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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/321310465 Diagnóstico para melhoria da etapa de projeto de uma indústria de médio porte Chapter · November 2012 CITATIONS 0 READS 2,243 2 authors: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Virtual Usability Evaluation on Digital Human Models (elderly people) View project Sustainable Product Development View project CARLA ESTORILIO Federal University of Technology - Paraná/Brazil (UTFPR) 66 PUBLICATIONS 191 CITATIONS SEE PROFILE Mayara Ramos SENAI/SC 17 PUBLICATIONS 9 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by CARLA ESTORILIO on 27 February 2018. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/321310465_Diagnostico_para_melhoria_da_etapa_de_projeto_de_uma_industria_de_medio_porte?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/321310465_Diagnostico_para_melhoria_da_etapa_de_projeto_de_uma_industria_de_medio_porte?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Virtual-Usability-Evaluation-on-Digital-Human-Models-elderly-people-2?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/project/Sustainable-Product-Development?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carla-Estorilio?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carla-Estorilio?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Federal-University-of-Technology-Parana-Brazil-UTFPR?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carla-Estorilio?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Mayara-Ramos?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Mayara-Ramos?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Mayara-Ramos?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Carla-Estorilio?enrichId=rgreq-de68f80c028970b4fc4dffedad464beb-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzMyMTMxMDQ2NTtBUzo1OTg2OTgyMjQ1MTcxMjFAMTUxOTc1MjE4ODUxMQ%3D%3D&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf DIAGNÓSTICO PARA MELHORIA DA ETAPA DE PROJETO DE UMA INDÚSTRIA DE MÉDIO PORTE Mayara Ramos Carla Estorilio Resumo Em função da importância do desenvolvimento do produto, o qual deve ser realizado no momento certo e atender o mercado consumidor, demanda-se um procedimento adequado para se alcançar soluções satisfatórias. Entretanto, uma auditoria realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL) de Santa Catarina (SC) em uma empresa local, constatou-se que esta precisava melhorar seu planejamento de projeto de produtos. Em função dessa demanda, esse artigo apresenta um estudo de caso nesta empresa, a qual é do ramo de eletro eletrônico. Para isso, iniciou-se uma revisão bibliográfica sobre as fases do PDP relacionadas ao Planejamento de Projeto: pré desenvolvimento e projeto informacional. Em seguida, realizou-se o estudo de caso na empresa para se obter um diagnóstico da situação, visando propor melhorias para a situação identificada como deficitária pelo instituto avaliador. Para apoiar a análise e diagnóstico da metodologia de projeto utilizada na empresa, realizou-se um benchmarking de processo, comparando os procedimentos da empresa com os sugeridos por Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006). Entre as falhas identificadas nas fases delimitadas, constatou-se a necessidade de se melhorar a metodologia para identificar os requisitos técnicos de projeto e, finalmente, as especificações-meta de projeto. Palavras-chave: Metodologia de projeto, Planejamento de projetos, Benchmarking. 1. INTRODUÇÃO Com o objetivo de agradar os clientes, as empresas buscam desenvolver produtos cada vez melhores para o mercado. Entretanto, o desenvolvimento de novos produtos é uma atividade importante e arriscada. Segundo Baxter (1998), vários fatores determinam a diferença entre o sucesso e o fracasso de um produto. Dente esses fatores, o autor aponta que o planejamento do produto, na etapa de projeto, aumenta em até três vezes as chances de sucesso dos novos produtos. O planejamento de um projeto de produto faz parte da metodologia de projeto utilizada pela empresa. Munari (1998) cita que a metodologia de projeto é uma série de operações necessárias, dispostas em ordem lógica para desenvolver um projeto, visando atingir o melhor resultado com o menor esforço. Para Rozenfeld et al. (2006), o planejamento do projeto finaliza a macrofase de pré- desenvolvimento do Processo de Desenvolvimento de Produtos (PDP). A importância do pré- desenvolvimento está no planejamento sistemático dos projetos, permitindo uma boa previsão e análise de seu escopo e riscos, prevenindo problemas que poderiam ocorrer quando da realização efetiva do projeto no desenvolvimento do produto. O lançamento de produtos de sucesso é cada vez mais difícil. Considerando o investimento efetuado pelas empresas no desenvolvimento de novos produtos e o pequeno ciclo de vida, pode-se dizer que o desenvolvimento de novos produtos é uma atividade muito arriscada (MARION; SIMPSON, 2009). Existem casos de empresas que, após terem gasto uma quantia significativa de recursos, lançam novos produtos no mercado, sem que estes apresentem o retorno esperado. Fatos como esse não significam que a empresa não possua um planejamento de desenvolvimento de novos produtos. Porém, é possível que a metodologia utilizada pela empresa não esteja adequada aos projetos desenvolvidos. Também ocorrem casos de produtos com lançamentos retardados em relação aos concorrentes, em função do mal planejamento do projeto, o que faz com que a empresa fique atrás da concorrência. No caso da empresa, foco deste estudo, através de um Mapeamento Estratégico da Inovação, realizado pelo IEL de SC, constataram-se falhas no planejamento do projeto de produtos, as quais tendem a gerar conseqüências ao longo do PDP. Visando resolver o problema identificado, esse artigo apresenta um estudo de diagnóstico e melhoria da metodologia de projetoda empresa em questão. Esta empresa é de médio porte e desenvolve produtos inovadores na área de eletro eletrônico, o que demanda uma metodologia de projeto adequada. Para isso, inicia-se com uma revisão bibliográfica conceituando as fases do PDP relacionadas ao Planejamento de Projeto (pré desenvolvimento e projeto informacional) para, posteriormente, apresentar o desenvolvimento do estudo de caso. Com a metodologia da empresa, obtida através deste estudo, compara-se esta com as sugeridas por Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006), visando identificar as falhas no desenvolvimento das atividades envolvidas. 2. METODOLOGIA De acordo com Silva (2001), a metodologia adotada é de “natureza aplicada”, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Também se enquadra como “qualitativa”, quanto à abordagem do problema, pois há uma relação ativa entre o mundo real e o sujeito. Conforme a descrição de Gil (1991), o objetivo desta pesquisa é de cunho “exploratório”, pois visa proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. O procedimento técnico do artigo apresenta uma etapa de revisão bibliográfica e uma de estudo de caso. A revisão bibliográfica apresenta conceitos de Processo de Desenvolvimento de Produto, focando no pré-desenvolvimento e no início da etapa de projeto, ou seja, na fase de projeto informacional. O estudo de caso foi adotado por se tratar da investigação de um fenômeno contemporâneo em seu contexto real, beneficiando-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise de dados (YIN, 2005). O estudo de caso segue as diretrizes propostas pelo autor: projeto do estudo de caso, condução do estudo, análise das evidências e relato do estudo de caso. Com o estudo de caso, busca-se responder as questões: como ocorre o pré desenvolvimento e o projeto informacional na empresa estudada e o que difere das metodologias dos autores Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006). O estudo de caso será feito com base em documentações do projeto de um novo produto da empresa estudada, arquivados conforme as regras da ISO 9000 e da metodologia base para projetos de inovação cedidos pela empresa. A documentação de um projeto realizado pela empresa será transformada em um fluxograma representativo do processo de desenvolvimento do produto, sendo analisados o pré desenvolvimento e o projeto informacional, incluindo as pessoas envolvidas em cada uma das atividades. Com esse fluxograma, compara-se com as metodologias sugeridas por Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006), através do benchmarking de processo. Esta comparação deve ressaltar os pontos fortes da empresa e os que demandam melhoria, as quais também são propostas neste trabalho. 3. PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO Segundo Rozenfeld et al. (2006), desenvolver produtos consiste em um conjunto de atividades por meio das quais busca-se, a partir das necessidades do mercado e das possibilidades e restrições tecnológicas, considerando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar às especificações de projeto de um produto e de seu processo de produção, para que a manufatura seja capaz de produzi-lo. O desenvolvimento de produtos também envolve atividades de acompanhamento, que seguem ao longo do ciclo de vida do produto. O PDP da empresa interage com o mercado, pois ele parte das necessidades do mercado para propor soluções que atendam tais necessidades. Essa característica do PDP lhe confere uma importância estratégica, pois busca atender as necessidades dos clientes em todas as fases do ciclo de vida do produto, ou seja, desenvolve o produto em um tempo adequado e a um custo competitivo, mantendo a manufaturabilidade do produto (ROZENFELD et al., 2006). De acordo com Rozenfeld et al. (2006), cerca de 85% dos custos do ciclo de vida do produto é reflexo da fase de projeto. Segundo o autor, é possível reduzir 50% no tempo de lançamento de um produto quando os problemas de projeto são identificador e resolvidos com antecedência, facilitado pelo gerenciamento do PDP. Para Pahl et al. (2005), devido à importância do desenvolvimento de um produto no momento certo e que desperte interesse por parte do mercado, é necessário um procedimento para desenvolver boas soluções, as quais sejam planejáveis, flexíveis, otimizáveis e verificáveis. Esse processo só pode ser aplicado quando os projetistas trabalham de modo sistemático e essa metodologia de trabalho for auxiliada por medidas organizacionais. Segundo Pahl et al. (2005), o setor de desenvolvimento e projeto tem, dentro da empresa, importância capital na geração e continuação do desenvolvimento de um produto. Através do projetista são determinadas as características do produto quanto ao atendimento da finalidade, à segurança, à ergonomia, à produção, ao transporte, ao uso, à manutenção e à destinação final e/ou reciclagem. O projetista também influencia nos custos de produção e de operação, na qualidade e nos tempos de produção. Segundo Kaminski, Oliveira e Lopes (2005), pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras não tem feito muito em relação ao uso de metodologias para desenvolvimento de produtos. Há processos que parecem ser bem conhecidos - tais como a certificação ISO 9001, consideradas pela maioria das empresas importante nos negócios. As PMEs tendem a focar em metodologias e procedimentos desenvolvidos internamente, que são feitos especialmente para necessidades específicas da empresa, principalmente por meio da experiência obtida na prática durante os anos de atuação no negócio. Elas não tentam avaliar o uso do conhecimentos que são aplicados e desenvolvidos mundialmente. 3.1. Estrutura do PDP Quanto à divisão das atividades realizadas no PDP, estas são organizadas de formas variadas por diferentes autores. Alguns foram explorados nesse trabalho, os quais estão descritos a seguir. Clark e Fujimoto (1991) apresentam um modelo simplificado de PDP, composto por uma sequência de tarefas necessárias para fabricar e montar produtos. O modelo se divide em quatro grandes fases de desenvolvimento: a fase conceitual, o planejamento do produto, a engenharia do produto e a engenharia de processo. As três primeiras compõem a etapa de projeto. Rozenfeld et al. (2006) divide o PDP em três macrofases, as quais são divididas em tarefas e atividades. A macrofase de Pré-Desenvolvimento é dividida em planejamento estratégico de produtos e planejamento do projeto. A macrofase de Desenvolvimento é seccionada em projeto informacional, projeto conceitual, projeto detalhado, preparação da produção e lançamento do produto. A última macrofase, a de Pós-Desenvolvimento, é composta pelo acompanhamento do produto/processo e o descontinuamento do produto. A Figura 1 mostra as fases do projeto e seus resultados na visão do autor. Figura 1: Principais resultados das fases Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006) Na visão de Rozenfeld et al. (2006), a macro fase de pré-desenvolvimento envolve as atividades de desenvolvimento realizadas a partir da estratégia da empresa, delimitadas com as restrições de recursos, conhecimentos e informações sobre os consumidores, considerando as tendências tecnológicas e mercadológicas. Segundo o autor, é na macro-fase de pré desenvolvimento que se faz a ligação entre o objetivo que a empresa possui e os produtos desenvolvidos. O pré desenvolvimento contribui com o foco nos projetos prioritários, definidos pelos critérios da empresa, com o uso eficiente dos recursos de desenvolvimento, com o início mais rápido e eficiente e com os critérios para avaliação dos projetos em andamento. O pré-desenvolvimento é dividido em planejamento estratégico e planejamento do produto (ROZENFELD et al. 2006). O planejamentoestratégico objetiva obter um plano contendo o portfólio de produtos da empresa a partir do planejamento estratégico da unidade de negócio. Esse plano é uma lista descrevendo a linha de produtos da empresa e os projetos que serão desenvolvidos, auxiliando a atingir as metas estratégicas de negócio. O plano parte da estratégia de negócios, o qual deve estar bem adequado a esta estratégia. Os principais envolvidos nessa fase são os membros da diretoria e os gerentes funcionais ou o comitê de aprovação de produtos (ROZENFELD et al. 2006). Para Rozenfeld et al. (2006), as atividades do Planejamento estratégico de produtos são: definir escopo da revisão do Planejamento Estratégico de negócios (PEN – documento que apresenta a missão da empresa e orienta suas ações), planejar atividades para revisão do PEN, consolidar informações sobre tecnologia e mercado, revisar o PEN, analisar o portfólio de produtos da empresa, propor mudanças no portfólio de produtos, verificar a viabilidade do portfólio de produtos e decidir o início do planejamento de um dos produtos do portfólio. Na fase de Planejamento de projeto, segundo Rozenfeld et al. (2006), realiza-se o planejamento macro de um dos projetos do novo produto planejado no portfólio. O resultado final é o plano de projeto do produto que seja viável, o qual será utilizado como guia para a próxima macrofase de Desenvolvimento do produto. As atividades dessa fase devem empreender esforços no sentido de identificar todas as atividades, recursos e a melhor forma de integrá-los para que o projeto siga com o mínimo de erros. As principais atividades dessa fase são: definição dos interessados, definição do escopo do produto, definição do escopo do projeto, detalhar o escopo de projeto, adaptar modelo de referência, definir atividades e sequência, preparar cronograma, avaliar riscos, preparar orçamento, analisar viabilidade econômica do projeto, definir indicadores de desempenho, definir plano de comunicação, planejar e preparar aquisições e preparar plano de projeto (ROZENFELD et al. 2006). A fase de projeto informacional tem por objetivo desenvolver um conjunto de informações, chamado de especificações-meta do produto. Essas especificações, além de orientarem a geração de soluções, fornecem a base sobre a qual serão montados os critérios de avaliação e de tomada de decisão utilizados nas etapas posteriores do processo de desenvolvimento. Esse conjunto de informações deve refletir as características que o produto deverá ter para atender às necessidades dos clientes (ROZENFELD et al. 2006). Segundo Rozenfeld et al. (2006), nessa fase é realizada a atualização do plano do projeto informacional, a definição do problema a ser enfrentado, a busca de informações detalhadas sobre aspectos tecnológicos e de produtos concorrentes, o mapeamento do ciclo de vida do produto e a definição dos clientes envolvidos, a identificação das necessidades e dos requisitos dos clientes. Por fim, os requisitos dos clientes são transformados em requisitos do produto, os quais irão conduzir a conceituação do produto. Para Pahl et al. (2005), a atividade crucial no desenvolvimento de um produto e na solução de tarefas consiste em um processo de análise e um subseqüente processo de síntese que passa por etapas de trabalho e de decisão. Em geral, os procedimentos iniciam-se de forma qualitativa, tornando-se cada vez mais concretos e quantitativos. A seguir, são desenvolvidos modos e planos de procedimento que, para o processo geral de solução, devem ser compreendidos como compulsórios e, para as fases de projeto mais concretas, como ajuda nos procedimentos. Por meio deles, constata-se o que deve ser feito e onde são necessários ajustes ao respectivo problema. Para isso, Pahl et al. (2005) propõem uma metodologia operacional para o desenvolvimento de um projeto, a qual se divide em quatro fases: Definição da tarefa, Projeto Conceitual, Projeto Preliminar e Projeto Detalhado. A Figura 2 apresenta a metodologia sugerida pelos autores. Figura 2: Fases para conduzir a metodologia de projeto Fonte: Adaptado de Pahl et al. (2005) O processo de planejamento e de projeto parte do planejamento da tarefa e do esclarecimento da formulação da tarefa. Posteriormente, passa pela identificação das funções necessárias, elaboração das soluções preliminares, constituição de estruturas modulares com subconjuntos, até chegar na documentação do produto completo. Além do planejamento do conteúdo e da funcionalidade do processo, desdobra o processo de projeto nas seguintes fases: planejar e esclarecer tarefa (definição informativa), conceber (definição preliminar), projetar (definição da configuração), detalhar (definição da tecnologia de fabricação) (PAHL et al. 2005). Segundo Pahl et al. (2005), no planejamento do produto o setor de projeto deve efetuar uma análise da situação, envolvendo a análise do mercado e da empresa, encontrar soluções de produto e formular idéias de produto. O setor de projetos deve identificar as especificações de produto determinantes para a solução e configuração do produto, além de formular e documentar tais especificações com indicações quantitativas. O resultado desse processo é a lista de requisitos técnicos de projeto. As etapas para a elaboração da lista de requisitos são: planejamento do produto; definição de requisitos básicos relevantes para o mercado; definição dos requisitos para atividade do segmento cliente/mercado; documentação de requisitos técnicos com relação à potência, específicos do cliente; complementação dos requisitos por meio da lista de verificação principal e da técnica do cenário; definição das necessidades e das vontades; definição da lista de requisitos e liberação para a concepção (PAHL et al. 2005). Na formulação da lista de requisitos, os objetivos e as condicionantes devem ser destacados claramente. Os requisitos têm origem nas necessidades dos clientes, as quais precisam ser satisfeitas sob quaisquer circunstâncias, principalmente as prioritárias para os clientes (PAHL et al. 2005). Segundo Pahl et al. (2005), a lista de requisitos precisa obedecer ao princípio do comprometimento e da integralidade. No início, a lista de requisitos é fundamentalmente provisória, mas ela cresce e é modificada a medida em que o desenvolvimento do produto progride. Na lista de requisitos somente são documentados os requisitos necessários para execução da respectiva etapa de trabalho do processo de projeto, a qual se denomina por projeto conceitual. Na visão de projeto de Pahl et al. (2005), conceber é a definição preliminar de uma solução. É na concepção que, após o esclarecimento da tarefa, por meio da abstração dos principais problemas, formação de estruturas de funções, procura de princípios de trabalho adequados e a sua combinação em estrutura de trabalho, se define a solução preliminar do produto a ser projetado para resolver o problema em questão. 4. ESTUDO DE CASO REALIZADO NA EMPRESA A empresa estudada nesse artigo trata-se de uma empresa de médio porte do ramo de eletro eletrônicos, a qual desenvolve produtos para controlar a temperatura da água no banho, torneiras e bebedouros, proporcionando conforto ao usuário. A empresa nacional se localiza no sul do Brasil e teve as suas atividades iniciadas em 1990. Recentemente, o IEL de SC realizou um Mapeamento Estratégico da Inovação da empresa, o qual identificou a sua posição competitiva internacional nas áreas de gestão da inovação, organização, cultura e desenvolvimento de produtos, considerando o seu setor de atuação e interesses. Os resultados desse mapeamento estão sendo utilizados pela empresa para planejar e priorizar estratégias e ações que tenham potencial para aumentar a sua capacidade inovadora. Os resultados apresentados neste Mapeamento mostraram que a empresa está bem posicionada nos aspectos de organização,cultura e gestão da inovação. Entretanto, necessita melhorias no desenvolvimento de novos produtos, demandando mudanças para melhor andamento de projetos inovadores. Dentre essas mudanças está o planejamento do projeto de produtos, objetivando conduzir melhor o desenvolvimento de produtos. 4.1. O PDP da Empresa estudada O PDP da Empresa estudada tem as atividades do pré desenvolvimento gerenciadas pelo setor de P&D da empresa. Os projetos realizados neste setor são iniciados a partir de demandas de projeto e desenvolvimento provenientes de: tendências de mercado, serviço de atendimento ao consumidor (SAC), site da empresa (fale conosco), carta resposta (consumidor), pesquisa com cliente (lojistas), representantes, convenções (encontro nacional de representantes), visita aos pontos de vendas e relatórios de não conformidades do próprio P&D. A partir da identificação da demanda, os projetos são divididos em três tipos: projeto de pesquisa, projeto de inovação e projeto de melhoria. Esses projetos interagem entre si de forma evolutiva como mostra a Figura 3. As setas indicam a evolução dos projetos, mostrando que um projeto de pesquisa pode evoluir para um projeto de inovação e o produto gerado no projeto de inovação pode ser alterado em um projeto de melhoria. Figura 3: Divisão de projetos na Empresa Estudada Fonte: Empresa Estudada Para cada um desses projetos é estruturado uma série de atividades que seguem a metodologia do PMBOK (Project Management Body of Knowledge) do PMI (Project Management Institute). As fases iniciais do projeto de inovação na empresa é dividido em: planejamento de produto, planejamento de projeto e projeto informacional. Essa divisão se assemelha ao apresentado por Rozenfeld et al. (2006). A seguir são abordados os detalhes dessas três primeiras fases do projeto da empresa. 4.1.1. Planejamento de Produtos O planejamento de produtos inicia com a identificação da demanda, quando são analisados os dados vindos de bancos de idéias, inteligência competitiva e outras fontes já apresentadas. Na próxima fase, referente à exploração de oportunidades, é feito uma exploração das demandas, identificando oportunidades de mercado e tecnologias, visando elaborar uma lista de oportunidades. Na terceira fase são geradas idéias de novos produtos, aperfeiçoamento de produtos ou novas linhas de produtos. Na fase de arquivamento, as idéias não escolhidas ou projetos não viáveis são armazenados para consultas futuras. Na fase de avaliação das idéias, há uma reunião entre os interessados para analisar e avaliar qualitativamente as idéias, classificando-as e hierarquizando-as por ordem de prioridade da empresa. Na caracterização da idéia do produto se tem a definição inicial do produto e a avaliação final das idéias. Na etapa seguinte são feitas pesquisas de informações técnicas e de mercado. Nesse estágio é realizada a análise de viabilidade técnica, econômica e comercial do produto. Após ter passado pela análise de viabilidade, é montado o briefing (conjunto de informações que guiam o projeto) com a definição dos requisitos do produto. A fase de planejamento de produto é finalizada com a verificação da necessidade de patente e a entrada no processo de patente, caso necessário. 4.1.2. Planejamento de Projeto A fase de planejamento de projeto inicia com a definição de cronogramas e interfaces, incluindo atividades e prazos. A seguir, o projeto é dividido em módulos, quando se aplica várias especialidades, como design, parte elétrica, parte mecânica, etc. Com o projeto dividido em módulos, define-se o fluxo do projeto. O próximo passo é a definição de atividades externas do setor de P&D, fixando a criticidade e o prazo para passar para as interfaces. A última etapa do planejamento de projeto é a reunião com as interfaces envolvidas para a aprovação das atividades, salientando as atividades críticas que influenciam no andamento do projeto. 4.1.3. Projeto informacional O projeto informacional inicia com a definição do briefing por módulos, onde se encontra os requisitos específicos para cada módulo. Nesse momento são feitas novas pesquisas de informações técnicas e de mercado, além da pesquisa e definição das necessidades dos clientes ao longo do ciclo de vida do produto. A última atividade desta fase é a aprovação das especificações definida para cada módulo, feita pela equipe envolvida no projeto. A Figura 4 apresenta o fluxograma detalhando dessas três fases e de todas as atividades envolvidas para a condução de cada uma delas. Essas atividades são desenvolvidas ou gerenciadas pela equipe do departamento de P&D, porém, as que envolvem outros setores estão destacadas em outra cor. Figura 4: Fluxograma de atividades conforme diretrizes da empresa. 4.2. Análise de um projeto desenvolvido pela empresa Em 2008 a empresa desenvolveu um projeto inovador, porém, seus objetivos se basearam em uma plataforma já desenvolvida pela empresa. O produto desenvolvido foi referente a uma torneira eletrônica, que ampliou a abrangência da linha de produtos. O fluxograma representado na Figura 5 mostra o processo do projeto analisado, o qual se diferencia do apresentado na Figura 4, que representa o que é previsto como padrão na empresa para o desenvolvimento de um projeto. O fluxo, obtido através do estudo de campo, mostra a sequência de atividades de projeto desenvolvidas nas fases de planejamento de projeto e projeto informacional. São apresentadas as atividades e as pessoas ou departamentos envolvidos, além do tempo utilizado em cada uma delas. Os dados utilizados pelas autoras para a construção dessa representação foram fornecidos pelo setor de P&D da Empresa. Figura 5: Fluxograma do projeto inovador conforme leitura das autoras Observando o fluxograma das atividades de projeto na empresa, percebe-se que algumas atividades são realizadas em um período curto de tempo. O Planejamento do Projeto é realizado por apenas uma pessoa. É nessa etapa que se tem um mapeamento do que será realizado no projeto e quem serão os envolvidos. No planejamento de projeto deve ser identificado as partes envolvidas, seus requisitos, suas limitações, como se envolverá com o projeto, de forma que as demais atividades do planejamento e execução do projeto façam adequado uso dessa informação (ROZENFELD et al. 2006). Segundo Rozenfeld et al. (2006), a pessoa que coordena o planejamento do projeto executará praticamente todas as atividades dessa fase e deve exercer o papel de gerente de projeto. No caso da empresa, quem executou as atividades do planejamento de projeto não foi o gerente do projeto, mas sim, o desenhista de produtos. Constata-se que as atividades previstas pelo método da empresa em projetos de inovação (Figura 4) e o realizado no projeto analisado (Figura 5) apresentam diferença de atividades realizadas. A mudança de atividades realizadas em um projeto para adequação da metodologia e o projeto em desenvolvimento podem ocorrer, como previsto por Rozenfeld et al. (2006), na fase de Planejamento de Projeto. 4.3. Análise comparativa entre os processos Para esse estudo de caso se propôs fazer um benchmarking entre as metodologias estudadas e a encontrada no desenvolvimento de um projeto real, considerando as primeiras etapas: planejamento de produtos, planejamento de projeto e projeto informacional. Essas etapas, conforme Pahl et al. (2005) e Rozenfeld et al. (2006), são referentes ao planejamento da tarefa e ao esclarecimento da tarefa, também denominado por pré projeto e projeto informacional. A Tabela 1 mostra o comparativo entre as atividades realizadas para desenvolver cada uma dessas etapas. Tabela 1: Comparativo entre as três metodologias de projeto. Rozenfeld et al. Empresa X Pahl et al. Definir escopo da revisão do Planejamento Estratégico de Negócios (PEN) Identificar demanda Analisar situaçãomercado Planejar atividades para revisão do PEN Explorar oportunidades Analisar situação da empresa Consolidar informações sobre tecnologia e mercado Gerar Idéias Encontrar idéias de produto Revisar o PEN Arquivar Selecionar idéias de produtos Analisar portfólio de produtos da empresa Avaliar Idéias Formular proposta de produto Propor mudanças no portfólio de produtos Caracterizar idéia do produto Verificar viabilidade do portfólio de produtos Pesquisar Decidir o início do planejamento de um dos projetos do portfólio Analisar viabilidade Briefing Avaliar necessidade de patente Acompanhar processo de Patente Definir interessados no projeto Definir cronograma Definir escopo do produto Definir interfaces Definir escopo do projeto Divisão em módulos Detalhar escopo do projeto Diagrama de blocos/ rede Adaptar o modelo de referência Definição das atividades externas ao P&D Definir atividades e sequência Aprovação atividades Interfaces Preparar cronograma Avaliar riscos Preparar orçamento do projeto Analisar Viabilidade econômica do projeto Definir indicadores de desempenho Definir plano de comunicação Planejar e preparar aquisições Preparar plano de projeto Avaliar e aprovar fase Atualizar o plano do Projeto Informacional Briefing por módulos Elaboração da lista de requisitos Revisar e atualizar o escopo do produto Pesquisas Deliberação da lista de requisitos Detalhar ciclo de vida do produto e definir seus clientes Aprovação especificações Liberação para conceituação Identificar os requisitos dos clientes do produto Definir os requisitos do produto Definir especificações-meta do produto Monitorar a viabilidade econômica financeira Avaliar e aprovar fase P la n e ja m e n to d e P ro d u to s - P la n e ja m e n to d a T a re fa P la n e ja m e n to d e P ro je to - E s c la re c im e n to d a T a re fa P ro je to I n fo rm a c io n a l E s c la re c im e n to d a T a re fa P la n e ja m e n to d a T a re fa Como mostra a Tabela 1, na primeira fase de projeto, na metodologia de Rozenfeld et al. (2006), as atividades estão voltadas para análise da empresa – planejamento estratégico, portfólio de projetos – e análise de mercado; ao final dessa fase é decidido o direcionamento de um novo projeto. A fase de planejamento da tarefa da metodologia de Pahl et al. (2005) também foca na análise da empresa e mercado para começar a formulação de um novo produto. Na empresa estudada é feita um estudo do mercado e é iniciado o processo de estudo de viabilidade de projeto e elaborado o briefing do projeto, que se refere ao documento que formaliza os requisitos do projeto, quais as características o produto deve conter, que tecnologias utilizar, uso de componentes já utilizados pela empresa, etc. Na segunda fase de projeto, planejamento de projeto, Rozenfeld et al. (2006) desenvolve atividades que mapeiam o curso do projeto, quem são os interessados, quem são os envolvidos, o como deve ser esse novo produto. Também define as atividades que devem ser efetuas para o projeto em questão, qual a sequência das atividades, o cronograma, entre outras. Na empresa estudada, nessa fase é montado um fluxo de atividades para cada módulo – design, eletrônica, mecânica, etc. – assim como as atividades que serão realizadas fora do setor, também é analisado nessa fase os pontos críticos do projeto. O projeto informacional de Rozenfeld et al. (2005) tem como objetivo principal a identificação dos clientes e seus requisitos para transformá-los em requisitos do produto; os requisitos de produto levam às especificações- metas do projeto/produto. Pahl et al. (2005) chega em uma lista de requisitos que atende aos mesmos objetivos da fase informacional de Rozenfeld et al. (2006). Esses requisitos fornecem o direcionamento para o desenvolvimento de um novo produto. Na empresa estudada, nessa fase tem-se a definição de requisitos específicos por módulo, os quais são definidos pelas atividades realizadas pelos envolvidos de cada módulo. Essas atividades referem-se às pesquisas informativas das necessidades dos clientes, efetuada pelo setor de inteligência competitiva, as quais são realizadas através de entrevistas nos pontos de venda com os consumidores potenciais, e a aprovação dos requisitos definidos para cada módulo. Esta aprovação é feita pelos envolvidos no projeto com base em experiências obtidas em projetos anteriores. Como se constata nas análises comparativas acima, a fase de planejamento de produtos na empresa avalia apenas o ambiente externo da empresa para planejar um novo produto. Seria recomendável se fazer uma avaliação da situação da empresa para que os produtos a serem projetados estivessem em sintonia com os planos da empresa. No planejamento de projeto a empresa não faz uma adaptação do modelo de referência ao projeto planejado. O que ocorre é o desenvolvimento das atividades previstas para o modelo adotado pela empresa, sem alterações. Isso pode repercutir em atividades desenvolvidas sem necessidade ou na falta de atividades que poderiam auxiliar no desenvolvimento, dependendo da complexidade do produto. Ações presentes na metodologia dos autores, importantes em um projeto, como indicadores de desempenho e plano de comunicação, não constam na metodologia da empresa. Das três etapas analisadas na empresa, a mais deficitária na empresa é a que corresponde ao projeto informacional. Conforme recomendam os autores, a empresa deveria chegar nos requisitos técnicos de projeto através das seguintes atividades: revisar o escopo do produto e revisar o seu ciclo de vida, definir os clientes potenciais, coletar as necessidades dos clientes, desdobrar essas necessidades em requisitos técnicos de projeto e, por fim, estabelecer as especificações-meta. Porém, analisando a metodologia da empresa nesta etapa, a mesma obtém estes requisitos na fase de planejamento do produto, baseado em informações provenientes das percepções dos diretores comerciais em relação ao mercado e de pesquisas preliminares do mercado. Essas pesquisas incluem informações coletadas em uma amostragem localizada e pequena sobre as necessidades dos clientes através de pesquisa qualitativa. Não fica claro como a empresa desdobra estas necessidades em requisitos técnicos de projeto e estas em especificações-meta. 5. CONCLUSÕES Esse estudo foi realizado para buscar esclarecer um problema de planejamento de novos produtos apresentados na empresa estudada. Sendo assim, esse trabalho apresentou um estudo do Processo de Desenvolvimento de Produtos, com foco no pré desenvolvimento e no projeto informacional desta empresa. Para a sua realização, foi feito um estudo de caso comparando as fases acima citadas com as atividades descritas por Rozenfeld et al. (2006) e Pahl et al. (2005) para o adequado desenvolvimento destas, através de um benchmarking de processo. Através do benchmarking de processo constatou-se que o fluxo de atividades seguido pela empresa atende, em parte, ao sugerido pelos autores de referência. Sendo uma empresa de médio porte e considerando que seus projetos não apresentarem grande complexidade, as atividades realizadas dão suporte adequado para a realização de projetos novos. Entretanto, ela pode melhorar inserindo algumas atividades. Das fases analisadas na empresa, a que demanda maior atenção é o projeto informacional, pois a sua definição de requisitos está sendo realizada através da elaboração do briefing na fase de planejamento do produto, sem muito fundamento ou estruturação. Sendo assim, constatou-se a necessidade de se melhorar a metodologia para identificar os requisitos técnicos de projeto e, finalmente, as especificações-meta do produto. Afinal, a pesquisa de campo e a análise de dados utilizadas pela empresa para chegar a esses dados ocorre emum curto espaço de tempo, realizado através de entrevistas em pontos de venda da região da empresa, diretamente com os consumidores potenciais. Além de não se constatar um desdobramento das necessidades coletadas em requisitos técnicos de projeto, considerando que os produtos são comercializados em todo o país, a amostragem é também muito pontual e, portanto, não representativa para o país. 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