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INFANTICÍDIO - RESUMO

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Poliana Beatriz Gouveia Castro | 6º Semestre | 2021.1
1
PROFESSORA ANA LIVIA – D. PENAL III
Infanticidio
Poliana Beatriz Gouveia Castro | 6º Semestre | 2021.1
2
 Art. 123 CP 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena – detenção, de dois a seis anos. 
O art. 123 é aplicado em razão do princípio da especialidade. Há nesse artigo uma conduta específica em relação ao art. 121 (que trata de homicídio). Alguns doutrinadores dizem que o infanticídio é uma forma de homicídio privilegiado. 
Esse "estado puerperal" são alterações físicas e psíquicas que a gestante sofre a partir do momento em que o parto se inicia. Esses efeitos psíquicos podem perdurar por tempo variado dependendo de cada mulher, a doutrina considera entre seis a oito semanas após o parto. O estado puerperal é algo inerente à mulher, há uma presunção em relação às mulheres de que elas venham a sofrer esse estado puerperal em razão do nascimento, são alterações que acontecem no corpo feminino quando as mulheres dão à luz.
 Esse crime só vai existir se esta morte for praticada sob a influência do estado puerperal. Logo, se diz que o infanticídio é um crime próprio, porque, em regra, ele somente pode ser praticado por uma mulher que se encontra sob o efeito do estado puerperal durante ou logo após o parto. 
É um crime que exige uma condição específica do sujeito ativo para que seja praticado. E essa conduta precisa ser praticada contra o filho durante ou logo após o parto. Há uma divergência na doutrina em relação ao início do parto, mas o que prevalece é que parto tem início a partir do momento em que há a dilação do colo do útero. 
Se uma mulher tenta matar ou mata o seu feto antes do início do parto, há o crime de aborto, previsto no art. 124, CP.
Não há uma definição na lei nem na doutrina de uma definição do limite temporal do estado puerperal ou do que é considerado logo após o parto. Há uma presunção de que aquela mãe que se encontra durante o parto ou logo após, está sob efeito do estado puerperal, logo não é necessário, em regra, fazer um laudo pericial em relação ao estado puerperal. 
· Prazo do estado puerperal 
A lei dispõe logo após, mas enquanto subsistirem os efeitos do estado puerperal e a sua influência, ainda será admitido o crime de infanticídio. 
· É necessário perícia para atestar o estado puerperal? 
Em regra não, presume-se o estado puerperal durante ou logo após o parto. 
Caso uma mãe mate o seu filho durante ou logo após o parto, mas em razão de não ter mais a compreensão do caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ela não responderá pelo crime de infanticídio, ela será considerada inimputável e terá a sua culpabilidade excluída.
· Pode haver infanticídio culposo? 
Não, o infanticídio não comporta a modalidade culposa. Por exemplo, uma mãe está sob efeito do estado puerperal, que gera nela esquecimento. Em determinado dia, ela coloca o seu filho em uma bacia para dar banho, deixa a bacia enchendo de água, sai, esquece que a bacia estava enchendo e quando retorna seu filho veio a falecer por afogamento. Essa mãe não teve dolo de praticar a morte, mas em razão do estado puerperal, ela acabou gerando a morte do seu filho. 
Sobre esse caso, se a mãe responde por algum crime, há divergência na doutrina, a primeira corrente entende que essa mãe deve ser responsabilizada por homicídio culposo, já a segunda corrente entende que não há crime.
Circunstâncias agravantes
Art. 61. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: 
(...) 
II – ter o agente cometido o crime: 
(...)
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; 
(...) 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
A mãe que pratica infanticídio não responde por essas agravantes acima, pois, se ela respondesse por infanticídio e essas agravantes, haveria um bis in idem, ou seja, a mesma circunstância sendo levada em consideração duas vezes na dosimetria da pena. No crime de infanticídio já está sendo considerado automaticamente que o crime foi praticado contra um descendente e contra uma criança. 
· Por qual crime responde a mãe que, logo após o parto, sob o estado puerperal, e com a intenção de matar o próprio filho, mata outra criança pensando ser seu filho? 
Erro sobre a pessoa, previsto no artigo abaixo. E essa mãe responderá pelo crime de infanticídio.
Art. 20, § 3º, CP. O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 
Infanticídio 
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena – detenção, de dois a seis anos. 
· Por qual crime responde o agente que participa do infanticídio, mas que não se encontra sob o efeito do estado puerperal? 
A mãe responde por infanticídio. Há a hipótese de concurso de pessoas: dois ou mais agentes buscando o mesmo resultado. Apesar de ser uma condição de caráter pessoal, trata- -se de uma elementar do crime. O estado puerperal é uma elementar do crime do art. 123, o crime de infanticídio não existe sem o estado puerperal. 
O terceiro, que presta auxílio e que participa do crime, também responde pelo art. 123. No Brasil é adotada a teoria unitária, isto é, se a mãe pratica infanticídio, o partícipe não pode praticar outro crime, ele responderá pelo crime que foi praticado.
Concurso de pessoas 
Art. 30, CP. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Infanticídio
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de dois a seis anos.
· Por qual crime responde o agente que contribui para o infanticídio? 
1º Situação: mãe pratica os atos executórios auxiliada por terceiro. Por exemplo, uma mãe mata seu filho com uma faca. A vizinha entregou a faca para a mãe sabendo que ela utilizaria a faca para matar o filho. A vizinha não está sob o efeito do estado puerperal, entretanto, ela prestou auxílio para o crime de infanticídio. Nesse caso, a mãe e a vizinha responderão pelo crime de infanticídio: a mãe como autora e a terceira como partícipe. 
2ª Situação: mãe e terceiro praticam os atos executórios conjuntamente. Por exemplo, a mãe e o terceiro estão cada um com uma faca nas mãos e ambos praticam golpes e matam a criança. A mãe sob efeito do estado puerperal e o terceiro não. A mãe responderá por infanticídio e o terceiro será coautor do art. 123. 
3ª Situação: terceiro pratica atos executórios auxiliado pela mãe. A mãe induz o terceiro a matar seu filho. Esse terceiro pega a faca e mata a criança. A mãe responde por infanticídio, mas como partícipe. Sobre o crime do terceiro há uma polêmica, grande parte da doutrina entende que não seria justo, uma vez que esse terceiro executou o crime sozinho, que ele respondesse por infanticídio. Então essa primeira corrente entende que ele deve ser responsabilizado por homicídio. Mas uma segunda corrente entende que não faz sentido ele responder por homicídio e a mãe ser partícipe de um crime que não tem autor. Então, essa segunda corrente, que é a majoritária, entende que o terceiro também reponde por infanticídio, sendo ele autor e a mãe partícipe.
Questões
Raquel dá à luz seu primeiro filho, Renato. Logo após realizado o parto, ela, sob influência do estado puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de matar Renato. No entanto, pensando tratar-se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia Nilton, filho recém-nascido do casal Roberta e Rogério, causando-lhe a morte. Descobertos os fatos, Raquel é denunciada pelo crime de homicídio qualificado pela asfixia com causa de aumento de pena pela idade da vítima. Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Raquel, em alegações finais da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, deverárequerer
A) o afastamento da qualificadora, devendo Raquel responder pelo crime de homicídio simples com causa de aumento, diante do erro de tipo.
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não podendo ser reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser descendente da agente.
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução (aberratio ictus), podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, tendo em vista que são consideradas as características de quem se pretendia atingir.
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, tendo em vista que são consideradas as características de quem se pretendia atingir.
Situação hipotética: Melissa Amado, maior imputável, pertencente a família com valores conservadores, manteve relações sexuais com seu namorado vindo a engravidar. Decidida a esconder sua desonra, cogitou praticar aborto, mas não procedeu nesta conduta por receio das consequências divinas. Ato contínuo, disse a sua família que se mudaria para outra cidade a trabalho e, após 9 meses, deu luz a um bebê. Dois dias após o nascimento, saiu da maternidade, procurou uma residência de alto padrão financeiro e abandonou o recém-nascido na porta da casa. Ocorre que, por azar, ninguém residia na referida residência e o bebê acabou vindo a falecer em decorrência do abandono.
Diante dessa situação, julgue os itens a seguir.
Nos termos da situação apresentada, se a intenção de Melissa fosse de matar o próprio filho, vindo a alcançar seu intento, ela deveria ser responsabilizada por infanticídio.
( )Certo
( )Errado
Tratando-se de crime doloso, não caracteriza circunstância genérica agravante
A) a maternidade, no infanticídio.
B) a filiação, no parricídio.
C) a execução mediante promessa de recompensa, na ameaça.
D) a embriaguez preordenada, no roubo.
E) a motivação torpe, na lesão corporal.
Comprovada a autoria, contudo não comprovado o nexo de causalidade entre a influência do estado puerperal e a morte do infante, de modo a diminuir a capacidade de entendimento ou autoinibição, a parturiente responderá por
A) homicídio.
B) infanticídio.
C) aborto.
D) abandono de incapaz com resultado morte.
O infanticídio é o delito cometido pela mulher que mata o próprio filho sob influência do estado puerperal, durante o parto ou logo após. O terceiro que participa desta ação em coautoria comete:
A) infanticídio.
B) homicídio doloso.
C) homicídio culposo.
D) aborto com consentimento da gestante.
E) aborto sem o consentimento da gestante.
Maria, sob a influência de estado puerperal, decide dar cabo à vida de seu filho recém-nascido, logo após o parto. Para tanto, solicita e obtém o auxílio de um amigo, Juca, que se encarrega de asfixiar a criança, na presença de Maria, que a tudo assiste e consente. Nessas circunstâncias, e considerando as disposições do vigente Código Penal brasileiro a respeito de comunicabilidade de circunstâncias pessoais, é correto afirmar.
A) Tanto Maria quanto Juca responderão por crime de homicídio.
B) Tanto Maria quanto Juca responderão por crime de infanticídio.
C) Maria responderá por crime de infanticídio, enquanto Juca responderá por homicídio, por inconcebível que um homem possa estar sob a influência de estado puerperal.
D) Apenas Maria responderá por infanticídio, já que a hipótese é de autoria imediata.
E) Após a reforma penal de 1984, o estado puerperal passou a representar causa de aumento da pena do homicídio, não mais subsistindo a antiga figura privilegiada do infanticídio.
Kiki engravidou em relacionamento extraconjugal. Durante a gravidez, ela contou o fato ao seu marido que tentou convencê-la a praticar um aborto, sem sucesso. Logo após o parto, Kiki, influenciada tão somente por sua irmã, matou seu próprio filho, auxiliada pelo seu marido traído. Com base no caso em análise, marque a alternativa correta.
A) O crime em tela é de homicídio praticado por Kiki e pelo marido. A irmã não praticou crime nenhum, pois o induzimento e a instigação não caracterizam participação na morte da criança.
B) A irmã de Kiki e o marido praticaram o crime de homicídio em concurso de agentes. Kiki praticou o crime de infanticídio por ter matado o próprio filho, logo após o parto, por influência de sua irmã.
C) Kiki, diante da ausência da influência do estado, puerperal, não pratica crime de infanticídio, respondendo, portanto, por crime de homicídio em concurso de agentes com sua irmã e marido.
D) A irmã de Kiki e o marido praticaram o crime de homicídio em concurso de agentes. Kiki praticou o crime de infanticídio por ter matado o próprio filho, logo após o parto, por influência de sua irmã.
E) Kiki responderá por crime de infanticídio, tendo em vista a prática do crime contra o próprio filho logo após o parte, considerando seu abalo psicológico o que possibilitou ser influenciada pela irmã.
Assinale a única alternativa que contém afirmação correta:
A) o infanticídio é crime material e se consuma com a morte do feto ou do recém-nascido, sendo admissível a tentativa;
B) induzir ou instigar alguém a se suicidar ou prestar-lhe auxílio para que o faça sujeita o agente à pena de quatro a oito anos de reclusão, se o suicídio se consuma, ou de um a três anos de detenção, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave;
C) o aborto é punido a título de culpa;
D) o aborto é crime de perigo, consumando-se com a morte do feto ou a destruição do produto da concepção.
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