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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC TIRADENTES Jéssica Gomes da Silva Daiana Zorzo Interação medicamentosa em pacientes idosos hipertensos hospitalizados 1 São Paulo 201 8 Jéssica Gomes da Silva Daiana Zorzo Interação medicamentosa em pacientes idosos hipertensos hospitalizados 2 Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Tiradentes, como exigência parcial para obtenção do grau de especialista em Farmácia Clínica e Hospitalar São Paulo 20 18 Jéssica Gomes da Silva Daiane Zorzo Interação medicamentosa em pacientes idosos hipertensos hospitalizados 3 Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Senac – Tiradentes, como exigência parcial para obtenção do grau de especialista em Farmácia Clínica e Hospitalar Orientador: Prof. Msc. Verônica Rennó A banca examinadora dos Trabalhos de Conclusão, em sessão pública realiza- da em /_ /_ 4 , considerou o (a) candidato: 1) Examinador (a) 2) Examinador (a) 3) Presidente: *Este trabalho foi desenvolvido com base nas normas da revista SBRAFH. Interação medicamentosa em pacientes idosos hipertensos hospitalizados RESUMO Atualmente a população idosa é a que mais cresce no mundo, devendo atingir, no Brasil, 41,5 milhões de indivíduos até 2030. A longevidade pode ser explicada pelas melhorias das condições de saúde como um todo, porém, o aumento da expectativa de vida pode estar atrelado a alguma doença crônica, como a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), que é considerada a mais predominante entre os idosos, podendo chegar a 63% nessa população. Dentre os fármacos atualmente utilizados no tratamento e manejo desta condição estão os diuréticos, antagonistas de canais de cálcio, inibidores de enzima conversora da angiotensina (IECA) e antagonistas do receptor de angiotensina (ARAII). Dependendo da gravidade da HAS, a monoterapia não é suficiente, necessitando de 2 ou mais fármacos para controle, o que pode gerar um aumento na incidência de interações medicamentosas. O presente trabalho teve como objetivo buscar evidências sobre interações medicamentosas mais comuns entre anti-hipertensivos e medicamentos comumente utilizados em idosos hipertensos hospitalizados. Palavras-chave: idosos; interação medicamentosa; hospitalização, anti- hipertensivos 5 ABSTRACT Currently, the elderly population is the fastest growing in the world, reaching 41.5 million individuals in Brazil by 2030. The longevity can be explained by improvements in health conditions as a whole, but an increase in life expectancy can be linked to some chronic disease, such as Systemic Arterial Hypertension (SAH), which is considered to be the most prevalent among the elderly, reaching 63% in this population. Among the drugs currently used in the treatment and management of this condition are diuretics, calcium channel antagonists, angiotensin converting enzyme inhibitors (ACEI) and angiotensin receptor antagonists (ARAs II). Depending on the severity of SAH, monotherapy is not sufficient, requiring 2 or more drugs for controlling, which may lead to an increase in the incidence of drug interactions. The present study aimed to find evidence on the most common drug interactions between antihypertensive agents and medications commonly used in hospitalized hypertensive elderly. Key words: elderly, drug interaction, hospitalization, hypertensive drugs 1. INTRODUÇÃO Até 2025, segundo a OMS, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos.¹ De acordo com um estudo realizado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2012 e 2016, a população brasileira com 60 anos cresceu 16% chegando a aproximadamente 30 milhões de idosos. A ONU evidencia que, à medida que taxas de fertilidade diminuem, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais deve duplicar entre 2007 e 2050, e seu número atual deve mais que triplicar, alcançando dois bilhões em 2050.14 Segundo o IBGE, no Brasil, essa população deve atingir 41,5 milhões, em 2030, e 73,5 milhões, em 2060. 9 A velhice engloba mudanças que tendem a gerar alterações no cotidiano, sem, necessariamente, representar ameaça à autonomia do indivíduo.8 Porém, à medida que a idade avança, o comprometimento dos mecanismos de homeostase, doenças crônicas incapacitantes, hospitalização e polifarmácia, aumentam a fragilidade do indivíduo idoso podendo apresentar-se em diversos graus de 6 variabilidade. 4 Espera-se que a incidência e a prevalência de fragilidade aumentem com o envelhecimento da população, representando um grande desafio para os sistemas de saúde pública e social, à medida que as demandas de recursos médicos e de cuidados ficam cada vez maiores.14 Logo, as internações dos idosos são mais frequentes, o tempo de ocupação do leito tende a ser mais prolongado quando comparado com outras faixas etárias, e os índices de readmissões são altos (1 reinternação a cada 5 altas).5 A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a doença crônica não transmissível (DCNT) mais predominante entre os idosos, e sua prevalência aumenta progressivamente com o envelhecimento, logo, é considerada o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares na população geriátrica.7 Estudos recentes mostram que, nessa população, a prevalência da HAS varia de 52% a 63%, o que permite identificá-la como um problema de saúde pública, já que confere ao paciente aumento do risco cardiovascular.11 Logo, isso gera custos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes, principalmente, das suas complicações, tais como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.6 Segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, estão disponíveis no Brasil seis classes de fármacos anti-hipertensivos, envolvendo diferentes mecanismos de ação, os quais devem não só reduzir a pressão arterial, mas também os eventos cardiovasculares fatais não fatais .10 Uma diretriz americana, cita os medicamentos preferenciais para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial e entre eles estão os Diuréticos, Bloqueadores dos Canais de Cálcio (CCB), Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) e Antagonista do Receptor da Angiotensina (ARA II).13 Um estudo feito no Japão, mostra que as classes de medicamentos mais comumente prescritas para idosos são os CCB e ARA II. Sendo os Bloqueadores dos Canais de Cálcio prescritos com mais frequência nos grupos de idade ≥ 65 anos.12 Já no Brasil, as classes de anti-hipertensivos consideradas preferenciais para o controle da pressão arterial em monoterapia inicial, são os mencionados pela diretriz americana somando-se os betabloqueadores.10 Em Lima - Peru, foi realizado um estudo coorte descritivo transversal, 7 envolvendo por 238 pacientes de 65 anos ou mais internados no serviço de emergência do HNERM, durante o ano de 2011. Enalapril (24,8%), Furosemida (12,6%) e Captopril (12,6%) foram os medicamentos mais comumente usados em idosos hipertensos hospitalizados em emergência.25 Dependendo da gravidade da doença, a monoterapia não é suficiente, e pode ser necessário associar até três medicamentos, o que eleva o risco, portanto, para ocorrência de interações medicamentosas. 10 Entende-se basicamente que, uma interação medicamentosa (IM) ocorre quando os efeitos de um medicamento são alterados pela presença de outro medicamento, ervas medicinais, alimentos, bebidas ou por algum agente químico ambiental.2 No entanto, os resultados podem ser tanto positivos como negativos. No primeiro caso pode-se citar o uso concomitante de fármacos anti-hipertensivos e diuréticos, a fim de obter efeitos anti-hipertensivos possivelmente não obtidos com estes fármacos em monoterapia2. Já efeitos negativos como diminuição da eficácia,toxicidade ou idiossincrasia são, geralmente, imprevisíveis e indesejáveis na farmacoterapia3. Na admissão do paciente no hospital o raciocínio clínico da equipe multiprofissional é primordial para que a seleção dos fármacos reflita uma terapia efetiva e segura evitando riscos de interações medicamentosas não desejaveis.4 O presente trabalho tem como objetivo a busca de artigos que evidenciem os tipos de interações medicamentosas mais comuns em pacientes idosos hipertensos hospitalizados. 2. METODOLOGIA O presente trabalho trata-se de uma revisão bibliográfica, realizada através de pesquisas nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed Health. Foram selecionados 33 artigos usando as palavras-chave: Idosos, Interação Medicamentosa, Hospitalização, Anti-hipertensivos, tanto em português quanto em Inglês e Espanhol. 8 3. DISCUSSÃO Os agravos decorrentes das doenças crônicas não transmissíveis têm sido uma das principais causas de óbito na população idosa, seguindo uma tendência mundial.20 Devido à complexidade da farmacoterapia envolvida e uso simultâneo de vários medicamentos de várias classes terapêuticas, os pacientes idosos criticamente doentes possuem maior risco de interações medicamentosas e, frequentemente, os medicamentos para o sistema cardiovascular estão envolvidos em IM.21 Um estudo realizado em UTI na cidade de Joinville (SC) analisou 140 pacientes, e 1.069 prescrições de 24 horas, contendo 159 fármacos; 775 (72,5%) apresentaram alguma IM; 419 (39,2%) com pelo menos uma IM significativa. A terceira classe farmacológica de prevalência foi a dos anti-hipertensivos (10,2%), com IECA e Betabloqueadores entre os mais presentes.32 Nota-se, portanto, que a frequência de IM é bastante alta, o que se deve à complexidade dos problemas clínicos, necessidade de múltiplos fármacos e alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas inerentes ao envelhecimento, já que há estudos bem estabelecidos na literatura de que o risco de IM aumenta com idade.31 Muitos medicamentos comumente usados concomitantemente por idosos como, por exemplo, anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), diuréticos, digoxina, antilipidêmicos, depressores do sistema nervoso central, potencialmente interagem entre si. 24 No Rio de Janeiro foi realizado um estudo que buscou a prevalência de interações medicamentosas potenciais entre anti-hipertensivos e outros fármacos. Foi realizado um inquérito domiciliar com pessoas de 60 anos ou mais. Em 261 participantes, 31,0% usavam substâncias que interagem com os anti-hipertensivos, podendo causar eventos adversos moderados ou graves. Os IECA, os bloqueadores adrenérgicos e os diuréticos foram as principais classes de agentes anti-hipertensivos envolvidos nas interações. Os pares de medicamento envolviam, em especial, o ácido acetilsalicílico (AAS), sendo eles: AAS + enalapril, AAS + captopril ou AAS + atenolol; e foram registrados 25, 17 e 17 vezes, respectivamente, essa interação 9 resultando em redução do efeito hipotensivo e vasodilatador.17 Apesar do estudo acima ter sido realizado com pacientes ambulatoriais, os medicamentos mais frequentemente envolvidos em IM também são pares usados em idosos hospitalizados. Um estudo envolvendo 24 pacientes com idade média de 74 anos, no Hospital Risoleta Tolentino Neves em Belo Horizonte – MG, avaliou vários aspectos relacionados à farmacoterapia dos pacientes internados, incluindo interação medicamentosa e medicamentos inapropriado para idosos. O perfil de inclusão baseava-se nas comorbidades como acidente vascular encefálico (n=3), insuficiência cardíaca (n=8), insuficiência vascular (n=4), fratura (n=8) e demência (n=1). Dos 24 pacientes acompanhados, 21 demandaram intervenção entre médicos e farmacêuticos, sendo necessária a orientação da equipe quanto ao risco de ocorrência de interações medicamento-medicamento; por exemplo, a interação medicamentosa entre cloreto de potássio e IECA. 16 O uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio (espironolactona, amilorida, triantereno) e IECAs pode induzir hipercalemia, em idosos, em diabéticos e em pacientes com insuficiência renal, especialmente se não houver outro diurético prescrito (de alça ou tiazídico).23 No hospital geral de Vitória da Conquista - BA foi conduzido um estudo retrospectivo em prescrições de pacientes de 18 anos ou mais que permaneceram no hospital por período superior a 24 horas. Trinta e sete por cento dos pacientes estavam sujeitos a IM potencial e, dentre os cincos pares de interação mais comuns, dois deles envolviam medicamentos que atuam no sistema cardiovascular, captopril + espironolactona e digoxina + furosemida.18 Foi identificado em um estudo retrospectivo de um ano envolvendo idosos, no Hospital Israelita Albert Einstein, 705 IMs potenciais numa amostra de 155 pacientes hospitalizados, resultando em, aproximadamente, quatro interações por paciente. Destas, 28% eram graves e 72% moderadas. Em relação às interações que tinham como possíveis efeitos a cardiotoxicidade (n = 50), 23 (46%) envolviam a amiodarona. Em relação à hipercalemia (n = 20), foram observadas combinações de 10 IECA com diuréticos poupadores de potássio (n = 12) (60%), ou suplementos de potássio com IECA (n = 7) (35%), ou suplementos de potássio com diuréticos poupadores de potássio (n = 1) (5%).19 O mesmo fato foi encontrado em um estudo retrospectivo no Hospital das Clínicas de Belo Horizonte – MG, onde a interação entre captopril + cloreto de potássio foi a interação mais prevalente. A consequência clínica desta interação foi a hipercalemia que acometeu, principalmente, indivíduos com insuficiência cardíaca, idosos e pacientes com insuficiência renal.21 Um estudo Suíço avaliou a prevalência de potenciais interações entre medicamentos de pacientes com insuficiência cardíaca hospitalizados. Foram estudados 400 pacientes com idade média de 79 anos. A hipercalemia novamente, foi o efeito adverso potencial mais prevalente e de maior gravidade (n = 93) e a combinação de um IECA com um diurético poupador de potássio foi registrada em 64 (16,0%) pacientes.22 Um estudo coorte demonstrou o aumento do risco de interação medicamentosa após a prescrição de estatinas metabolizadas pelo CYP3A4 e CCBs que inibem esta enzima. Para tal estudo foi feita a análise de dados de pacientes tratados entre 1997 e 2011, recuperados do banco de dados do Seguro Nacional de Saúde de Taiwan. Foram incluídos 32.801 pacientes com idade média de 62 anos, que receberam prescrição de estatinas e CCBs. Esses pacientes foram divididos em 2 grupos. Pacientes que receberam estatinas metabolizadas pelo CYP3A4 tiveram risco significativamente maior de lesão renal, hipercalemia, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral isquêmico agudo, do que aqueles que não receberam. 26 Um relato de caso de rabdomiólise e hepatite aguda associada à coadministração de atorvastatina e diltiazem ocorreu na Carolina do Sul, quando um homem afro-americano de 60 anos de idade com um histórico médico significativo foi encaminhado à emergência com insuficiência renal aguda secundária e rabdomiólise. As enzimas hepáticas estavam elevadas para mais de 3 vezes dos valores normais. A única mudança na farmacoterapia foi o início do diltiazem 3 semanas antes para um evento de fibrilação atrial. Rabdomiólise resultante da interação medicamentosa entre o diltiazem e estatinas tem sido descrito na literatura. 27 11 Foi realizado na França um estudo para avaliar a prevalência de exposição a anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), em pacientes tratados com anti- hipertensivos, usando o banco de dados de farmacovigilância francês. Das 11.442 notificações registradas em pacientes tratados com anti-hipertensivos entre 2008 e 2010, 4,5% delasincluiu exposição a AINEs. A associação de AINEs com medicamentos anti-hipertensivos podem aumentar a pressão arterial, elevando o desenvolvimento e agravamento de doenças cardiovasculares como: doença cardíaca isquêmica, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca ou doença arterial periférica. Em 24,2% dessas (125 registros), a insuficiência renal aguda foi o evento mais encontrado devido à interação entre AINEs e anti-hipertensivos. Outro efeito importante, foi a diminuição do efeito hipotensor dos anti-hipertensivos. Os pacientes hipertensos parecem ser mais suscetíveis, quando comparados a normotensos, ao efeito do aumento de pressão provocado pelos AINEs. Desta forma, já que os idosos são mais propensos a usar AINEs e têm maior prevalência de hipertensão do que a população mais jovem, torna o grupo mais suscetível a esse efeito. 29 Os AINEs aumentam os níveis de aldosterona, a adição de anti-hipertensivos, incluindo ARA II, diuréticos e β-bloqueadores, podem prejudicar ainda mais as respostas renoprotetoras, especialmente nos idosos com reduzida reserva fisiológica.30 Sabe-se que a combinação de AINEs, inibidores da ECA e diuréticos aumentam o risco de lesão renal aguda em 31%. Quando associado com pressão arterial mal controlada, o manejo clínico geralmente se dá pelo aumento do anti- hipertensivo, sem abordar o problema subjacente em questão.30 Intoxicação por excesso de lítio foi identificada em um estudo realizado na Califórnia, no qual uma senhora de 62 anos foi encaminhada ao serviço de saúde com confusão mental. A paciente tinha diagnóstico de HAS, insuficiência renal crônica e Transtorno Bipolar e tratava-se com hidroclorotiazida, lisinopril e carbonato de lítio. Frente a este estudo, os diuréticos tiazídicos demonstraram ter a maior propensão a induzir interação devido ao seu local de ação, levando a maior reabsorção de sódio e lítio.33 Novamente, há muitos relatos de toxicidade do lítio em pacientes que coadministram diuréticos tiazídicos e estudos comumente relatam 20% a 40% de 12 aumento nos níveis de lítio no plasma. Ainda em relação ao lítio, observa-se que o efeito dos IECA sobre a excreção de lítio é variável e relatos de toxicidade em comparação com os tiazídicos são menos comuns. Além disso, pacientes com doença renal crônica são mais dependentes da produção de angiotensina II para perfusão glomerular quando utilizam IECA, e são mais suscetíveis à toxicidade do lítio.33 4. CONCLUSÃO Apesar dos registros científicos serem escassos, nota-se através da revisão bibliográfica, que os pacientes idosos hipertensos hospitalizados, estão imensamente sujeitos a alguma interação medicamentosa potencial. Evidenciou-se na literatura o alto risco de hipercalemia ocasionado pelo uso concomitante de diuréticos poupadores de potássio e IECAs, bem como o uso associado de estatinas e CCBs gerando potencial lesão renal e rabdomiólise. O risco de lesão renal aguda foi também observado com a associação entre AINEs e anti-hipertensivos, não sendo, portanto, aconselhável tal combinação, visto que pode haver redução do efeito hipotensor e agravamento de doenças cardiovasculares. Da mesma forma, o uso de lítio por idosos hipertensos deve ser monitorado, principalmente se o mesmo estiver usando diuréticos, já que a reabsorção diminuída e o acúmulo do lítio podem gerar toxicidade. A intervenção farmacêutica, em especial no serviço de revisão da farmacoterapia e reconciliação medicamentosa, detém um papel fundamental na promoção da melhoria dos resultados clínicos, pois reduz os riscos de reações adversas e interações medicamentosas negativas, melhorando sobremaneira a segurança e efetividade da terapêutica do paciente. 21 13 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1-Organizacao Mundial da Saude (OMS). Envelhecimento ativo: uma politica de saude. Brasilia (DF): OPAS; 2005. 2- Baxter , K . Stockley’s Drug Interactions. 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