Buscar

Tipos de Parentesco

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Curso: DIREITO Disciplina: FAMÍLIA Professor: Mauro Serpa 
 
 
Prof.: MAURO SERPA 
1 
 
DAS RELAÇÕES DE PARENTESCO 
 
 
CONCEITO: Parentesco é a relação vinculatória existente não só entre pessoas que descendem umas 
das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre o cônjuge ou convivente e os parentes do outro 
e por outra origem (Art. 1593 CC). 
 
Para Caio Mário da Silva Pereira, “dentre as várias espécies de relações humanas, o parentesco é das 
mais importantes e a mais constante, seja no comércio jurídico, seja na vida social.”. Já Washington de Barros 
Monteiro não nos deixa esquecer que “o direito canônico sempre reconheceu a existência de outra espécie de parentesco, o 
parentesco espiritual, derivado das qualidades do padrinho ou madrinha e afilhado, e que até constitui impedimento matrimonial. 
Mas nosso direito positivo nenhuma importância dá a esse suposto parentesco, insusceptível de produzir qualquer efeito jurídico”. 
 
A Constituição Federal de 1988 trata no art. 226 a relação entre os filhos e seu pai da seguinte forma 
“os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, 
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”. Nas palavras de Cristiano Chaves de 
Farias e Nelson Rosenvald: 
 
O parentesco, dessa maneira, tem de se modelar a uma nova feição da família, decorrente da 
normatividade garantista e solidária constitucional, abandonando a interconexão implicacional com o 
matrimônio e a feição hierarquizada e patriarcal para ser compreendido, em larga escala, como um 
vínculo predestinado a afirmação de valores constitucionais contemplados na tábua axiomática. 
 
Relacionam os autores a outros vínculos, além do biológico-sexual, como o biológico-reprodutivo 
assistido, adotivo, afetivo, além das relações estabelecidas através da união por casamento ou união estável de 
um cônjuge para com os parentes do outro cônjuge ou companheiro. Enfim, são muito mais amplos do que 
outrora fora o conceito básico de parentes. 
 
Nem todos os parentes são “próximos”. Temos o hábito de dizer primos em primeiro e segundo grau, 
mas essa classificação não é correta para os operadores do direito. 
 
A distância entre os parentes é medida por graus. É o que chamamos de grau de parentesco. Na linha 
reta conta-se a distância, porém não há limites. Na linha colateral o novo código limitou o parentesco até o 
quarto grau. 
 
A contagem de graus dar-se-á por gerações. Calcula-se um ponto de partida e atribuímos a ele o número 
zero. Dele começamos a contar as gerações, para cima na ascendência; para baixo na descendência e na 
colateralidade pela linha angular, buscando um tronco comum. Quando o tronco comum é encontrado angula-
se e continua a contagem. 
 
O ascendente comum não deve ser contado. Assim, dois irmãos são entre si parentes em segundo grau, 
pois tem genitor ou genitores comum. Tio e sobrinho são parentes em linha colateral em 3º grau. 
 
Não há, na linha colateral, parentesco em primeiro grau, visto que quando contamos uma geração ainda 
estamos na linha reta. 
 
 
 
 
 
Vejamos: 
Curso: DIREITO Disciplina: FAMÍLIA Professor: Mauro Serpa 
 
 
Prof.: MAURO SERPA 
2 
 
 (mesmo grau) (mesmo grau) 
 Tronco comum Tronco comum 
 
 
 
 
 (mesmo grau) 
 
 
 
 
 
 
A lei desejou unificar os efeitos do parentesco. Contudo essa unificação não foi nem é perfeita, 
pois, em relação a alimentos a lei só permite que se exista entre os colaterais até segundo grau (Art. 
1.697 CC), os impedimentos matrimoniais até o terceiro grau (Art. 1.521, inc. IV CC) e na sucessão, 
de acordo com o Art. 1.839 se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no Art. 
1.830, serão chamados a suceder os colaterais somente até o quarto grau. 
 
Desta forma: 
 
 1º Grau: na linha colateral não há parentes de primeiro grau. 
 2º Grau: irmãos. 
 3º Grau: tios e sobrinhos. 
 4º Grau: tios-avós, primos e sobrinhos-netos. 
 
 
ESPÉCIES DE PARENTESCO: 
 
 
NATURAL ou CONSANGÜÍNEO: (Art. 1.593 CC) Vínculo entre pessoas descendentes de um 
mesmo tronco ancestral, ligadas pelo mesmo sangue. Existe tanto na linha reta como na colateral ou transversal. 
Matrimonial se oriundo de casamento e extra matrimonial se proveniente de união estável, relações sexuais 
eventuais ou concubinárias. Ainda pode ser duplo ou simples. Duplo se derivar dos mesmos genitores e simples 
se apenas de um deles. 
 
O Parentesco Natural/Consangüíneo divide-se em duas linhas: a linha reta e a linha colateral 
também chamada de transversal. 
 
 (Art. 1.591 CC) Parentesco em linha reta: são pessoas ligadas umas as outras em 
relação de ascendentes e descendentes, descendem ou ascendem umas das outras. Não 
há limite de grau, podemos descrevê-lo como ad infinitium. A linha reta é ascendente 
quando se sobe do ponto de partida para os seus antepassados. É descendente quando 
se desce do ponto de partida para os descendentes. 
 
Exemplo: pai, mãe, avós, bisavós e demais na ascendência. Filhos, netos, bisnetos e demais na 
descendência: 
 
2º 
 
1º 
 
2º 
 
2
º 
 
1
º 
 
3º 
2
º 
 
0 
 
3º 
 
4º 
 
4º 
Curso: DIREITO Disciplina: FAMÍLIA Professor: Mauro Serpa 
 
 
Prof.: MAURO SERPA 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explicação: a é descendente filha de b e b1, descendente neta de c, c1, c2 e c3. Desta forma a 
é parente em linha reta destas pessoas. Da mesma sorte que c, c1, c2 e c3 são ascendentes e avós de 
a. b e b1 são ascendentes e pais de a. Desta forma a é parente em linha reta destas pessoas. 
 
 
 (Art. 1.592 CC) Colateral / transversal / obliqua: São as pessoas provenientes de um 
só tronco, sem descenderem uma da outra. Limitado no novo código em quarto grau. 
No código antigo era até o sexto grau. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explicação: a é descendente filho de b e b1; descendente neto de c, c1, c2 e c3; descendente 
bisneto de d1e d2. Desta forma a é parente em linha reta destas pessoas, pois a deriva delas. Da 
mesma sorte que d1e d2 são ascendentes e bisavós de a; c, c1, c2 e c3 são ascendentes e avós de a 
e b e b1 são ascendentes e pais de a. Assim, analisando a colateralidade, a é sobrinho de d, primo de e 
e e1 e sobrinho neto de e2. Parente em linha colateral (ou transversal) de d, e, e1, e e2. 
 
AFIM OU POR AFINIDADE: (Art. 1.595 CC) O casamento e a união estável dão origem a 
afinidade. Por definição legal o parentesco por afinidade é o estabelecido entre um dos consortes e os 
parentes consangüíneos do outro, nos limites estabelecidos por lei. Não há afinidade entre os cônjuges 
ou entre os companheiros. Assim marido e mulher, companheiro e companheira não são parentes. A 
afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do cônjuge ou companheiro (Art. 
c c
1 
c2 c
3 
 
b b
1 
a 
c c2 
 
c
1 
2
2 
c
3 
 
b b
1 
d
3 
 
 a e e
1 
e2 
d1 
 
d
2 
2 
Curso: DIREITO Disciplina: FAMÍLIA Professor: Mauro Serpa 
 
 
Prof.: MAURO SERPA 
4 
1.595 CC § 1º). Em linha reta até o infinito, e em linha colateral até o segundo grau. Cunhados são 
parentes por afinidade em segundo grau. Na linha reta a afinidade não se extingue com o fim da relação 
(Art. 1.595 CC § 2º). Não é vedado casamento entre cunhados, pois o cunhadio se extingue com o fim 
do casamento, contudo, sogro, sogra e enteados são para toda a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explicação: a é casado com b. b é filha de b1 com b2e irmã de c e c1. b tem uma filha b3. 
Como b1, b2 e b3 são parentes de b em primeiro grau na linha reta, também serão parentes de a, 
porém, por afinidade, mantendo-se o mesmo grau que tem com b, ou seja, a é parente de b1, b2 e b3 
por afinidade em primeiro grau. b1- sogro, b2-sogra e b3- enteada. Em relação a c e c1 o 
procedimento é o mesmo. c e c1 são parentes de b em segundo grau por colateralidade. Serão 
parentes de a por afinidade, mantendo-se o mesmo grau que tem com b, ou seja, a é parente de c e, c1 
por afinidade em segundo grau. c-cunhado e, c1-cunhada. 
 
 
CIVIL: O parentesco Civil, de acordo com Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, é aquele 
“fundado nas demais hipóteses de parentesco, quando não presente o vínculo biológico. É o 
parentesco decorrente da adoção, da filiação socioafetiva, dentro outras hipóteses”. 
(Art. 1.593 CC) Ao constar que o parentesco civil pode decorrer de "outra origem" que não a 
consangüinidade, o art. 1.593 contempla a situação dos filhos não-biológicos que se podem classificar 
em: 
 
a) filhos adotivos; 
b) filhos socioafetivos (que desfrutam da posse de estado de filho, como na adoção à brasileira); 
c) filhos havidos por inseminação artificial heteróloga. 
 
EFEITOS JURÍDICOS DO PARENTESCO 
 
Como dito anteriormente, é importante designar qual o grau de parentesco entre as pessoas da 
mesma família pois isto trará diversos reflexos no campo jurídico por força do vínculo entre elas. 
 
Washington de Barros Monteiro afirma ser de “suma importância, porque delas resultam 
direitos, obrigações e restrições”. 
a c 
 
b1 
 
b 
 
b
2 
b 
d
2 
2
2 
2
2 
 
c
1 
 
b3 
 
Curso: DIREITO Disciplina: FAMÍLIA Professor: Mauro Serpa 
 
 
Prof.: MAURO SERPA 
5 
 
No prisma do Direito das Famílias, por exemplo, ele impõe impedimentos matrimoniais, 
instaura o poder familiar e gera o dever de prestar alimentos e no âmbito sucessório confere o direito 
à herança. É possível falar-se em guarda e visita entre parentes, conforme disposição do Parágrafo 
Único do art. 1589 do Código Civil para avós. 
 
Em sede de Direito Processual Civil pode levar o magistrado à suspeição quando existente 
algum vínculo parental com uma das partes da relação processual ou com os respectivos advogados, 
conforme art. 134 do CPC. Também no mesmo código, a morte do cônjuge, companheiro ou parceiro 
homoafetivo, por analogia, ou qualquer parente do réu, impede que se proceda à sua citação nos sete 
dias seguintes. Além disso, não podem os cônjuges e os parentes em geral servir como testemunhas, a 
favor ou contra um outro parente (art. 405, § 5º, CPC). 
 
No Direito Eleitoral, o parente pode gerar inelegibilidade eleitoral (art. 14, § 7º, CF). No Direito 
Administrativo impede o nepotismo. 
 
No âmbito penal também trás consequências que podem agravar a situação do réu (CP, art. 61, 
II). É o caso dos crimes comuns quando cometidos em prejuízo de um membro da família. Ou pode 
inocentá-lo, como no caso de crime contra o patrimônio, praticado por ascendente ou descendente, 
seja o parentesco natural ou civil (CP, art. 181). 
 
No direito constitucional e no direito administrativo, há restrições de parentesco para ocupar 
certos cargos. Assim, por exemplo, conforme o art. 18 da Lei 9784/99, “é impedido de atuar em 
processo administrativo o servidor ou autoridade que: II - tenha participado ou venha a participar 
como perito, testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao cônjuge, 
companheiro ou parente e afins até o terceiro grau; III - esteja litigando judicial ou administrativamente 
com o interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro”. 
 
 
ESTUDAR MULTIPARENTALIDADE E COPARENTALIDADE. 
 
https://www.migalhas.com.br/quentes/301980/multiparentalidade-da-origem-biologica-aos-lacos-de-afeto 
 
https://www.migalhas.com.br/coluna/registralhas/260401/coparentalidade 
https://www.migalhas.com.br/quentes/301980/multiparentalidade-da-origem-biologica-aos-lacos-de-afeto
https://www.migalhas.com.br/coluna/registralhas/260401/coparentalidade

Continue navegando