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Citologia e Bioquímica da visão

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Órgãos do sentido – visão
· Anticorpo TH1
· Pode haver mudança na viscosidade do humor vítreo se houver presença de anticorpos
· Segmentos funcionais do bastonete ou cone: segmento externo, segmento interno, núcleo e corpo sináptico
· A substância fotoquímica, sensívl a luz, é encontreada no segmento externo
· Nos bastonetes a substâancia é a rodopsina
· A rodopsina e os pigemntos coloridos são substâncias conjugadas
· Cones, é uma das três substâncias fotoquimicas coloridas, em geral, chamadas apenas pigmentos coloridos que funcionam quase exatamente do mesmo modo que a rodopsina, exceto por diferenças na senibilidade espectral
· O segmento interno do bastonete ou do cone contem o citoplasma usual, com organelas citoplasmáticas. São especialmente importantes as mitocôndrias que desempenham papel importante no funcionamento de energia para a função de fotorreceptores
Camada pigmentar da retina
· O pigmento negro melanina, na camada pigmentar, impede a reflexão da luz por todo o globo ocular, extremamente importante para a visão nítida
· A importância da melanina na camada pigmentar é bem ilustrada por sua ausência em albinos, pessoas que não tem hereditariamente o pigmento melanina em todas as partes do corpo
· A camada pigmentar também armazena grandes quantidades de vitamina A. Essa vitamina se difunde livremente pelas membranas celulares dos segmentos externos dos bastonetes e cones, que estão imersos, eles próprios no pigmento
Líquidos intraoculares
· Mantém pressão suficiente no globo ocular par conserva-lo distendido
· Humor aquoso: se situa a frente do cristalino
· Humor vítreo: que fica entre o cristalino e a retina
· É liquido com fluxo livre
· Está continuamente sendo formado e reabsorvido
· Balanço entre a formação e a reabsorção de humor aquoso regula o volume total e a pressão no líquido intra-ocular
Humor aquoso 
· É secretado pelos processos ciliares que são pregas lineares que se projetam do corpo ciliar para o espaço atrás da Iris, onde os ligamentos do cristalino e o músculo ciliar se fixam ao globo ocular
· Área total dos processos ciliares é de cerca de 6 centímetros quadrados em cada olho 
· As superfícies desses processos são cobertas por células epiteliais muito secretoras, e imediatamente abaixo dela existe área altamente vascular
· Secreção ativa pelo epitélio dos processos ciliares
· Transporte ativo de íons sódio para os espaços entre as células epiteliais, puxam íons cloreto e íons bicarbonato junto com eles para manter a neutralidade elétrica
· Osmose de água dos capilares sanguíneos, situados abaixo dos mesmos espaços intracelulares epiteliais, e a solução resultante banha os espaços dos processos ciliares na câmara anterior do olho
· Vários nutrientes são transportados através do epitélio, por transporte ativo ou difusão facilitada, eles incluem aminoácidos, ácido ascórbico e glicose 
· A adenosina trifosfatase trifosfatase ativada por Na+ - K + (Na+ -K +ATPase) e anidrase carbônica (AC);
· O Na+ - K +ATPase é encontrada geralmente ligado à membrana plasmática das pregas basolateral do epitélio não pigmentado;
· fornece a energia necessária para a bomba metabólica, que transporta o Na+ para dentro da câmara posterior a catalisar a reação seguinte: 
· ATP → ADP + Pi + energia 
· Onde: ATP = adenosina trifosfato 
· ADP = adenosina difosfato 
· Pi = fosfato inorgânico
· a aumento nos níveis de ascorbato, de alguns aminoácidos e certos íons como o Cl- ; 
· transporte passivo de HCO3 - ;
· A inibição da Na+ -K +ATPase dos processos ciliares por glicosídeos cardíacos (por exemplo, ouabaína ou vanadato VO3 - e VO4 3- ) reduz significativamente a taxa de formação do humor aquoso intra-ocular;
· Os glicosídeos cardíacos parecem atuar sobre a parte extrabecular da enzima ligada à membrana, enquanto o vanadato atua sobre superfície citoplasmática;
· A anidrase carbônica - presente em quantidades abundantes nas células vermelhas, túbulos renais e membranas basais e laterais, assim como no citoplasma do epitélio pigmentario (EP) e epitélio não pigmentado (ENP) do processo ciliar. 
· No processo ciliar há duas isoenzimas da anidrase carbônica. Esta enzima catalisa a reação da seguinte sequência: 
· CO2 + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3 
· A inibição da anidrase carbônica produz redução no HCO3 - disponível para o transporte de Na+ do citoplasma das células Do epitélio não pigmentado para o humor aquoso, necessário para a manutenção da neutralidade elétrica;
· A redução do pH intracelular inibe a Na+ -K + -ATPase; 
· A diminuição da disponibilidade de H+ produzido pela reação II, que reduz a troca de H + -Na+ e a disponibilidade de Na+ intracelular para o transporte ao canal intercelular; 
· Flui, através da pupila e entra na câmara anterior do olho. 
· Líquido flui na direção anterior ao cristalino e entra no ângulo entre a córnea e a íris, e depois através de malha de trabéculas finalmente entra no canal de Schlemm, que desemboca em veias extraoculares;
· Veias aquosas;
· A pressão intraocular normal média é de cerca de 15 mmHg, variando entre 12 e 20 mmHg.
Barreira hemato-aquosa
· É composta pelas junções apertadas do epitélio não pigmentado;
· Processos ciliares;
· Endotélio da parede interna e pelo ângulo irido-corneal;
Índice de Goldmann-Witmer
· Determinação ocular de anticorpos
· Esta produção local se calcula mediante o índice de Goldmann-Witmer 
· Preciso aspirar humor aquoso e dispor de um profissional de laboratório com experiência nesta técnica 
Humor vítreo
· O humor vítreo consiste em um gel transparente com hidratação de proximadamente 98%, é de duas a quatro vezes mais viscoso que a água e este índice é diretamente dependente da concentração de hialuronato de sódio. 
· Seus principais componentes são as fibras de colágeno do tipo II (8 a 12 nm de diâmetro). 
· O vítreo é essencialmente acelular, mas células isoladas podem ser encontradas no córtex (parte mais periférica do vítreo), principalmente perto da base vítrea, nervo óptico e vasos retinianos. 
· Quando encontradas, sua maioria é composta de hialócitos 
· composto pela água e todas as sustâncias hidrosoluveis; 
· e um resíduo aderente aglutinado que se denomina proteína residual ou componente insolúvel. 
· Apesar de 99% do humor vítreo ser água, o resto dista muito de ter uma composição simples: ácido hialurónico e siálico, ácido ascórbico e láctico, glicose, alguns lípideos, componentes inorgânicos, albuminas, globulinas e aminoácidos.
· glutamina + histidina é o aminoácido mais abundante no vítreo
· O líquido do vítreo é relativamente bem protegido da poluição e degradação das mudanças bioquímicas que ocorrem após a morte
Toxoplasmose ocular
· T.gondii, agente etiológico da toxoplasmose, é um protozoário intracelular obrigatório, de distribuição mundial. O parasito tem ampla distribuição geográfica e comporta-se como agente de alta infecciosidade e baixa patogenicidade, visto que 50,0% ou mais da população estão contaminados pelo T.gondii e apenas uma proporção reduzida apresenta a doença
· O oftalmologista Janku (1923) foi considerado o primeiro autor a descrever a toxoplasmose em humanos na cidade de Praga. Ele realizou necropsia em uma criança de 11 meses de idade que foi ao óbito devido a uma doença grave e disseminada caracterizada por hidrocefalia, microftalmia e coloboma de mácula.
· No Brasil, Margarino Torres, em 1927, descreveu um microorganismo intracelular encontrado em lesões do sistema nervoso central (SNC), músculo-esquelético e coração de um recém-nascido que foi ao óbito devido à meningoencefalite. Ele considerou as lesões semelhantes às produzidas na toxoplasmose experimental, apesar de ter classificado o parasito como Encephalitozoon Chagasi.
· A tétrade de sinais clínicos da doença congênita (hidrocefalia ou microcefalia, retardo psicomotor, calcificações intracranianas e retinocoroidite) foi evidenciada por Sabin e Feldman (1948).
· Frenkel (1949) descreveu as fases da infecção toxoplásmica baseada na patogênese e nas manifestações clínicas da infecção. Segundo o autor, a recorrênciada retinocoroidite em pacientes com cicatrizes na fase crônica é atribuída à persistência do toxoplasma em estágio latente nos pseudocistos que, quando rompidos, liberam material antigênico. A retinocoroidite foi considerada o sinal clínico mais frequente na toxoplasmose crônica em pacientes assintomáticos.
· Um percentual de 23% dos casos de uveíte posterior tem como agente etiológico. 
· A gravidade da doença e a forma clínica dependem do estado imunológico do hospedeiro, da agressividade das cepas do parasito e do estágio evolutivo (Frenkel, 1985).
· Pinkerton e Henderson (1941) e Krick e Remington (1989), de acordo com a localização da lesão tecidual causado pelo T. gondii, classificaram a doença em três formas clínicas: toxoplasmose aguda, subaguda ou subclínica e toxoplasmose crônica.
· Quando o indivíduo é infectado pela primeira vez, sem imunidade adquirida anterior pelo parasito, o protozoário inicia uma fase de multiplicação rápida (taquizoítos), invasão e destruição celular progressiva, expandindo, assim, o seu parasitismo por via hematogênica e linfática. Essa fase da infecção, fase aguda, ocorre de forma inaparente no hospedeiro humano imunocompetente, originando a toxoplasmose infecção.
· a fase subaguda, os títulos de anticorpos vão aumentando no soro, sendo mais frequentes na forma congênita da doença. No adulto essa fase é assintomática. A fase crônica ou latente refere-se àquela em que há predomínio da forma de cistos contendo parasitos viáveis em seu interior, nos tecidos do hospedeiro (principalmente no músculo estriado, cardíaco, retina e SNC).
· O quadro clínico da infecção sintomática em imunocompetentes seria um quadro autolimitado, benigno e inespecífico de uma doença infecciosa que raramente necessita de tratamento. A mais típica manifestação clínica é a forma ganglionar, caracterizada por linfadenopatia indolor, de localização cervical ou occipital, sem supuração, geralmente bilateral, que regride em algumas semanas, podendo os gânglios permanecer aumentados por quatro a seis semanas. Pode ser acompanhado por sintomas gerais como cefaléia, dor de garganta, febre, mal-estar, suores noturnos, mialgias e exantema máculo-papular. 
· Lesão de retinocoroidite típica seria uma retinocoroidite focal necrosante acompanhada de reação vítrea, que pode estar associada à lesão cicatrizada satélite, indicativa de ataque recorrente;
· A doença ocular pós-natal pode, adicionalmente, apresentar-se como reações inflamatórias como neurite, vitreíte, iridociclite e vasculite, sem a lesão de retinocoroidite;
· Complicações como irite granulomatosa, pressão intraocular elevada, vasculite retiniana, oclusões vasculares, descolamento de retina seroso ou regmatogênico podem dificultar o diagnóstico correto da toxoplasmose ocular
· A adesão e o reconhecimento de moléculas de superfície entre o parasita e a futura célula hospedeira é a primeira fase do processo de invasão.
· O parasita interage com a célula hospedeira mediante ligações de baixa afinidade com moléculas expostas constitutivamente na face externa da membrana do parasita, ancoradas a ela por glicosil-fosfatidil-inositol (GPI). Essas moléculas são as SAG (surface antigens), as SRS (SAG related-sequence) e as SUSAs (antígenos não relacionados à SAG). Uma dessas proteínas, a SAG3, é capaz de se ligar à heparina e outras glicosaminoglicanas.
· A lâmina aumenta a adesão de taquizoítas a macrófagos in vitro, apontando para um possível papel de receptores de matriz extracelular na adesão deste parasita à célula hospedeira. 
· RON (2, 4 e 5), secretadas especificamente da região do pescoço das róptrias, formam um complexo localizado na membrana da célula hospedeira, onde RON 2 possui um ectodomínio. Este ectodomínio serviria como receptor para o próprio parasita. A ligação desse receptor com AMA 1, proteína secretada por micronemas ancorada na membrana do parasita, constituiria o mecanismo geral de reconhecimento para qualquer tipo celular a ser infectado por T. gondii. 
· A invasão da célula hospedeira tem início quando a secreção dos micronemas leva ao estabelecimento de um contato íntimo de T. gondii com a membrana desta. Nesse momento, uma interrupção transiente da integridade dessa membrana permite o influxo de íons ou moléculas do parasita para o interior da célula hospedeira.
· A toxoplasmose causa retinite, e logo acomete a coroide (retinocoroidite) e o vítreo. A lesão é focal e granulomatosa, e a inflamação atinge também a úvea anterior (íris e corpo ciliar) causando tipicamente iridociclite, também granulomatosa e com precipitados ceráticos (infiltrados de células inflamatórias aderidos à face posterior da córnea). Pode levar a sinequias posteriores, pela aderência inflamatória da íris ao cristalino 
· Retinocoroidite ativa focal ou difusa
· Retinocoroidite cicatrizada
· Retinocoroidite ativa satélite à lesão cicatrizada
· Envolvimento vítreo
· Iridociclite 
· Vasculite
· Neurorretinite 
· Neurite óptica, papilite 
· Heterocromia da íris com iridociclite 
· Diagnóstico: exame de fundo de olho e PCR 
· Tratamento: Propriedades do trimetoprim, sulfametoxazol ou intravítrea de clindamicina / dexametasona pirimetamina, sulfadiazina, clindamicina e predmisolona (corticosteroides).
Uveítes
· As inflamações intra-oculares têm sido classificadas, segundo vários critérios. 
· O anatômico é o mais utilizado, porque não somente permite a identificação do local primário do processo inflamatório, como também possibilita a elaboração de uma lista orientada de diagnósticos diferenciais
· As uveítes anteriores incluem as irites e iridociclites, e são as mais freqüentes. São, também, as que apresentam maior dificuldade para o estabelecimento do diagnóstico etiológico correto. 
· Síndromes ligadas ao HLA-B27 (espondilite anquilosante, síndrome de Reiter, psoriase); doença inflamatória intestinal; artrite reumatóide juvenil (ARJ); ciclite heterocrômica de Fuchs; doenças infecciosas (sífilis, tuberculose, herpes virus) e sarcoidose.
· A doença inflamatória intestinal compreende a ileíte regional de Crohn e a colite ulcerativa. A ileíte de Crohn é uma doença sistêmica que pode apresentar várias complicações extra -intestinais, incluindo artrite, psoríase, eritema nodoso, hepatite e quadros oculares como cera ti te, eclerite e uveíte. A uveíte pode ser aguda ou crônica, e em geral sofre exacerbações durante a fase ativa da doença intestinal. A incidência de uveíte aumenta quando há associação com artrite. A colite ulcerativa é menos freqüentemente associada a complicações oculares, apesar de 20% desses doentes terem EA. 
· Espondilite Anquilosante (EA), precedendo o envolvimentoarticular emapenas 1 % a 10% dos;
· O sintoma inicial mais comum (70%)é a dor a nível da coluna lombar, devido à sacroileíte. Nos doentes com uveíte anterior e EA o HLA-B27 é positivo em 90% dos casos;
· A importância do estabelecimento desse diagnóstico está na possibilidade de fisioterapia precoce e tratamento médico adequado, que podem alterar a evolução da artrite e prevenir a incapacitação física, freqüentemente vista em fases adiantadas da doença. 
· O termo Uveíte Intermediária (UI) é utilizado para descrever as inflamações que acometem o vítreo e a retina periférica. Compreende, assim, um grupo de doenças que produzem um quadro clínico e biomicroscópico semelhante. Os diagnósticos diferenciais incluem: pars planite, sarcoidose, toxocaríase, esclerose múltipla, ciclite heterocrômica de Fuchs, toxoplasmose periférica, vitreíte idiopática do idoso, "birdshot" retinocoroidopatia, sífilis e tuberculose. 
· As Uveítes Posteriores e Difusas são em geral associadas a maior morbidade ocular, resultando, em muitos casos, em perda aguda ou progressiva da visão. A perda de visão pode ser provocada pelo desenvolvimento de catarata, glaucoma; vitreíte, edema de retina, papilite e descolamento de retina. O termo difuso deve ser usado para as uveítes em que o processo inflamatório tem atividade primária nos segmentos posterior e anterior (sarcoidose; oftalrnia simpática),·e não casosem que a intensa reação posterior provoca um transbórdamento de células inflamatórias para o segmento anterior, como é o caso da toxoplasmose
· Os animais foram infectados experimentalmente por duas cepas de Leishmania: a L. (L.) chagasi, que provoca a leishmaniose visceral, e a L. (L.) amazonensis, que causa a forma cutânea da doença. 
· Os pesquisadores constataram que as duas cepas analisadas têm comportamentos diferentes e sugerem que microambientes do olho podem favorecer uma ou outra linhagem do parasito. 
· Enquanto a L. (L.) amazonensis atinge a região anterior dos olhos, que tem temperatura semelhante à da pele, a L. (L.) chagasi acomete o fundo do olho, que registra temperaturas mais elevadas, em torno dos 37 °C - como a parte interna do corpo humano
· O parasito mostrou-se capaz de atingir as estruturas internas do olho e chegar à retina, comprometendo o bom funcionamento dos tecidos e, consequentemente, a visão. A doença é de alta severidade e altera as estruturas do olho, incluindo a citoestrutura da retina, fundamental para o fenômeno da visão;
· Fenômeno de transdução - mudança estrutural nessa arquitetura, como as provocadas por uma infecção parasitária, interrompe a dinâmica de processos que resultam na visão, podendo provocar a cegueira
· O globo ocular é infectado por um patógeno, essas células migram através da corrente sanguínea para o sítio de infecção no intuito de controlá-la. Sabemos que células epiteliais pigmentadas têm importante papel no processo inflamatório ocular, mas ainda não precisamos sua função exata

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