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A Condição Pós-Moderna de David Harvey

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UNIP – Universidade Paulista 
 
 
Arquitetura e Urbanismo – 8° Semestre Noturno 
 
 
 
Weverly Dayane V. V. de Araujo – C652920 
 
 
 
“A Condição Pós-Moderna” de David Harvey 
Resumo do livro 
 
 
 
 
 
 
São José do Rio Preto 
2018 
 
 
 
 
Weverly Dayane V. V. de Araujo – C652920 
 
“A Condição Pós-Moderna” de David Harvey 
Resumo do livro 
 
 
 
 
Desenvolvimento de um Resumo da 
primeira parte do livro A condição Pós-
Moderna, para a disciplina Estética do 
Projeto do curso de Arquitetura e 
Urbanismo, 8º semestre. 
 
 
 Pref.º: Augusto Vasconcelos Neto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José do Rio Preto 
2018 
Parte 1- Passagem da modernidade a pós-modernidade na cultura 
contemporânea. 
 
1. Introdução 
 O autor inicia o livro indagando quanto a passagem da Modernidade para 
a Pós-Modernidade na cultura contemporânea, mais precisamente a partir da 
década de 1970. Com base em alguns autores, como Jonathan Raban, Terry 
Eagleton, Baudelaire, entre outros, Harvey busca definir o conceito de 
modernidade e com isso apresentar o conceito de Pós Modernidade. 
2. Modernidade e Modernismo 
 Harvey reconstrói o conceito de Modernidade a partir de elementos 
essenciais como, a sua essência efêmera e fugidia, eterno e imutável. A história 
do Modernismo com o movimento estético tem oscilado de um lado para o outro 
a partir dessa formulação dual. Eis, por exemplo, a descrição de Berman 
(1982,15), sobre a modernidade: 
 [...] Ser moderno é encontrar-se num ambiente que promete aventura, 
 poder, alegria, crescimento, transformação de si e do mundo- e, ao 
 mesmo tempo, que ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que 
 sabemos, tudo que somos. [...] 
 [...] Mas trata-se de uma unidade paradoxal, uma unidade da desunidade; 
 ela nos arroja num redemoinho de perpetua desintegração e renovação, 
 de luta e contradição, de ambiguidade e angustia. Ser moderno é ser 
 parte de um universo em que, como disse Marx, “tudo o que é solido 
 desmancha no ar”. 
 Se a vida moderna está tão permeada pelo sentido do fugidio, do 
efêmero, do fragmentário, há algumas consequências. A modernidade não pode 
respeitar sequer o seu próprio passado, para não falar do de qualquer ordem 
social pré-moderna. A transitoriedade das coisas dificulta a preservação de 
todo sentido de continuidade histórica. A modernidade não apenas envolve uma 
implacável ruptura com todas e quaisquer condições históricas precedentes 
como é caracterizada com um interminável processo de rupturas e 
fragmentações internas inerentes. 
 A raiz da origem do conceito de modernidade surgiu a partir do 
Iluminismo, chamado de Projeto de Modernidade, que entrou em foco no século 
XVIII. Esse projeto equivalia a um extraordinário esforço intelectual dos 
pensadores iluministas “para desenvolver a ciência objetiva, a moralidade, e a 
lei universais e a arte autentica nos termos da própria lógica interna destas”. A 
ideia era usar o acúmulo do conhecimento gerado por muitas pessoas 
trabalhando livre e criativamente em busca de emancipação humana e no 
enriquecimento da vida diária. 
 O pensamento iluminista abraçou a ideia do progresso e buscou 
ativamente e ruptura com a história e a tradição esposada pela modernidade. 
Esses pensadores acolheram o turbilhão da mudança e viram a transitoriedade, 
o fugidio e o fragmentário como condição necessária por meio da qual o projeto 
modernizador poderia ser realizado. 
 O projeto da modernidade nunca deixou de ter seus críticos, entre eles 
Edmund Burke, Malthus e Max Weber. Weber alegava que a esperança e a 
expectativa dos pensadores iluministas eram uma amarga e irônica ilusão. 
 A partir disso Harvey insere o conceito de destruição criadora e criação 
destruidora. A imagem da “destruição criativa” é muito importante para a 
compreensão da modernidade, precisamente porque derivou dos dilemas 
práticos enfrentados pela implementação do projeto modernista, afinal não dá 
para criar um novo mundo sem se destruir boa parte do que viera antes. 
 O economista Schumpeter também se apropria deste conceito ao 
explicar as crises e as metamorfoses do capitalismo. A explicação se dá ao 
passo que o empresário capitalista, é o herói do mito nesta fábula e ele permite 
que o capitalismo avance e gere bem-estar social por meio de destruição de 
velhas estruturas empresariais por meio da inovação tecnológica. Para Harvey 
a arte também é um meio de canalizar a modernidade, sendo o artista o vetor 
destas mudanças. 
 No começo do século XX, depois da intervenção de Nietzsche, já não 
era possível dar à razão iluminista uma posição privilegiada na definição da 
essência eterna e imutável da natureza humana. Nietzsche deu início ao 
posicionamento da estética tornou-se um poderoso meio para o estabelecimento 
de uma nova mitologia quanto àquilo a que o eterno e imutável poderia referir-
se em meio a toda efemeridade, fragmentação e caos patente da vida moderna. 
Isso deu um novo papel ao modernismo cultural. 
 Nessa nova concepção do projeto modernista, artistas, arquitetos, entre 
outros, tinham uma posição bem especial. Eles tinham um papel criativo a 
desempenhar na definição da essência da humanidade. Frank Lloyd Wright 
disse: “o artista deve não somente compreender o espirito de sua época como 
incitar o processo de mudança.” 
 Deparamos aqui um dos aspectos mais sugestivos da história 
modernista. A exploração da estética como domínio cognitivo distinto foi em larga 
medida uma questão do século XVIII. Surgiu em parte da necessidade de chegar 
a um acordo com a imensa variedade de artefatos culturais, produzidos sob 
condições sociais bem diferentes, que o crescente comércio e contato cultural 
revelavam. 
 É importante ter em mente que o modernismo surgido antes da Primeira 
Guerra Mundial era mais uma reação às novas condições de produção (a 
máquina, a fábrica, a urbanização) e de consumo (a ascensão dos mercados de 
massa, da publicidade, da moda de massas) do que um pioneiro na produção 
dessas mudanças. Mas a forma tomada pela reação iria ter uma considerável 
importância subsequente. Esse e outros aspectos fizeram do modernismo uma 
questão tão complexa e, com frequência, contraditória. 
Tratava-se, escreveram Bradbury e McFarlane (1976,46), de uma 
extraordinária combinação entre o futurista e o niilista, o revolucionário e o 
conservador, p naturalista e o simbolista, o romântico e o clássico. Foi a 
celebração de uma era tecnológica e a sua condenação. 
O modernismo apareceu em diferentes épocas e lugares, e essa 
complexa geografia histórica torna duplamente difícil interpretar com exatidão o 
que era o modernismo. As tensões entre internacionalismo e nacionalismo, 
globalismo e etnocentrismo paroquial, universalismo e privilégios de classe 
nunca estiveram longe da superfície. O modernismo parece bem diferente a 
depender de onde e quando nos localizamos. Por que mesmo o movimento 
como um todo tivesse uma atitude internacionalista e universalista definida, 
também havia um forte apego à ideia de “uma arte de vanguarda internacional 
de elite mantida numa frutífera relação com um forte sentido de lugar” (ibid., 
p.157). 
 O modernismo era em larga medida um fenômeno urbano, tendo existido 
num relacionamento inquieto, mas complexo com a experiência do crescimento 
urbano explosivo, da forte reorganização maciça dos ambientes construídos e 
de movimentos urbanos de base política. Depois de 1848, a ideia de que só havia 
um modo possível de representação começou a ruir. As mudanças por certo 
foram afetadas pela perda da fé do progresso e pelo crescente incomodo com a 
fixidez categórica do pensamento iluminista. 
 A mudança de tomdo modernismo também decorria da necessidade de 
enfrentar diretamente o sentido de anarquia, de desespero e desordem que 
Nietzsche semeara numa época de espantos agitação, insatisfação e 
instabilidade na vida político-econômica. Em resumo, o modernismo assumiu um 
perspectivismo e um relativismo múltiplos como sua epistemologia, para revelar 
o que ainda considerava a verdadeira natureza de uma realidade subjacente 
unificada, mas complexa. 
No período entre guerras o modernismo assumiu uma forte tendência 
positivista e, graças aos intensos esforços do Círculo de Viena, estabeleceu um 
novo estilo de filosofia que viria a ter posição central no pensamento social pós-
Segunda guerra. O positivismo lógico era tão compatível com as práticas de 
arquitetura modernista quanto com o avanço de todas as formas de ciência como 
avatares do controle técnico. Foi nesse período que o poderoso CIA (Congresso 
Internacional de Arquitetos Modernos), se reuniu para adotar sua celebrada 
Carta de Atenas de 1933, que definiu amplamente o objeto da pratica 
arquitetônica modernista. 
 Na arquitetura, as ideias do CIAM, de Le Corbusier e de Mies van der 
Rohe tinham a primazia na luta para revitalizar cidades envelhecidas ou 
arrasadas pela guerra, reorganizar sistemas de transporte, construir hospitais, 
escolas, etc., e construir habitações para uma classe trabalhadora 
potencialmente inquieta. 
 A partir dos anos 60 começaram a surgir vários movimentos contraculturas e 
antimodernistas. Antagônicos às qualidades opressivas da racionalidade 
técnico-burocrática de base cientifica manifesta nas formas corporativas e 
estatais monolíticas e em outras formas de poder institucionalizados. O 
movimento foi centrado nas universidades, institutos de arte e nas margens 
culturais da vida na cidade grande, e se espreitou para as ruas e culminou numa 
vasta onda de rebelião que chegou no auge na turbulência global de 1968. Este 
movimento, embora fracassado, é considerado por Harvey, o arauto cultural e 
político da subsequente virada para o pós-modernismo. 
 Entre 1968 e 1972, o pós-modernismo surge como um movimento 
maduro. 
 
3. Pós-modernismo 
 Nas décadas de 80 e 90, o pós-modernismo tornou-se um conceito com 
o qual lidar, e um campo de opiniões e forças políticas conflitantes que já não 
pode ser ignorado. A cultura da sociedade capitalista avançada, passou por 
profunda mudança na estrutura do sentimento. 
 Na arquitetura, Charles Jencks data o final simbólico do modernismo e 
a passagem para o pós-modernismo em 15 de julho de 1972, quando o projeto 
de desenvolvimento de habitação Pruitt-Igoe, de Le Corbusier foi explodido por 
ser inabitável para as pessoas de baixa renda que abrigava. “As ideais deste 
arquiteto, do CIAM e de outros apóstolos do ‘alto modernismo” cederam cada 
vez mais espaço a irrupção de diversas possibilidades. 
 Nos círculos de planejamento, houve uma evolução semelhante. O 
influente artigo de Douglas Lee previu corretamente a queda do que considerava 
os fúteis esforços dos anos 60 para desenvolver modelos de planejamento de 
larga escala, abrangente e integrados para régios metropolitanas. 
 Podem-se documentar mudanças em toda uma gama de campos 
distintos. O romance pós-moderno caracteriza-se pela passagem de um 
dominante “epistemológico” a um “oncológico”. Com isso ele quer dizer uma 
passagem do tipo perspectivismo que permitia ao modernista uma melhor 
apreensão do sentido de uma realidade complexa, mas mesmo assim singular a 
ênfase em questões sobre realidades radicalmente diferentes pode coexistir, 
colidir e se interpenetrar. 
 Na filosofia, a mescla de um pragmatismo americano revivido com a onda 
pós-marxista e pós-estruturalista que abalou Paris depois de 1968 produziu a 
“raiva do humanismo e do legado do Iluminismo”. Isso causou uma vigorosa 
denúncia da razão abstrata e uma profunda aversão a todo projeto que buscasse 
a emancipação humana universal pela mobilização das forças da tecnologia, da 
ciência e da razão. 
 O modernismo e o pós-modernismo possuem algumas diferenças entre 
eles. Uma série de oposições estilísticas para capturar as maneiras pelas quais 
o pós-modernismo poderia ser retratado como uma reação ao moderno. 
 Os planejadores “modernistas” de cidades, tendem de a fato a buscar 
o “domínio” da metrópole como “totalidade” ao projetar deliberadamente uma 
“forma fechada”, enquanto os pós-modernistas costumam ver o processo urbano 
como algo incontrolável e “caótico”, no qual a “anarquia” e o “acaso” podem 
“jogar” em situações inteiramente “abertas”. Os críticos literários “modernistas” 
de fato tem a tendência de ver as obras como exemplos de um “gênero” e de 
julga-las a partir do “código mestre” que prevalece dentro da “ fronteira” do 
gênero, enquanto o estilo “pós-moderno” consiste em ver a obra como um “texto” 
com sua “retórica” e seu “idioleto” particulares, mas, que, em princípio, pode ser 
comparado com qualquer outro texto de qualquer espécie. 
A maioria dos pensadores pós-modernos estão fascinados pelas novas 
possibilidades da informação e da produção, analise e transferência do 
conhecimento. Os pós-modernistas também tendem a aceitar uma teoria bem 
diferente quanto á natureza da linguagem e da comunicação. Enquanto os 
modernistas pressupunham uma relação rígida e de identificável entre o que era 
dito, e o modo como estava sendo dito, o pensamento pós-estruturalista os vê 
“separando-se e reunindo-se continuamente em novas combinações”. 
 Há algumas problemáticas com o pós-modernismo, e a mais 
problemática faceta dele é quanto aos seus pressupostos psicológicos quanto á 
personalidade, a motivação e ao comportamento. A preocupação com a 
fragmentação e instabilidade da linguagem e dos discursos leva diretamente a 
certa concepção da personalidade. Isso de fato se enquadra na preocupação 
pós-moderna com o significante, e não com o significado. 
 O modernismo dedicava-se muito a busca de futuros melhores, mesmo 
que a frustação perpetua desse alvo levasse a paranoia. Mas o pós-modernismo 
tipicamente descarta essa possibilidade ao concentrar-se nas circunstancias 
esquizofrênicas induzidas pela fragmentação e por todas as instabilidades que 
nos impedem até mesmo de representar coerentemente, para não falar de 
conceber estratégias para produzir, algum futuro radicalmente diferente. 
 Rejeitando a ideia de progresso, o pós-modernismo abandona todo 
sentido de continuidade de pilhar a história e absorver tudo o que nela classifica 
como aspecto do presente. A arquitetura pós-moderna pega partes e pedaços 
do passado de maneira bem eclética e os combina à vontade. 
 Há, no pós-modernismo, pouco esforço aberto para sustentar a 
continuidade de valores, de crenças ou mesmo descrenças. Essa perda de 
continuidade histórica nos valores e crenças, tomada em conjunto com a redução 
da obra de arte a um texto que acentua a descontinuidade e a alegoria, suscita 
todo tipo de problemas para o julgamento estético e crítico. O outro lado da perda 
de temporalidade e da busca do impacto instantâneo é uma perda paralela de 
profundidade. 
 Charles Newman (1984,9) vê boa parte da estética pós-modernista 
como uma resposta ao surto inflacionário do capitalismo avançado. A “inflação 
afeta a troca de ideias tão certamente quanto afeta os mercados comerciais”. 
Desse ponto de vista, a celebrada fragmentação da arte já não é uma escolha 
estética: é somente um aspecto cultural do tecido social e econômico. 
 Isso ajuda a explicar o impulso pós-moderno de integração cultural 
popular através do tipo de comercialização aberta, e até crassa, que os 
modernistas tendiam a rejeitar com sua profunda resistência à ideia da 
mercadificação de sua produção. 
 
4. O pós-modernismo na cidade: arquitetura e projeto urbano 
 
Harvey considera o pós-modernismo no campo da arquitetura e do projetourbano no sentido amplo como uma ruptura com a ideia modernista de que o 
planejamento e o desenvolvimento devem concentrar-se em planos urbanos de 
larga escala, de alcance metropolitano, tecnologicamente racionais e eficientes, 
sustentados por uma arquitetura despojada. 
Em vez disso, os pós-modernistas cultivam um conceito do tecido urbano 
como algo necessariamente fragmentado, de formas passadas superpostas 
umas às outras e uma “colagem” de usos correntes, que podem ser efêmeros. 
Verifica-se que os pós-modernistas se afastam de modo radical das 
concepções modernistas sobre considerar o espaço. Os modernistas veem o 
espaço como algo a ser moldado para propósitos sociais, já os pós-modernistas 
o veem como coisa independente e autônoma a ser moldada segundo objetivos 
e princípios estéticos que não precisa ter relação com algum objeto social 
abrangente. 
 A Segunda Guerra Mundial trouxe problemas políticos, econômicos e 
sociais para as cidades. Por causa desse contexto, as ideias do CIAM, Le 
Corbusier e outros, começaram a ter a aceitação. Surgiram vários tipos de 
soluções para os problemas, e todas os tipos foram explorados. 
 A Inglaterra adotou uma legislação municipal e nacional de planejamento 
bastante rigorosa, e vários outros países europeus quiseram seguir seu 
exemplo. Já os Estados Unidos empreenderam uma reconstrução urbana de tipo 
bem diferente. A suburbanização rápida e pouco controlada foi desenvolvida por 
particulares, mas pesadamente subsidiada por sistemas de habitação mentidos 
com recursos do governo e por investimentos públicos diretos na construção de 
estradas e em outras infraestruturas. A deterioração do centro trouxe outra 
estratégia de renovação urbana através da demolição e reconstrução de centros 
urbanos mais antigos. 
 Um dos tratados antimodernistas mais articulado e influente foi o Vida e 
Morte das Grandes Cidades, de Jane Jacobs, que procurou definir uma 
abordagem para a compreensão da vida urbana. 
5. Modernização 
 
O modernismo é uma perturbada e fugidia resposta estética a condições 
de modernidade produzidas por um processo particular de modernização. Em 
consequência, uma interpretação adequada da ascensão do pós-modernismo 
tem de se haver com a natureza da modernização. Somente assim poderá ela 
ser capaz de julgar se o pós-modernismo é uma reação diferente a um processo 
imutável de modernização, rumo a, algum tipo de sociedade “pós-industrial” ou 
mesmo “pós-capitalista.” 
 Marx oferece uma das primeiras e mais completas interpretações da 
modernidade capitalista. Ele fala sobre como o advento da economia do dinheiro 
mudou as coisas. As condições de trabalho e de vida, a alegria, a raiva, a 
frustação que estão por traz da produção das mercadorias, os estados de ânimo 
dos produtores, tudo isso está oculto a nós ao trocarmos um objeto (o dinheiro) 
por outro (a mercadoria). O dinheiro é a representação suprema do poder social 
na sociedade capitalista, que se torna objeto de luxuria, ambição e desejo. 
A luta pela manutenção da lucratividade apressa os capitalistas a 
explorarem todo tipo de novas possibilidades. São abertas novas linhas de 
produto, o que significa a criação de novos desejos e possibilidades. 
 Há alguns aspectos positivos na modernidade capitalista, como a criação 
de novos desejos e necessidades pode nos alertar para novas possibilidades 
culturais. 
 A descrição do capitalismo feito por Marx nos oferece, uma base sólida 
para pensar as relações gerais entre a modernização, a modernidade e os 
movimentos estéticos que extraem energias dessas condições. 
6. PÓS-modernISMO ou pós-MODERNismo? 
O pós-modernismo deve ser considerado algo que imita as práticas 
sociais, econômicas e políticas da sociedade. Mas, por imitar facetas distintas 
dessas práticas, apresenta-se com aparências bem variadas. 
 O pós-modernismo vê a si mesmo de modo bem simples: na maioria das 
vezes, como um movimento determinado e deveras caótico voltado para resolver 
todos os supostos males do modernismo. Mas, quanto a isso, Harvey crê que os 
pós-modernistas exageram quando descrevem o moderno de maneira tão 
grosseira. O relato de Marx sobre modernização é notavelmente rico em 
percepções das raízes do modernismo e da possibilidade pós-moderna. 
 É também errado apagar com tanta facilidade as realizações materiais 
das práticas modernistas. Os modernistas encontraram um meio de controlar e 
conter uma explosiva condição capitalista. Foram eficazes na organização da 
vida urbana e na capacidade de construir o espaço de maneira a conter os 
processos interferentes que contribuíram para a rápida mudança urbana no 
capitalismo do século XX. 
Harvey conclui que há mais continuidade do que diferença entre a ampla 
história do modernismo e o movimento denominado pós-modernismo. Ele vê 
este último como um tipo particular de crise do primeiro, uma crise que enfatiza 
o lado fragmentário, efêmero e caótico da formulação de Baudelaire. 
 Mas o pós-modernismo, com sua ênfase na efemeridade, sua insistência 
na impenetrabilidade do outro, sua concentração antes do texto do que na obra, 
sua inclinação pela desconstrução que beira o niilismo, sua preferência pela 
estética, em vez da ética, leva as coisas longe demais. 
 Tanto a modernidade quanto a pós-modernidade deriva a sua estética 
de alguma espécie de luta com o fato da fragmentação, da efemeridade e do 
fluxo caótico. 
 Se a única coisa certa sobre a modernidade é a incerteza, deve-se dar 
considerável atenção às forças sociais que produzem tal condição. 
7. Conclusão 
No decorrer de toda a Parte I do livro, David Harvey, consegue nos 
introduzir quanto as definições conceituais dos termos Modernismo e como que 
a partir deste surge o movimento Pós-modernista e porquê. Para tanto ele usa 
trechos, ideias e opiniões de vários autores conceituados no assunto, para que 
melhor possa esclarecer a seus leitores o objetivo final, que é a de nos mostrar 
desde o surgimento de um movimento até o seu termino com início de um novo 
movimento.

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