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1 
1 SUMÁRIO 
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 2 
2 SEGURIDADE SOCIAL .............................................................................. 3 
2.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. ............................................... 3 
2.2 Conceituação ....................................................................................... 7 
3 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. ......................................... 9 
3.1 Receitas da União. ............................................................................. 10 
3.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do 
empregador, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita de 
concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. .......................................... 11 
3.3 Salário-de-contribuição ....................................................................... 14 
4 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ............................................................ 22 
4.1 Conteúdo ............................................................................................ 22 
4.2 Fontes ................................................................................................ 24 
4.3 Autonomia .......................................................................................... 24 
4.4 Aplicação das normas previdenciárias ............................................... 25 
4.5 Principais Leis Previdenciárias ........................................................... 29 
5 A NOVA PREVIDÊNCIA (EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103/2019) ... 32 
5.1 Idade mínima e tempo de contribuição ............................................... 43 
5.2 Alíquotas progressivas ....................................................................... 45 
5.3 Regras de Transição .......................................................................... 46 
5.4 Pensão por morte (RGPS e RPPS União) ......................................... 50 
5.5 Limitação de acumulação de benefícios (cônjuge e companheiros) .. 51 
6 NORMAS GERAIS DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO ............................... 52 
6.1 Proibição da existência de mais de um regime próprio ...................... 52 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 54 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
3 
2 SEGURIDADE SOCIAL 
 
Fonte: anasps.org.br 
2.1 Origem e evolução legislativa no Brasil. 
Historicamente a seguridade social teve início na Inglaterra em 1601, com a Poor 
Law - Lei dos Pobres. Naquela época a Inglaterra estava passando por uma 
transformação na sociedade, ela estava em plena revolução industrial onde os 
trabalhadores vinham do campo e se alojavam nas cidades para trabalhar nas 
indústrias. As condições de trabalho deles não eram boas, muitos tinham invalidez 
incapacidades e ficavam à mercê da própria sorte porque não tinham amparo nenhum 
do estado, eles e a sua família ficavam sem condições de prover o próprio sustento, 
muitos tinham morte prematura e os seus dependentes não tinham direito a nada, 
ficavam também sem qualquer recurso para conseguir se manter. 
Em 1601 devido a grade pressão social o estado Inglês editou a Poor Law – Lei 
dos Pobres, que tinha como objetivo dar um seguro ao trabalhador. 
Nesse momento histórico pode-se dizer que começa a germinar uma ideia futura 
de Seguridade Social, surge os primeiros indícios de preocupação do estado para com 
 
4 
o trabalhador. A preocupação maior era com os trabalhadores e os infortúnios sociais 
sofridos por eles e por seus familiares. 
Hoje o maior papel da previdência social é amparar o trabalhador em caso da 
ocorrência de infortúnios sociais como a incapacidade, a idade avançada e a morte 
deixando pensão aos seus dependentes. 
Em 1883 a Alemanha através do Chancelar Otto Von Bismarcek cria um seguro 
de assistência social. Dessa forma, a Inglaterra e a Alemanha são os Países 
percursores da Previdência Social. 
No Brasil em 1824 a primeira constituição do ainda Império tratou dos “Socorros 
Públicos”, o estado ainda não se preocupou com o trabalhador, mas já falou em algum 
tipo de proteção. 
Em 1891 a Constituição da república traz a possibilidade da concessão da 
aposentadoria por invalidez aos funcionários públicos, então estamos vendo que o 
Brasil embora ainda incipiente está começando a se preocupar com os ditos 
infortúnios sociais. 
Ainda sob a égide da Constituição de 1891, foi editada a Lei Eloy Chaves 
(Decreto-Legislativo nº 4.682, de 24/01/1923), que criou caixas de aposentadorias e 
pensões para os ferroviários. Essas caixas de aposentadoria e pensão concedia aos 
empregados a aposentadoria por invalidez, pensão por morte e aposentadoria 
ordinária. Só que o estado não custeava nem administra essas caixas. Eram as 
empresas que administravam e os trabalhadores que contribuem. 
Com o passar do tempo outras empresas também criaram suas caixas de 
aposentadoria. Dessa forma a década de 20 é marcada pela criação de caixas de 
aposentadoria e pensão, mas o estado continuava a não intervir, e as caixas eram 
administradas pelas empresas. 
Apesar de não ser o primeiro diploma legal sobre o assunto securitário (Já havia 
o Decreto-Legislativo nº 3.724/19 sobre o seguro obrigatório de acidentes do trabalho), 
porém vinculado ao Ministério do Trabalho, devido ao desenvolvimento posterior da 
previdência e à estrutura interna da Lei Eloy Chaves, ficou esta conhecida como o 
marco inicial da Previdência Social. 
No Brasil, desde a época do Império, já existia mecanismo de cunho 
previdenciário. Contudo, somente a partir de 1923, com a aprovação da Lei 
Eloy Chaves, que na verdade é o Decreto Legislativo nº 4.682, de 24 de 
janeiro de 1923, o País adquiriu um marco jurídico para a atuação do sistema 
previdenciário, que na época era composto pelas Caixas de Aposentadorias 
 
5 
e Pensões – CAPs. A Lei Eloy Chaves tratava especificamente das CAPs das 
empresas ferroviárias, pois seus sindicatos eram bem mais organizados e 
possuíam maior poder de pressão política. O objetivo inicial era o de apoiar 
esses trabalhadores durante o período de inatividade (INSS, 2017). 
A década de 30 foi marcada pela criação dos IAPs (Instituto de Aposentadoria 
e Pensão), atendiam categorias de trabalhadores, como o IAP dos marítimos – IAPM 
(Decreto nº 22.872 de 29.06.1933). Os IAPs ficam no cenário nacional até meados da 
década de 50. 
É importante frisar que a Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a 
forma tríplice da fonte de custeio previdenciária, com contribuições do Estado, do 
empregador e do empregado. 
 
Forma tríplice de custeio: 
 
 Estado 
 Trabalhadores Previdência 
 EmpresasA Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão “previdência social”, 
substituindo a expressão “seguridade social”. 
Em 1960 foi editada a Lei nº 3.807, de 26/08/1960, que unificou toda a 
legislação securitária e ficou conhecida como a Lei Orgânica da Previdência Social – 
LOPS. 
Em 1963 foi instituído o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador 
Rural – FUNRURAL – Lei nº 4.214, de 02.03.1963. 
 Em 1966 os já mencionados Institutos de Aposentadorias e Pensões – IAPs - 
foram unificados no Instituto Nacional da Previdência Social – INPS – por meio do 
Decreto – Lei nº 72, de 21.11. 1966. 
Em 1967 a Lei nº 5.316 de 14.09.1967, integrou o seguro de acidentes de 
trabalho à previdência social, fazendo assim desaparecer este seguro como ramo à 
parte. 
No decorrer da década de 1970, a cobertura previdenciária expandiu-se com a 
concentração de recursos no governo federal, especialmente devido às seguintes 
medidas: em 1972, a inclusão dos empregados domésticos; em 1973, a 
 
6 
regulamentação da inscrição de autônomos em caráter compulsório; em 1974, a 
instituição do amparo previdenciário aos maiores de 70 anos de idade e aos inválidos 
não-segurados (idade alterada posteriormente); em 1976, extensão dos benefícios de 
previdência e assistência social aos empregadores rurais e seus dependentes (INSS, 
2017). 
Na década de 70, inovações importantes aconteceram na legislação 
previdenciária, disciplinadas por vários diplomas legais, surgindo a necessidade de 
unificação, que de fato ocorreu com a CLPS (Consolidação das Leis da Previdência 
Social) em 24/01/1976, por meio do Decreto nº 77.077. No ano seguinte, foi criado o 
Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS. 
Com a Constituição de 1988, foi criado o conceito de “Seguridade Social” 
composto pelas áreas da Saúde, Assistência e Previdência Social. 
É nesse momento que se estabelece a previdência como conhecemos hoje, 
mantendo seu aspecto de arrecadação entre empregadores e empregados, mas 
delegando ao Estado o papel de organizar e distribuir os recursos de acordo com a 
legislação. 
A Previdência descrita na constituição de 1988 é famosa por conseguir incluir 
pontos importantes para a garantia da proteção social. Sendo vista como uma ação 
progressista em comparação às medidas de liberalização que vinham sendo tomadas 
em outros países nesse período. Mas isso não impediu que 
algumas reformas mudassem detalhes do seu funcionamento (AGUIAR, 2019). 
Em 27 de junho 1990 foi criado o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, 
durante a gestão do então presidente Fernando Collor de Melo, por meio do Decreto 
n° 99.350, a partir da fusão do Instituto de Administração Financeira da Previdência e 
Assistência Social – IAPAS com o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS, 
como autarquia vinculada ao Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS. 
(INSS, 2017). 
Em 1991, ainda na vigência do governo Collor, aconteceu a primeira mudança 
no INSS, a medida previa que os benefícios levassem em conta a correção monetária, 
já que no momento, o Brasil via sua economia sofrer com a inflação (AGUIAR, 2019). 
No governo Fernando Henrique, em 1998, as mudanças foram maiores: a partir 
daquele momento, não seria mais considerado o tempo de serviço do trabalhador, e 
sim o de contribuição para o INSS – definido como 30 anos para mulheres e 35 para 
homens. Além disso, a reforma do governo FHC também implantou o fator 
https://www.politize.com.br/constituicao-de-1988/
https://www.politize.com.br/temas/reformas/
 
7 
previdenciário, cálculo usado para definir o valor do benefício recebido após a 
aposentadoria (AGUIAR, 2019). 
No governo Lula, as mudanças tiveram como foco o funcionalismo público. Em 
2003, a reforma criou um teto para os servidores federais, instituiu a cobrança da 
contribuição para pensionistas e inativos, e altero o valor do benefício para tais. 
Por volta do ano de 2010 a preocupação com a necessidade de uma “reforma 
da Previdência” brasileira tomou conta do cenário nacional. A chamada crise da 
seguridade social, tem como argumento principal o fato de que não existia mais 
recursos suficientes para fazer frente as despesas futuras, caso não se alterem as 
regras de aposentadoria e pensão. 
Em 2015, o congresso aprovou durante o governo da presidente Dilma 
Rousseff uma mudança, que buscava alterar a idade de acesso à aposentadoria 
integral. A regra de pontos – conhecida como 85/95 – leva em consideração a soma 
da idade ao tempo de contribuição. Assim, para as mulheres essa soma deveria 
resultar 85 e para homens 95, para que os trabalhadores tenham direito a receber o 
benefício integral. 
No Governo Temer entre os anos de 2016 e 2018 uma reforma da Previdência 
mais radical tenta ser aprovada. Na época, a conjuntura nacional dificultou a 
tramitação da proposta na Câmara. Por isso, em 2019, o governo de Jair Bolsonaro 
tornou prioridade levar a frente a Reforma da Previdência. 
Em 23 de outubro de 2019 foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo 
Senado, separadamente, em dois turnos de votação em cada Casa, a Emenda 
Constitucional número 103. 
Conhecida como Nova Previdência, a emenda constitucional traz uma série de 
modificações ao sistema previdenciário brasileiro. 
2.2 Conceituação 
A definição fornecida pela Constituição Federal em seu art. 194, é que: “A 
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, 
à previdência e à assistência social". 
Determinou a Constituição que a seguridade será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos 
 
8 
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e das seguintes contribuições sociais: do empregador, da empresa e da 
entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a folha de salários e 
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados. A qualquer título à pessoa física 
que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício. A receita ou o faturamento, 
o lucro do trabalhador e dos demais assegurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de 
previdência social de que trata o art. 201 da CF. 
Portanto a seguridade social ou segurança social consiste num conjunto de 
políticas sociais cujo fim é amparar e assistir o cidadão e a sua família em situações 
como a velhice, a doença e o desemprego, e cujo princípio fundamental é a 
solidariedade (MACHADO, 2019). 
 
 
 Fonte: ssvpbrasil.org.br 
 
9 
3 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL. 
 
Fonte: rossilho.adv.br 
O financiamento da Seguridade Social é previsto no art. 195 da Constituição 
Federal como um dever imposto a toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito 
Federal, dos Municípios e de contribuições sociais. 
Além das fontes de custeio previstas no texto constitucional, este permite a 
criação de outras fontes, mediante lei complementar, seja para financiar novos 
benefícios e serviços, seja para manter os já existentes ou aumentar seu valor. 
Na relação de custeio da Seguridade Social, aplica-se o princípio de que todos 
que compõem a sociedade devem colaborar para a cobertura dos riscos provenientes 
da perda ou redução da capacidade de trabalho ou dos meios de subsistência. 
A Seguridade Social será financiada por toda sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos do art. 195 da Constituição Federal e da Lei 8.212/91, mediante 
recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e 
de contribuições sociais. 
No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das 
seguintes receitas: 
I - receitas da União; 
II- receitas das contribuições sociais; 
 
10 
III - receitas de outras fontes. 
Constituem contribuições sociais: 
a) As das empresas, incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos 
segurados a seu serviço; 
b) As dos empregadores domésticos; 
c) As dos trabalhadores, incidentes sobre o seu salário-de-contribuição; 
d) As das empresas, incidentes sobre faturamento e lucro; 
e) As incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos. 
3.1 Receitas da União. 
O dinheiro arrecado com a contribuição patronal básica sobre a folha de 
pagamento (Art. 195, I, a. CF) e da contribuição do trabalhador e dos demais 
segurados da previdência social, (artigo 195, II. CF), só poderá ser utilizado com o 
pagamento dos benefícios do regime geral de previdência social. 
Ocorre que no ano de 2016 foi instituída a Emenda Constitucional número 
93/2016 que reinstituiu a desvinculação de Receitas da União. 
 
EC – 93/2016 - DRU (Desvinculação de Receitas da União) 
“ADCTs – Art. 76. São desvinculados de órgão, fundo ou despesa, até 31 de 
dezembro de 2023, 30% (trinta por cento) da arrecadação da União relativa 
às contribuições sociais, sem prejuízo do pagamento das despesas do 
Regime Geral da Previdência Social, às contribuições de intervenção no 
domínio econômico e às taxas, já instituídas ou que vierem a ser criadas até 
a referida data”. 
A Desvinculação de Receitas da União (DRU) é um mecanismo que permite ao 
governo federal usar 30 % de todos os tributos federais vinculados por lei a fundos ou 
despesas. A principal fonte de recursos da DRU são as contribuições sociais. 
Criada em 1994 com o nome de Fundo Social de Emergência (FSE), essa 
desvinculação foi instituída para estabilizar a economia logo após o Plano Real. No 
ano 2000, o nome foi trocado para Desvinculação de Receitas da União (Senado 
Notícias, 2016). 
Na prática, permite que o governo aplique os recursos destinados a áreas como 
educação, saúde e previdência social em qualquer despesa considerada prioritária e 
 
11 
na formação de superávit primário. A DRU também possibilita o manejo de recursos 
para o pagamento de juros da dívida pública (Senado Notícias, 2016). 
3.2 Receitas das contribuições sociais: dos segurados, das empresas, do 
empregador, do produtor rural, do clube de futebol profissional, sobre a receita 
de concursos de prognósticos, receitas de outras fontes. 
De acordo com o artigo 195 da Constituição Federal a seguridade social será 
financiada também pelos recursos provenientes das seguintes contribuições 
sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a 
qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; 
 b) a receita ou o faturamento; 
 c) o lucro; 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser 
adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não 
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral 
de Previdência Social; 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. 
Contribuição do Produtor Rural 
 
O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, 
bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de 
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade 
social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da 
produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei (§8 art. 195). 
 
Contribuição Patronal dos Clubes de Futebol Profissional 
 
 
12 
A Previdência Social, com o intuito de adequar a contribuição previdenciária 
dos clubes de futebol, já promoveu algumas mudanças na legislação, conforme listado 
a seguir: 
I - Lei n.º 8.641, de 31 de março de 1993, alterou a sistemática de contribuição 
destas entidades, substituindo a contribuição patronal incidente sobre a folha de 
salário pela contribuição de 5% da receita bruta decorrente da renda dos espetáculos 
desportivos. 
 II - Medida Provisória n.º 1.523/96 e reedições, convertida na Lei n.º 9.528, de 
10 de dezembro de 1997, ampliou a base de incidência, determinando que a 
contribuição fosse de 5% da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos 
ocorridos no território nacional, em qualquer modalidade desportiva, e também de 
qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, 
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos. 
III - Medida Provisória n.º 1.663, de 28 de maio de 1998, convertida na Lei n.º 
9.711, de 20 de novembro de 1998, assegurou o regime contributivo substituto, 
também, às associações desportivas que mantém equipe de futebol profissional 
organizadas na forma da Lei n.º 9.615, de 24 de março de 1998 (Lei Pelé). 
 
Concurso de Prognósticos 
 
De acordo com o § 1º do art. 26 da lei 8212/91, são considerados concursos 
de prognósticos: “todos e quaisquer concursos de sorteios de números, loterias, 
apostas, inclusive as realizadas em reuniões hípicas, nos âmbitos federal, estadual, 
do Distrito Federal e municipal”. 
O art. 195, III da CF: “estabelece uma contribuição social incidente sobre a 
receita de concursos de prognósticos”. 
 O Art. 26, da Lei 8.212/91 também trata dos concursos: Constitui receita da 
Seguridade Social a renda líquida dos concursos de prognósticos, excetuando-se os 
valores destinados ao Programa de Crédito Educativo. (Redação dada pela Lei n° 
8.436, de 25.6.92) 
O art. 26 § 2º determina que a receita da Seguridade Social seja a renda líquida 
de tais concursos, assim considerada o total da arrecadação, deduzidos os valores 
destinados a pagamento de prêmios, impostos e despesas de administração, 
conforme for determinado na legislação específica. 
 
13 
 
Outras Receitas de Seguridade Social 
 
De acordo com o art. 27 da Lei 8.212/91, constituem outras receitas da 
Seguridade Social: 
I - As multas, a atualização monetária e os juros moratórios; 
II - A remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e 
cobrança prestados a terceiros; 
III - As receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento 
ou arrendamento de bens; 
IV - As demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; 
V - As doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; 
VI - 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do 
parágrafo único do art. 243 da Constituição Federal; 
VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos 
pelo Departamento da Receita Federal; 
VIII - Outras receitas previstas em legislação específica. 
Sobre o valor total do prêmio pago pelas companhias seguradoras que mantêm 
o seguro obrigatório de danos causados por veículos automotores de vias terrestres 
(Lei 6.194/1974), deverão ser repassados à Seguridade social, 50% (cinquenta por 
cento) do prêmio recolhido aos SUS para custeio da assistência médico-hospitalar dos 
segurados vitimados. 
Estas receitas não estão enquadradas como contribuições sociais, pois 
possuem características diferentes das de tributos. Também não se enquadram como 
contribuições sociais as multas (penalidades pecuniárias), os juros (penalidade por 
inadimplemento) e as demais verbas constantes do referido dispositivo legal, que se 
caracterizam como transferência de recursos públicos aos cofres da Seguridade 
Social. 
 
14 
3.3 Salário-de-contribuição 
 
Fonte: guiaempreendedor.com 
3.3.1.1 Conceito. 
Salário de contribuição é o valor que serve de base de incidência das alíquotas 
das contribuições previdenciárias, fração numérica com a qual, aplicando-se a 
alíquota,se obtém o montante da contribuição a ser recolhida para a Previdência 
Social. 
De acordo com o art. 28 da Lei n. 8212/91 (Plano de Custeio), o valor do salário 
de contribuição varia conforme a espécie de segurado. 
 
Segurado empregado e trabalhador avulso 
Conforme disposto no art. 201, § 11, da CF/88 os ganhos habituais do 
empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de 
contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e 
na forma da lei. 
O inciso I do art. 28 da Lei n. 8.212/91 dispõe que, para o empregado e para o 
trabalhador avulso, entende-se por salário de contribuição: remuneração auferida em 
uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos 
ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, 
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma 
de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços 
 
15 
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de 
serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo 
de trabalho ou sentença normativa. 
Conforme disposto no art. 60, § 3 ª, da Lei n. 8.213/91, durante os primeiros 
quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, 
incumbirá à empresa pagar ao segurado empregado o seu salário integral. Durante 
esse período, previdenciário? Para a Administração Fazendária, são devidas tanto a 
contribuição do segurado (sobre o salário de contribuição) quanto a da empresa 
(sobre a folha de remuneração). Porém, segundo o SJT, os valores pagos pelo 
empregador ao empregado nos primeiros quinze dias de afastamento do trabalho, a 
título de auxílio-doença, não sofrem a incidência de contribuição previdenciária, por 
não se tratar de verba remuneratória. 
Segurado empregado doméstico 
Pelo art. 28, III, da Lei n. 8.212/91, o salário de contribuição do contribuinte 
individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de 
sua atividade por conta própria durante o mês. Portanto, um profissional da saúde 
(médico, por exemplo) que exerça atividade em seu consultório particular (trabalho 
por conta própria) e em um hospital (trabalho a serviço de pessoa jurídica). 
Segurado contribuinte individual 
Pelo art. 28, III, da Lei n. 8.212/91, o salário de contribuição do contribuinte 
individual é a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de 
sua atividade por conta própria durante o mês. Imaginemos, portanto, um profissional 
da saúde (médico, por exemplo) que exerça atividade em seu consultório particular 
(trabalho por conta própria) e em um hospital (trabalho a serviço de pessoa jurídica). 
Nesse caso, seu salário de contribuição será a somatória das duas rendas. 
Segurado facultativo 
Finalmente, conforme disposto no art. 28, IV, da Lei n. 8.212/91, o limite mínimo 
do salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da 
categoria ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário 
ou horário, conforme ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O limite 
máximo corresponde ao teto da previdência social. 
 
Parcelas integrantes do salário de contribuição 
 - Décimo terceiro salário: art. 28, § 7ª, da Lei n. 8.212/91; Súmula 688 do STF. 
 
16 
- Salário – maternidade: art. 28, § 9º, a, da Lei n. 8.212/91). 
- Comissões: art. 457, § 1º, da CLT 
- Diárias de viagens: art. 457, §2ª, da CLT 
- Adicional de periculosidade e insalubridade: Art. 189 da CLT 
- Férias e respectivo adicional: a remuneração das férias dos empregados 
incluindo o adicional de um terço, é considerada salário de contribuição, desde que as 
férias sejam gozadas pelos empregados. 
Obs: No âmbito do regime próprio de previdência, no final do ano de 2011, foi 
editada a Medida Provisória n. 556, que alterou o art. 4º da Lei n. 10.887/2004 e 
excluiu o adicional de férias da base de incidência da contribuição do servidor público 
titular de cargo efetivo. 
Parcelas não integrantes do salário de contribuição 
Benefícios previdenciários: não integram o salário de contribuição os benefícios 
da previdência social, com exceção do salário – maternidade. Regra de imunidade 
prevista no art. 195, II, da CF/88. 
Parcela “in natura” - programas de alimentação aprovados pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego, Lei n. 6.321/1976 – Vale refeição. 
Verbas indenizatórias: Tais como o aviso prévio indenizado, férias e terço 
constitucional indenizados, licença-prêmio indenizada, incentivo à demissão e multa 
de 40% sobre o FGTS. 
Vale transporte: seja qual for a forma de pagamento, não há incidência de 
contribuição. 
Ajuda de custo, em parcela única: recebida exclusivamente em decorrência de 
mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT. 
Diárias de viagem: desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da 
remuneração mensal. 
PLR (Participação nos Lucros da Empresa): desde que pago de acordo com 
lei específica (periodicidade não inferior a um semestre civil ou mais de duas vezes 
no mesmo ano civil) não é salário de contribuição. 
 
3.3.1.2 Limites mínimo e máximo. 
O Salário de contribuição é uma grandeza que possui um limite mínimo e um 
limite máximo. De acordo com artigo 28, § 3º, da Lei n. 8212/91, o limite mínimo do 
salário de contribuição corresponde ao piso salarial, legal ou normativo, da categoria 
 
17 
ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomado no seu valor mensal, diário ou horário, 
conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo durante o mês. O limite máximo 
corresponde ao teto da previdência social, anualmente reajustado pelo INPC. 
 
3.3.1.3 Proporcionalidade. 
 
Dec. 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social): Art. 214, § 1ª Quando a 
admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive o doméstico, 
ocorrer no curso do mês, o salário-se-contribuição será proporcional ao número de 
dias efetivamente trabalhados, observadas as normas estabelecidas pelo instituto 
Nacional do Seguro Social. 
3.3.1.4 Reajustamento. 
Art. 20 § 1º Os valores do salário-de-contribuição serão reajustados, a partir da 
data de entrada em vigor desta Lei, na mesma época e com os mesmos índices que 
os do reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social 
(Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93). 
Dec. 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social): Art. 40. É assegurado o 
reajustamento dos benefícios para preserva-lhes, em caráter permanente, o valor real 
da data de sua concessão. 
§ 1º Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados, anualmente, 
na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas 
respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no índice Nacional 
de Preços ao Consumidor – INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística – IBGE. (Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). 
 
3.3.1.5 Arrecadação e recolhimento das contribuições destinadas à seguridade social. 
 
Arrecadação: Ocorre quando o contribuinte (segurado) liquida a contribuição social 
devida junto ao Estado. 
Recolhimento: Ocorre quando o agente arrecadador (o banco) repassa o dinheiro 
arrecadado para o Tesouro Nacional. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8620.htm
 
18 
3.3.1.6 Competência do INSS e da Secretaria da Receita Federal do Brasil. 
 
Desde o ano de 2007, toda a Parte de Custeio da Seguridade Social está no 
âmbito da Receita Federal do Brasil (RFB), enquanto que toda a Parte de Benefícios 
está no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 
 
Vejamos o que diz o Art. 33 da Lei número 8.212/1991: 
 
Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar,acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à 
arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no 
parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de 
substituição e das devidas a outras entidades e fundos.(Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009). 
§ 1o É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por intermédio 
dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, o exame da contabilidade das 
empresas, ficando obrigados a prestar todos os esclarecimentos e informações 
solicitados o segurado e os terceiros responsáveis pelo recolhimento das 
contribuições previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e 
fundos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). 
§ 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o 
síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação 
judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros 
relacionados com as contribuições previstas nesta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, 
de 2009). 
§ 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, 
ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem 
prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida. 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). 
§ 4o Na falta de prova regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante 
dos salários pagos pela execução de obra de construção civil pode ser obtido 
mediante cálculo da mão de obra empregada, proporcional à área construída, de 
acordo com critérios estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
 
19 
cabendo ao proprietário, dono da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa 
corresponsável o ônus da prova em contrário. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). 
§ 5º O desconto de contribuição e de consignação legalmente autorizadas 
sempre se presume feito oportuna e regularmente pela empresa a isso obrigada, não 
lhe sendo lícito alegar omissão para se eximir do recolhimento, ficando diretamente 
responsável pela importância que deixou de receber ou arrecadou em desacordo com 
o disposto nesta Lei. 
§ 6º Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da 
empresa, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real 
de remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão 
apuradas, por aferição indireta, as contribuições efetivamente devidas, cabendo à 
empresa o ônus da prova em contrário. 
Vejamos ainda o que diz a Lei número 8.213/1991 sobre a matéria em questão: 
Art. 125-A. Compete ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizar, por 
meio dos seus próprios agentes, quando designados, todos os atos e procedimentos 
necessários à verificação do atendimento das obrigações não tributárias impostas 
pela legislação previdenciária e à imposição da multa por seu eventual 
descumprimento. 
 § 1.º A empresa disponibilizará a servidor designado por dirigente do INSS os 
documentos necessários à comprovação de vínculo empregatício, de prestação de 
serviços e de remuneração relativos a trabalhador previamente identificado. (...) 
§ 3.º O disposto neste artigo não abrange as competências atribuídas em 
caráter privativo aos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do 
Brasil (AFRFB) previstas na Lei n.º 10.593/2002 (Carreira Auditoria da Receita Federal 
do Brasil). 
3.3.1.7 Obrigações da empresa e demais contribuintes. 
Sobre as normas gerais para empresas, a legislação previdenciária assim 
prevê: 
A arrecadação e o recolhimento das contribuições e de outras importâncias 
devidas à Seguridade Social, observado o que a respeito dispuserem o Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS) e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), 
obedecem às normas gerais do Regulamento da Previdência Social (Dec. 3.048/99) 
(JAHA, 2015). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art26
 
20 
 A Empresa é obrigada a: 
 
a) Arrecadar a contribuição do segurado Empregado (E), do Trabalhador 
Avulso (A) e do Contribuinte Individual (C) a seu serviço, descontando-a da respectiva 
remuneração; (JAHA, 2015). 
b) Recolher o produto arrecadado na forma da alínea “a” e as contribuições a 
seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer 
título, inclusive adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, acordo ou convenção 
coletiva, aos segurados Empregado (E), Contribuinte Individual (C) e Trabalhador 
Avulso (A) a seu serviço, E sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de serviço, 
relativo a serviços que lhe tenham sido prestados por cooperados, por intermédio de 
Cooperativas de Trabalho, até o dia 20 do mês seguinte àquele a que se referirem as 
remunerações, bem como as importâncias retidas na forma do Art. 219 do RPS/1999 
(Normas de Retenção – assunto de aula específica), até o dia 20 do mês seguinte 
àquele da emissão da nota fiscal ou fatura, antecipando-se o vencimento para o dia 
útil imediatamente anterior quando não houver expediente bancário no dia 20; (JAHA, 
2015). 
c) Recolher as contribuições de que trata o Art. 204 (PIS, COFINS e CSLL), na 
forma e prazos definidos pela legislação tributária federal. 
 
3.3.1.8 Prazo de recolhimento. 
 
Responsável Contribuição Social Prazos e Forma de 
Recolhimento 
 
Empresa 
 
DS do Empregado. 
DS do Trabalhador Avulso. 
DS do Contribuinte Individual. 
Cota Patronal de 20%, em regra. 
Contribuição de 15% - 
Coop. Trab. Retenção de 11%. 
Sobre a Aquisição de Produção de 
PRPF. 
Dia 20 mês subsequente 
(Antecipado) 
EBAS DS do Empregado. Dia 20 mês subsequente 
 
21 
DS do Trabalhador Avulso (Antecipado) 
Contribuinte 
Individual 
DS do Contribuinte Individual: 
 - por conta própria. 
- trabalha para outro CI. 
- trabalha para PRPF ou Missão 
Diplomática. 
Dia 15 mês subsequente 
(Posterior) 
Clube de 
Futebol 
Profissional 
- Entidade Promotora (jogo). 
 - Patrocínio, Licenciamento, etc. 
Até 2 dias úteis - 
Dia 20 mês subsequente 
(Antecipado) 
Empregador 
Doméstico 
- Cota Patronal de 8%. 
- DS do Empregado Doméstico. 
Dia 7 mês subsequente 
(Porterior) 
Cooperativa 
de Trabalho 
11% - serviços prestados as 
empresas. 
20% - serviços prestados à PF. 
Dia 20 mês subsequente 
(Antecipado) 
Casos 
Especiais 
Gratificação Natalina (13.º Salário) 
Rescisão de Contrato 
Dia 20 de Dezembro 
Dia 20 mês subsequente 
(Antecipado) 
 
3.3.1.9 Recolhimento fora do prazo: juros, multa e atualização monetária. 
Em 2009 Receita Federal do Brasil estendeu às contribuições sociais, as 
mesmas regras de cálculo adotadas pelos impostos federais, previstas na Lei n.º 
9.430/1996. 
A legislação tributária especificou que as (a) Contribuições Patronais, as (b) 
Contribuições dos Empregadores Domésticos e as (c) Contribuições dos 
trabalhadores sobre o seu salário de contribuição seguiriam as seguintes regras: 
Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições 
administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, cujos fatos 
geradores ocorrerem a partir de 01/01/1997, não pagos nos prazos previstos 
na legislação específica, serão acrescidos de Multa de Mora, calculada à taxa 
de 0,33%, por dia de atraso. 
1. Essa Multa de Mora será calculada a partirdo 1.º dia subsequente ao do 
vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição 
até o dia em que ocorrer o seu pagamento; 
2. O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a 20,0%, e; 3. Sobre os 
débitos a que se refere este dispositivo incidirão juros de mora calculados à 
taxa da Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC), a partir do 1.º 
dia do mês subsequente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do 
pagamento e de 1,0% no mês de pagamento. 
 
22 
4 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 
4.1 Conteúdo 
Legislação Previdenciária é o conjunto de normas e atos administrativos 
referente ao funcionamento do sistema securitário. Nesse conjunto estão as leis, as 
medidas provisórias, os decretos, os tratados internacionais e as normas 
complementares. 
A Constituição Federal, em seu art. 22, inciso XXIII, outorga competência 
privativa à União para legislar sobre o sistema securitário. Mas permite que lei 
complementar autorize os Estados e Distrito Federal a legislar sobre o tema. 
Em relação à Previdência Social a competência legislativa é concorrente, 
conforme preceitua o art. 24, XII, da Carta Magna. 
A União trata das Normas Gerais e Estados, Distrito Federal e Munícipios 
podem legislar sobre a matéria, obviamente obedecendo essa norma de regras gerais 
Por exemplo os Estados criaram o seu próprio regime de previdência para 
amparar seus servidores que possuem cargos efetivos. Dessa forma o Estado está 
legislando sobre a matéria. Mas ele obedece ao que está disposto na lei de regimes 
gerais de regimes próprios de previdência (Lei nº 9717/1988) e a CF. 
 
Seguridade Social Competência Privativa da União 
Previdência Competência concorrente 
 
Lei: é a fonte primária de obrigações e direitos. Ao Poder Legislativo cabe criar 
e disciplinar o sistema de seguridade social trazido pela Constituição de 1988. 
Cabe à União, repita-se, elaborara as leis sobre a organização da seguridade 
social. 
As Leis, conforme dispõe o Art. 59 da CF/88, podem ser ordinárias, 
complementares ou delegadas. 
Em relação ao seu aspecto formal, as leis ordinárias são aquelas que para serem 
aprovadas necessitam do quórum da maioria simples de votos dos membros 
presentes na casa legislativa no dia da votação. 
 
23 
Já as Leis complementares exigem um quórum privilegiado de aprovação pela 
maioria absoluta dos membros da casa legislativa, ou seja, a maioria do total dos 
membros integrantes da casa, sempre. 
 
As leis delegadas são elaboradas pelo Presidente da República, com a 
autorização do Congresso Nacional. Haverá a solicitação ao Poder Legislativo, 
delimitando o assunto sobre o qual irá se legislar. O Congresso, então, aprova o 
pedido e específica o conteúdo da delegação e os termos de seu exercício. 
 
É importante destacar que matérias que exigem a regulamentação por lei 
complementar não podem ser objeto de lei delegada. 
 
Medida Provisória: ato editado pelo Poder Executivo – Presidente da República 
– com força de lei. Para sua edição torna-se necessário que haja situação de 
relevância e urgência, conforme previsto nos artigos 59 e 62, ambos da CF/88. 
Tratado internacional: acordo celebrado entre o Brasil e outro país, pelo 
Presidente da República, com a aprovação do Congresso Nacional por meio da 
expedição de um decreto legislativo. 
Art. 85 – A da Lei nº 8.212/91: “os tratados, convenções e outros acordos 
internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o Brasil sejam 
partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados como lei 
especial. 
Decreto: É ato normativo expedido pelo Poder Executivo para regulamentar, 
“explicar” as leis, conforme previsão do art. 84, IV, da CF/88. O decreto, no entanto, 
não poderá ultrapassar o alcance da lei que estiver regulamentando a ponto de inovar 
ou alterar o texto legal. É fonte secundária do Direito Previdenciário, uma vez que não 
poderá inovar no mundo jurídico, criando direitos e obrigações. 
 
Exemplos de Decretos: DC 3048/1999 que vai regulamentar duas leis a Lei 
n.8.213 lei de benefícios e a Lei n. 8.212 que é a Lei de custeio da seguridade social, 
e DC 6.214 que trata da regulamentação do benefício de prestação continuada da 
assistência social instituído pela lei orgânica da assistência social. 
 
 
24 
Normas complementares: são atos expedidos pelas autoridades 
administrativas, pressupondo sempre a existência da lei ou de outro ato legislativo a 
que estejam subordinados. Nesse grupo encontram-se as Portarias, as Instruções 
Normativas, as Circulares, etc. São, também, fontes secundárias do Direito 
Previdenciário. 
As portarias são expedidas pelos Ministros. Ex: Portaria do Ministro da Fazenda 
que fala do índice de reajustamento, cotas de salário família. 
As Instruções normativas: serve para instruir os subordinados a cumprirem a Lei. 
4.2 Fontes 
O Direito Previdenciário tem sua base assentada na Constituição Federal. 
São fontes do Direito Previdenciário: a Constituição Federal, a Emenda 
Constitucional, as Leis Complementares, Ordinárias e Delegadas, a Medida 
Provisória, o Decreto Legislativo, a Resolução do Senado Federal, os atos 
administrativos normativos e a jurisprudência dos Tribunais Superiores. 
A palavra lei, em seu sentido mais amplo, contempla a Constituição Federal, as 
leis ordinárias, as leis complementares, as leis delegadas, as medidas provisórias e 
os atos administrativos em geral (como as portarias, as instruções, etc.). 
Já em sentido estrito, o conceito de lei situa-se nos atos elaborados pelo 
Congresso Nacional, com o poder de criar as leis ordinárias e complementares e as 
medidas provisórias e leis delegadas, elaboradas pelo Poder Executivo. 
As leis ordinárias, complementares e delegadas e as medidas provisórias são 
consideradas fontes primárias do Direito Previdenciário. 
4.3 Autonomia 
A autonomia do Direito Previdenciário ainda não é pacífica entre os 
doutrinadores. Alguns entendem que o surgimento do Direito Previdenciário se deu a 
partir da segmentação do Direito Administrativo, devido à organização estatal da 
proteção social, enquanto outros o consideram como evolução do Direito do Trabalho. 
Há, ainda, aqueles que consideram o Direito Previdenciário autônomo, desde o 
seu surgimento, já que desde épocas remotas os conceitos e princípios 
 
25 
previdenciários são conhecidos, sendo alguns até anteriores ao próprio Direito do 
Trabalho. 
Didaticamente, porém, é conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o 
objetivo de facilitar o estudo. 
 Em relação à autonomia do Direito Previdenciário, há duas teorias: 
 (1) previdência social encontra-se no âmbito do Direito do Trabalho; 
(2) autonomia didática deste ramo do Direito. 
4.4 Aplicação das normas previdenciárias 
Havendo duas ou mais normas sobre a mesma matéria começa a surgir o 
problema de qual delas deva ser aplicada. 
4.4.1.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 
 
Vigência: Vigência é o período que vai do momento em que a norma entra em 
vigor até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para 
sua duração. Art. 1º da LINDB (DL 4.657/42): uma lei começa a ter vigência em todo 
o país 45 dias depois de publicada, salvo se dispuser de outro modo. 
 Vacatio legis: período compreendido entre a data da publicação até sua 
entrada em vigor. Durante o vacatio legis, a norma já é válida (já pertence ao 
ordenamento), mas não é vigente. 
 Assim, validade e vigência não se confundem. Uma norma pode ser válida sem 
ser vigente, embora a norma vigente seja sempre válida. 
 Em regra, a norma vigente é eficaz (apta a produzir efeitos), mas nem sempre 
isso acontece. Ex.: CF, art. 195, § 6º. 
Não se trata, aqui, de vacatio legis, pois nesse caso o deslocamento ocorre 
entre vigência e eficácia e não entre publicação e vigência.Eficácia: A eficácia da norma jurídica pode ser dividida em relação ao tempo e 
ao espaço: 
Eficácia no Tempo: A eficácia no tempo refere-se à entrada da lei em vigor. 
Normalmente, as disposições securitárias entram em vigor na data da publicação da 
lei, com eficácia imediata, mas certos dispositivos, tanto do Plano de Custeio como do 
 
26 
de Benefícios, necessitam ser complementados pelo regulamento, e só a partir da 
existência deste terão plena eficácia. 
 
Exemplos: Quando foram editadas as Leis nº s 8.212 e 8.213/91 muitos de seus 
dispositivos só entraram em vigor com a edição de suas regulamentações por meio 
de Decretos nº s 356 e 357, o que somente foi feito em 7-12-91. 
O § 6º do artigo 195 da Constituição estabelece que as contribuições sociais 
destinadas ao custeio da Seguridade Social somente entram em vigor decorridos 90 
dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado. A Lei nº 
9.032/95, que aumentou a alíquota da contribuição para 11%, foi editada em 29 de 
abril, mas só entrou em vigor, quanto a tal aspecto, em agosto de 1995. 
 
Eficácia no Espaço: A eficácia no espaço diz respeito ao território em que vai 
ser aplicada a norma. A lei de Seguridade Social se aplica no Brasil, tanto para os 
nacionais como para os estrangeiros nele residentes, de acordo com as regras 
determinadas pelo Plano de Custeio e Benefícios e outras especificações atinentes à 
matéria. 
Validade -> Vigência -> Eficácia 
 
Hierarquia: A hierarquia entre as normas somente vai ocorrer quando a 
validade de determinada norma depender de outra, na qual está vai regular 
inteiramente a forma de criação da primeira norma. 
É certo que a Constituição é hierarquicamente superior às demais normas, pois 
o processo de validade destas é regulado pela primeira. Abaixo da Constituição 
encontram-se os demais preceitos legais, cada qual com campos diversos: leis 
complementares, leis ordinárias, decretos-leis (nos períodos em que existiram), 
medidas provisórias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções. Não há dúvida 
que os decretos são hierarquicamente inferiores às primeiras normas, até porque não 
são emitidos pelo Poder Legislativo, mas pelo Poder Executivo. Após os decretos 
encontramos normas internas da Administração, como portarias, circulares, ordens de 
serviço etc., que são hierarquicamente inferiores aos decretos. 
Dessa forma hierarquicamente a norma superior é substrato de validade da 
norma inferior. A norma superior prevalece sobre a inferior: 
 
 
27 
1º) Constituição Federal e emendas constitucionais; 
2º) Lei Complementar, lei ordinária, medida provisória, lei delegada, decretos 
legislativos, resoluções do Senado e tratados internacionais; 
 3º) Decretos (editados pelo Presidente da República); 
4º) Portarias (expedidas pelo Ministro da Previdência ou da Fazenda); 
5º) Outras normas internas da administração (instruções normativas, ordens de 
serviço etc.). LC X LO: diferença material e formal. 
• Os tratados internacionais, via de regra, possuem status de lei ordinária. 
• Já os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos 
dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais 
(CF, art. 5º, § 3º). 
• De acordo com o art. 85-A da Lei 8.212/91, “os tratados, convenções e outros 
acordos internacionais de que Estado estrangeiro ou organismo internacional e o 
Brasil sejam partes, e que versem sobre matéria previdenciária, serão interpretados 
como lei especial”. (critério da especialidade). 
 
Interpretação: A interpretação decorre da análise da norma jurídica que vai ser 
aplicada aos casos concretos. Várias são as normas de interpretação da norma 
jurídica: 
I - gramatical ou literal (verba legis): consiste em verificar qual o sentido do 
texto gramatical da norma jurídica. Vai se analisar o alcance das palavras encerradas 
no texto da lei; 
II - lógica (mens legis): em que se estabelece uma conexão entre os vários 
textos legais a serem interpretados; 
III - teleológica ou finalística: a interpretação será dada ao dispositivo legal 
de acordo com o fim colimado pelo legislador; 
IV - sistemática: a interpretação será dada ao dispositivo legal de acordo com 
a análise dos sistemas, no qual está inserido, sem se ater a interpretação isolada de 
um dispositivo, mas, sim, ao conjunto; 
V - extensiva ou ampliativa onde dá-se um sentido mais amplo à norma a ser 
interpretada do que ele normalmente teria; 
VI - restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitado, à 
interpretação da norma jurídica; 
 
28 
VII - histórica: o Direito decorre de um processo evolutivo. Há necessidade de 
se analisar, na evolução histórica dos fatos, o pensamento do legislador não só à 
época da edição da lei, mas de acordo com sua exposição de motivos, mensagens, 
emendas, as discussões parlamentares etc. O Direito, portanto, é uma forma de 
adaptação do meio em que vivemos em função da evolução da natureza das coisas; 
VIII - autêntica: é a realizada pelo órgão que editou a norma que irá declarar 
seu sentido, alcance, conteúdo, por meio de outra norma jurídica. Também é chamada 
de interpretação legal ou legislativa. 
Inexiste apenas uma interpretação a ser feita, mas deve-se seguir os métodos 
de interpretação mencionados nas alíneas de a a h supra. Muitas vezes, a 
interpretação literal do preceito legal, ou a interpretação sistemática (ao se analisar o 
sistema no qual está inserida a lei, em seu conjunto) é que dará a melhor solução ao 
caso concreto a ser examinado. 
No Direito da Seguridade Social vamos encontrar a aplicação da norma mais 
favorável ao segurado na interpretação do texto legal, que muitas vezes é disciplinada 
pela própria lei. Normalmente na legislação ordinária, principalmente quanto aos 
benefícios, costuma-se encontrar a expressão "o que for mais vantajoso" para o 
beneficiário. 
 
Integração: Integrar tem o significado de completar, inteirar. O intérprete fica 
autorizado a suprir as lacunas existentes na norma jurídica por meio da utilização de 
técnicas jurídicas. As técnicas são a analogia e a equidade, podendo ser utilizados 
também os princípios gerais de Direito e a doutrina. 
 
1. Analogia – aplica-se lei que regula um caso semelhante (EX.: CF, art. 40, § 4º). 
2. Princípios gerais do direito - (Ex: igualdade perante a lei (CF, art. 5º, caput); 
contraditório e ampla defesa (CF, art. 5º, LV); ninguém pode se beneficiar da própria 
torpeza; ninguém está obrigado ao impossível). 
3. Equidade – usada para amenizar e humanizar o direito. Quando autorizado a 
decidir por equidade, o juiz aplicará a norma que estabeleceria se fosse legislador. 
CPC, Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. Parágrafo único. O juiz só decidirá por equidade 
nos casos previstos em lei. 
 
 
29 
 
4.5 Principais Leis Previdenciárias 
LEI Nº 8.212/1991 
 
Também conhecida como “Lei de Custeio” a Lei número 8.212/1991 dispõe 
sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras 
providências. 
LEI Nº 8.213/1991 
Lei de contratação de Deficientes nas Empresas. Lei 8213/91, lei cotas para 
Deficientes e Pessoas com Deficiência dispõe sobre os Planos de Benefícios da 
Previdência e dá outras providências a contratação de portadores de necessidades 
especiais. 
Art. 93 - a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher 
de dois a cinco por cento dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas 
portadoras de deficiência, na seguinte proporção: 
 
- até 200 Funcionários............................................................................... 2%
 
- de 201 a 500 funcionários........................................................................ 3%
 
-de 501 a 1000 funcionários.......................................................................4%
 
- de 1001 em diante funcionários........................................................................5% 
DECRETO Nº 3.048, DE 06/05/1999 
 
Aprova o Regulamento da Previdência Social, e dá outras providências. 
 
30 
“Art. 1º O Regulamento da Previdência Social passa a vigorar na forma do 
texto apenso ao presente Decreto, com seus anexos” 
LEI Nº 13.846 DE 2019 - CONVERSÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA Nº 871, DE 2019 
Institui o Programa Especial para Análise de Benefícios com Indícios de 
Irregularidade, o Programa de Revisão de Benefícios por Incapacidade, o Bônus de 
Desempenho Institucional por Análise de Benefícios com Indícios de Irregularidade do 
Monitoramento Operacional de Benefícios e o Bônus de Desempenho Institucional por 
Perícia Médica em Benefícios por Incapacidade; altera as Leis nos 6.015, de 31 de 
dezembro de 1973, 7.783, de 28 de junho de 1989, 8.112, de 11 de dezembro de 
1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 8.742, de 7 de 
dezembro de 1993, 9.620, de 2 de abril de 1998, 9.717, de 27 de novembro de 1998, 
9.796, de 5 de maio de 1999, 10.855, de 1º de abril de 2004, 10.876, de 2 de junho 
de 2004, 10.887, de 18 de junho de 2004, 11.481, de 31 de maio de 2007, e 11.907, 
de 2 de fevereiro de 2009; e revoga dispositivo da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 
2003, e a Lei nº 11.720, de 20 de junho de 2008. 
LEI Nº 8.742/93 – LEI DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (LOAS) 
 
Fonte: barbacena.mg.gov.br 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#regulamento
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Mpv/mpv871.htm
http://barbacena.mg.gov.br/
 
31 
A assistência Social é dedicada somente aos necessitados, 
independentemente de contribuições à Seguridade Social. Em última instância, é uma 
forma de o governo tentar reduzir o sofrimento das camadas mais pobres da 
sociedade. 
O Art. 203 da CF/1988 define Assistência Social, bem como cita seus objetivos: 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - O amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - A promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - A habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária, e; 
V - A garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
 
Essa lei traz critérios que definem quais portadores de deficiência e idosos 
terão direito ao benefício da Assistência Social. A norma é objetiva, e reza que fará 
jus ao benefício mensal de um salário mínimo: 
 - O idoso, com idade superior a 65 anos, cuja família tenha uma renda mensal de 
no máximo 1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa, e; 
- A pessoa portadora de deficiência, que deverá comprovar que a deficiência 
obstrui a sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições 
com as demais pessoas e, assim como os idosos, que sua família não perceba renda 
mensal superior a 1/4 (25%) de salário mínimo por pessoa. 
A intenção da norma realmente é ajudar somente a camada mais pobre e 
necessitada da sociedade. 
 Por sua vez, devo ressaltar a grande polêmica que paira sobre o Art. 20, § 3.º da 
LOAS, que assim dispõe: 
 Art. 20, § 3.º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com 
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 
(25%) do salário mínimo. 
Até pouco tempo atrás, a jurisprudência considerava constitucional tal requisito 
para mensurar a miserabilidade do indivíduo. 
 
32 
 Entretanto, a partir de 2013 e de 2014, com o julgamento dos Recursos 
Extraordinários (RE) n.º 567.985 e 580.963, bem como a Reclamação n.º 4.374, o 
Supremo Tribunal Federal (STF) voltou atrás em seu posicionamento, passando a 
entender ser inconstitucional o requisito da renda per capita de 1/4 (25%) do salário 
mínimo para a concessão do benefício assistencial, ou seja, o cidadão pode receber 
mais de 25% de salário mínimo e ainda ser considerado necessitado (JAHA, 2015). 
Essa reversão de entendimento deu-se por diversos fatores, sendo que o principal 
foi o advento de várias novas leis que estabeleciam critérios mais elásticos para a 
concessão de outros benefícios assistenciais. 
Por seu turno, a LOAS, com redação dada pela Lei n.º 12.435/2011, 
dispõe que a Assistência Social tem por objetivos: 
1. A proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à 
prevenção da incidência de riscos, especialmente: 
a) A proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
b) O amparo às crianças e aos adolescentes carentes; 
c) A promoção da integração ao mercado de trabalho; 
d) A habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária, e; 
e) A garantia de 1 salário mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência 
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de 
tê-la provida por sua família. 
2. A vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade 
protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de 
vitimizações e danos, e; 
3. A defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto 
das provisões socioassistenciais. 
5 A NOVA PREVIDÊNCIA (EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 103/2019) 
A Nova Previdência entrou em vigor na data de publicação da emenda 
constitucional nº 103 no Diário Oficial da União, em 13 de novembro de 2019. As 
novas regras valem para segurados do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) 
e do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) da União. 
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/emenda-constitucional-n-103-227649622
http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/emenda-constitucional-n-103-227649622
 
33 
Novas idades de aposentadoria, novo tempo mínimo de contribuição e regras 
de transição para quem já é segurado, entre outras mudanças. 
Classificada como “reestruturação histórica” pelo secretário especial de 
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, a qual é vinculada, ela vai gerar 
uma economia de cerca de R$ 800 bilhões aos cofres da União, em 10 anos. 
No processo de aprovação, o Congresso estabeleceu regras que são aplicáveis 
direta e imediatamente a todos os entes da Federação, outras aplicáveis somente à 
União e algumas disposições específicas para os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. Então, o novo sistema constitucional previdenciário do servidor difere 
substancialmente daquele estabelecido pela Constituição Federal de 1988 e pelas 
Emendas 20, de 1998, 41 de 2003 e 47 de 2005, que estabeleciam regras uniformes 
para os RPPS de todos os entes da federação, que também era encontrada nas 
Constituições anteriores. 
Na tabela a seguir, estão selecionadas e resumidas as condições da 
aplicabilidade dos dispositivos da EC nº 103 de 2019 aos Estados, Distrito Federal e 
Municípios, conforme fundamentos da Nota Técnica SEI nº 12212/2019/ME (INSS, 
2019): 
Normas de Aplicabilidade Imediata: 
 
Dispositivo Tema 
 
Art. 22, XXI da 
Constituição 
Competência privativa da União para editar 
normas gerais sobre inatividades e pensões das 
polícias militares e corpos de bombeiros militares. 
 
Art. 37, § 14 da Constituição e 
art. 6º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Preceito segundo o qual a utilização de 
tempo de contribuição de cargo público e de 
emprego ou função pública, ainda que se trate de 
tempo de contribuição para o RGPS, acarreta o 
rompimento do vínculo com a AdministraçãoPública, ressalvando-se a concessão de 
aposentadoria pelo RGPS até a data de entrada 
em vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. 
 Vedação de complementação de 
aposentadorias de servidores públicos e de 
 
34 
Art. 37, § 15 da Constituição 
c/c o art. 7º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
pensões por morte a seus dependentes, que não 
seja decorrente da instituição do regime de 
previdência complementar a que se referem os §§ 
14 a 16 do art. 40 da Constituição ou que não seja 
prevista em lei que extinga RPPS, ressalvadas as 
complementações de aposentadorias e pensões já 
concedidas. 
 
 
Art. 38, V, da Constituição 
Regra de filiação previdenciária segundo a 
qual o servidor que venha a exercer mandato 
eletivo, na hipótese de ser segurado de regime 
próprio de previdência social, permanecerá filiado 
a esse regime, no ente federativo de origem. 
 
Art. 39, § 9º da Constituição 
c/c o art. 13 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Vedação de incorporação de vantagens de 
caráter temporário ou vinculadas ao exercício de 
função de confiança ou de cargo em comissão à 
remuneração do cargo efetivo, ressalvadas as 
incorporações efetivadas até a data de entrada em 
vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019. 
 
Art. 40, § 19 da Constituição 
Concessão do abono de permanência nas 
regras permanentes. (Por meio de lei, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios podem restringir 
o alcance dessa norma, estabelecendo critérios 
para seu pagamento) 
 
 
Art. 40, § 19 da Constituição; 
Emenda nº 41/2003 
 (Arts. 2° e 6°) 
Concessão do abono de permanência com 
base nas regras de transição das Emendas 
anteriores, enquanto não forem extintas para os 
RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios, 
mediante lei do respectivo ente que referende 
integralmente a sua revogação pelo art. 35, incisos 
III e IV, da Emenda Constitucional nº 103/2019. 
Art. 40, § 22 da Constituição Vedação da instituição de novos regimes 
próprios de previdência social. 
 
35 
Arts. 93, VIII; 103-B, § 
4º, III; e art. 130-A, § 2º, III da 
Constituição 
Exclusão da possibilidade de aplicação, 
como sanção administrativa, da pena de 
aposentadoria compulsória de magistrados e 
membros do ministério público dos Estados, com 
direito a proventos proporcionais ao tempo de 
serviço. 
Art. 201, § 9º-A da 
Constituição 
Direito à contagem recíproca do tempo de 
serviço militar e do tempo de contribuição ao RGPS 
ou RPPS, para fins de inativação militar ou 
aposentadoria. 
 
Art. 4º, § 10 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Manutenção, no âmbito do RPPS dos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, do cálculo 
dos proventos de aposentadoria concedida com 
fundamento na integralidade da remuneração, 
conforme lei do respectivo ente federativo em vigor 
antes da publicação da Emenda Constitucional nº 
103/2019. 
 
Art. 5º e art. 10 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Regras jurídicas de transição e disposição 
transitória para a concessão de aposentadoria 
especial ao policial civil do Distrito Federal. 
Art. 9º, caput, da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Recepção constitucional, com status de lei 
complementar, da Lei Federal nº 9.717/1998. 
 
Art. 9º, § 1º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Modo de comprovação do equilíbrio 
financeiro e atuarial do regime próprio de 
previdência social, cuja norma encerra em si o 
conceito desse equilíbrio. 
 
 
 
Art. 9º, §§ 2º e 3º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Limitação do rol de benefícios do RPPS às 
aposentadorias e à pensão por morte (os 
afastamentos por incapacidade temporária para o 
trabalho e o salário-maternidade não devem ser 
pagos à conta do RPPS, ficando a cargo do 
Tesouro dos entes federativos, passando agora a 
 
36 
ser considerado como um benefício estatutário e 
não mais previdenciário, integrando a 
remuneração para todos os fins, com relação ao 
salário-família e o auxílio-reclusão, entendemos 
que a sua natureza é de benefício assistencial a 
ser concedido a servidores de baixa renda, 
inclusive quando aposentados, não integrando a 
remuneração destes, estando a cargo do ente 
federativo o seu pagamento). 
 
Art. 9º, §§ 4º e 5º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Vedação para o estabelecimento, pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios, de alíquota 
inferior à da contribuição dos servidores da União, 
salvo na situação de ausência de deficit atuarial a 
ser equacionado, hipótese em que a alíquota não 
poderá ser inferior às alíquotas aplicáveis ao 
RGPS. 
 
Art. 9º, § 6º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Prazo de dois anos da data de entrada em 
vigor da Emenda Constitucional nº 103/2019 para 
a instituição do regime de previdência 
complementar na forma dos §§ 14 a 16, e para a 
adequação do órgão ou entidade gestora único do 
RPPS ao § 20, todos do art. 40 da Constituição 
Federal. 
 
Art. 9º, § 9º e art. 31 da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019, c/c art. 195, § 11 
da Constituição 
Vedação da moratória/parcelamento de 
débitos dos entes federativos com seus regimes 
próprios em prazo superior a sessenta meses, 
exceto em relação aos parcelamentos previstos na 
legislação vigente até a data de entrada em vigor 
da Emenda Constitucional nº 103/2019, cuja 
reabertura ou prorrogação de prazo para adesão 
não é admitida pelo art. 31 da mesma Emenda. 
 Abono de permanência do policial civil do 
Distrito Federal, equivalente ao valor de sua 
 
37 
Art. 10, § 5º, da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
contribuição previdenciária, até que entre em vigor 
lei federal que regulamente o disposto no § 19 do 
art. 40 da Constituição 
 
Art. 10, § 6º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Pensão por morte do policial civil do Distrito 
Federal, vitalícia para o cônjuge ou companheiro e 
equivalente à remuneração do cargo, quando 
decorrente de agressão sofrida no exercício ou em 
razão da função. 
 
Art. 11, caput c/c o art. 36, I, e 
art. 9º, § 4º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Adequação da alíquota de contribuição do 
segurados dos RPPS dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios à alíquota de contribuição 
do servidor da União, que poderá ter impacto na 
alíquota do ente, consoante o art. 2º da Lei nº 
9.717/1998 (*) 
 
Art. 14 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Vedação de adesão de novos segurados e 
de instituição de novos regimes de previdência 
aplicáveis a titulares de mandato eletivo. 
 
Art. 24 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Restrições à acumulação de benefícios 
previdenciários e a recepção das regras sobre 
acumulação de benefícios previstas na legislação 
vigente ao tempo de sua publicação, no que não 
for contrário. 
 
Art. 34 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Requisitos para a hipótese de extinção, por 
lei do ente federativo, do respectivo regime próprio 
de previdência social, até que seja editada lei 
complementar federal sobre normas gerais que 
discipline o § 22 do art. 40 da Constituição. 
 
 
 
 
 
 
Normas constitucionais e 
infraconstitucionais relacionadas ao regime próprio 
de previdência social dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, anteriores à data de 
entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 
103/2019, concernentes às regras de concessão 
 
38 
 
 
Art. 4º, § 9º; art. 5º, § 2º; art. 
10, § 7º; art. 20, § 4º; art. 21, 
§ 3º; e art. 22, parágrafo 
único, todos da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
 
de aposentadorias, inclusive por “invalidez 
permanente” mantida a aplicação da Súmula 
Vinculante – SV do STF nº 33, quanto à 
aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 4º, 
III, da Constituição Federal, na redação da Emenda 
n°41/2003 e a regra de concessão de abono de 
permanência. (O art. 1º da Lei Federal nº 
10.887/2004, continua a ser aplicado aos Estados, 
DF e Municípios para fins de cálculo dos proventos 
enquantonão promovidas alterações na legislação 
interna) 
 
 
 
Art. 23, § 8º da Emenda 
Constitucional nº 103/2019 
Normas constitucionais e 
infraconstitucionais relacionadas ao regime próprio 
de previdência social dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, anteriores à data de 
entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 
103/2019, concernentes às regras de concessão e 
cálculo de pensões, enquanto não promovidas 
alterações na legislação interna. (O art. 2º da Lei 
Federal nº 10.887/2004 continua a ser aplicados 
aos Estados, DF e Municípios para fins de cálculo 
das pensões). 
 
 Normas não autoaplicáveis: 
 
 
 
Dispositivo Tema 
 
Art. 40, § 1º, inciso I da 
Constituição 
Aposentadoria por incapacidade permanente 
para o trabalho, com exigência de avaliações 
periódicas para verificação da continuidade das 
condições que ensejaram a concessão, bem como a 
 
39 
condição de o servidor ser insuscetível de readaptação. 
(Dependem de lei do respectivo ente federativo). 
 
Art. 40, § 1º, inciso III da 
Constituição 
Concessão de aposentadoria voluntária. A idade 
mínima será estabelecida mediante emenda às 
respectivas Constituições e Leis Orgânicas. Foram 
desconstitucionalizados, atribuídos à Lei 
Complementar de todos os entes da Federação, os 
requisitos de tempo de contribuição, tempo de efetivo 
exercício no serviço público e de tempo no cargo 
efetivo em que se dará a aposentadoria. 
Art. 40, § 3º da 
Constituição 
Cálculo dos proventos de aposentadoria. 
(Dependem de lei do respectivo ente federativo). 
 
Art. 40, §§ 4º, 4º-A, 
4º-B, e 4º-C da 
Constituição 
Requisitos de idade e tempo de contribuição 
para aposentadorias voluntárias especiais: servidor 
com deficiência, agente penitenciário, agente 
socioeducativo e policiais, servidor exposto a agentes 
químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde. 
(Dependem de lei complementar do respectivo ente 
federativo para regulamentá-las). 
 
 
Art. 40, § 5º da 
Constituição 
Requisitos de tempo de efetivo exercício das 
funções de magistério para aposentadoria dos 
ocupantes de cargo de professor. (Dependem de lei 
complementar do respectivo ente federativo para 
regulamentá-lo). A idade mínima do professor é, por 
previsão constitucional, reduzida em 5 (cinco) anos 
com relação às idades mínimas a serem estabelecidas 
pelos entes federativos mediante emenda às 
respectivas Constituições e Leis Orgânicas. 
 
Art. 40, § 7º da 
Constituição 
 
Concessão da pensão por morte ao dependente do 
servidor público. (Depende de lei do respectivo ente 
federativo, garantido o piso do salário mínimo, quando 
se tratar da única fonte de renda formal) 
 
40 
 
 
Art. 40, § 7º da 
Constituição, parte final 
 
Tratamento diferenciado para a hipótese de 
concessão de pensão por morte decorrente de 
agressão sofrida no exercício ou em razão da função, 
para o servidor policial, agente penitenciário ou 
socioeducativo. (Depende de lei do respectivo ente 
federativo, garantido o piso do salário mínimo, quando 
se tratar da única fonte de renda formal) 
Art. 40, § 22 da 
Constituição 
Diretivas que visam a orientar a atividade 
legislativa futura da União, acerca do objeto da lei 
complementar federal que deverá dispor sobre normas 
gerais de organização, de funcionamento e de 
responsabilidade na gestão dos RPPS. 
Art. 201, § 9º e 9º-A 
da Constituição 
 
Compensação financeira entre as receitas de 
contribuição referente aos militares e as receitas de 
contribuição aos demais regimes. (Critérios serão 
estabelecidos em lei). 
 
Art. 9º, § 7º da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Aplicação de recursos do RPPS na concessão 
de empréstimos com consignação em folha de 
pagamento dos segurados. (Depende de norma a ser 
expedida pelo Conselho Monetário Nacional – CMN). 
Art. 149, §§ 1º-B e 
1º-C da Constituição c/c 
art. 9º, § 8º, c/c art. 36, 
inciso II da Emenda 
Constitucional nº 
103/2019 
 
Instituição de contribuição extraordinária, por meio de 
lei, cuja regulamentação no âmbito dos Estados, 
Distrito Federal e Municípios somente poderá ser 
editada quando a alteração de redação dada pela 
reforma ao art. 149 da Constituição Federal tiver 
vigência em relação a estes entes, o que dependerá de 
publicação de lei estadual, distrital ou municipal que 
referende integralmente a alteração promovida nesse 
artigo da Constituição. 
 
41 
 
Art. 14, § 5°, da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Disciplina jurídica de transição para os regimes 
de titulares de mandato eletivo que porventura existam 
atualmente nos Estados, no Distrito Federal ou nos 
Municípios, no caso de opção de permanência em tais 
regimes, que passam a ser em extinção. 
Art. 40, § 15 da 
Constituição c/c art. 33 da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Administração, por entidade aberta de 
previdência complementar, de planos de benefícios 
patrocinados pelos entes federados, que depende de 
regulamentação mediante lei complementar da União. 
 
Normas com Período de Vacância: 
 
Dispositivo Tema 
 
Arts. 11, 28 e 32 da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Vigência das alíquotas de contribuição do 
RPPS da União, que terá início no primeiro dia do 
quarto mês subsequente ao da data de 
publicação da Emenda (respeito a anterioridade 
nonagesimal). 
 
Art. 149 da Constituição 
e a cláusula de revogação 
contida na alínea a do inciso I e 
nos incisos III e IV do art. 35 da 
Emenda Constitucional nº 
103/2019 
Ausência de aplicabilidade para Estados, 
Distrito Federal e Municípios da alteração de 
redação ao art. 149 da Constituição e da cláusula 
de revogação contida na alínea a do inciso I e nos 
incisos III e IV do art. 35 da Emenda 
Constitucional nº 103/2019, enquanto estiverem 
em período de vacância, já que dependem de 
referendo para o início de sua vigência, mediante 
a publicação de lei destes entes, conforme o II do 
art. 36 da mesma Emenda. 
 
 
 
Art. 149 da Constituição 
 
Ausência de aplicabilidade para Estados, Distrito 
Federal e Municípios da possibilidade de instituir 
alíquotas de contribuição para o custeio do RPPS 
 
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de forma progressiva e de fazer incidir 
contribuição ordinária dos aposentados e 
pensionistas sobre o valor dos proventos e 
pensões que superem o salário mínimo – em caso 
de deficit atuarial – enquanto não houver o 
referendo mediante lei de que trata o inciso II do 
art. 36 da Emenda Constitucional nº 103/2019. 
 
 
Considerando as alíquotas do RPPS da União (art. 11 da Emenda), os Estados, 
Distrito Federal e Municípios têm as seguintes alternativas para cumprimento do art. 
9º, § 4º da Emenda Constitucional nº 103/2019: 
a) caso a alíquota seja uniforme e o RPPS possua déficit atuarial, deverá 
majorá-la, por meio de lei, para, no mínimo, 14%; 
b) caso referende, por meio de lei, a alteração promovida no art. 149 da 
Constituição, na forma prevista no art. 36, II da Emenda, poderá implementar alíquotas 
progressivas, tendo por parâmetro mínimo as da União se o RPPS for deficitário ou 
as do RGPS se não for. 
Deve ser observado que: 
a) os RPPS com plano de equacionamento em vigor (de amortização ou 
segregação da massa) são considerados deficitários para fins de aplicação das 
alíquotas mínimas; 
b) para a implementação de alíquotas progressivas deve-se avaliar se essas 
contribuirão para melhorar a situação do equilíbrio financeiro e atuarial do regime; 
c) pode ser necessária a adequação da alíquota de contribuição do ente, 
consoante o art. 2º da Lei nº 9.717/1998 (contribuição patronal, no mínimo, igual à do 
segurado). 
 
A aplicação aos RPPS dos Estados, Distrito Federal e Municípios das mesmas 
regras de benefícios dos servidores federais previstas na EC nº 103 de 2019 exige a 
edição de normas pelos entes federativos. A edição dessas normas é fundamental 
para a busca do equilíbrio financeiro e atuarial do

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