentração de recursos no governo federal, especialmente devido às seguintes medidas: em 1972, a inclusão dos empregados domésticos; em 1973, a 6 regulamentação da inscrição de autônomos em caráter compulsório; em 1974, a instituição do amparo previdenciário aos maiores de 70 anos de idade e aos inválidos não-segurados (idade alterada posteriormente); em 1976, extensão dos benefícios de previdência e assistência social aos empregadores rurais e seus dependentes (INSS, 2017). Na década de 70, inovações importantes aconteceram na legislação previdenciária, disciplinadas por vários diplomas legais, surgindo a necessidade de unificação, que de fato ocorreu com a CLPS (Consolidação das Leis da Previdência Social) em 24/01/1976, por meio do Decreto nº 77.077. No ano seguinte, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS. Com a Constituição de 1988, foi criado o conceito de “Seguridade Social” composto pelas áreas da Saúde, Assistência e Previdência Social. É nesse momento que se estabelece a previdência como conhecemos hoje, mantendo seu aspecto de arrecadação entre empregadores e empregados, mas delegando ao Estado o papel de organizar e distribuir os recursos de acordo com a legislação. A Previdência descrita na constituição de 1988 é famosa por conseguir incluir pontos importantes para a garantia da proteção social. Sendo vista como uma ação progressista em comparação às medidas de liberalização que vinham sendo tomadas em outros países nesse período. Mas isso não impediu que algumas reformas mudassem detalhes do seu funcionamento (AGUIAR, 2019). Em 27 de junho 1990 foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, durante a gestão do então presidente Fernando Collor de Melo, por meio do Decreto n° 99.350, a partir da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, como autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS. (INSS, 2017). Em 1991, ainda na vigência do governo Collor, aconteceu a primeira mudança no INSS, a medida previa que os benefícios levassem em conta a correção monetária, já que no momento, o Brasil via sua economia sofrer com a inflação (AGUIAR, 2019). No governo Fernando Henrique, em 1998, as mudanças foram maiores: a partir daquele momento, não seria mais considerado o tempo de serviço do trabalhador, e sim o de contribuição para o INSS – definido como 30 anos para mulheres e 35 para homens. Além disso, a reforma do governo FHC também implantou o fator https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/ https://www.politize.com.br/temas/reformas/ 7 previdenciário, cálculo usado para definir o valor do benefício recebido após a aposentadoria (AGUIAR, 2019). No governo Lula, as mudanças tiveram como foco o funcionalismo público. Em 2003, a reforma criou um teto para os servidores federais, instituiu a cobrança da contribuição para pensionistas e inativos, e altero o valor do benefício para tais. Por volta do ano de 2010 a preocupação com a necessidade de uma “reforma da Previdência” brasileira tomou conta do cenário nacional. A chamada crise da seguridade social, tem como argumento principal o fato de que não existia mais recursos suficientes para fazer frente as despesas futuras, caso não se alterem as regras de aposentadoria e pensão. Em 2015, o congresso aprovou durante o governo da presidente Dilma Rousseff uma mudança, que buscava alterar a idade de acesso à aposentadoria integral. A regra de pontos – conhecida como 85/95 – leva em consideração a soma da idade ao tempo de contribuição. Assim, para as mulheres essa soma deveria resultar 85 e para homens 95, para que os trabalhadores tenham direito a receber o benefício integral. No Governo Temer entre os anos de 2016 e 2018 uma reforma da Previdência mais radical tenta ser aprovada. Na época, a conjuntura nacional dificultou a tramitação da proposta na Câmara. Por isso, em 2019, o governo de Jair Bolsonaro tornou prioridade levar a frente a Reforma da Previdência. Em 23 de outubro de 2019 foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, separadamente, em dois turnos de votação em cada Casa, a Emenda Constitucional número 103. Conhecida como Nova Previdência, a emenda constitucional traz uma série de modificações ao sistema previdenciário brasileiro. 2.2 Conceituação A definição fornecida pela Constituição Federal em seu art. 194, é que: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social". Determinou a Constituição que a seguridade será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 8 provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados. A qualquer título à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. A receita ou o faturamento, o lucro do trabalhador e dos demais assegurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201 da CF. Portanto a seguridade social ou segurança social consiste num conjunto de políticas sociais cujo fim é amparar e assistir o cidadão e a sua família em situações como a velhice, a doença e o desemprego, e cujo princípio fundamental é a solidariedade (MACHADO, 2019). Fonte: ssvpbrasil.org.br 9 3 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. Fonte: rossilho.adv.br O financiamento da Seguridade Social é previsto no art. 195 da Constituição Federal como um dever imposto a toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. Além das fontes de custeio previstas no texto constitucional, este permite a criação de outras fontes, mediante lei complementar, seja para financiar novos benefícios e serviços, seja para manter os já existentes ou aumentar seu valor. Na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos que compõem a sociedade devem colaborar para a cobertura dos riscos provenientes da perda ou redução da capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência. A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e da Lei 8.212/91, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes receitas: I - receitas da União; II- receitas das contribuições sociais; 10 III - receitas de outras fontes. Constituem contribuições sociais: a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu serviço; b) As dos empregadores domésticos; c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição; d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; e) As incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. 3.1 Receitas da União. O dinheiro arrecado com a contribuição patronal básica sobre a folha de pagamento (Art. 195, I, a. CF) e da contribuição do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, (artigo 195, II. CF), só poderá ser utilizado com o pagamento dos benefícios do regime geral de previdência social. Ocorre que no ano de 2016 foi instituída a Emenda Constitucional número 93/2016 que reinstituiu a desvinculação de Receitas da União. EC – 93/2016 - DRU (Desvinculação de Receitas da União) “ADCTs – Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) da arrecadação da União relativa às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no domínio econômico e às taxas, já instituídas ou que vierem a ser criadas até a referida data”. A Desvinculação de Receitas da União (DRU) é um mecanismo que permite ao governo federal usar 30 % de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. A principal fonte de recursos da DRU são as contribuições sociais. Criada em 1994 com o nome de Fundo Social de Emergência (FSE), essa desvinculação foi instituída para estabilizar a economia logo após o Plano Real. No ano 2000, o nome foi trocado para Desvinculação de Receitas da União (Senado Notícias, 2016). Na prática, permite que o governo aplique os recursos destinados a áreas como educação, saúde e previdência social em qualquer despesa considerada prioritária e 11 na formação de superávit primário. A DRU também possibilita o manejo de recursos para o pagamento de juros da dívida pública (Senado Notícias, 2016). 3.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do empregador, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. De acordo com o artigo 195 da Constituição Federal a seguridade social será financiada também pelos recursos provenientes das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. Contribuição do Produtor Rural O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei (§8 art. 195). Contribuição Patronal dos Clubes de Futebol Profissional 12 A Previdência Social, com o intuito de adequar a contribuição previdenciária dos clubes de futebol, já promoveu algumas mudanças na legislação, conforme listado a seguir: I - Lei n.º 8.641, de 31 de março de 1993, alterou a sistemática de contribuição destas entidades, substituindo a contribuição patronal incidente sobre a folha de salário pela contribuição de 5% da receita bruta decorrente da renda dos espetáculos desportivos. II - Medida Provisória n.º 1.523/96 e reedições, convertida na Lei n.º 9.528, de 10 de dezembro de 1997, ampliou a base de incidência, determinando que a contribuição fosse de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos ocorridos no território nacional, em qualquer modalidade desportiva, e também de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos. III - Medida Provisória n.º 1.663, de 28 de maio de 1998, convertida na Lei n.º 9.711, de 20 de novembro de 1998, assegurou o regime contributivo substituto, também, às associações desportivas que mantém equipe de futebol profissional organizadas na forma da Lei n.º 9.615, de 24 de março de 1998 (Lei Pelé). Concurso de Prognósticos De acordo com o § 1º do art. 26 da lei 8212/91, são considerados concursos de prognósticos: “todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, do Distrito Federal e municipal”. O art. 195, III da CF: “estabelece uma contribuição social incidente sobre a receita de concursos de prognósticos”. O Art. 26, da Lei 8.212/91 também trata dos concursos: Constitui receita da Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. (Redação dada pela Lei n° 8.436, de 25.6.92) O art. 26 § 2º determina que a receita da Seguridade Social seja a renda líquida de tais concursos, assim considerada o total da arrecadação, deduzidos os valores destinados a pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração, conforme for determinado na legislação específica. 13 Outras Receitas de Seguridade Social De acordo com o art. 27 da Lei 8.212/91, constituem outras receitas da Seguridade Social: I - As multas, a atualização monetária e os juros moratórios; II - A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; III - As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; IV - As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; V - As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; VI - 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; VIII - Outras receitas previstas em legislação específica. Sobre o valor total do prêmio pago pelas companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de danos causados por veículos automotores de vias terrestres (Lei 6.194/1974), deverão ser repassados à Seguridade social, 50% (cinquenta por cento) do prêmio recolhido aos SUS para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados. Estas receitas não estão enquadradas como contribuições sociais, pois possuem características diferentes das de tributos. Também não se enquadram como contribuições sociais as multas (penalidades pecuniárias), os juros (penalidade por inadimplemento) e as demais verbas constantes do referido dispositivo legal, que se caracterizam como transferência de recursos públicos aos cofres da Seguridade Social. 14 3.3 Salário-de-contribuição Fonte: guiaempreendedor.com 3.3.1.1 Conceito. Salário de contribuição é o valor que serve de base de incidência das alíquotas das contribuições previdenciárias, fração numérica com a qual, aplicando-se a alíquota,se obtém o montante da contribuição a ser recolhida para a Previdência Social. De acordo com o art. 28 da Lei n. 8212/91 (Plano de Custeio), o valor do salário de contribuição varia conforme a espécie de segurado. Segurado empregado e trabalhador avulso Conforme disposto no art. 201, § 11, da CF/88 os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. O inciso I do art. 28 da Lei n. 8.212/91 dispõe que, para o empregado e para o trabalhador avulso, entende-se por salário de contribuição: remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços 15 efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Conforme disposto no art. 60, § 3 ª, da Lei n. 8.213/91, durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Durante esse período, previdenciário? Para a Administração Fazendária, são devidas tanto a contribuição do segurado (sobre o salário de contribuição) quanto a da empresa (sobre a folha de remuneração). Porém, segundo o SJT, os valores pagos pelo empregador ao empregado nos primeiros quinze dias de afastamento do trabalho, a título de auxílio-doença, não sofrem a incidência de contribuição previdenciária, por não se tratar de verba remuneratória. Segurado empregado doméstico Pelo art. 28, III, da Lei n. 8.212/91, o salário de contribuição do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria durante o mês. Portanto, um profissional da saúde (médico, por exemplo) que exerça atividade em seu consultório particular (trabalho por conta própria) e em um hospital (trabalho a serviço de pessoa jurídica). Segurado contribuinte individual Pelo art. 28, III, da Lei n. 8.212/91, o salário de contribuição do contribuinte individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de sua atividade por conta própria durante o mês. Imaginemos, portanto, um profissional da saúde (médico, por exemplo) que exerça atividade em seu consultório particular (trabalho por conta própria) e em um hospital (trabalho a serviço de pessoa jurídica). Nesse caso, seu salário de contribuição será a somatória das duas rendas. Segurado facultativo Finalmente, conforme disposto no art. 28, IV, da Lei n. 8.212/91, o limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O limite máximo corresponde ao teto da previdência social. Parcelas integrantes do salário de contribuição - Décimo terceiro salário: art. 28, § 7ª, da Lei n. 8.212/91; Súmula 688 do STF. 16 - Salário – maternidade: art. 28, § 9º, a, da Lei n. 8.212/91). - Comissões: art. 457, § 1º, da CLT - Diárias de viagens: art. 457, §2ª, da CLT - Adicional de periculosidade e insalubridade: Art. 189 da CLT - Férias e respectivo adicional: a remuneração das férias dos empregados incluindo o adicional de um terço, é considerada salário de contribuição, desde que as férias sejam gozadas pelos empregados. Obs: No âmbito do regime próprio de previdência, no final do ano de 2011, foi editada a Medida Provisória n. 556, que alterou o art. 4º da Lei n. 10.887/2004 e excluiu o adicional de férias da base de incidência da contribuição do servidor público titular de cargo efetivo. Parcelas não integrantes do salário de contribuição Benefícios previdenciários: não integram o salário de contribuição os benefícios da previdência social, com exceção do salário – maternidade. Regra de imunidade prevista no art. 195, II, da CF/88. Parcela “in natura” - programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, Lei n. 6.321/1976 – Vale refeição. Verbas indenizatórias: Tais como o aviso prévio indenizado, férias e terço constitucional indenizados, licença-prêmio indenizada, incentivo à demissão e multa de 40% sobre o FGTS. Vale transporte: seja qual for a forma de pagamento, não há incidência de contribuição. Ajuda de custo, em parcela única: recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT. Diárias de viagem: desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da remuneração mensal. PLR (Participação nos Lucros da Empresa): desde que pago de acordo com lei específica (periodicidade não inferior a um semestre civil ou mais de duas vezes no mesmo ano civil) não é salário de contribuição. 3.3.1.2 Limites mínimo e máximo. O Salário de contribuição é uma grandeza que possui um limite mínimo e um limite máximo. De acordo com artigo 28, § 3º, da Lei n. 8212/91, o limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria 17 ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O limite máximo corresponde ao teto da previdência social, anualmente reajustado pelo INPC. 3.3.1.3 Proporcionalidade. Dec. 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social): Art. 214, § 1ª Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o doméstico, ocorrer no curso do mês, o salário-se-contribuição será proporcional ao número de dias efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo instituto Nacional do Seguro Social. 3.3.1.4 Reajustamento. Art. 20 § 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, a partir da data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93). Dec. 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social): Art. 40. É assegurado o reajustamento dos benefícios para preserva-lhes, em caráter permanente, o valor real da data de sua concessão. § 1º Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). 3.3.1.5 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social. Arrecadação: Ocorre quando o contribuinte (segurado) liquida a contribuição social devida junto ao Estado. Recolhimento: Ocorre quando o agente arrecadador (o banco) repassa o dinheiro arrecadado para o Tesouro Nacional. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8620.htm 18 3.3.1.6 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil. Desde o ano de 2007, toda a Parte de Custeio da Seguridade Social está no âmbito da Receita Federal do Brasil (RFB), enquanto que toda a Parte de Benefícios está no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Vejamos o que diz o Art. 33 da Lei número 8.212/1991: Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar,acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das empresas, ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 4o Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão de obra empregada, proporcional à área construída, de acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 19 cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa corresponsável o ônus da prova em contrário. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com o disposto nesta Lei. § 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário. Vejamos ainda o que diz a Lei número 8.213/1991 sobre a matéria em questão: Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizar, por meio dos seus próprios agentes, quando designados, todos os atos e procedimentos necessários à verificação do atendimento das obrigações não tributárias impostas pela legislação previdenciária e à imposição da multa por seu eventual descumprimento. § 1.º A empresa disponibilizará a servidor designado por dirigente do INSS os documentos necessários à comprovação de vínculo empregatício, de prestação de serviços e de remuneração relativos a trabalhador previamente identificado. (...) § 3.º O disposto neste artigo não abrange as competências atribuídas em caráter privativo aos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) previstas na Lei n.º 10.593/2002 (Carreira Auditoria da Receita Federal do Brasil). 3.3.1.7 Obrigações da empresa e demais contribuintes. Sobre as normas gerais para empresas, a legislação previdenciária assim prevê: A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias devidas à Seguridade Social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), obedecem às normas gerais do Regulamento da Previdência Social (Dec. 3.048/99) (JAHA, 2015). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26 20 A Empresa é obrigada a: a) Arrecadar a contribuição do segurado Empregado (E), do Trabalhador Avulso (A) e do Contribuinte Individual (C) a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração; (JAHA, 2015). b) Recolher o produto arrecadado na forma da alínea “a” e as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, inclusive adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo ou convenção coletiva, aos segurados Empregado (E), Contribuinte Individual (C) e Trabalhador Avulso (A) a seu serviço, E sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviço, relativo a serviços que lhe tenham sido prestados por cooperados, por intermédio de Cooperativas de Trabalho, até o dia 20 do mês seguinte àquele a que se referirem as remunerações, bem como as importâncias retidas na forma do Art. 219 do RPS/1999 (Normas de Retenção – assunto de aula específica), até o dia 20 do mês seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou fatura, antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente anterior quando não houver expediente bancário no dia 20; (JAHA, 2015). c) Recolher as contribuições de que trata o Art. 204 (PIS, COFINS e CSLL), na forma e prazos definidos pela legislação tributária federal. 3.3.1.8 Prazo de recolhimento. Responsável Contribuição Social Prazos e Forma de Recolhimento Empresa DS do Empregado. DS do Trabalhador Avulso. DS do Contribuinte Individual. Cota Patronal de 20%, em regra. Contribuição de 15% - Coop. Trab. Retenção de 11%. Sobre a Aquisição de Produção de PRPF. Dia 20 mês subsequente (Antecipado) EBAS DS do Empregado. Dia 20 mês subsequente 21 DS do Trabalhador Avulso (Antecipado) Contribuinte Individual DS do Contribuinte Individual: - por conta própria. - trabalha para outro CI. - trabalha para PRPF ou Missão Diplomática. Dia 15 mês subsequente (Posterior) Clube de Futebol Profissional - Entidade Promotora (jogo). - Patrocínio, Licenciamento, etc. Até 2 dias úteis - Dia 20 mês subsequente (Antecipado) Empregador Doméstico - Cota Patronal de 8%. - DS do Empregado Doméstico. Dia 7 mês subsequente (Porterior) Cooperativa de Trabalho 11% - serviços prestados as empresas. 20% - serviços prestados à PF. Dia 20 mês subsequente (Antecipado) Casos Especiais Gratificação Natalina (13.º Salário) Rescisão de Contrato Dia 20 de Dezembro Dia 20 mês subsequente (Antecipado) 3.3.1.9 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária. Em 2009 Receita Federal do Brasil estendeu às contribuições sociais, as mesmas regras de cálculo adotadas pelos impostos federais, previstas na Lei n.º 9.430/1996. A legislação tributária especificou que as (a) Contribuições Patronais, as (b) Contribuições dos Empregadores Domésticos e as (c) Contribuições dos trabalhadores sobre o seu salário de contribuição seguiriam as seguintes regras: Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 01/01/1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de Multa de Mora, calculada à taxa de 0,33%, por dia de atraso. 1. Essa Multa de Mora será calculada a partirdo 1.º dia subsequente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento; 2. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20,0%, e; 3. Sobre os débitos a que se refere este dispositivo incidirão juros de mora calculados à taxa da Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), a partir do 1.º dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de 1,0% no mês de pagamento. 22 4 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 4.1 Conteúdo Legislação Previdenciária é o conjunto de normas e atos administrativos referente ao funcionamento do sistema securitário. Nesse conjunto estão as leis, as medidas provisórias, os decretos, os tratados internacionais e as normas complementares. A Constituição Federal, em seu art. 22, inciso XXIII, outorga competência privativa à União para legislar sobre o sistema securitário. Mas permite que lei complementar autorize os Estados e Distrito Federal a legislar sobre o tema. Em relação à Previdência Social a competência legislativa é concorrente, conforme preceitua o art. 24, XII, da Carta Magna. A União trata das Normas Gerais e Estados, Distrito Federal e Munícipios podem legislar sobre a matéria, obviamente obedecendo essa norma de regras gerais Por exemplo os Estados criaram o seu próprio regime de previdência para amparar seus servidores que possuem cargos efetivos. Dessa forma o Estado está legislando sobre a matéria. Mas ele obedece ao que está disposto na lei de regimes gerais de regimes próprios de previdência (Lei nº 9717/1988) e a CF. Seguridade Social Competência Privativa da União Previdência Competência concorrente Lei: é a fonte primária de obrigações e direitos. Ao Poder Legislativo cabe criar e disciplinar o sistema de seguridade social trazido pela Constituição de 1988. Cabe à União, repita-se, elaborara as leis sobre a organização da seguridade social. As Leis, conforme dispõe o Art. 59 da CF/88, podem ser ordinárias, complementares ou delegadas. Em relação ao seu aspecto formal, as leis ordinárias são aquelas que para serem aprovadas necessitam do quórum da maioria simples de votos dos membros presentes na casa legislativa no dia da votação. 23 Já as Leis complementares exigem um quórum privilegiado de aprovação pela maioria absoluta dos membros da casa legislativa, ou seja, a maioria do total dos membros integrantes da casa, sempre. As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, com a autorização do Congresso Nacional. Haverá a solicitação ao Poder Legislativo, delimitando o assunto sobre o qual irá se legislar. O Congresso, então, aprova o pedido e específica o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício. É importante destacar que matérias que exigem a regulamentação por lei complementar não podem ser objeto de lei delegada. Medida Provisória: ato editado pelo Poder Executivo – Presidente da República – com força de lei. Para sua edição torna-se necessário que haja situação de relevância e urgência, conforme previsto nos artigos 59 e 62, ambos da CF/88. Tratado internacional: acordo celebrado entre o Brasil e outro país, pelo Presidente da República, com a aprovação do Congresso Nacional por meio da expedição de um decreto legislativo. Art. 85 – A da Lei nº 8.212/91: “os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial. Decreto: É ato normativo expedido pelo Poder Executivo para regulamentar, “explicar” as leis, conforme previsão do art. 84, IV, da CF/88. O decreto, no entanto, não poderá ultrapassar o alcance da lei que estiver regulamentando a ponto de inovar ou alterar o texto legal. É fonte secundária do Direito Previdenciário, uma vez que não poderá inovar no mundo jurídico, criando direitos e obrigações. Exemplos de Decretos: DC 3048/1999 que vai regulamentar duas leis a Lei n.8.213 lei de benefícios e a Lei n. 8.212 que é a Lei de custeio da seguridade social, e DC 6.214 que trata da regulamentação do benefício de prestação continuada da assistência social instituído pela lei orgânica da assistência social. 24 Normas complementares: são atos expedidos pelas autoridades administrativas, pressupondo sempre a existência da lei ou de outro ato legislativo a que estejam subordinados. Nesse grupo encontram-se as Portarias, as Instruções Normativas, as Circulares, etc. São, também, fontes secundárias do Direito Previdenciário. As portarias são expedidas pelos Ministros. Ex: Portaria do Ministro da Fazenda que fala do índice de reajustamento, cotas de salário família. As Instruções normativas: serve para instruir os subordinados a cumprirem a Lei. 4.2 Fontes O Direito Previdenciário tem sua base assentada na Constituição Federal. São fontes do Direito Previdenciário: a Constituição Federal, a Emenda Constitucional, as Leis Complementares, Ordinárias e Delegadas, a Medida Provisória, o Decreto Legislativo, a Resolução do Senado Federal, os atos administrativos normativos e a jurisprudência dos Tribunais Superiores. A palavra lei, em seu sentido mais amplo, contempla a Constituição Federal, as leis ordinárias, as leis complementares, as leis delegadas, as medidas provisórias e os atos administrativos em geral (como as portarias, as instruções, etc.). Já em sentido estrito, o conceito de lei situa-se nos atos elaborados pelo Congresso Nacional, com o poder de criar as leis ordinárias e complementares e as medidas provisórias e leis delegadas, elaboradas pelo Poder Executivo. As leis ordinárias, complementares e delegadas e as medidas provisórias são consideradas fontes primárias do Direito Previdenciário. 4.3 Autonomia A autonomia do Direito Previdenciário ainda não é pacífica entre os doutrinadores. Alguns entendem que o surgimento do Direito Previdenciário se deu a partir da segmentação do Direito Administrativo, devido à organização estatal da proteção social, enquanto outros o consideram como evolução do Direito do Trabalho. Há, ainda, aqueles que consideram o Direito Previdenciário autônomo, desde o seu surgimento, já que desde épocas remotas os conceitos e princípios 25 previdenciários são conhecidos, sendo alguns até anteriores ao próprio Direito do Trabalho. Didaticamente, porém, é conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o objetivo de facilitar o estudo. Em relação à autonomia do Direito Previdenciário, há duas teorias: (1) previdência social encontra-se no âmbito do Direito do Trabalho; (2) autonomia didática deste ramo do Direito. 4.4 Aplicação das normas previdenciárias Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria começa a surgir o problema de qual delas deva ser aplicada. 4.4.1.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. Vigência: Vigência é o período que vai do momento em que a norma entra em vigor até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração. Art. 1º da LINDB (DL 4.657/42): uma lei começa a ter vigência em todo o país 45 dias depois de publicada, salvo se dispuser de outro modo. Vacatio legis: período compreendido entre a data da publicação até sua entrada em vigor. Durante o vacatio legis, a norma já é válida (já pertence ao ordenamento), mas não é vigente. Assim, validade e vigência não se confundem. Uma norma pode ser válida sem ser vigente, embora a norma vigente seja sempre válida. Em regra, a norma vigente é eficaz (apta a produzir efeitos), mas nem sempre isso acontece. Ex.: CF, art. 195, § 6º. Não se trata, aqui, de vacatio legis, pois nesse caso o deslocamento ocorre entre vigência e eficácia e não entre publicação e vigência.Eficácia: A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e ao espaço: Eficácia no Tempo: A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor. Normalmente, as disposições securitárias entram em vigor na data da publicação da lei, com eficácia imediata, mas certos dispositivos, tanto do Plano de Custeio como do 26 de Benefícios, necessitam ser complementados pelo regulamento, e só a partir da existência deste terão plena eficácia. Exemplos: Quando foram editadas as Leis nº s 8.212 e 8.213/91 muitos de seus dispositivos só entraram em vigor com a edição de suas regulamentações por meio de Decretos nº s 356 e 357, o que somente foi feito em 7-12-91. O § 6º do artigo 195 da Constituição estabelece que as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social somente entram em vigor decorridos 90 dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. A Lei nº 9.032/95, que aumentou a alíquota da contribuição para 11%, foi editada em 29 de abril, mas só entrou em vigor, quanto a tal aspecto, em agosto de 1995. Eficácia no Espaço: A eficácia no espaço diz respeito ao território em que vai ser aplicada a norma. A lei de Seguridade Social se aplica no Brasil, tanto para os nacionais como para os estrangeiros nele residentes, de acordo com as regras determinadas pelo Plano de Custeio e Benefícios e outras especificações atinentes à matéria. Validade -> Vigência -> Eficácia Hierarquia: A hierarquia entre as normas somente vai ocorrer quando a validade de determinada norma depender de outra, na qual está vai regular inteiramente a forma de criação da primeira norma. É certo que a Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, pois o processo de validade destas é regulado pela primeira. Abaixo da Constituição encontram-se os demais preceitos legais, cada qual com campos diversos: leis complementares, leis ordinárias, decretos-leis (nos períodos em que existiram), medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. Não há dúvida que os decretos são hierarquicamente inferiores às primeiras normas, até porque não são emitidos pelo Poder Legislativo, mas pelo Poder Executivo. Após os decretos encontramos normas internas da Administração, como portarias, circulares, ordens de serviço etc., que são hierarquicamente inferiores aos decretos. Dessa forma hierarquicamente a norma superior é substrato de validade da norma inferior. A norma superior prevalece sobre a inferior: 27 1º) Constituição Federal e emendas constitucionais; 2º) Lei Complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, decretos legislativos, resoluções do Senado e tratados internacionais; 3º) Decretos (editados pelo Presidente da República); 4º) Portarias (expedidas pelo Ministro da Previdência ou da Fazenda); 5º) Outras normas internas da administração (instruções normativas, ordens de serviço etc.). LC X LO: diferença material e formal. • Os tratados internacionais, via de regra, possuem status de lei ordinária. • Já os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais (CF, art. 5º, § 3º). • De acordo com o art. 85-A da Lei 8.212/91, “os tratados, convenções e outros acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei especial”. (critério da especialidade). Interpretação: A interpretação decorre da análise da norma jurídica que vai ser aplicada aos casos concretos. Várias são as normas de interpretação da norma jurídica: I - gramatical ou literal (verba legis): consiste em verificar qual o sentido do texto gramatical da norma jurídica. Vai se analisar o alcance das palavras encerradas no texto da lei; II - lógica (mens legis): em que se estabelece uma conexão entre os vários textos legais a serem interpretados; III - teleológica ou finalística: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com o fim colimado pelo legislador; IV - sistemática: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com a análise dos sistemas, no qual está inserido, sem se ater a interpretação isolada de um dispositivo, mas, sim, ao conjunto; V - extensiva ou ampliativa onde dá-se um sentido mais amplo à norma a ser interpretada do que ele normalmente teria; VI - restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitado, à interpretação da norma jurídica; 28 VII - histórica: o Direito decorre de um processo evolutivo. Há necessidade de se analisar, na evolução histórica dos fatos, o pensamento do legislador não só à época da edição da lei, mas de acordo com sua exposição de motivos, mensagens, emendas, as discussões parlamentares etc. O Direito, portanto, é uma forma de adaptação do meio em que vivemos em função da evolução da natureza das coisas; VIII - autêntica: é a realizada pelo órgão que editou a norma que irá declarar seu sentido, alcance, conteúdo, por meio de outra norma jurídica. Também é chamada de interpretação legal ou legislativa. Inexiste apenas uma interpretação a ser feita, mas deve-se seguir os métodos de interpretação mencionados nas alíneas de a a h supra. Muitas vezes, a interpretação literal do preceito legal, ou a interpretação sistemática (ao se analisar o sistema no qual está inserida a lei, em seu conjunto) é que dará a melhor solução ao caso concreto a ser examinado. No Direito da Seguridade Social vamos encontrar a aplicação da norma mais favorável ao segurado na interpretação do texto legal, que muitas vezes é disciplinada pela própria lei. Normalmente na legislação ordinária, principalmente quanto aos benefícios, costuma-se encontrar a expressão "o que for mais vantajoso" para o beneficiário. Integração: Integrar tem o significado de completar, inteirar. O intérprete fica autorizado a suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas. As técnicas são a analogia e a equidade, podendo ser utilizados também os princípios gerais de Direito e a doutrina. 1. Analogia – aplica-se lei que regula um caso semelhante (EX.: CF, art. 40, § 4º). 2. Princípios gerais do direito - (Ex: igualdade perante a lei (CF, art. 5º, caput); contraditório e ampla defesa (CF, art. 5º, LV); ninguém pode se beneficiar da própria torpeza; ninguém está obrigado ao impossível). 3. Equidade – usada para amenizar e humanizar o direito. Quando autorizado a decidir por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse legislador. CPC, Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei. 29 4.5 Principais Leis Previdenciárias LEI Nº 8.212/1991 Também conhecida como “Lei de Custeio” a Lei número 8.212/1991 dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. LEI Nº 8.213/1991 Lei de contratação de Deficientes nas Empresas. Lei 8213/91, lei cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiência dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência e dá outras providências a contratação de portadores de necessidades especiais. Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: - até 200 Funcionários............................................................................... 2% - de 201 a 500 funcionários........................................................................ 3% -de 501 a 1000 funcionários.......................................................................4% - de 1001 em diante funcionários........................................................................5% DECRETO Nº 3.048, DE 06/05/1999 Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. 30 “Art. 1º O Regulamento da Previdência Social passa a vigorar na forma do texto apenso ao presente Decreto, com seus anexos” LEI Nº 13.846 DE 2019 - CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 871, DE 2019 Institui o Programa Especial para Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade, o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade, o Bônus de Desempenho Institucional por Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade do Monitoramento Operacional de Benefícios e o Bônus de Desempenho Institucional por Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade; altera as Leis nos 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 7.783, de 28 de junho de 1989, 8.112, de 11 de dezembro de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.742, de 7 de dezembro de 1993, 9.620, de 2 de abril de 1998, 9.717, de 27 de novembro de 1998, 9.796, de 5 de maio de 1999, 10.855, de 1º de abril de 2004, 10.876, de 2 de junho de 2004, 10.887, de 18 de junho de 2004, 11.481, de 31 de maio de 2007, e 11.907, de 2 de fevereiro de 2009; e revoga dispositivo da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, e a Lei nº 11.720, de 20 de junho de 2008. LEI Nº 8.742/93 – LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) Fonte: barbacena.mg.gov.br http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#regulamento http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm http://barbacena.mg.gov.br/ 31 A assistência Social é dedicada somente aos necessitados, independentemente de contribuições à Seguridade Social. Em última instância, é uma forma de o governo tentar reduzir o sofrimento das camadas mais pobres da sociedade. O Art. 203 da CF/1988 define Assistência Social, bem como cita seus objetivos: Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - O amparo às crianças e adolescentes carentes; III - A promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, e; V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Essa lei traz critérios que definem quais portadores de deficiência e idosos terão direito ao benefício da Assistência Social. A norma é objetiva, e reza que fará jus ao benefício mensal de um salário mínimo: - O idoso, com idade superior a 65 anos, cuja família tenha uma renda mensal de no máximo 1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa, e; - A pessoa portadora de deficiência, que deverá comprovar que a deficiência obstrui a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas e, assim como os idosos, que sua família não perceba renda mensal superior a 1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa. A intenção da norma realmente é ajudar somente a camada mais pobre e necessitada da sociedade. Por sua vez, devo ressaltar a grande polêmica que paira sobre o Art. 20, § 3.º da LOAS, que assim dispõe: Art. 20, § 3.º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (25%) do salário mínimo. Até pouco tempo atrás, a jurisprudência considerava constitucional tal requisito para mensurar a miserabilidade do indivíduo. 32 Entretanto, a partir de 2013 e de 2014, com o julgamento dos Recursos Extraordinários (RE) n.º 567.985 e 580.963, bem como a Reclamação n.º 4.374, o Supremo Tribunal Federal (STF) voltou atrás em seu posicionamento, passando a entender ser inconstitucional o requisito da renda per capita de 1/4 (25%) do salário mínimo para a concessão do benefício assistencial, ou seja, o cidadão pode receber mais de 25% de salário mínimo e ainda ser considerado necessitado (JAHA, 2015). Essa reversão de entendimento deu-se por diversos fatores, sendo que o principal foi o advento de várias novas leis que estabeleciam critérios mais elásticos para a concessão de outros benefícios assistenciais. Por seu turno, a LOAS, com redação dada pela Lei n.º 12.435/2011, dispõe que a Assistência Social tem por objetivos: 1. A proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; b) O amparo às crianças e aos adolescentes carentes; c) A promoção da integração ao mercado de trabalho; d) A habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, e; e) A garantia de 1 salário mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. 2. A vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos, e; 3. A defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. 5 A NOVA PREVIDÊNCIA (EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103/2019) A Nova Previdência entrou em vigor na data de publicação da emenda constitucional nº 103 no Diário Oficial da União, em 13 de novembro de 2019. As novas regras valem para segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/emenda-constitucional-n-103-227649622 http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/emenda-constitucional-n-103-227649622 33 Novas idades de aposentadoria, novo tempo mínimo de contribuição e regras de transição para quem já é segurado, entre outras mudanças. Classificada como “reestruturação histórica” pelo secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, a qual é vinculada, ela vai gerar uma economia de cerca de R$ 800 bilhões aos cofres da União, em 10 anos. No processo de aprovação, o Congresso estabeleceu regras que são aplicáveis direta e imediatamente a todos os entes da Federação, outras aplicáveis somente à União e algumas disposições específicas para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Então, o novo sistema constitucional previdenciário do servidor difere substancialmente daquele estabelecido pela Constituição Federal de 1988 e pelas Emendas 20, de 1998, 41 de 2003 e 47 de 2005, que estabeleciam regras uniformes para os RPPS de todos os entes da federação, que também era encontrada nas Constituições anteriores. Na tabela a seguir, estão selecionadas e resumidas as condições da aplicabilidade dos dispositivos da EC nº 103 de 2019 aos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme fundamentos da Nota Técnica SEI nº 12212/2019/ME (INSS, 2019): Normas de Aplicabilidade Imediata: Dispositivo Tema Art. 22, XXI da Constituição Competência privativa da União para editar normas gerais sobre inatividades e pensões das polícias militares e corpos de bombeiros militares. Art. 37, § 14 da Constituição e art. 6º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Preceito segundo o qual a utilização de tempo de contribuição de cargo público e de emprego ou função pública, ainda que se trate de tempo de contribuição para o RGPS, acarreta o rompimento do vínculo com a AdministraçãoPública, ressalvando-se a concessão de aposentadoria pelo RGPS até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. Vedação de complementação de aposentadorias de servidores públicos e de 34 Art. 37, § 15 da Constituição c/c o art. 7º da Emenda Constitucional nº 103/2019 pensões por morte a seus dependentes, que não seja decorrente da instituição do regime de previdência complementar a que se referem os §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição ou que não seja prevista em lei que extinga RPPS, ressalvadas as complementações de aposentadorias e pensões já concedidas. Art. 38, V, da Constituição Regra de filiação previdenciária segundo a qual o servidor que venha a exercer mandato eletivo, na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. Art. 39, § 9º da Constituição c/c o art. 13 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Vedação de incorporação de vantagens de caráter temporário ou vinculadas ao exercício de função de confiança ou de cargo em comissão à remuneração do cargo efetivo, ressalvadas as incorporações efetivadas até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. Art. 40, § 19 da Constituição Concessão do abono de permanência nas regras permanentes. (Por meio de lei, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem restringir o alcance dessa norma, estabelecendo critérios para seu pagamento) Art. 40, § 19 da Constituição; Emenda nº 41/2003 (Arts. 2° e 6°) Concessão do abono de permanência com base nas regras de transição das Emendas anteriores, enquanto não forem extintas para os RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios, mediante lei do respectivo ente que referende integralmente a sua revogação pelo art. 35, incisos III e IV, da Emenda Constitucional nº 103/2019. Art. 40, § 22 da Constituição Vedação da instituição de novos regimes próprios de previdência social. 35 Arts. 93, VIII; 103-B, § 4º, III; e art. 130-A, § 2º, III da Constituição Exclusão da possibilidade de aplicação, como sanção administrativa, da pena de aposentadoria compulsória de magistrados e membros do ministério público dos Estados, com direito a proventos proporcionais ao tempo de serviço. Art. 201, § 9º-A da Constituição Direito à contagem recíproca do tempo de serviço militar e do tempo de contribuição ao RGPS ou RPPS, para fins de inativação militar ou aposentadoria. Art. 4º, § 10 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Manutenção, no âmbito do RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios, do cálculo dos proventos de aposentadoria concedida com fundamento na integralidade da remuneração, conforme lei do respectivo ente federativo em vigor antes da publicação da Emenda Constitucional nº 103/2019. Art. 5º e art. 10 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Regras jurídicas de transição e disposição transitória para a concessão de aposentadoria especial ao policial civil do Distrito Federal. Art. 9º, caput, da Emenda Constitucional nº 103/2019 Recepção constitucional, com status de lei complementar, da Lei Federal nº 9.717/1998. Art. 9º, § 1º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Modo de comprovação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime próprio de previdência social, cuja norma encerra em si o conceito desse equilíbrio. Art. 9º, §§ 2º e 3º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Limitação do rol de benefícios do RPPS às aposentadorias e à pensão por morte (os afastamentos por incapacidade temporária para o trabalho e o salário-maternidade não devem ser pagos à conta do RPPS, ficando a cargo do Tesouro dos entes federativos, passando agora a 36 ser considerado como um benefício estatutário e não mais previdenciário, integrando a remuneração para todos os fins, com relação ao salário-família e o auxílio-reclusão, entendemos que a sua natureza é de benefício assistencial a ser concedido a servidores de baixa renda, inclusive quando aposentados, não integrando a remuneração destes, estando a cargo do ente federativo o seu pagamento). Art. 9º, §§ 4º e 5º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Vedação para o estabelecimento, pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, de alíquota inferior à da contribuição dos servidores da União, salvo na situação de ausência de deficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao RGPS. Art. 9º, § 6º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Prazo de dois anos da data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019 para a instituição do regime de previdência complementar na forma dos §§ 14 a 16, e para a adequação do órgão ou entidade gestora único do RPPS ao § 20, todos do art. 40 da Constituição Federal. Art. 9º, § 9º e art. 31 da Emenda Constitucional nº 103/2019, c/c art. 195, § 11 da Constituição Vedação da moratória/parcelamento de débitos dos entes federativos com seus regimes próprios em prazo superior a sessenta meses, exceto em relação aos parcelamentos previstos na legislação vigente até a data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, cuja reabertura ou prorrogação de prazo para adesão não é admitida pelo art. 31 da mesma Emenda. Abono de permanência do policial civil do Distrito Federal, equivalente ao valor de sua 37 Art. 10, § 5º, da Emenda Constitucional nº 103/2019 contribuição previdenciária, até que entre em vigor lei federal que regulamente o disposto no § 19 do art. 40 da Constituição Art. 10, § 6º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Pensão por morte do policial civil do Distrito Federal, vitalícia para o cônjuge ou companheiro e equivalente à remuneração do cargo, quando decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. Art. 11, caput c/c o art. 36, I, e art. 9º, § 4º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Adequação da alíquota de contribuição do segurados dos RPPS dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios à alíquota de contribuição do servidor da União, que poderá ter impacto na alíquota do ente, consoante o art. 2º da Lei nº 9.717/1998 (*) Art. 14 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Vedação de adesão de novos segurados e de instituição de novos regimes de previdência aplicáveis a titulares de mandato eletivo. Art. 24 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Restrições à acumulação de benefícios previdenciários e a recepção das regras sobre acumulação de benefícios previstas na legislação vigente ao tempo de sua publicação, no que não for contrário. Art. 34 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Requisitos para a hipótese de extinção, por lei do ente federativo, do respectivo regime próprio de previdência social, até que seja editada lei complementar federal sobre normas gerais que discipline o § 22 do art. 40 da Constituição. Normas constitucionais e infraconstitucionais relacionadas ao regime próprio de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, anteriores à data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, concernentes às regras de concessão 38 Art. 4º, § 9º; art. 5º, § 2º; art. 10, § 7º; art. 20, § 4º; art. 21, § 3º; e art. 22, parágrafo único, todos da Emenda Constitucional nº 103/2019 de aposentadorias, inclusive por “invalidez permanente” mantida a aplicação da Súmula Vinculante – SV do STF nº 33, quanto à aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 4º, III, da Constituição Federal, na redação da Emenda n°41/2003 e a regra de concessão de abono de permanência. (O art. 1º da Lei Federal nº 10.887/2004, continua a ser aplicado aos Estados, DF e Municípios para fins de cálculo dos proventos enquantonão promovidas alterações na legislação interna) Art. 23, § 8º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Normas constitucionais e infraconstitucionais relacionadas ao regime próprio de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, anteriores à data de entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019, concernentes às regras de concessão e cálculo de pensões, enquanto não promovidas alterações na legislação interna. (O art. 2º da Lei Federal nº 10.887/2004 continua a ser aplicados aos Estados, DF e Municípios para fins de cálculo das pensões). Normas não autoaplicáveis: Dispositivo Tema Art. 40, § 1º, inciso I da Constituição Aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho, com exigência de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão, bem como a 39 condição de o servidor ser insuscetível de readaptação. (Dependem de lei do respectivo ente federativo). Art. 40, § 1º, inciso III da Constituição Concessão de aposentadoria voluntária. A idade mínima será estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas. Foram desconstitucionalizados, atribuídos à Lei Complementar de todos os entes da Federação, os requisitos de tempo de contribuição, tempo de efetivo exercício no serviço público e de tempo no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. Art. 40, § 3º da Constituição Cálculo dos proventos de aposentadoria. (Dependem de lei do respectivo ente federativo). Art. 40, §§ 4º, 4º-A, 4º-B, e 4º-C da Constituição Requisitos de idade e tempo de contribuição para aposentadorias voluntárias especiais: servidor com deficiência, agente penitenciário, agente socioeducativo e policiais, servidor exposto a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde. (Dependem de lei complementar do respectivo ente federativo para regulamentá-las). Art. 40, § 5º da Constituição Requisitos de tempo de efetivo exercício das funções de magistério para aposentadoria dos ocupantes de cargo de professor. (Dependem de lei complementar do respectivo ente federativo para regulamentá-lo). A idade mínima do professor é, por previsão constitucional, reduzida em 5 (cinco) anos com relação às idades mínimas a serem estabelecidas pelos entes federativos mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas. Art. 40, § 7º da Constituição Concessão da pensão por morte ao dependente do servidor público. (Depende de lei do respectivo ente federativo, garantido o piso do salário mínimo, quando se tratar da única fonte de renda formal) 40 Art. 40, § 7º da Constituição, parte final Tratamento diferenciado para a hipótese de concessão de pensão por morte decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função, para o servidor policial, agente penitenciário ou socioeducativo. (Depende de lei do respectivo ente federativo, garantido o piso do salário mínimo, quando se tratar da única fonte de renda formal) Art. 40, § 22 da Constituição Diretivas que visam a orientar a atividade legislativa futura da União, acerca do objeto da lei complementar federal que deverá dispor sobre normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade na gestão dos RPPS. Art. 201, § 9º e 9º-A da Constituição Compensação financeira entre as receitas de contribuição referente aos militares e as receitas de contribuição aos demais regimes. (Critérios serão estabelecidos em lei). Art. 9º, § 7º da Emenda Constitucional nº 103/2019 Aplicação de recursos do RPPS na concessão de empréstimos com consignação em folha de pagamento dos segurados. (Depende de norma a ser expedida pelo Conselho Monetário Nacional – CMN). Art. 149, §§ 1º-B e 1º-C da Constituição c/c art. 9º, § 8º, c/c art. 36, inciso II da Emenda Constitucional nº 103/2019 Instituição de contribuição extraordinária, por meio de lei, cuja regulamentação no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios somente poderá ser editada quando a alteração de redação dada pela reforma ao art. 149 da Constituição Federal tiver vigência em relação a estes entes, o que dependerá de publicação de lei estadual, distrital ou municipal que referende integralmente a alteração promovida nesse artigo da Constituição. 41 Art. 14, § 5°, da Emenda Constitucional nº 103/2019 Disciplina jurídica de transição para os regimes de titulares de mandato eletivo que porventura existam atualmente nos Estados, no Distrito Federal ou nos Municípios, no caso de opção de permanência em tais regimes, que passam a ser em extinção. Art. 40, § 15 da Constituição c/c art. 33 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Administração, por entidade aberta de previdência complementar, de planos de benefícios patrocinados pelos entes federados, que depende de regulamentação mediante lei complementar da União. Normas com Período de Vacância: Dispositivo Tema Arts. 11, 28 e 32 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Vigência das alíquotas de contribuição do RPPS da União, que terá início no primeiro dia do quarto mês subsequente ao da data de publicação da Emenda (respeito a anterioridade nonagesimal). Art. 149 da Constituição e a cláusula de revogação contida na alínea a do inciso I e nos incisos III e IV do art. 35 da Emenda Constitucional nº 103/2019 Ausência de aplicabilidade para Estados, Distrito Federal e Municípios da alteração de redação ao art. 149 da Constituição e da cláusula de revogação contida na alínea a do inciso I e nos incisos III e IV do art. 35 da Emenda Constitucional nº 103/2019, enquanto estiverem em período de vacância, já que dependem de referendo para o início de sua vigência, mediante a publicação de lei destes entes, conforme o II do art. 36 da mesma Emenda. Art. 149 da Constituição Ausência de aplicabilidade para Estados, Distrito Federal e Municípios da possibilidade de instituir alíquotas de contribuição para o custeio do RPPS 42 de forma progressiva e de fazer incidir contribuição ordinária dos aposentados e pensionistas sobre o valor dos proventos e pensões que superem o salário mínimo – em caso de deficit atuarial – enquanto não houver o referendo mediante lei de que trata o inciso II do art. 36 da Emenda Constitucional nº 103/2019. Considerando as alíquotas do RPPS da União (art. 11 da Emenda), os Estados, Distrito Federal e Municípios têm as seguintes alternativas para cumprimento do art. 9º, § 4º da Emenda Constitucional nº 103/2019: a) caso a alíquota seja uniforme e o RPPS possua déficit atuarial, deverá majorá-la, por meio de lei, para, no mínimo, 14%; b) caso referende, por meio de lei, a alteração promovida no art. 149 da Constituição, na forma prevista no art. 36, II da Emenda, poderá implementar alíquotas progressivas, tendo por parâmetro mínimo as da União se o RPPS for deficitário ou as do RGPS se não for. Deve ser observado que: a) os RPPS com plano de equacionamento em vigor (de amortização ou segregação da massa) são considerados deficitários para fins de aplicação das alíquotas mínimas; b) para a implementação de alíquotas progressivas deve-se avaliar se essas contribuirão para melhorar a situação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime; c) pode ser necessária a adequação da alíquota de contribuição do ente, consoante o art. 2º da Lei nº 9.717/1998 (contribuição patronal, no mínimo, igual à do segurado). A aplicação aos RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios das mesmas regras de benefícios dos servidores federais previstas na EC nº 103 de 2019 exige a edição de normas pelos entes federativos. A edição dessas normas é fundamental para a busca do equilíbrio financeiro e atuarial do