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ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 3º SEMESTRE Definição de anemia: níveis de hemoglobina abaixo da normalidade e insuficiente para as necessidades fisiológicas; Principais carências gerais: ferro; ácido fólico e B12 ANEMIA FERROPRIVA • Mais importante da classe • A anemia ferropriva é conhecida como sendo uma das carências nutricionais mais prevalentes no mundo, pois ocorre em consequência de perda sanguínea crônica, pouca ingestão de ferro ou absorção deficiente, perdas urinárias e aumento do volume sanguíneo FISIOPATOLOGIA • O ferro é distribuído em pools metabólicos ativos e de depósito. • A reserva de ferro é cerca de 3,5 g nos homens saudáveis e 2,5 g nas mulheres saudáveis; A diferença está relacionada com o tamanho menor do corpo das mulheres e com a escassez de reserva de ferro por causa da perda de ferro durante a menstruação. • Absorção do ferro: O ferro é absorvido no duodeno e na parte superior do jejuno. A absorção de ferro é determinada pelo tipo de molécula de ferro e de quais outras substâncias são ingeridas. A absorção de ferro é melhor quando o alimento contém ferro-heme (carne). O ferro não heme na dieta costuma estar na forma férrica e precisa ser reduzido para a forma ferrosa e liberado dos aglutinantes alimentares pelas secreções gástricas. A absorção de ferro não heme é reduzida por outros itens alimentares (p. ex., por fitatos de fibras de vegetais e polifenóis; tanatos de chás, incluindo fosfoproteínas; farelo de cereais) e alguns antibióticos (p. ex., tetraciclina). O ácido ascórbico é o único elemento alimentício comum que aumenta a absorção de ferro não heme. • Transporte e uso do ferro: O ferro das células da mucosa intestinal é transferido para a transferrina, uma proteína transportadora de ferro sintetizada no fígado; a transferrina pode transportar o ferro das células (intestinal, macrófagos) aos receptores específicos em eritroblastos, células da placenta e células do fígado. Para a síntese de heme, a transferrina transporta ferro para as mitocôndrias do eritroblasto, que inserem o ferro na protoporfirina IX, para que esta se transforme em heme. A transferrina (meia-vida plasmática de 8 dias) é expelida para reutilização. A síntese de transferrina aumenta com a deficiência de ferro, mas diminui com qualquer tipo de doença crônica. • Armazenamento e reciclagem de ferro: O ferro não utilizado na eritropoese é transferido pela transferrina para ser reservado; o ferro é armazenado de 2 formas: - Ferritina - Hemossiderina A mais importante é a ferritina (um grupo heterogêneo de proteínas em torno de um núcleo de ferro), que é uma fração de armazenamento ativo e solúvel localizada no fígado (nos hepatócitos), na medula óssea e no Anemias carenciais ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 3º SEMESTRE baço (nos macrófagos); nos eritrócitos; e no soro. O ferro armazenado na ferritina estão prontamente disponíveis para qualquer necessidade do corpo. O segundo depósito de ferro está na hemossiderina, que é relativamente insolúvel e é armazenada principalmente no fígado (nas células de Kupffer) e na medula óssea (nos macrófagos). Como a absorção de ferro é muito limitada, o corpo recicla e conserva o ferro. A transferrina segura e recicla o ferro disponível dos eritrócitos senescentes, sujeitando-os à fagocitose pelos fagócitos mononucleares. Esse mecanismo fornece cerca de 97% do ferro diário necessário (em torno de 25 mg de ferro). • Deficiência de ferro: A deficiência de ferro se desenvolve em estádios. No primeiro estádio, a necessidade de ferro excede sua ingestão, causando depleção progressiva dos depósitos de ferro da medula óssea. À medida que os estoques diminuem, há elevação da absorção dietética de ferro. Durante os estádios tardios, a deficiência é grave o suficiente para ocasionar insuficiência na síntese de eritrócitos, gerando anemia. A deficiência de ferro, se for grave e prolongada, também pode provocar disfunção no conteúdo de ferro nas enzimas celulares MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Os principais sintomas relacionados a anemia são fraqueza, cefaleia, tontura, irritabilidade, síndrome das pernas inquietas, fadiga, pica (apetite pervertido por barro ou terra, papeis, amido, gelo). Também são sinais frequentes da anemia cansaço, palidez cutâneo mucosa, unhas quebradiças e palpitação. ANEMIAS MEGALOBLÁSTICAS • Caracterizadas por anormalidades morfológicas típicas das células precursoras das linhagens eritroide, granulocítica e megacariocitária da medula óssea. • As principais causas de anemia megaloblástica são as deficiências de vitamina B12 ou de ácido fólico (folato). FISIOPATOLOGIA • Deficiência de vitamina B12 Deficiência nutricional: ocorre nos vegetarianos que não consomem produto de origem animal e populações com hábitos vegetarianos impostos pela pobreza. Má absorção da vitamina B12 dos alimentos: ocorre em pacientes com cirurgia gástrica, uso de medicamentos supressores da secreção gástrica (omeprazol). Ausência de secreção gástrica: deficiência da produção do fator intrínseco associada à produção deficiente de ácido clorídrico pode ser decorrente de gastrectomia, gastrite atrófica crônica secundária à destruição autoimune das células parietais da mucosa. Má absorção induzida por drogas: biguanidas, cloreto de potássio, colchicina, neomicina. • Deficiência de folatos Aumento das necessidades nutricionais: gravidez e lactação Doenças do intestino delgado: o espru tropical e doença celíaca podem ocorrer por deficiência de folatos decorrentes da má absorção causadas pelas anormalidades da mucosa intestinal Abuso de álcool Medicamentos: trimetoprina, pirimetamina, metotrexato, sulfassalazina, quimioterápicos, antirretrovirais. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Os sintomas geralmente são os de anemia crônica. Com a progressão da doença pode ocorrer sintomas cardiovasculares e palidez combinada com hiperbilirrubinemia. Os principais sintomas são: ANA CAROLINA CASALI ZANETTE – 3º SEMESTRE Falta de apetite Perda de peso Atrofia das papilas linguais (glossite) Aspecto envelhecido Esplenomegalia (casos graves) • Na deficiência de vitamina B12 podem ocorrer sintomas neurológicos como parestesias, fraqueza muscular, ataxia, distúrbios da marcha e reflexo de Babinsky positivo. TRATAMENTO NÃO FARMACOLOGICOS • Os alimentos fontes de ferro devem ser recomendados, principalmente as carnes vermelhas, vísceras (fígado e miúdos), carnes de aves, peixes e hortaliças verde-escuras, entre outros. • Para melhorar a absorção do ferro, recomenda- se a ingestão de alimentos ricos em vitamina C, encontrado em abundância em frutas cítricas, como laranja, acerola e limão, evitando-se excessos de cháou café, que dificultam esta absorção FARMACOLÓGICOS • O tratamento farmacológico pode ser oral, parenteral e em casos graves por transfusão de hemácias. A escolha da preparação de ferro vai depender da gravidade da doença e da tolerância do paciente ao ferro oral que, por ser eficaz e barato, é considerado a primeira linha de tratamento. No entanto, existem indicações para o uso parenteral de ferro atualmente, cujas preparações se tornaram mais eficazes e seguras • O mais adequado para a reposição de ferro e a administração pela via oral. Os suplementos de ferro disponíveis são: ferro aminoquelado, sais ferrosos, sais férricos, ferro carbonila e complexo de ferro polimaltosado (ferripolimaltose). A melhor alternativa disponível no mercado é o sulfato ferroso, pois apresenta baixo custo e possui alta biodisponibilidade no organismo REFERÊNCIAS Vista do Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da anemia ferropriva: Umarevisão de literatura.Disponível em: <https://periodicos.ufrn.br/casoseconsultoria/articl e/view/23523/13910>. Acesso em: 11/9/2021.
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