Buscar

EXPRESSÃO PLASTICA 3 UNIDADE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3 UNIDADE
COR E INDIVÍDUO
1 Conceito de cor
O conceito de cor é muito amplo e diverge de autor para autor em alguns aspectos. Neste estudo, traremos o conceito genérico de cor, cores primárias, secundárias, terciárias e o disco cromático das cores. Também abordaremos sua aplicação dentro da arquitetura e as sensações que diferentes cores causam no ser humano.
A cor se trata da manifestação que a luz refletida ou absorvida sobre uma superfície transmite aos olhos. O espectro de luz visível pelo ser humano está compreendido entre 400 e 700 nanômetros. Estes são os estímulos eletromagnéticos que estão contidos na luz branca, que absorve, refrata, ou reflete os raios luminosos que incidem sobre ele. Quando falamos em “branco” estamos nos referindo à sobreposição de todas as cores, ou seja, quando o objeto reflete toda a luz que recebeu. Já o “preto” é a absorção total da luz, onde não há nada refletido. 
A cor não é algo que tenha existência física, e sim apenas uma sensação que se tem quando nossos olhos decodificam a luz. Pois cada objeto, quando atingido pela luz, absorve uma parte dela e reflete o restante. Assim, a parte que não é refletida de volta é captada e interpretada por nós como a cor do objeto em questão.
Figura 1 - Espectro eletromagnéticoFonte: Af Udaix, shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: Na imagem temos o espectro de eletromagnético onde está compreendido o que é visível ao ser humano de 400 a 700 nanômetros com olho, à direita, que “vê” as cores azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.
Dentro do estudo das cores, temos as suas propriedades que são a matiz, a saturação e o valor de luminosidade que fazem grande diferença dentro do entendimento do conceito de cor e da sua aplicação. Matiz é a cor pura e tem relação com a sua tonalidade, é a cor em si, sem a adição de preto ou branco. O valor de luminosidade se refere ao grau de luz ou brilho que a cor tem, sendo determinada pela proximidade com o branco ou o preto. Assim, é considerada de alto brilho quando está mais perto do branco e mais escura quando está mais próxima do preto. A saturação se refere à definição de quão “viva” a cor é. Quanto mais próxima do cinza, menos saturada, e quanto mais perto de seu matiz original, maior será a saturação.
1.1 Cores primárias, secundárias e terciárias
No estudo das cores, temos o chamado círculo cromático, que é dividido em cores primárias, secundárias e terciárias a fim de facilitar o estudo e a compreensão da cor. Com ele em mãos, abre-se um leque de possibilidades para a combinação e a intenção que se quer transmitir em um ambiente ou em uma obra de arte.
As cores primárias ou cores puras são aquelas que não podem ser obtidas através da mistura de outras cores, ou seja, é através da mistura delas que obtemos as demais cores. São cores primárias o amarelo, o vermelho e o azul. 
As cores secundárias são as obtidas através da mistura das cores primarias. O laranja é obtido quando misturamos amarelo e vermelho. O violeta é a mistura de vermelho e azul. E o verde é obtido pela mistura do azul com o amarelo.
Quando misturamos uma cor primária com uma cor secundária obtemos as cores terciárias. Vermelho com roxo resulta em uma cor semelhante ao vinho. Ao se misturar o vermelho com o laranja, surge o vermelho alaranjado. Amarelo com verde resulta no amarelo esverdeado e assim por diante.
1.2 Harmonização das cores
As cores, independentemente de serem utilizadas na arquitetura, nas artes plásticas, em computação gráfica etc., são sempre combinadas umas com as outras. Essa combinação é chamada de harmonização. Para que uma combinação seja harmoniosa, é necessário conhecer o círculo cromático e, a partir dele, criar a harmonia, ou seja, colocar juntas as cores que se relacionam dentro do círculo.
A harmonia pode ser conseguida por uma combinação monocromática que, ao contrário do que se pensa, não precisa ser feita exclusivamente em escala de cinza. Uma combinação monocromática consiste em usar a mesma cor em diferentes tons. Ou seja: pegar uma cor primária e adicionar o branco, depois novamente pegar a cor pura e adicionar o preto; assim se cria uma palheta monocromática.
A analogia que origina as cores análogas é quando uma cor primária é combinada com duas cores vizinhas a ela no círculo cromático. Utilizando-se uma cor como a dominante e as adjacentes para enriquecer a harmonia.
As cores complementares são as que estão dispostas num ângulo simétrico de 180 graus no círculo cromático. Essa é uma harmonia de contrates. Escolhe-se uma cor dominante e se emprega a sua complementar para dar destaque, por exemplo: usar uma cor de fundo e a outra para destacar algo de maior importância.
2 Psicologia das cores
Consiste no estudo das cores no âmbito subjetivo e emocional. Trata-se da sensação que cada cor ou combinação traz ao homem quando aplicada sobre a superfície dos objetos, das casas etc. Cores e sentimentos não são uma combinação ao acaso, e sim algo que está intrínseco no ser humano por questões culturais e regionais, algo que desde a infância esteve presente. Não existe cor sem significado, e este é atribuído de acordo com o contexto em que está inserido.
Segundo Heller (2013), cada cor atua de uma maneira de acordo com a ocasião. O mesmo vermelho pode ter efeito erótico ou brutal, nobre ou vulgar. O mesmo verde pode atuar de maneira salutar, venenosa ou calmante. O amarelo pode ser caloroso ou irritante. 
Isso ocorre porque nenhuma cor existe por si só. As cores são cercadas por diversas outras, e para cada efeito se intervém diferentes cores. Isso é chamado de acorde cromático, que não é uma combinação de cores, e sim um conjunto infinito delas que definem o efeito principal ou esperado de cada cor.
2.1 Significado das cores
O efeito que uma cor pode causar depende de uma infinidade de questões referentes à subjetividade do ser humano. Essas sensações podem ser de proximidade, distância, calor, frio, ansiedade, irritabilidade, fome, prazer, e cada cor causa um efeito diferente. A lista de sensações causadas pelo conjunto de cores é extremamente extensa. Falar das sensações que cada cor pode causar é praticamente impossível; portanto, neste estudo iremos nos ater às sensações causadas somente pelas cores primárias.
· AZUL: Essa cor é considerada “predileta” pela maioria da população, independentemente do sexo. Isso é facilmente entendido, visto que essa cor está associada a sensações boas, pois remete ao céu, à tranquilidade, serenidade e harmonia. Dificilmente será ligada a algum sentimento negativo. O azul é considerado uma cor fria, pois quanto mais distante do vermelho, mais fria a cor se torna. Essa referência ao frio está diretamente ligada às experiências humanas sobre o gelo e a neve, por exemplo, que possuem tons azulados e são coisas materialmente frias.
· VERMELHO: Essa cor é supostamente a primeira cor que os recém-nascidos enxergam. Por esse motivo, a grande maioria das crianças associa o vermelho à sua cor favorita, assim como pela sua associação aos alimentos de sabor doce. Considerada também a cor da paixão, também está ligada à excitação a à euforia. Trata-se de uma cor quente e está relacionada aos sentimentos humanos – nervosos, apaixonados ou envergonhados a face fica vermelha. Enquanto o azul está ligado ao gelo, o vermelho está ligado ao fogo.
· AMARELO: É uma cor contraditória, simboliza o ouro e a riqueza, assim como a luz. Porém, devido à sua instabilidade, não é apreciada pela maioria das pessoas. Quanto mais perto do branco se torna radiante, porém próximo ao preto se torna uma cor muito forte. Associada à alegria, mas também à irritabilidade. Sendo assim, é uma cor quente e subjetivamente ambígua. 
Conforme exposto, as cores dificilmente são usadas de maneira isolada, e sim em conjunto, onde a composição pode alterar a sensação de determinada cor. Por exemplo, se em um acorde cromático o azul estiver associado ao branco e a um cinza claro em igual proporção, poderá remeter à inteligência, mas caso essa associação seja com cinza mais escuro, branco e verde em proporçõesmenores, remeterá à distância. Portanto, o acorde cromático utilizado é um grande influenciador no significado que as cores passam.
2.2 Cores quentes e frias
Dentro da psicologia das cores, estas são separadas entre quentes e frias. Na arquitetura, comumente vemos estas definições ao se descrever um ambiente no âmbito da subjetividade, o que torna relevante ter conhecimento sobre os conceitos, quais são essas cores e quais as sensações que trazem ao ser humano ao serem aplicadas.
Cores quentes, como o próprio nome já diz, estão ligadas ao sol, ao calor e ao fogo. São elas o vermelho, o laranja e o amarelo. Trata-se de cores que estimulam e são ligadas à vivacidade, ao dinamismo e ao movimento. São mais comuns em ambientes grandes para despertar a sensação de proximidade e aconchego. 
Já as cores frias estão ligadas ao distanciamento e ao frio. Remetem paz, tranquilidade, serenidade e introspecção. São elas o azul, o verde e o violeta. Possuem presença mais marcante em ambientes privados, como quartos, que necessitam passar tranquilidade para o descanso de seus usuários. 
2.3 Aplicação prática na arquitetura
Na arquitetura, assim como a forma e o espaço, a cor também é de grande importância em sua concepção, visto que uma cor aplicada em uma superfície pode trazer sensações contraditórias ao usuário e, se não aplicada da maneira correta, descaracteriza a obra. Pois de nada adianta ter pensado e estudado a forma, adequando-a ao espaço, utilizado várias ferramentas de organização espacial, princípios de ordem e ao final empregar uma cor que não condiz com o todo. 
As sensações que uma cor pode trazer ao ser humano estão diretamente ligadas à cultura, umas gradam mais que outras, porém todas são de grande valia para a arquitetura se utilizadas adequadamente. Quando queremos que um ambiente passe uma sensação aconchegante, obviamente empregaremos cores quentes, como vermelho ou laranja; caso a intenção seja um local mais sombrio, utilizaremos cores frias, como azul ou violeta. 
Não podemos esquecer que as cores não são empregadas sozinhas, por isso é importante pensar nas cores que forem aplicadas juntamente com elas porque irão interferir na sua percepção. Muito se fala em acorde cromático e harmonia das cores, e isso dentro da arquitetura é indispensável, pois a falta de conhecimento pode causar um tremendo caos visual que poderá gerar irritação e incômodo aos ocupantes de um determinado ambiente. Saber fazer uso destas ferramentas norteará o arquiteto.
As cores, quando aplicadas devidamente, são harmoniosas e passam a sensação pretendida. Por exemplo, caso se queira diminuir o campo visual de um plano de teto muito elevado, o mais recomendado é fazer o uso de uma cor mais escura do que as que estão presentes nas paredes. Caso se queira ampliar este campo visual, o indicado e fazer ao contrário.
FIQUE DE OLHO: Para enriquecer seu repertório recomendo a leitura do livro A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria Goethe, de Lilian Ried Miller Barros.
3 Cor e forma na arquitetura
A cor não é aplicada ao acaso em qualquer objeto aleatório. Na arquitetura, para ter significado ela será aplicada em formas arquitetônicas de maneira ordenada em um espaço. Do mesmo jeito que a concepção de uma forma arquitetônica é pensada, estudada e tem variantes, na aplicação da cor nessas formas ocorre o mesmo.
Obviamente, não se trata de pintar uma edificação de uma cor qualquer e está pronto. Pelo contrário, é necessário o conhecimento da cor aplicada, do acorde cromático e de suas variações para gerar uma harmonia e ter impresso nessa forma o que foi pretendido na sua concepção. Temos que levar em consideração principalmente a incidência de luz sobre a superfície para não ter um resultado desagradável.
3.1 Forma
Para melhor compreender a aplicação de cores nas formas, vamos definir rapidamente o que são formas. Dentro de arquitetura, são a estrutura formal de um trabalho, ou seja, é um elemento tridimensional que possui formato, textura, cor e tamanho e com propriedades visuais, como posição, orientação e inércia visual.
Pode ser um único elemento ou um conjunto deles. Para se chegar à forma final, esta passa por processos de transformação que podem ser por adição, subtração ou alteração de dimensão. Ao ser inserida no espaço, também se tem maneiras para fazer isso, que podem ser centralizadas, lineares, radiais, aglomeradas ou em malhas. Tudo irá depender do contexto arquitetônico pretendido.
3.2 Aplicação de cor a forma
Falaremos agora do estudo da aplicação das cores em uma forma arquitetônica. A incidência de luz em uma superfície altera a percepção que temos de determinada cor. Sendo assim, a posição da forma em relação ao sol, assim como o posicionamento das aberturas, deve ser previamente estudada de acordo com os princípios de conforto ambiental. Somente após esta definição é que se pode pensar nas cores a serem aplicadas à edificação. Isso tanto em seu exterior quanto em seu interior. 
Essa escolha não pode ser aleatória, levando somente a posição solar em consideração. Esta é a primeira parte a se pensar, mas o formato e o tamanho da forma também são relevantes quando se pensa em aplicar cor no exterior da edificação, pois será uma quantidade maior de combinação de cores. Nessa combinação, o impacto visual é muito grande, então se deve estudar e escolher o acorde cromático correto para uma boa harmonização. 
Se a pretensão for de que a edificação passe a sensação de proximidade, que seja atraente e quente aos olhos, deve-se usar o acorde de cores com vermelho. Caso se deseje uma sensação mais tranquila, passiva e que passe confiança, o recomendado é o acorde de cores derivadas do azul. 
Para os ambientes internos se segue a mesma linha de raciocínio. Normalmente as cores frias são usadas em ambientes voltados ao repouso e descanso, onde se faz necessária tal sensação, como nos quartos por exemplo. Já as cores quentes têm seus usos em ambientes residenciais um pouco mais restrito, pois as sensações causadas remetem ao fogo e à excitação, paixão e irritabilidade. Assim, quando usadas em ambientes com grandes dimensões, empregam a ele uma certa proximidade devida a essa sensação de calor, fazendo com que se torne mais confortável. 
Em contrapartida, em locais que se exige que as pessoas permaneçam atentas, alegres e vibrantes (como em redes de fast-food, por exemplo) são comumente utilizados o vermelho e o amarelo. O vermelho “acelera o coração” e instiga a entras na lanchonete. Além disso, estimula o apetite e fornece a sensação de poder e de domínio do ambiente comercial. Não por acaso é empregado junto do amarelo, pois este representa a felicidade, a amizade e a confiabilidade.  
Portanto, podemos perceber a real importância das cores nos ambientes, sejam eles internos ou externos, residenciais ou comerciais. As possibilidades derivadas das cores são infinitas, basta ao profissional possuir o conhecimento necessário para utilizar isso de maneira apropriada.
4 A arquitetura e o indivíduo
A arquitetura está diretamente ligada à psicologia. Uma forma, um espaço, as cores e as texturas, não são meramente matérias físicas, estão além disso. A arquitetura tem ligação com o lado subjetivo, ou seja, com os sentimentos. Uma forma simples e pura em um espaço não é arquitetura se não transmitir algo ao ser humano. A arquitetura é a arte em que o ser humano vive e transita, onde ele é a peça fundamental. A arquitetura é a arte do ser humano.
Não podemos considerar essa arte como meramente ilustrativa, constituída somente da parte material. Ela é totalmente relacionada às emoções e às sensações do ser humano que a habita. Portanto, falaremos um pouco mais dessa relação entre o espaço e o indivíduo dentro da arquitetura.
4.1 Espaço
Conceitualmente, consiste no volume de uma forma ou do vazio criado entre elas. É onde tudo acontece, e nele estão inseridos os contextos da arquitetura. É no espaço que a arquitetura acontece. Porém, para se tornar um espaço para o ser humano, precisa haver ligação entreeles. Seja através de um tempo, de uma cultura ou de uma religião, o espaço cria uma relação de existência e de pertencimento com o indivíduo que o habita.
Tem caraterísticas e métricas de composição para transmitir as mais variadas sensações e emoções. Entender o conceito e os princípios e saber ordená-los é o que permite ao arquiteto criar espaços propícios a serem habitados e vivenciados por todos.
4.2 Indivíduo
O indivíduo se trata de cada ser humano, dotado de emoções, sentimentos, vivências, culturas e histórias das mais variadas. Cada qual ao seu modo e à sua maneira, com as suas verdades e os princípios que determinam o seu jeito de viver e conviver em sociedade. Uma diversidade que coexiste em um mesmo espaço-tempo e que se relaciona com o meio em que vive.
Devido à pluralidade da humanidade, é muito importante levar em consideração o estudo do espaço correlacionado ao indivíduo, pois dependendo de sua localização geográfica, ele terá modos diferentes de ver, sentir e encarar as coisas. Seja pela cultura, pela religião ou por algo que está em seu subconsciente. Saber analisar de maneira subjetiva o ser humano permite melhorar o conhecimento sobre o seu estilo de vida, e assim poder projetar um espaço que atenda às suas necessidades tanto físicas como mentais.
4.3 O indivíduo e o espaço
Apesar de ser um assunto de grande importância para a sociedade em um geral, principalmente no âmbito da arquitetura, este é um tema pouco tratado nas literaturas da área: a correlação existente entre o espaço e o ser humano que o habita.
`` O homem e suas extensões constituem um sistema inter-relacionado. É um erro agir como se os homens fossem uma coisa e sua casa, suas cidades, sua tecnologia, ou sua língua, fossem algo diferente. (CHING, 2002, p.166-167). ``
A arquitetura e a psicologia têm seus estudos específicos. Enquanto o foco da psicologia é o indivíduo e estuda algo ligado ao subjetivo do homem, a arquitetura estuda formas, cores e espaços que esse indivíduo irá ocupar. Porém, ambas se encontram quando a arquitetura se volta para a subjetividade do ser humano, importando-se tanto com a estética e a funcionalidade quanto com a percepção e as consequências que isso desencadeará no indivíduo. Neste ponto, arquitetos e psicólogos se completam enquanto profissionais de áreas diferentes.
Ao projetar uma edificação, o arquiteto precisa se ater à forma, à estética e à funcionalidade sem se esquecer que este espaço será habitado, seja a fim de trabalho ou moradia. Então, o espaço tem que atender às necessidades de seus usuários. 
Relacionando a psicologia arquitetônica às residências, a casa precisa se tornar um lar. Assim, deve possuir boa estética e ser funcional, mas, acima de tudo, tem que ser adequada aos seus moradores. Para ser um lar, ela deve transmitir o subjetivo: ir além das paredes, penetrar o subconsciente e se tornar o local onde as necessidades de cada indivíduo (ou grupo) é entendida e atendida.
Em um ambiente coorporativo, o espaço precisa atender à necessidade de um grupo de pessoas com um conjunto de subjetividades, onde cada ser humano é único. Assim, é necessário entender a individualidade, porém é impossível criar um espaço de trabalho que atenda às necessidades pessoais de cada um. Portanto, nesses ambientes se deve atender às necessidades coletivas, voltadas ao trabalho, pensando sempre no indivíduo: oferecer a ele conforto em termos de temperatura, ergonomia e ainda fazer com ele se sinta bem no local de trabalho, confortável não só fisicamente, mas também mentalmente para que possa ter um bom desempenho.
O arquiteto tem uma infinidade de ferramentas que o auxiliam nessas questões. Assim, ao fazer o seu uso de maneira adequada se chega ao resultado desejado, criando espaços humanizados para o convívio coletivo.
FIQUE DE OLHO: A título de curiosidade, para ampliar a sua visão e o seu conhecimento sobre a relação da arquitetura com a psicologia, recomento a leitura do artigo Psicologia e arquitetura: em busca do locus interdisciplinar, de Gleice Azambuja Elali.
5 Estruturas e vedações de volumes
A arquitetura, mesmo que envolvendo toda a parte psicológica e a relação interpessoal com o ser humano, parte do princípio da concepção de formas construtivas, advindas de diversos sistemas construtivos, como alvenaria estrutural, alvenaria convencional, stell frame, wood frame. Essa escolha do método construtivo e da vedação da estrutura deve ser pensada e planejada de acordo com cada edificação, utilizando o mais viável financeiramente e para o uso pretendido.
Sendo assim, iremos discorrer sobre os mais utilizados atualmente no Brasil com uma breve apresentação do tipo de material e método construtivo.
5.1 Estruturas
Na arquitetura, a estrutura é a “casca” de uma edificação, ou seja, é a armação responsável por manter a forma sustentada. É a parte mais resistente de uma construção, já que é responsável por absorver e transmitir os esforços. Leva-se em consideração o peso dela para se escolher o melhor método construtivo. Uma estrutura é composta por elementos estruturais, sendo estes as fundações, as lajes, as vigas, os pilares, as escadas e as caixas d’água. Quando combinados, esses elementos geram os sistemas estruturais.
5.2 Sistemas construtivos no Brasil
No Brasil, os mais utilizados são a alvenaria estrutural, a alvenaria convencional ou de vedação, as paredes de concreto, e vem ganhando espaço o steel frame e o wood frame.
· Alvenaria convencional é muito utilizada no pais por não precisar de mão de obra especializada para sua execução. É composta por vigas, pilares e lajes em concreto armado, servindo para a suspenção da edificação, onde a alvenaria tem a função somente de vedação e separação dos ambientes feita com blocos cerâmicos sem características estruturais. A vantagem desse sistema é que, devido à estrutura em concreto armado, suporta grandes vãos. Por não necessitar de mão de obra especializada, tem grande disponibilidade e, pelo tipo de vedação, facilita mudanças no projeto e futuras reformas. Gera grande quantidade de resíduos. Além disso, tem um tempo e um custo maior em comparação a outros sistemas.
· Na alvenaria estrutural, como o próprio nome já diz, os blocos são a própria estrutura da construção, podendo ser em cerâmica ou concreto. Junta-se à estrutura e à vedação da edificação. Seu projeto deve ser completo e detalhado, incluindo os projetos elétricos e hidráulicos, assim como deve se definir os vãos de acordo com a modulação do bloco a ser utilizado. Sua mão de obra deve ser especializada. Esse sistema construtivo fornece rapidez, facilita a construção e reduz a mão de obra, gerando maior economia e menos desperdício de material. Porém, os vãos livres têm limitações, bem como não permitem mudanças de paredes, por exemplo, sem reforço estrutural. A estética é limitada.
· Steel frame é um sistema construtivo ainda pouco usado no Brasil. Consiste em um sistema industrializado em que sua estrutura é composta de perfis de aço galvanizado e a vedação é feita por meio de placas cimentícias, de madeira ou dry wall. Gera uma quantidade mínima de resíduos, o que deixa a obra mais limpa. A construção é rápida e precisa, com peso estrutural reduzido. Porém tem limite de pavimentos e dificuldade em obter mão de obra especializada.
· Wood frame é um sistema construtivo com estrutura em madeira de reflorestamento, geralmente pinos, constituído por perfis de madeira maciça, contraventos com chapas de OSB auto clavadas com estruturas de madeira para a proteção da edificação. A consciência ambiental está muito presente neste sistema construtivo, pois faz uso unicamente de madeira de reflorestamento, gerando poucos resíduos, o que mantém a obra limpa e organizada. Oferece agilidade na construção. Contudo, assim como no steel frame, há problemas em se obter mão de obra especializada e fica limitado ao número de pavimentos. Por se tratar de madeira, é necessário um cuidado com a impermeabilização.
· O sistema construtivo de paredes de concreto é aquele em que as paredessão estruturas maciças de concreto armado. São construídas fôrmas de madeira ou metal, de acordo com projeto, que são preenchidas com concreto armado. Após a cura, as fôrmas são retiradas. As instalações tanto elétricas quanto hidráulicas são embutidas na estrutura, o que evita a quebra das paredes. É mais viável para construções em larga escala, como condomínios residenciais. Têm alta produtividade, geram pouco desperdício de material, oferecem alta resistência ao fogo, com baixa flexibilidade e um alto custo gerado pelas fôrmas.
O tipo de sistema construtivo escolhido varia de acordo com a necessidade do projeto, levando em consideração o tempo para execução, o tamanho do projeto, assim como as questões climáticas de cada região e a disponibilidade de mão de obra e de material. O sistema precisa estar alinhado ao projeto arquitetônico e ter coerência com a escolha. Além disso, a preocupação ambiental é muito importante, quanto menos resíduos forem gerados, melhor será para o meio ambiente. Destinar corretamente os resíduos e ter essa consciência também é papel do arquiteto.
5.3 Tipos de vedação
A vedação de um volume consiste em seu fechamento tanto interno quanto externo. Existem algumas maneiras e matérias para se realizar essa vedação. Alguns sistemas construtivos juntam a estrutura à vedação, não sendo necessário se utilizar de um sistema de vedação específico (este é o caso da alvenaria estrutural). Porém, a grande maioria dos sistemas construtivos exige um sistema de vedação complementar, seja na parte externa ou interna da edificação.
Temos alguns tipos de vedação mais comumente usados: a placa cimentícia, o dry wall, o PVC, os blocos cerâmicos ou de concreto, dentre outros mais peculiares, como o uso de garrafa pet. 
O gesso acartonado, ou dry wall, pode ser utilizado como divisória interna em ambientes que não sejam área molhada, pois não é resistente à água. Esse tipo de vedação está presente tanto em ambientes residenciais quanto nos comerciais. Ao ser montado, a espessura é inferior à de uma parede de alvenaria, otimizando o espaço. Aceita, ainda, a aplicação de textura, pintura, adesivo e papel de parede, mas é importante se ater ao peso de móveis e complementos fixados nas divisórias.
A placa cimentícia é costumeiramente utilizada em conjunto com o sistema construtivo steel frame na vedação externa, já que é resistente à água. Porém, também é usada em ambientes internos como divisória, em mezaninos e forros. Podem ser aplicados revestimentos sobre a sua superfície.
O PVC é comumente utilizado em ambientes comerciais por ser leve e ter espessura inferior a uma parede em alvenaria, o que aumenta a área útil do ambiente. É feito em material plástico, o que facilita a sua limpeza, motivo pelo qual é usado em ambientes hospitalares. Essa vedação pode ser adesivada, pintada, desmontada e montada novamente sem prejuízo das placas.
O bloco cerâmico (tijolos) pode ser usado como elemento estrutural, no caso da alvenaria estrutural, ou como vedação da edificação. Sua matéria prima está se tornando escassa, o que a torna mais cara. Sendo assim, vem sendo substituído por outras matérias. Possui espessura superior às divisórias, diminuindo o espaço dos ambientes, porém tem maior resistência física. 
O bloco de concreto, utilizado para vedação em construções de concreto armado ou como a própria estrutura, assim como os blocos cerâmicos, é composto por areia, pedrisco e cimento. São autoportantes.
A garrafa pet é uma solução barata e sustentável, já que se utiliza de material reciclado. Não tem seu uso muito popular, mas com as questões ambientais em alta, vem ganhando espaço dentro da construção. As garrafas são preenchidas com areia ou pedra a fim de aumentar sua resistência e podem até servir como estrutura para uma residência. 
Existem vários outros tipos de vedação, tratamos aqui dos mais comuns. É muito importante saber qual tipo de vedação escolher, além de ter conhecimento das caraterísticas físicas e como é feita essa escolha, agregando de maneira harmônica o sistema construtivo. Para isso, é imprescindível levar em consideração o custo benefício, a otimização de espaço, a sustentabilidade e as necessidades do projeto.

Continue navegando