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Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
1 
 
2 ANO DE FILOSOFIA 
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO 
 
TEORIA DO APEGO DE JOHN BOWLBY 
 
INTRODUÇÃO 
O conceito de apego emocional de recém-nascidos aos pais ou cuidadores tem sido 
debates a vários anos. A partir do final do século XIX, psicólogos e psiquiatras sugeriram 
teorias sobre a existência ou natureza dos primeiros relacionamentos. A 
teoria freudiana inicial tem pouco a dizer sobre o relacionamento da criança com sua mãe, 
postulando apenas que o peito era um objecto de amor. Freudianos atribuem às tentativas 
do recém-nascido de ficar perto de uma pessoa conhecida à motivação aprendida através 
da alimentação e da satisfação de pulsões. Na década de 1930, o psicólogo Ian Suttie, 
sugeriu que a necessidade da criança por afecto era uma necessidade primária, e não 
baseada na fome ou em outras satisfações físicas. 
 William Blatz, um psicólogo canadense, também destacou a importância de relações 
sociais para o desenvolvimento. Blatz propôs que a necessidade de segurança era parte 
normal da personalidade, assim como o uso de outros como uma base 
segura. Observadores, a partir da década de 1940, focaram na ansiedade exibida por bebês 
e crianças de colo ameaçadas pela separação de um cuidador familiar. 
JOHN BOWLBY: nasceu na Inglaterra (1907 – 1990). Foi um psiquiatra e 
psicanalista. Acreditava que a saúde mental e os problemas de comportamento podiam ser 
atribuídos à primeira infância. Seu trabalho se baseia no comportamento instintivo de 
vinculação, que significa a necessidade do contato entre mãe e bebê. A sua teoria sugere 
que as crianças vêm ao mundo biologicamente pré-programadas para formar vínculos com 
os demais, já que isso as ajudará a sobreviver. Quando conheceu a teoria de Konrad Lorenz, 
passou a ter mais interesse pela etologia, e começou a estudar a relação entre mãe e filho, 
sobretudo nos danos causados na criança pela falta de afecto da mãe; em 1948 fez 
pesquisas com crianças órfãs de 2 a 4 anos antes e depois da separação de suas mães, 
para entender os efeitos da carência. No ano de 1950 foi nomeado assessor da ONU. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=William_Blatz&action=edit&redlink=1
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
2 
 
Em 1956, Bowlby começa a observar como as crianças reagem à perda da mãe, 
sendo temporária ou não. Segundo ele, quando a criança perde o contato com a mãe 
independente do motivo podem gerar respostas e processos patológicos. Essas respostas 
patológicas continuam presentes em adultos, que ainda sofrem por separações que 
ocorreram nos primeiros anos de vida. A teoria do apego permite a reflexão dos vínculos 
afetivos do sujeito ao longo da vida. A teoria do apego presume que crianças e adultos 
mantêm comportamentos de apego, mostrando-os em situações estressantes. 
 
FORMULAÇÃO DA TEORIA 
Após à publicação do livro: Cuidado Materno e Saúde Mental, Bowlby buscou uma 
nova compreensão nos campos de biologia evolutiva, etologia, psicologia do 
desenvolvimento, ciência cognitiva e teoria de sistemas de controle. Ele formulou a 
proposição inovadora de que mecanismos subjacentes ao laço emocional entre um recém-
nascido com seu(s) pais ou cuidador(es) emergiu como resultado de pressão evolutiva. Ele 
começou a desenvolver uma teoria de motivação e controle do comportamento edificada sob 
a luz da ciência ao invés de sob o modelo psíquico de energia de Freud. Bowlby argumentou 
que, com a teoria do apego, ele tinha acabado com as "deficiências de dados e a falta de 
uma teoria para ligar a causa e o efeito" de Cuidado Materno e Saúde Menta. 
A origem formal da teoria começou com a publicação de dois artigos em 1958, o 
primeiro sendo "A Natureza do Vínculo da Crianças com sua Mãe" de Bowlby, em que os 
conceitos precursores de "apego" foram introduzidos. O segundo foi "A Natureza do Amor" 
de Harry Harlow. Este último foi baseado em experimentos que mostravam que filhotes 
de macacos pareciam formar um vínculo afetivo com mães adotivas que não ofereciam 
comida, mas não formavam com mães adotivas que forneciam uma fonte de comida mas 
eram menos simpáticas ao toque. Bowlby publicou mais dois artigos em seguida: "Ansiedade 
de Separação" (1960), e "Dor e Luto na Primeira Infância" (1960b). Ao mesmo tempo, sua 
colega Mary Ainsworth, com as teorias etológicas de Bowlby em mente, estava completando 
os seus extensos estudos observacionais sobre a natureza de vínculos em bebês, 
em Uganda. A teoria do apego foi finalmente apresentada em 1969 em "Apego", o primeiro 
volume da trilogia "Apego e Perda". O segundo e o terceiro volume, "Separação: Ansiedade 
e Raiva" e "Perda: Tristeza e Depressão" foram apresentados em 1972 e 1980 
respectivamente. A teoria do apego veio num momento em que as mulheres estavam 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_desenvolvimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_do_desenvolvimento
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ciência_cognitiva
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pressão_evolutiva&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Harry_Harlow
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Ainsworth
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uganda
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
3 
 
reivindicando seus direitos à igualdade e à independência, dando às mães uma nova causa 
para ansiar. 
Teoria do apego 
Teoria do apego ou teoria da vinculação é a teoria que descreve certos aspectos a 
curto e longo-termo de relacionamentos entre humanos e entre outros primatas. Seu princípio 
mais importante declara que um recém-nascido precisa desenvolver um relacionamento 
com, pelo menos, um cuidador primário para que seu desenvolvimento social e emocional 
ocorra normalmente. A teoria do apego é um estudo interdisciplinar que abrange os campos 
das teorias psicológicas, evolutiva e etológica. 
Bowlby a partir de seus estudos descarta a ideia do impulso primário e afirma que a 
relação entre o bebê e sua mãe não se desenvolve pela alimentação; mas sim, pelo 
sentimento de segurança. Ele acreditava que os comportamentos de apego são instintivos e 
são ativados por qualquert condição que pareça ameaçar a realização de aproximação, com 
a separação, a insegurança e o medo. Bowlby também defendeu que o medo de estranhos 
representa um mecanismo de sobrevivência importante, incorporado pela natureza. De 
acordo com ele, os bebês nascem com a tendência de demonstrar certos comportamentos 
inatos (chamados liberadores sociais) que ajudam a assegurar a proximidade e o contato com 
a mãe ou com uma figura de apego. 
Os bebês apegam-se a adultos que são sensíveis e receptivos às relações 
sociais com eles, e que permanecem como cuidadores compatíveis por alguns meses 
durante o período de cerca de seis meses a dois anos de idade. Quando um bebê começa 
a engatinhar e a andar, ele começa a usar as figuras de apego (pessoas conhecidas) como 
uma base segura para explorar mais e voltar de novo a eles. A reação dos pais leva ao 
desenvolvimento de padrões de apego; estes, por sua vez, levam aos modelos internos de 
funcionamento, que irão guiar as percepções individuais, emoções, pensamentos e 
expectativas em relacionamentos posteriores. 
A ansiedade pela separação ou dor após a perda de uma figura de apego é 
considerada uma reação normal e adaptável para um recém-nascido apegado. Estes 
comportamentos podem ter evoluído porque aumentam a probabilidade de sobrevivência da 
criança. O comportamento infantil associado ao apego é principalmente a busca por 
proximidade a uma figura de apego. Para formular uma teoria abrangente sobre a natureza 
das ligações afetivas prematuras, Bowlby explorou uma variedade de campos, 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Recém-nascido
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evolução
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Relação_socialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Relação_social
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ansiedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adaptação_(biologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
4 
 
incluindo biologia evolutiva, teoria da relação de objetos, teoria de sistemas de controle, e 
campos da etologia e da psicologia cognitiva. 
As pesquisas feitas pela psicóloga Mary Ainsworth nas décadas de 1960 e 70, 
reforçaram os conceitos básicos, introduziram o conceito de "base segura” e desenvolveram 
a teoria de um número de padrões de apego em recém-nascidos: apego seguro, apego 
inseguro-evitativo, apego inseguro-ambivalente e o apego desorganizado. 
Na década de 1980, a teoria foi estendida para apego em adultos. Outras interações 
podem ser interpretadas como componentes do comportamento de apego; estes incluem 
relacionamentos entre pares em qualquer faixa etária, atracção romântica, e reacções 
quanto à necessidade de cuidado de recém-nascidos, doentes ou idosos. 
APEGO 
Dentro da teoria, apego significa um vínculo afetivo ou ligação entre um indivíduo e 
uma figura de apego (comumente um cuidador). Estes laços podem ser recíprocos entre dois 
adultos, mas entre uma criança e um cuidador são baseados nas necessidades de 
segurança e proteção da criança, fundamentais na infância. A teoria propõe que crianças se 
apegam instintivamente a quem cuide delas, com a finalidade de sobreviver, incluindo o 
desenvolvimento físico, social, emocional e psicológico. 
A meta biológica é a sobrevivência, e a meta psicológica é a segurança. A teoria do 
apego não é uma descrição exaustiva dos relacionamentos humanos, nem é sinônimo de 
amor ou afeto, embora estes possam indicar que os vínculos existem. Em relações criança-
adulto, o vínculo da criança é chamado de "apego" e o equivalente recípoco do cuidador é 
classificado como "vínculação de cuidado". 
Recém-nascidos estabelecem ligações afectivas com qualquer cuidador compatível 
que seja sensível e receptivo em interações sociais com eles. A qualidade do compromisso 
social é mais influente que a quantidade de tempo despendido. A mãe biológica é, 
normalmente, a principal figura de apego, mas o papel pode ser tomado por qualquer um 
que se comporte compativelmente de uma maneira "maternal" durante um período. Na teoria 
do apego, isto significa um conjunto de comportamentos que envolve uma activa interação 
social com o recém-nascido e reacções imediatas a sinais e abordagens. Nada na teoria 
sugere que o pai, ou outras pessoas, não estão igualmente suscetíveis a tornarem-se as 
principais figuras de apego, basta que eles provejam a maior parte do cuidado e da interação 
social à criança em questão. Alguns recém-nascidos direcionam o comportamento de apego 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia_evolutiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_relação_de_objetos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_sistemas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Etologia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Ainsworth
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anos_1960
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anos_1970
https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_do_apego_em_adultos
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
5 
 
(busca por proximidade) para mais de uma figura tão logo eles comecem a fazer 
discriminação entre os cuidadores; a maioria vindo a fazê-lo durante seu segundo ano. Estas 
figuras são organizadas hierarquicamente, com a principal figura de apego no topo. 
O conjunto de metas do sistema comportamental de apego é manter um vínculo com 
uma figura de apego acessível e disponível. "Alarme" é o termo usado para ativação do 
sistema comportamental de apego causado por medo ou perigo. "Ansiedade" é a 
antecipação ou o medo de ser descartado pela figura de apego. Se a figura não está 
disponível ou não responde, ocorre a angústia da separação. Em recém-nascidos, a 
separação física pode causar ansiedade e raiva, seguidas de tristeza e desespero. Aos três 
ou quatro anos de idade, a separação física não é mais uma ameaça aos vínculos da criança 
com a figura de apego. Ameaças à segurança em crianças mais velhas e em adultos surgem 
a partir de uma ausência prolongada, interrupção na comunicação, indisponibilidade 
emocional ou sinais de rejeição ou abandono. 
COMPORTAMENTOS 
O sistema comportamental de apego serve para manter ou alcançar maior 
proximidade com a figura de apego. Comportamentos pré-apego ocorrem nos primeiros seis 
meses de vida. Durante a primeira fase (as oito primeiras semanas), recém-nascidos sorriem, 
balbuciam e choram para atrair a atenção dos cuidadores. Embora recém-nascidos desta 
idade aprendam a diferenciar os cuidadores, estes comportamentos são direcionados a 
qualquer um que esteja próximo. Durante a segunda fase (de dois a seis meses), o bebê 
aumenta sua habilidade de discriminação entre adultos conhecidos e desconhecidos, 
tornando-se mais receptivo para com o cuidador; seguir e segurar-se são adicionados à 
gama de comportamentos. Apego claro e certo desenvolve-se na terceira fase, entre seis 
meses e dois anos. O comportamento do bebê em relação ao cuidador torna-se organizado 
em uma base de comportamento intencional para alcançar as condições que o façam se 
sentir seguro. Ao final do primeiro ano, o bebê é capaz de demonstrar uma série de 
comportamentos de apego destinados a manter proximidade. Estes manifestam-se como 
protesto contra a partida do cuidador, saudação pelo seu retorno, agarrar-se a ele quando 
assustado e acompanhá-lo quando é capaz. Com o desenvolvimento da locomoção, o bebê 
começa a usar o cuidador ou os cuidadores como uma base segura para explorar. A 
exploração do bebê é maior quando o cuidador está presente, porque seu sistema de apego 
está relaxado e livre para explorar. Se o cuidador está inacessível ou insensível, o 
comportamento de apego é exibido mais fortemente. 
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
6 
 
Ansiedade, medo, doença e fadiga causarão a uma criança o aumento dos 
comportamentos de apego. Após o segundo ano, quando a criança começa a enxergar o 
cuidador como uma pessoa independente, é formada uma parceria corrigida por objectivos 
mais complexa. Crianças começam a perceber objectivos e sentimentos de outros e 
planejam suas acções em conformidade. Por exemplo, enquanto recém-nascidos choram 
por causa da dor, bebês de dois anos de idade choram para chamar seus cuidadores, e se 
isso não funcionar, choram mais alto, calam-se ou vão atrás do cuidador. 
PRINCÍPIOS 
Os comportamentos de apego e emoções humanas são adaptáveis. A evolução 
humana tem como consequência a seleção de comportamentos sociais que tornam a 
sobrevivência do indivíduo ou do grupo mais provável. O comportamento de apego 
observado em crianças de colo que ficam perto de pessoas conhecidas tem vantagens 
seguras no ambiente de adaptação primitiva. Para Bowlby, este ambiente de adaptação 
primitiva apresenta vantagem de sobrevivência na capacidade de perceber condições 
possivelmente perigosas, como desconhecimento, solidão ou aproximação rápida. De 
acordo com Bowlby, a busca por proximidade à figura de apego em face de ameaça é a meta 
do sistema comportamental do apego. 
Numa criança quando acontece uma separação significante dos seus pais ou 
cuidadores ou mudanças frequentes de cuidador que impedem o desenvolvimento do apego, 
pode resultar em psicopatologias em algum ponto futuro na vida. Recém-nascidos em seus 
primeiros meses não têm preferência por seus pais biológicos ou por estranhos. As 
preferências por certas pessoas, além dos comportamentos que solicitam sua atenção e 
cuidado, são desenvolvidas ao longo de um período considerável de tempo. Quando um 
recém-nascido está irritado pela sua separação do cuidador, isto indica que a ligação afectiva 
não depende mais da presença do cuidador, mas é de natureza permanente. 
O períodocrítico da criança, segundo Bowlby, acontece aos seis meses a dois ou 
três anos. Considerado um período sensível, porque a criança precisa de grande portecção 
e cuidados. Com pesquisas adicionais, autores, examinando a teoria do apego, têm avaliado 
que o desenvolvimento social é afetado tanto pelos relacionamentos iniciais quanto pelos 
posteriores. De acordo com Bowlby, quase desde o início, muitas crianças têm mais de uma 
figura a quem elas direcionam comportamento de apego. Estas figuras não são tratadas da 
mesma forma; para uma criança, há uma forte tendência em direcionar o comportamento de 
apego a uma pessoa em particular. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adaptação_(biologia)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evolução_humana
https://pt.wikipedia.org/wiki/Evolução_humana
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Período_crítico&action=edit&redlink=1
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
7 
 
Experiências prematuras com cuidadores dão gradualmente origem a um sistema de 
pensamentos, memórias, crenças, expectativas, emoções e comportamentos sobre si 
mesmo e os outros. Este sistema, chamado de "modelo interno de funcionamento de 
relacionamentos sociais", continua a se desenvolver com tempo e experiência. Os modelos 
internos regulam, interpretam e preveem a relação do comportamento de vinculação em si 
mesmo e na figura de apego. À medida em que eles se desenvolvem alinhados com as 
mudanças em seu meio ambiente e de desenvolvimento, eles incorporam a capacidade de 
reflectir e comunicar-se sobre relacionamentos de apego passados e futuros. Eles permitem 
à criança lidar com novos tipos de interações sociais. Este modelo interno de funcionamento 
continua a se desenvolver até a idade adulta, ajudando a lidar com amizades, casamento e 
novas interaçoes os quais envolvem comportamentos e sentimentos diferentes. 
O desenvolvimento do apego é um processo transitório. Comportamentos de apego 
específicos começam com comportamentos previsíveis, aparentemente inatos, na infância. 
Eles mudam com a idade de maneiras que são determinadas, em parte, pelas experiências 
e, em parte, por fatores situacionais. Por se transformarem com a idade, os comportamentos 
de apego o fazem moldados pelos relacionamentos. O comportamento de uma criança 
quando unida ao seu cuidador é determinado não apenas por como o cuidador tratara a 
criança antes, mas também pelo histórico de efeitos que a criança tem sobre o cuidador. 
 
MUDANÇAS NO APEGO DURANTE A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA 
Idade, crescimento cognitivo e experiência social contínua e promovem o 
desenvolvimento e a complexidade do modelo interno de funcionamento. Os 
comportamentos de apego, do período recém-nascido/criança de colo, perdem algumas de 
suas características típicas e assumem tendências relacionadas com a idade. Na primeira 
infância, figuras paternas permanecem como centro do mundo social da criança, até mesmo 
se eles passam períodos substanciais de tempo sob cuidado alternativo. Os modelos de 
apego de crianças pequenas são os pais e outros cuidadores. 
O período pré-escolar envolve o uso de negociação e incorporação de novos 
apegos. Por exemplo, crianças de quatro anos não ficam angustiadas com a separação se 
elas e seus cuidadores já negociaram um plano comum para separação e reunião. 
Idealmente, estas habilidades sociais são incorporadas pelo modelo interno de 
funcionamento para serem usadas com outras crianças e, mais tarde, com pares adultos. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_infância
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_infância
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
8 
 
Como as crianças passam para os anos escolares por volta dos seis anos de idade, a maioria 
desenvolve uma parceria corrigida por objetivos com os pais, em que cada participante está 
disposto a ceder com o objectivo de manter um relacionamento gratificante. 
Durante a terceira infância (7–11 anos), a meta do sistema comportamental de apego 
muda de proximidade com a figura de apego para disponibilidade. Geralmente, uma criança 
fica satisfeita com longas separações, contando que o contato — ou a possibilidade de se 
reunir fisicamente, se necessário — esteja disponível. Comportamentos de apego, como 
agarrar-se a e seguir o cuidador, diminuem e a auto-confiança aumenta. Nessa fase dá-se 
uma mudança em relação à co-regulação mútua da base-segura em que o cuidador e a 
criança negociam métodos para manter comunicação e supervisão, enquanto a criança se 
move em direção a um maior grau de independência. Geralmente, as crianças começam a 
desenvolver um único modelo geral das relações de apego durante a adolescência, embora 
os pais continuem sendo figuras de apego. Com adolescentes, o papel das figuras paternas 
é estar disponível quando necessário, enquanto o adolescente faz excursões para o mundo 
exterior. Relações com os pares têm uma influência na criança que é distinta do 
relacionamento pai-filho, embora o pai possa influenciar a forma de relação da criança com 
seus semelhantes 
PADRÕES DE APEGO 
Grande parte da teoria do apego foi esclarecida pela metodologia inovadora e 
estudos observacionais de Mary Ainsworth. Usando a formulação inicial de Bowlby, ela 
realizou uma pesquisa observacional com pares de pai/mãe-recém-nascido durante o 
primeiro ano da criança. Ainsworth identificou três estilos de apego, ou padrões, que uma 
criança pode ter com figuras de apego: seguro, evitativo (inseguro) e ambivalente ou 
resistente (inseguro). Ela desenvolveu um procedimento conhecido como Protocolo de 
Situação Estranha, para avaliar o comportamento de separação e reunião. Esta é uma 
ferramenta de pesquisa padronizada usada para avaliar padrões de apego em recém-
nascidos e crianças de colo. O tipo de apego desenvolvido por recém-nascidos depende da 
qualidade de cuidado que eles recebem. A presença de um vínculo é diferenciada por sua 
qualidade. Recém-nascidos formam vínculos se há alguém para interagir com eles. 
Diferenças individuais nos relacionamentos reflectem o histórico do cuidado, pois os bebês 
começam a prever o comportamento de cuidadores através de repetidas interações. O foco 
é a organização (padrão) ao invés da quantidade de comportamentos de apego. Padrões de 
apego inseguro são não ideais pois eles podem comprometer a exploração, a auto-confiança 
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Co-regulação&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adolescência
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mary_Ainsworth
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
9 
 
e o conhecimento mais profundo do ambiente. Entretanto, padrões inseguros também são 
adaptativos, pois são reações adequadas à indiferença do cuidador. A negligência, abusadas 
está associada somente às organizações inseguras. 
 
SIGNIFICADO DOS PADRÕES DE APEGO 
Há um vasto corpo de pesquisa demonstrando uma associação significante entre as 
organizações do apego e o propósito das crianças em vários domínios. Crianças seguros 
são mais propensos a se tornar socialmente competentes que seus pares inseguros. 
Relações formadas com semelhantes influenciam a aquisição de habilidades sociais, 
desenvolvimento intelectual e a formação de identidade social. 
O apego inseguro prematuro não prevê, necessariamente, dificuldades, mas é uma 
inadequação para a criança, particularmente se comportamentos paternos semelhantes 
continuam durante toda a infância. Crianças evitativas são vulneráveis ao risco familiar. 
Seus problemas sociais e comportamentais aumentam ou diminuem com a deterioração ou 
melhoria dos cuidados paternos. No entanto, um apego seguro prematuro parece ter uma 
função de proteção duradoura. 
O padrão mais preocupante é o apego desorganizado. As crianças que sofreram 
maus-tratos são suscetíveis a serem classificados como desorganizados. Crianças com um 
padrão desorganizado na infância tendem a apresentar claros padrões de distúrbio nos 
relacionamentos.Seus relacionamentos com os pares podem, muitas vezes, ser 
caracterizados pelo padrão de agressão e retirada chamado "reação de lutar ou fugir". Estas 
crianças são mais propensas a se tornarem pais que maltratam. 
Modelos internos não são apenas "retratos", mas se referem aos sentimentos 
despertados. Eles permitem à pessoa antecipar e interpretar o comportamento do outro e 
planejar uma reação. Se um recém-nascido percebe seu cuidador como uma fonte de 
segurança e apoio, eles são mais propensos a desenvolver uma auto-imagem positiva e 
esperam reações positivas dos outros. Por outro lado, uma criança que passa por um 
relacionamento de abuso com o cuidador pode internalizar uma auto-imagem negativa e 
generalizar expectativas negativas em outros relacionamentos. Os modelos internos de 
funcionamento nos quais o comportamento de apego é baseado mostram um grau de 
continuidade e estabilidade. Crianças são propensas a cair nas mesmas categorias que seus 
cuidadores primários, o que indica que os modelos dos cuidadores afectam a maneira com 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reação_de_lutar_ou_fugir
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
10 
 
que eles se relacionam com seus filhos. Bowlby acreditava que os primeiros modelos 
formados são mais propensos a persistir porque eles existem no subconsciente. Tais 
modelos não são, entretanto, impermeáveis à mudança, dadas experiências futuras de 
relacionamento; uma minoria de crianças tem diferentes classificações de apego com 
diferentes cuidadores. 
APEGO EM ADULTOS 
A teoria do apego foi estendida para relacionamentos românticos em adultos no final 
dos anos 1980 por Cindy Hazan e Phillip Shaver. Quatro estilos de apego foram identificados 
em adultos: seguro, preocupado-ansioso, desapegado-evitativo e assustado-evitativo. Eles 
correspondem grosseiramente às classificações de recém-nascidos: seguro, inseguro-
ambivalente, inseguro-evitativo e desorganizado/desorientado. 
Adultos com apego seguro tendem a ter uma visão mais positiva de si mesmos, de 
seus companheiros e de seus relacionamentos. Eles se sentem confortáveis com a 
intimidade e independência, equilibrando os dois. Adultos preocupados-ansiosos buscam por 
níveis mais altos de intimidade, aprovação e resposta de seus parceiros, tornando-se 
excessivamente dependentes. Eles tendem a ser menos confiantes, ter uma visão menos 
positiva de si mesmos e de seus parceiros, e podem apresentar altos níveis de 
expressividade emocional, preocupação e impulsividade em seus relacionamentos. Adultos 
desapegados-evitativos desejam um alto nível de independência, muitas vezes evitando 
apego completamente. Eles veem a si mesmos como auto-suficientes, invulneráveis a 
sentimentos de apego e não necessitando de relacionamentos próximos. Eles tendem a 
suprimir seus sentimentos, lidando com a rejeição distanciando-se de seus parceiros de 
quem eles geralmente têm uma opinião negativa. Finalmente, adultos assustados-evitativos 
têm sentimentos mistos sobre relacionamentos, tanto desejando quando sentindo-se 
desconfortáveis com intimidade emocional. Eles tendem a desconfiar de seus companheiros 
e enxergam-se como desprezíveis. Como os desapegados-evitativos, os assustados-
evitativos tendem a buscar menos intimidade, reprimindo seus sentimentos 
Dois aspectos principais de vinculação em adultos têm sido estudados. A 
organização e estabilidade dos modelos de funcionamento mental que sustentam os estilos 
de apego são explorados por psicólogos sociais interessados em vínculos 
românticos. Psicólogos do desenvolvimento têm investigado como funciona o apego na 
dinâmica do relacionamento e seu impacto no desenlace da relação. A organização de 
modelos mentais de funcionamento é mais estável enquanto o estado mental do indivíduo 
Padre e Psicólogo Domingos Paulo Cussumua 
 
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com relação ao apego oscila mais. Alguns autores têm sugerido que adultos não mantêm 
um conjunto único de modelos de funcionamento. Ao invés disso, em um nível eles têm um 
conjunto de regras e suposições sobre relacionamentos de apego em geral. Em outro nível 
eles mantêm informação sobre relacionamentos ou eventos específicos. A informação em 
níveis diferentes não precisa ser consistente. Indivíduos podem, portanto, manter diferentes 
modelos para cada relacionamento. 
Há uma série de diferentes medidas de vinculação em adultos, a mais comum 
sendo questionários de autorrelato e entrevistas codificadas baseadas na Entrevista de 
Apego do Adulto. As inúmeras medidas foram principalmente desenvolvidas como 
ferramentas de pesquisa de, por exemplo, relações amorosas, paternais ou entre pares. 
Alguns classificam o estado mental de um adulto com relação ao apego e aos seus padrões 
por referência às experiências de infância, enquanto outros avaliam os comportamentos nas 
relações e a segurança em relação aos pais e semelhantes. 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Questionário_de_autorrelato

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