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I N S U F I C I Ê N C I A R E N A L C R Ô N I C A Doença de parênquima renal com comprometimento da função renal – de desenvolvimento prolongado. • Potencial para repara das lesões já foi exaurido • Os néfrons sobreviventes já sofreram as adaptações para compensar as perdas ocorridas • A função renal intrínseca não irá mudar a não ser para pior A IRC é caracterizada por deterioração insidiosa (lenta) e progressiva da função renal, que leva à poliúria seguida por azotemia e eventualmente, uremia. • A taxa de progressão da lesão renal é muito variável • Os primeiros sintomas podem não ser percebidos e a precipitação de uma crise urêmica pode dar a falsa impressão de um processo agudo • O paciente com insuficiência renal cronica não consegue sintetizar as substâncias naturalmente. • No estágio final da IRC (incapacidade de manutenção em homeostase) o paciente pode agudizar (lesão renal aguda). O paciente doente renal crônico tem 25% do seus néfrons que conseguem dar conta do trabalho, mas se esses 25% não conseguirem -> insuficiência renal crônica. C A U S A S P O S S Í V E I S • A causa primária pode ser uma glomerulonefrite ou doença inflamatória túbulo-intersticial. • Geralmente a causa é multifatorial e não pode ser determinada quando a IRC é detectada. É possível termos pacientes doentes renais crônicos bem de saúde, já que os néfrons restantes estão conseguindo trabalhar. Por isso só é considerado IRC quando aparece sintomatologia clínica. • O paciente apresenta poliúria devido a incapacidade da retenção de água • O organismo identifica muito soluto e por isso aumenta a eliminação de solvente para tentar eliminar esse soluto em excesso. • Apresenta pielonefrite (inflamação dos túbulos) -> incapacidade de absorção de água • Glomerulonefrite (infamação do glomérulo) -> passagem de macromoléculas. F I S I O P A T O L O G I A Legenda: Se o rim do paciente está doente, os compostos nitrogenados não são filtrados para virar urina, se acumulam no organismo e geram diversas sintomatologias características do paciente insuficiente renal crônica. Legenda: Paciente com êmese e anorexia vai ficar desidratado, a desidratação pode levar a um aumento da pressão arterial devido à ação de um hormônio chamado vasopressina. Altas concentrações de vasopressina também Continuação de Exames Complementares e Doenças Renais (slide 43) podem causar constrição dos vasos sanguíneos -> aumento da pressão arterial. Todos esses fatores estarão relacionados contribuindo para uma piora do rim. • Aumento da pressão arterial = sobrecarga da função renal. • ↓ perfusão renal = menos sangue para manter os néfrons funcionando. Legenda: O rim também é responsável peal síntese de vitamina D (calcitriol) que é responsável por reabsorver cálcio para o sangue. Se o rim não funcionar (paciente com poucas células tubulares renais) essa síntese é prejudicada. Com isso o paciente desenvolve hipocalcemia (deficiência de cálcio no sangue) e por atuarem em proporções inversamente proporcionais, o fosforo aumenta, paciente entra em um quadro de hiperfosfatemia. Ambas as situações acarretam no aumento das concentrações de PTH (hormônio da paratireoide) – este hormônio é responsável por buscar cálcio de outros lugares do corpo para nutrir as células, e o lugar que possui uma maior reserva de cálcio é nos ossos, gerando uma doença chamada hiperparatireoidismo secundário renal. Já que a glândula da tireoide vai ser hiper estimulada. Essa descalcificação óssea vai ser manifestada clinicamente como fratura patogênica, osteoporose, disfunções ósseas de crescimento etc. A anemia ocorre devido a baixa produção de eritropoietina que também é sintetizada no córtex renal. Sem eritropoietina -> medula não é estimulada -> não é liberada hemácia maduras. Porém a demanda é tão grande que nem reticulócitos são encontrado na corrente do animal, fazendo a anemia possuir esse caráter arregenerativo (pois essa ausência de reticulócitos mostra que a medula não está responsiva). • A PHT também está relacionado a eritropoiese do paciente, portanto no paciente com alteração nesse hormônio no hiperparatireoidismo secundário, a síntese de eritropoiese pode ser reduzida. • A vasculite desencadeada pelo processo azotemico gera perda de sangue do TGI (melena, hematoquezia), o que é mais um motivo de perda de sangue em um paciente que já está com anemia. • A alta quantidade de ureia no organismo, torna o ambiente tóxico para as hemácias. A C H A D O S C L Í N I C O S São processos de doença crônica; acontecem de forma lenta e insidiosa Sarcopenia: perda consecutiva e intensa de massa muscular, já que o paciente começa a digerir essa massa como fonte de manutenção soluto/solvente. Vem acompanhada de hiporexia ou anorexia. -> paciente tendencia a uma caquexia. • Os transtornos gastroentéricos também podem justificar uma caquexia. • Muitas vezes, o paciente começa a perder peso antes mesmo de quadros azotêmicos. A anemia leva as mucosas a ficarem levemente ou super hipocoradas. Mandíbula de borracha: causada pela descalcificação dos ossos da mandíbula e da maxila (são os lugares que descalcificam mais rapidamente), essa perda da densidade óssea faz com que garanta esse aspecto borrachudo, Outro processo marcante é a perda do dentes – perda da conformidade óssea. Os dentes ficam fora do local de origem ou arcada dentária fica descontínua, também ocorre devido ao ‘’sequestro’’ de cálcio pelo PHT. C O M O D I A G N O S T I C A R? Combinação de dados do histórico com dados obtidos ao exame. • Histórico de poliuria-polidipsia (compensatória) • Existência de anemia (comprometimento da função eritropoiética) • Azotemia estável ou progressiva (semanas ou mais) • Rins diminuídos e de contorno irregular • Osteodistrofia secundária renal Mesmo com o diagnóstico concluído, a complementação e repetição de exames é importante para: • Descobrir alterações que possam ser a causa de lesões renais adicionais – devemos evitar que o paciente sofra mais injúrias. • Orientar a terapia • Acompanhar progressão da doença Exames de triagem • Urinálise Para verificar alterações na densidade urinária, que estará mais baixa (muita diluídas) devido à grande perda urinária. • Ureia • Creatinina • Hemograma com contagem de reticulócitos – para conferir se a medular está ou não responsiva. Exames diagnósticos • Dosagem de cálcio e fosforo e PTH ➔ Deficiência na síntese de calcitriol = deficiência de cálcio no sangue. ➔ Diminui cálcio -> aumenta fosforo -> produção de PTH aumenta. ➔ Fosforo aumentado também causa toxicidade no organismo. ➔ Alterações de cálcio e fosforo não são vistas em pacientes com IRA agudo. • Ultrassonografia (80 a 95% de sensibilidade) A ultrassonografia sozinha não é suficiente para diagnosticar, pois ela só mostrará alterações morfológicas no rim. • Biopsia renal Raro na rotina veterinária; pode mostrar qual a região do túbulo foi mais acometida. Exames complementares • Proteína sérica – já que o paciente tende a perder proteínas. • Lipídios – paciente pode perdê-los pela urina. • Colesterol • Calcitriol • Eritropoietina • Determinação da massa óssea e calcificação distrófica. P R I N C Í P I O S G E R A I S D O T R A T A M E N T O • Os objetivos são similares independentemente da causa primária da IRC • Resolver ou minimizar problemas pré ou pós renais que possam causar lesões renais adicionais • Evitar estresses e doenças iatrogênicas • Oferecer dieta com menor teorproteico, pois proteína vira ureia (proteína de alto valor biológico) • Manter o apetite para driblar as disfunções gastroentéricas. • Corrigir acidose metabólica • Corrigir hipocalemia (hipopotassemia) causada quando libera potássio em excesso na urina – fornecer potássio 0,5 mEq/Kg/h • Corrigir hiperfosfatemia e hipocalcemia • Corrigir deficiência de calcitriol • Controlar hipertensão arterial – principalmente com vasodilatadores periférico como os inibidores de ECA. Lembrar que estes medicamentos aumenta perfusão renal, mas também a diurese é necessário colocar na balança o que é mais benéfico para o paciente. • Corrigir e prevenir a desidratação • Corrigir a anemia • Adaptar a dosagem de drogas que venham a ser utilizadas (principalmente as nefrotóxicas). De forma geral, devemos monitorizar a resposta ao tratamento, fazendo as modificações necessárias ao longo do tempo. T R A T A M E N T O • Dieta: Restrição de proteínas, fosforo e sódio (lembrar que junção NaCl + água pode potencializar aumento de PA) e uso de rações renais. • Fluidoterapia: Funciona como coringa de reposição do volume (água) mas também de eletrólitos. Porém devemos lembrar que nem todo paciente renal precisa de fluidoterapia de reposição, pode precisar apenas de manutenção. Ex.: se fizermos fluidoterapia em um paciente que já está anêmico, vamos hemodiluir mais ainda esse sangue, potencializando essa anemia; além de que fluido demais pode prejudicar a PA do paciente. • Para corrigir a acidose: Bicarbonato de sódio (8 a 12 mg/kg VO TID) – pode ser feito direto na fluidoterapia; ringer lactato. • Para corrigir a hiperfosfatemia: Uso de conjugadores do fosfato intestinal (hidróxido de alumínio, carbonato de alumínio). • Reposição de calcitriol (1,5 mg/kg/dia) • Para corrigir a hipocalemia: Administrar cloreto de potássio (1 a 3 g/dia VO) • Bloqueadores de H2 (bomba de H+) Para casos em que o paciente apresentes sintomas gastrointestinais. ➔ Ranitidina ➔ Famotidina ➔ Cimetidina • Para corrigir a anemia: ➔ Eritropoietina recombinante (100 U/kg 3x/semana – manter o Ht de 35%) – ela é cara e difícil de encontrar, e só usamos a humana e suína além de que não é incomum os paciente apresentarem reação alérgica, portanto esse por si só não é um tratamento com eficácia muito grande. ➔ Transfusão de sangue • Para corrigir a hipertensão: ➔ Inibidores da ECA ➔ Restrição de sódio P R O G N Ó S T I C O • A curto prazo: paciente portador de IRC, em crise urêmica (último estágio de lesão renal aguda), pode melhorar substancialmente com terapia hidroeletrolítica (hemodiálise, diálise, fluidoterapia intensa) e de suporte. Essas terapia são úteis mas vão parar as crises apenas por um tempo, depois elas podem voltar, por isso a terapia de manutenção é importante: • Com terapia de manutenção, o portador de IRC pode viver bem, apesar da deficiência. • O tempo de sobrevida é satisfatório para o paciente em tratamento de manutenção, é muito variável e imprevisível. C O M P A R A Ç Ã O I R A E I RC
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