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EMMANUELLE DE OLIVEIRA SANCHO GILCENARA DE OLIVEIRA Química e Materiais Elétricos Apostila de práticas Ficha catalográfica dos organizadores Química e Materiais Elétricos: Apostila de Práticas / Roberto Lima da Costa Cisne Júnior (organizador). Apostila de práticas. Laboratório didático de Química; Laboratório didático de Física dos Materiais e da Terra. Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Centro de Ciências Tecnológicas (CCT). Brasil: Fortaleza-CE. Arquivo PDF (42 p.) atualizada em 06 de fevereiro de 2020. Formato: ebook. 1. Química 2. Materiais 3. Engenharia 4. Apostila CDU 0000-0000-0000 PLANEJAMENTO GRÁFICO, CAPA E DIAGRAMAÇÃO Roberto Lima da Costa Cisne Júnior REVISÃO TEXTUAL Roberto Lima da Costa Cisne Júnior Emmanuelle de Oliveira Sancho Sumário 1 Ensaio de Chamas 6 1.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 1.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8 2 Polímeros 10 2.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 3 Densidade e Estrutura Cristalina! 13 3.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 3.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 3.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 4 Estrutura e Sistemas Cristalinos 19 4.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 4.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 5 Metalografia e Microscopia 24 5.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 5.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26 6 Resistividade Elétrica 28 6.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 6.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 6.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 6.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 7 Corrosão e Eletrodeposição 31 7.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 7.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 7.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 7.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 8 Refração da Luz 38 8.1 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 8.2 Material Utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 8.3 Fundamentos Teóricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 8.4 Procedimentos Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 ii “ Quando o alcancei ele estava contemplando um arco-íris. Seu rosto mostrava um olhar intenso, como se estivesse concentrado. Como se nunca tivesse visto aquilo. Ou talvez como se fosse o último que ele veria. Eu me aproximei caulelosamente. — Professor Feynman, oi. — Olhe, um arco-íris, ele disse, sem olhar para mim. Fiquei aliviado por não detectar nenhum indício de aborrecimento na sua voz. Eu me juntei a ele na contemplação do arco-íris. Quando se parava para olhar, aquilo parecia mesmo impressionante. Não era algo que eu costumasse fazer – pelo menos naquela época. — Você sabe quem foi o primeiro a explicar a verdadeira origem do arco-íris? – perguntei. — Foi Descartes – ele respondeu. Depois de um momento, me olhou nos olhos. — E qual você acha que foi a característica do arco-íris que mais de destacou aos olhos de Descartes para inspirá-lo na sua análise matemática? – perguntou. — Bem, o arco-íris na verdade é o pedaço de um cone que surge com um arco das cores do espectro quando gotas d’água são iluminadas pelo sol atrás do observador. — E? — Suponho que sua inspiração tenha sido a compreensão de que o problema podia ser analisado a partir de uma única gota d’água e da geometria da situação. — Você está deixando de lado uma característica fundamental do fenômeno – ele disse. — Tá legal, desisto. Para você, o que teria inspirado a teoria dele? — Eu diria que sua inspiração veio do fato de ele achar que os arco- íris eram lindos.” Texto extraído de O arco-íris de Feynman. 1 | Ensaio de Chamas 1.1 Objetivos • Identificar as cores características impressas por sais à chama de um bico de Bunsen, através de uma análise qualitativa de metais; • Usar o teste de chama para determinar visualmente a identidade de um metal desconhecido em um sal iônico; • Compreender a origem da cor impressa à chama do bico de Bunsen no ensaio de chama. 1.2 Materiais Utilizados • Bico de Bunsen; • Ácido HCl; • Vidros de relógio; • Amostras de sais metálicos; • Béquer de 50 ml; • Suporte. • Espátula metálica; • Fios de nicromo; 1.3 Fundamentos Teóricos As substâncias quando ativadas pelo calor ou outra forma de energia, emitem radiações em comprimento de onda característicos (cores características dos elementos que as compõem). Neste fato, se baseia a espectroscopia e a espectrografia de emissão e, possibilita a identificação de um certo número de elementos por meio de ensaios por coloração da chama de um bico de Bunsen. Esta modalidade de ensaio surge como consequência da modificação da situa- 06 CAPÍTULO 1. ENSAIO DE CHAMAS ção dos elétrons no átomo. Os elétrons pertencentes a determinados níveis de energia podem, quando excitados, absorver energia em quantidades elementares denominadas quanta. Quando o elétron absorve a referida energia, ele salta de seu nível energético para outro de maior energia (portanto, mais distante do núcleo). Ao voltar para seu verdadeiro nível, fundamental, uma vez que o cátion em volatização alcança uma região menos quente da chama, ele devolve a energia absorvida em forma de ondas eletromagnéticas, quando esta onda cai dentro do espectro visível (comprimento de onda entre 350 nm a 700 nm), cores são observadas. A energia ou a frequência pode ser calculada pela expressão: E = h. (1.1) Onde h é a constante de Planck, cujo valor é 6,626x10 −34 J.s, e é a frequência da radiação. A frequência da onda emitida é proporcional à variação de energia emitida, ou seja, E = E1 − E2. Sendo E1 e E2 as energias correspondentes aos dois níveis de energia envolvidos. Para o átomo de hidrogênio, o modelo de Bohr tem boa concordância. Temos que (1.2) onde RH = 2,18x10 −18 J é conhecida como constante de Rydberg. Já o comprimento de onda λ da radiação pode ser calculado pela expressão c = λf (1.3) sendo a velocidade da luz c = 2,998x10 8 m/s. No ensaio de chama pode-se ter uma idéia sobre o elemento constituinte da substância em análise. No entanto, o ensaio de chama não é conclusivo, e pode sofrer interferência. Assim,substâncias com mais de um elemento que apresente cores quando aquecido são mais difíceis de serem analisados. Por exemplo, mesmo quantidades diminutas de sódio (amarelo ouro intensa) são suficientes para sobrepor outras cores. Neste caso é usado um vidro de cobalto para filtrar a cor amarela. 07 CAPÍTULO 1. ENSAIO DE CHAMAS Cor da chama Metal Vermelho carmim Compostos de lítio (Li) Vermelho escarlate Compostos de estrôncio (Sr) Vermelho tijolo Compostos de cálcio (Ca) Amarelo ouro intenso Compostos de sódio (Na) Verde esmeralda Compostos de cobre (Cu) Verde claro Bário (Ba) Azul celeste pálido Chumbo (Pb) Vermelho púrpura (violeta) Potássio, rubídio e césio Tabela 1.1: Cores emitidas por alguns íons no ensaio de chama. Figura 1.1: Chamas com algumas colorações. Zona oxidante superior 1540 oC Zona redutora superior 1550 oC Zona de maior temperatura 1570 oC Zona oxidante inferior 1450 oC Zona redutor inferior 520 oC Zona de menor temperatura 300 oC Figura 1.2: Regiões de uma chama com suas respectivas temperaturas. 1.4 Procedimentos Experimentais 1. Transfira cerca de 20 ml de HCl 1M para um béquer de 50 ml. 2. Acenda o bico de Bunsen. 3. Limpe o fio de nicromo (níquel-cromo) submergindo-o no béquer contendo HCl, depois aquecendo o fio na zona de maior temperatura da chama (Figura 1.2). O fio estará mais limpo quando não mais der cor à chama. 4. Use uma espátula para adicionar uma pequena porção da amostra em um vidro de relógio seco. 08 CAPÍTULO 1. ENSAIO DE CHAMAS 5. Introduza o fio de metálico (nicromo ou platina) limpo no béquer com HCl limpo e depois toque-o na amostra no vidro de relógio de modo que a mesma fique aderida ao fio. 6. Leve o fio com a amostra à chama oxidante inferior (Figura 1.2), e observe a cor que é imposta à chama. 7. Anote a coloração e o metal correspondente na Tabela 1.2. 8. Repita o procedimento para as demais amostras. Utilize um fio diferente para cada uma das amostras. Amostra Coloração da chama Identificação do Metal 1 2 3 4 5 6 Tabela 1.2: Identificação das amostras utilizadas no ensaio de chamas. 2 | Polímeros: Preparação da Uréia-Formaldeído e Poliuretano 2.1 Objetivos • Entender as características estruturais dos polímeros; • Conhecer alguns polímeros utilizados na engenharia; • Aprender técnicas de preparação de polímeros sintéticos; • Verificar vantagens e desvantagens dos polímeros; • Conhecer algumas características físicas e químicas dos polímeros (segundo a reação de preparação e a cadeia estrutural). 2.2 Materiais Utilizados • Formol a 40%; • Ácido HCl; • Uréia; • Espátula. • Di-isocianato de para-fenileno; • Etilenoglicol; • Pipeta de 10mL; 2.3 Fundamentos Teóricos Os polímeros são constituídos por macromoléculas de diversos tamanhos, o que lhes confere características particulares, de maneira a criar uma nova área de estudo. Os conhecimentos nesse setor têm se expandido vigorosamente, de início objetivando produzir materiais aplicáveis ao maior número possível de utilidades, porem, nos dias atuais, cresce a preocupação e pesquisa relacionada à reciclagem e despoluição do meio ambiente, visto que as primeiras vantagens começam a ser questionadas por causa da deterioração ambiental. CAPÍTULO 2. POLÍMEROS Na realidade, a humanidade sempre conviveu com os polímeros naturais, tais como a celulose da madeira e do algodão, os polímeros de queratina existente nos pelos, unhas e chifres dos animais, por exemplo, sem falar das resinas coaguladas extraídas de vegetais. A presença dos polímeros sintéticos no nosso cotidiano passou a ser marcante, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, tanto que nos dias atuais não se consegue mais imaginar uma sociedade moderna sem a concorrência desses materiais. Esse setor do conhecimento físico e químico se desenvolveu tanto que se chega a utilizar o termo plasturgia para denominar o correspondente à metalurgia, no que se refere aos polímeros. Atualmente são conhecidos polímeros capazes de conduzir corrente elétrica, como a poliamida dopada, contrariando sua aplicação normal como isolantes – existem polímeros dopados com a capacidade de conduzir a luz-, resinas epóxi ou fenólicas, como nas fibras ópticas; o nobecutane, por exemplo, pode ser aplicado sobre a pele para proteger ferimentos, porque estabelece uma película aderente e porosa que permite a respiração da pele, além do efeito protetor. No que se refere aos polímeros em solução, existe um campo muito vasto no qual cabem desde os conhecimentos científicos até os tecnológicos. A resina de formaldeído é um tipo de resina sintética de produtos feitos com formaldeído como ingrediente base. Este produto é utilizado em diferentes indústrias, e é uma das mais antigas resinas sintéticas industriais. Os fabricantes muitas vezes desenvolvem novos produtos à base de resina de formaldeído, pensando em novas aplicações para produtos existentes a fim de torná-los mais úteis. A resina de formaldeído é encontrada em produtos tais como MDF, um tipo de madeira usada na construção civil. Um uso comum para a resina de formaldeído é em tintas e vernizes. Este produto também é usado em produtos para madeira, como aglutinantes, juntamente com um selador e um produto de revestimento. O tipo de resina de formaldeído é usado como cola na indústria do couro, aparecendo em sapatos, bolsas, e também é aproveitado na fabricação de objetos moldados, fibras de vidro, fertilizantes e uma grande variedade de outros suprimentos. Este produto tornou-se onipresente em muitas indústrias porque é forte, razoavelmente rentável, resistente a microorganismos. CAPÍTULO 2. POLÍMEROS Figura 2.1. Reação da ureia-formaldeído. Polímero uréia-formaldeído: É um polímero tridimensional obtido a partir da uréia e do formaldeído. Quando puro é transparente, e foi por isso usado como o primeiro tipo de vidro plástico. No entanto, ele acaba se tornando opaco e rachando com o tempo. Este defeito pode ser evitado pela adição de celulose, mas ele perde sua transparência, sendo então utilizado na fabricação de objetos translúcidos. Esse polímero é também usado em vernizes e resinas, na impregnação de papéis. As resinas fenol-formaldeído e uréia-formaldeído são usadas na fabricação da fórmica. As poliuretanas podem ser rígidas, flexíveis ou ainda, ter a forma de espumas, dependendo das condições em que ocorre a reação. Na produção de espuma, por exemplo, a um dos reagentes é misturado o gás freon, que durante a reação tende a se desprender, provocando a expansão do polímero. É obtido a partir do diisocianato de parafenileno e do etilenoglicol (1,2-etanodiol). Possui resistência à abrasão e ao calor, sendo utilizado em isolamentos revestimento interno de roupas, aglutinantes de combustível de foguetes e em pranchas de surfe. Quando expandido a quente por meio de injeção de gases, forma uma espuma cuja dureza pode ser controlada conforme o uso que se quiser dar a ela. Como todo plástico, o PU é um polímero feito a partir da reação de duas substâncias principais: um poliol e um diisocianato. As matérias-primas do processo podem variar de acordo com a necessidade da aplicação. Na prática em questão utilizaremos o di-isocianato de para-fenileno e o etilenoglicol. CAPÍTULO 2. POLÍMEROS Figura 2.2. Reação da poliuretana. 2.4 Procedimentos Experimentais 2.4.1. Preparação da ureia-formaldeído a) Pese 3,0 g de uréia no copo descartável; b) Adicione lentamente, 5 mL (135 gotas) de formol ao copo e homogeneíze o conteúdo agitando com um bastão; c) Adicione gota a gotao ácido clorídrico concentrado à solução de uréia em formol, mantendo-a em constante e lenta agitação, até obter uma mudança na viscosidade e coloração; d) Aguarde alguns minutos; e) Verifique a consistência do produto obtido; f) Mantenha o material obtido no copo; g) Realize suas observações. 2.4.2. Preparação da Poliuretana - Reação do di-isocianato de para-fenileno (monômero A) com o etilenoglicol (etanodiol) (monômero B); a) Forre a bancada com um papel toalha; b) Coloque 55 gotas do monômero A no copo de plástico; c) Adicione ao mesmo copo 52 gotas do monômero B; d) Agite imediatamente e vigorosamente com um bastão de madeira por cerca de 30 segundos, até homogeneização completa da mistura; e) Deixe a mistura em repouso; f) Verifique a formação do polímero, observando a reação de polimerização; g) Mantenha o material obtido no molde; h) Realize suas observações. 3 | Densidade e Estrutura Cristalina 3.1 Objetivos • Verificar os conceitos de células unitárias; • Medir os volumes de sólidos cristalinos; • Determinar a densidade de objetos com geometria regular. 3.2 Materiais Utilizados • Paquímetro; • Balança; • Blocos sólidos. 3.3 Fundamentos Teóricos Os materiais metálicos geralmente apresentam estruturas cristalinas tipo CCC (cúbica de corpo centrado), CFC (cúbica de face centrada) e HC (hexagonal compacta). Observe na Figura 3.1 as representações de algumas. O parâmetro de rede cristalina a das estruturas CFC e CCC possuem as seguintes relações com o raio atômico R: 15 (3.1) (3.2) CAPÍTULO 3. DENSIDADE E ESTRUTURA CRISTALINA Figura 3.1: Representação em corpo rígido das células unitárias CFC (esquerda) e CCC (direita). A densidade teórica pode ser obtida utilizando a seguinte expressão: onde n é o número de átomos da célula unitária, A é o peso atômico do elemento da estrutura, Vcel é o volume da célula unitária e NA o número de Avogadro (6,022x1023 átomos/mol). Na Tabela 3.1 encontramos algumas propriedades de elementos metálicos. Elemento Estrutura Cristalina Peso atômico (g/mol) Raio atômico (nm) Aluminio CFC 26, 982 0, 1431 Cobre CFC 63, 546 0, 1278 Ferro (α) CCC 55, 845 0, 1241 Zinco HC 65, 38 0, 1332 Tabela 3.1: Propriedades importantes de alguns elementos metálicos para o estudo da estrutura cristalina. O modelo empregado aqui é o de esferas rígidas (Figura 3.1). Temos que ter em mente que os átomos não são partículas esféricas, e sim estruturas complexas estudadas na mecânica quântica e que envolvem cálculos probabilísticos. Porém, o modelo de esferas rígidas nos permite obter bons resultados para os propósitos analisados aqui. Outro fato importante é que as estruturas cristalinas podem também possuir os chamados defeitos, ou seja, imperfeições relacionada à organização do átomos. No laboratório, para o cálculo da densidade de uma amostra sólida, usamos a definição geral de densidade: onde é a densidade prática (experimental), m é a massa da amostra medida em uma balança, e V é o volume da amostra. Para amostras com geometria 16 (3.3) (3.4) CAPÍTULO 3. DENSIDADE E ESTRUTURA CRISTALINA regular, podemos fazer a medida de V utilizando instrumentos de medidas. Para uma boa precisão na medida de dimensões lineares, o paquímetro é o instrumento recomendado. Na Tabela 3.2, podemos encontrar a densidade de alguns materiais. Material (g/cm³) Ferro 7,87 Cobre 8,92 Aluminio 2,70 Acrílico 1,19 Technyl 1,14 Tabela 3.2: Valores obtidos da literatura científica para as massas específicas de alguns materiais importantes. Para fazer comparações em medidas de laboratório e valores teóricos, é bastante usado o Erro Percentual, dado pela expressão: onde Vt é o valor teórico e Vp é o valor prático. Erros menores que 5% indicam um bom grau de confiabilidade em relação à teoria aplicada, enquanto que erros de até 10% podem ser toleráveis. Maiores que isso já podem indicar algum problema em relação à teoria ou aos procedimentos realizados em laboratório. 3.4 Procedimentos Experimentais 1. Utilizando o paquímetro e a balança, faça as medidas necessárias e preencha a Tabela 3.3. 2. Calcule o volume dos objetos, utilizando as medidas da Tabela 3.3. Inclua as equações usadas para calcular o volume, juntamente com cálculos realizados. Objeto Formato Dimensões (mm) Massa (g) 1 2 3 Tabela 3.3: Medidas das dimensões e massa dos materiais utilizados na prática. 17 (3.5) CAPÍTULO 3. DENSIDADE E ESTRUTURA CRISTALINA Objeto Massa (g) Volume (cm³) Densidade (g/cm³) 1 2 3 Tabela 3.4: Massa, volume e densidade experimental dos materiais utilizados. Objeto Material 1 2 3 Tabela 3.5: Identificação dos materiais analisados. 3. Preencha a Tabela 3.4 utilizando os dados obtidos anteriormente, e ob- tendo a densidade experimental (massa/volume) de cada objeto. 4. De posse da densidade obtida na Tabela 3.4, e comparando com os dados da literatura científica (Tabela 3.2), identifique os materiais analisados preenchendo a Tabela 3.5. 18 4 | Estrutura e Sistemas Cristalinos 4.1 Objetivos • Visualizar os sistemas cristalinos; • Estudar as Estruturas: Cúbica Simples (CS), Cúbica de Corpo Centrado (CCC), Cúbica de Face Centrada (CFC) e Hexagonal Compacta (HC); • Estudar os índices de Miller no site http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/miller_indices/lattice_draw.php 4.2 Materiais Utilizados • Modelos e artefatos físicos; • Computador com acesso a internet. 4.3 Fundamentos Teóricos Materiais com ordenação que alcança apenas os vizinhos mais próximos são denominados materiais amorfos (a - significa negação, morfo – significa forma), contudo a maioria dos sólidos tem uma significativa ordenação tridimensional de longo alcance e forma uma rede regular. A estrutura cristalina de um sólido define o tamanho, a forma e o arranjo dos átomos em uma rede tridimensional. De fato, as redes se organizam em um dentre 14 arranjos, denominados redes de Bravais, conforme Figura 4.1. http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/miller_indices/lattice_draw.php CAPÍTULO 4. ESTRUTURA E SISTEMAS CRISTALINOS As 14 redes de Bravais são agrupadas em sete sistemas cristalinos, conhecidos como cúbico, tetragonal, ortorrômbico, romboédrico (também chamado trigonal), hexagonal, monoclínico e triclínico, suas características estão apresentadas na Tabela 4.1. Figura 4.1 – As 14 Redes de Bravais. Tabela 4.1 – Características dos sete sistemas cristalinos. Sistemas Tamanho dos eixos Ângulos entre eixos Cúbico a = b = c Todos os ângulos são de 90º Tetragonal a = b c Todos os ângulos são de 90º Ortorrômbico a b c Todos os ângulos são de 90º Monoclínico a b c Dois ângulos de 90º, um ângulo () diferente de 90º Triclínico a b c Todos os ângulos são diferentes e nenhum deles é de 90º Hexagonal a1 = a2 = a3 c Dois ângulos de 90º, o ângulo entre a e b tem 120º Romboédrico a = b = c Todos os ângulos são iguais e nenhum deles é de 90º CAPÍTULO 4. ESTRUTURA E SISTEMAS CRISTALINOS Outro parâmetro relevante determinado a partir da estrutura cristalina é o fator de empacotamento atômico (FEA), que é a porcentagem da célula unitária ocupada por átomos, em oposição ao espaço vazio. O FEA corresponde à fração do espaço ocupada por átomos, pressupondo que eles são esferas rígidas dimensionadas de forma que toquem, sempre que possível, seu vizinho maispróximo. A Tabela 4.3 resume os FEAs para as redes comuns. 𝐹𝐸𝐴 = (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎)(𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑐𝑎𝑑𝑎 á𝑡𝑜𝑚𝑜) 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎 Tabela 4.3 – Fatores de Empacotamento Atômico para Diferentes Tipos de Rede. Tipo da Rede Átomos por célula NC FEA CS 1 6 0,52 CCC 2 8 0,68 CFC 4 12 0,74 HC 6 12 0,74 Pode-se calcular a massa específica teórica de um material utilizando as propriedades da estrutura cristalina. A fórmula geral é a seguinte: 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑐í𝑓𝑖𝑐𝑎 = (𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 á𝑡𝑜𝑚𝑜𝑠/𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎)(𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑎𝑡ô𝑚𝑖𝑐𝑎) (𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑐é𝑙𝑢𝑙𝑎 𝑢𝑛𝑖𝑡á𝑟𝑖𝑎)(𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝐴𝑣𝑜𝑔𝑎𝑑𝑟𝑜) Muitas das propriedades são direcionais. Por exemplo, o módulo de elasticidade do ferro CCC é muito maior na direção da diagonal do cubo celular do que na direção da aresta. Ao contrário, a permeabilidade magnética é maior nesta última direção. Embora as direções sejam importantes nos cristais, estamos frequentemente, mais interessados em seus planos. Quaisquer das três posições da rede em um cristal podem ser usadas para definir um plano, de modo que outro sistema de índices foi desenvolvido para identificar o plano em discussão. Os índices de Miller de um plano que passe por quaisquer dos três pontos de uma rede são determinados usando um procedimento em quatro etapas, que é semelhante àquele usado para achar os índices de uma direção. O procedimento para determinar os índices de Miller de um plano é: 1. Identificar onde o plano intercepta os eixos coordenados x, y e z, em termos do número de parâmetros da rede. 2. Obter o inverso desses três pontos. CAPÍTULO 4. ESTRUTURA E SISTEMAS CRISTALINOS 3. Eliminar as frações, mas sem simplificar os resultados. Colocar os resultados entre parênteses. Nota: Se o plano nunca intercepta um eixo, considera-se que ele o intercepta no infinito. Os índices de Miller dos planos têm propriedades especiais, que diferem um pouco das propriedades dos índices para direções. Quando se lida com planos: • Índices de Miller positivos e índices negativos são idênticos. Por exemplo, (0 1 2) = (01̅2̅). • Índices de Miller e seus múltiplos são diferentes. Por exemplo, (1 2 3) (2 4 6). Existe outra dificuldade em potencial ao se calcular os índices de Miller para um plano. Se o plano contém um eixo coordenado, a interseção para aquela direção seria zero. Isso resultaria em um índice de Miller indefinido, essencialmente infinito, que não pode existir. Afortunadamente, a seleção de um ponto como a origem foi arbitrária. Qualquer ponto da rede pode ser colocado como a origem, de modo que podemos mover a origem para que a interseção não contenha mais o eixo coordenado. Em um dado cristal, os mesmos planos são repetidos muitas vezes. A Figura 5.3 mostra uma série de planos, todos com os mesmos índices de Miller. Embora esses planos sejam réplicas perfeitas, a distância entre eles é importante. A distância entre planos repetidos em uma rede é denominada espaçamento interplanar (d). Figura 4.3 – Planos Repetidos em um Cristal. CAPÍTULO 4. ESTRUTURA E SISTEMAS CRISTALINOS 4.4 Procedimentos Experimentais a) Entrar no site www.cimm.com.br e http://www.dawgsdk.org/crystal/index.en b) Visualizar as estruturas cristalinas utilizando os modelos tridimensionais; c) Visualizar o número de átomos para cada estrutura cristalina; d) Visualizar o número de coordenação para cada estrutura cristalina; e) Visualizar as direções cristalinas e os planos cristalográficos; f) Entrar no site http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/miller_indices/questions.php e resolver as questões sobre os planos cristalinos através do jogo on-line. http://www.cimm.com.br/ http://www.dawgsdk.org/crystal/index.en http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/miller_indices/questions.php 5 Metalografia e Microscopia 5.1 Objetivo • Conhecer as etapas do exame metalográfico no que diz respeito à prepa- ração da amostra (metal); • Visualizar em microscópio a microestrutura de algumas amostras de aços comerciais; • Distinguir as microestruturas nas amostras. 5.2 Material Utilizado • Amostras de aço comerciais (com e sem tratamento térmico); • Máquina de corte; • Embutidora a quente • Máquina de polimento; • Reagentes químicos; • Microscópio Óptico (1000x). 5.3 Fundamentos Teóricos As propriedades mecânicas, bem como o desempenho em serviço de um metal, em especial das ligas, dependem da sua composição química, da estrutura cristalina, do histórico de processamento e dos tratamentos térmicos realiza-dos. Os tratamentos térmicos podem ser descritos por ciclos de aquecimento e resfriamento controlados em material metálico que causam modificações na microestrutura do mesmo e por consequência alteram as propriedades mecânicas e o comportamento do material quando em serviço. 24 CAPÍTULO 5. METALOGRAFIA E MICROSCOPIA Uma amostra contendo cerca de 99, 5% de Ferro, no entanto, as propriedades mecânicas podem ser diferentes em função da microestrutura, que por sua vez, são alteradas em função do tratamento térmico. A Figura 5.1 ilustra a microestrutura do aço 1045 em função do tratamento térmico aplicado ao material. Figura 5.1: Microestrutura do aço 1045 temperado (à esquerda) com dureza 58 HRC, e do aço revenido com dureza 50 HRC. Composição: Fe/C/Mn; Mn máx = 0, 040%. A Metalografia estuda a constituição, a textura, a estrutura dos metais e suas ligas e produtos, e seu relacionamento com as propriedades mecânicas, físicas, químicas e processos de fabricação. A microestrutura dos metais pode ser observada em microscópio óptico. Porém, para a visualização de diferentes fases, e proporção de fases, é necessário preparar a amostra previamente, realizando o exame metalográfico. Este consiste de sete etapas: 1. Seleção da amostra: Avaliar a região representativa da amostra. 2. Corte Metalográfico: Separar e redimensionar o material para facilitar o manuseio. Não deve afetar a microestrutura por aquecimento ou deformação excessiva. 3. Embutimento: tornar a amostra de fácil manuseio para o lixamento. Tipos: A frio (resinas autopolimerizantes, Ex: epóxi, poliéster); A quente (acrílico ou baquelite). 4. Lixamento: arredondamento de cantos e eliminação de rugosidade. Ordem de lixamento: 80, 120, 220, 280, 400, 600 e 1000. Girar 90º. Cuidados: materiais de baixa dureza podem deformar sob lixamento. 5. Polimento: obtenção de uma superfície especular (espelhada). Utiliza Alumina ou Pasta de Diamante. 25 CAPÍTULO 5. METALOGRAFIA E MICROSCOPIA 6. Ataque Químico: identificação das fases presentes. É necessário saver que reagente reagirá com uma fase específica da amostra. Exige conhecimento da amostra. O ataque é diferenciado entre as fases, promovendo relevos na superfície e diferentes respostas de reflexão dando efeito de cores e tons. O reagente usado depende do tipo de material a ser analisado e das fases a identificar. 7. Visualização e Microscópio Óptico: Resolução 0, 2 µm. É um método de fácil preparação, que com uma boa etapa de polimento e ataque metalográfico, obtém-se boas imagens com pouco conhecimento de microscopia. A Figura 5.2 mostra o diagrama de fases para uma liga de Ferro (Fe) e Carbeto de Ferro (Fe3C). Já na Figura 5.3 podemos ver a imagem das microestuturas reveladas e vistas através de um microscópio óptico de aços com diferentes teores de carbono. Figura 5.2: Diagrama de fases para o aço carbono. CAPÍTULO 5. METALOGRAFIA E MICROSCOPIA Figura 5.3: Amostras de aço, de respectivos nomes comerciais: 1010(0,10% C), 1020 (0,20% C) e 1038 (0,38% C). 5.4 Procedimentos Experimentais 1. Observar as etapas referentes a preparação de uma amostra para exame metalográfico, junto ao técnico. Anotar as informações pertinentes como marca do equipamento, tempo de preparação em cada etapa, reagentes usados para o exame metalográfico. 2. Observar a microestrutura das amostras no microscópio óptico. Identificar as fases diferentes e procurar identificar quais são as fases em destaque. 3. Utilizando o diagrama de fases, identificar as fases presentes nas microestruturas das amostras trabalhadas. 4. Determinar a dureza das amostras de aço temperada e revenida; correlacionar a mudança na microestrutura com as medidas de dureza. Identificar as fases formadas. 27 6 | Resistividade Elétrica 6.1 Objetivo • Medir a resistência elétrica R de fios condutores; • Obter a resistividade elétrica para diferentes materiais; • Verificar a validade da Lei de Ohm; • Identificar os materiais elétricos e conhecer suas aplicações; 6.2 Material Utilizado • Fita métrica; • Paquímetro; • Multímetro digital; • Cabos conectores (tipo “jacaré”); • Fios metálicos de diferentes materiais e diferentes dimensões; 6.3 Fundamentos Teóricos A resistividade elétrica de um material é definida como a razão entre o módulo do campo elétrico E e o módulo da densidade de corrente J, ou seja, quanto maior for o valor da resistividade, maior será o campo elétrico necessário para produzir uma dada densidade de corrente, ou menor será a densidade de corrente gerada por um dado campo elétrico. A equação é então escrita como: = E (6.1) J Esta mesma relação pode ser escrita utilizando parâmetros macroscópicos que podem ser medidos com instrumentos de laboratório. Para isso usamos a 28 CAPÍTULO 6. RESISTIVIDADE ELÉTRICA resistência elétrica R, a diferença de potencial, ddp (V ) entre as extremidades do condutor, e a corrente elétrica i. Temos assim a Lei de Ohm expressa por: R = V (6.2) i Os materiais metálicos possuem uma grande quantidade de elétrons livres, desse modo são considerados bons condutores. A condutividade σ é definida como o inverso da resistividade , ou seja: σ = 1 (6.3) Os materiais cerâmicos e polímeros não possuem muitos elétrons livres, assim são maus condutores, ou seja, isolantes. Possuem alta resistividade quando comparados aos metais. A Tabela 3.1 apresenta os valores de resistividade para alguns materiais. Devido à grande diferença de resistividade entre isolantes e condutores torna-se fácil confinar a corrente elétrica em determinados caminhos e assim construir circuitos bem estruturados. Material Resistividade (.m) Prata 1, 5x10 −8 Cobre 1, 7x10 −8 Ouro 2, 4x10 −8 Alumínio 2, 8x10 −8 Ferro 10x10 −8 Aço 1, 6x10 −7 Material Resistividade (.m) Nicromo 1, 1x10 −6 Silício Puro 2300 Madeira 10 8 - 10 11 Vidro 10 10 - 10 14 Teflon > 10 13 Tabela 3.1: Valores de resistividade de materiais a temperatura ambiente (25◦C). De acordo com a Lei de Ohm a resistência elétrica de um fio condutor é dire- tamente proporcional ao seu comprimento (L), e inversamente proporcional à área de sua seção transversal (A). Podemos expressar essa relação através da equação: R = L , (6.4) A onde R é a resistência do fio elétrico, é a resistividade do fio, L o comprimento do fio e A a área da seção transversal do fio (seção circular, A = πr²). 29 CAPÍTULO 6. RESISTIVIDADE ELÉTRICA 6.4 Procedimentos Experimentais 1. Sobre a bancada você encontrará um pacote com segmentos de fios de uma mesma amostra. Identifique a amostra observando a etiqueta e anote. 2. Utilizando um paquímetro, faça a medida do diâmetro de apenas um segmento de fio (já que todos os segmentos são da mesma amostra). Anote o valor medido. (Atenção! A precisão do paquímetro é relevante!) 3. Utilizando uma fita métrica, faça as medidas dos comprimentos L de cada segmento de fio. Enumere os segmentos de fios usando o número "1“ para o menor comprimento. Anote os valores medidos na Tabela 3.2. 4. Utilizando um multímetro, conecte o cabo vermelho na porta “”, e o cabo preto na porta “COM”. Ajuste a chave seletora para medidas de resistência (“”), e selecione o valor 200. Faça as medidas e anote-as na Tabela 3.2. 1 2 3 4 L (cm) R () Tabela 3.2: Dados experimentais para obtenção da resistividade. 5. Após a conclusão de todos os procedimentos experimentais, solicite ao professor a folha de Atividades. 30 7 | Corrosão e Eletrodeposição 7.1 Objetivo • Adquirir conhecimentos práticos de reações de oxidação e redução; • Familiarizar-se com a tabela de potenciais de oxidação dos metais; • Entendera natureza eletroquímica dos processos de corrosão; • Utilizar a técnica de eletrodeposição na proteção de materiais metálicos; • Empregar as Leis de Faraday para o cálculo da massa de metal depositado. 7.2 Material Utilizado • Placas metálicas; • Soluções; • Lixas; • Placa de petri; • Fonte; • Fios para conexão. • Banhos. 7.3 Fundamentos Teóricos Pode-se definir corrosão como sendo a deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio ambiente aliada ou não a esforços mecânicos. Quando isto ocorre, o metal perde suas qualidades essenciais, tais como resistência mecânica, elasticidade e ductilidade, tornando-se um produto desqualificado. Esse fenômeno assume enorme importância para a vida moderna. Nos processos de corrosão, os metais reagem com os elementos não metálicos presentes no meio, como o O2, S, H2S, CO2, H2O entre outros, produzindo compostos semelhantes aos encontrados na natureza, dos quais foram CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO extraídos. Portanto, a corrosão corresponde ao inverso dos processos metalúrgicos, que é espontânea. Existem casos em que os primeiros óxidos formados no processo de corrosão na superfície do metal produzem uma camada fina, estável e inerte ao longo de toda a superfície que passa a proteger o metal mais interno. Este processo é denominado passivação, que pode também ser provocado artificialmente, tornando o metal menos corrosivo. Figura 7.1 – Ciclo dos metais A reação de um ácido com um metal é, em geral, uma reação redox, na qual o ácido é reduzido e o metal é oxidado. Porém, nestas reações a quantidade do metal que é oxidado depende das propriedades do metal e do potencial de redução do ácido. Zn(s) + CuSO4(aq) → Cu(s) + ZnSO4(aq) EºR = Eºanodo-Eºcatodo A eletrodeposição é a deposição eletrolítica de um filme fino de metal sobre um objeto. O objeto a ser recoberto constitui o catodo, e o eletrólito é uma solução aquosa do sal da qual é retirado o metal a ser depositado. O metal é depositado no catodo pela redução dos íons na solução do eletrólito. Estes cátions são fornecidos pelo sal adicionado pela oxidação do anodo que é feito do metal de deposição. 32 CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO Figura 7.2 – Mecanismo da eletrodeposição metálica Michael Faraday (1791-1867), em 1833, foi o primeiro a mostrarr que há uma relação quantitativa entre as quantidades de substancias que reagem no catodo e no anodo de uma célula galvânica (ou eletrolítica), e a carga elétrica total que passa através da célula. Esta observação é a essência da lei de Faraday que estabelece que: Em qualquer célula, a massa de uma dadasubstância que é produzida ou consumida em um eletrodo é proporcional à quantidade de carga elétrica que passa através da célula. Em sua homenagem os cientistas definiram a Constante de Faraday, 96485,31 C/mol, como a carga transportada por 1 mol de elétrons. A corrente que passa através de uma célula de eletrólise e o tempo em que ela flui são facilmente medidos com modernos instrumentos. A carga que passa através da célula pode ser obtida multiplicando-se a corrente (àmperes) pelo tempo (segundos). Carga elétrica (C) = corrente (A) x tempo (s) Conhecendo a carga, e usando a constante de Faraday como um fator de conversão, o número de mols de elétrons que passaram através da célula podem ser calculados. Nº mols elétrons = corrente (A) x tempo (s) 96485 C/mol O cálculo da quantidade de produto formado por uma quantidade de carga elétrica está baseado na Lei de Faraday da eletrólise. 33 CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO O número de mols do produto formado por uma corrente elétrica é estequiometricamente equivalente ao número de mos de elétrons fornecidos. Tratamento de uma superfície metálica 1- Preparação das peças: tem por objetivo deixar a superfície metálica completamente isenta de óleos, graxas, ferrugem, resíduos de produtos de corrosão, resíduos de grafite proveniente de laminações, gorduras e sujidades das mãos. Esta operação envolve polimento com lixa, desengraxe alcalino, lavagem, decapagem e nova lavagem. 2- Desengraxe alcalino: tem por finalidade remover graxas, óleos e outras sujidades da superfície metálica. Os banhos desengraxantes combinam a ação de diversos compostos alcalinos como hidróxidos, carbonatos, silicatos, trifosfatos e pirofosfatos, que são misturados com agentes tensoativos e sabões. Diferentemente dos solventes, que dissolvem a sujeira, os desengraxantes alcalinos suspendem ou emulsificam a sujeira da superfície das peças, podendo reagir com a sujeira para formar sabões solúveis em água. Observe-se que um desengraxe ineficiente impede uma boa decapagem. Após o dessengraxe é recomendada uma lavagem das peças para evitar o arraste dos produtos alcalinos do desengraxe e um consequente consumo desnecessário do decapante acido. 3- Decapagem: objetiva remover da superfície metálica, a camada de ferrugem (desoxidação) e resíduos de óxidos inorgânicos proveniente da laminação ou de operações de solda. Os decapantes utilizados são ácidos minerais como acido clorídrico, ou acido sulfúrico. Muitas instalações galvânicas usam o acido clorídrico para a decapagem ou a simples neutralização, devido a sua eficiência na remoção de carepas a temperatura ambiente. O HCl atua por dissolução dos óxidos, formando cloreto ferroso em solução. Os tanques de decapagem são construídos em aço carbono revestido com resinas poliméricas reforçadas com fibra de vidro. Novamente, a lavagem das peças tem por finalidade evitar o arraste de acido para o banho seguinte. 4- Eletrodeposição de zinco: A solução do banho para eletrodeposição deve conter um sal do metal que se deposita na superficie das peças. Os banhos alcalinos cianídricos para a zincagem conteêm: Oxido de zinco (ZnO), cuja função é fornecer o zinco que a solução necessita. Cianeto de sódio (NaCN), evita a passivação dos anodos. 34 CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO Hidróxido de sódio (NaOH), mantém a condutividade do banho, auxilia a dissolução dos anodos, auxilia a obtenção do brilho e favorece a aderência do metal. Aditivos abrilhantadores, produzem peças com acabamento brilhante, melhorando sensivelmente a aparência das peças. Os anodos são constituídos de tarugos de zinco de alta pureza. 5. Acabamento das peças: A importância do acabamento se deve ao fato dos recobrimentos apresentarem uma certa porosidade superficial, que se constituirão em áreas anódicas altamente ativas, influenciando na qualidade da proteção oferecida pela eletrodeposição. Este acabamento consiste basicamente em se tratar a superfície, logo após a zincagem, com imersão em solução de acido crômico, H3CrO4. Sua ação consiste na redução da porosidade e na passivação da camada de zinco. O acabamento consiste na imersão da peça com acido nítrico, HNO3 1,5%, seguida de lavagem da peça e imersão na solução de acido crômico 12% (cromatização). A peça zincada adquire então uma aparência dourada. A cromatização ocasiona a formação de uma película fina e aderente de cromato de zinco, ZnCrO4, fazendo com que estes materiais funcionem como áreas catódicas, isto é, áreas protegidas, que não sofrem corrosão. CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO Tabela 7.1 – Valores do potencial padrão de eletrodo de metal a 25 ºC. 36 CAPÍTULO 7. CORROSÃO E ELETRODEPOSIÇÃO 7.4 Procedimentos Experimentais Corrosão a) Limpe a superfície do metal com uma lixa; b) Introduza o metal na solução; c) Observe os sistemas durante 2 (dois) minutos e anote os resultados; Eletrodeposição 1. Preparação da Peça a) Aqueça o banho desengraxante a aproximadamente 60ºC; b) Prenda a peça no gancho metálico; c) Mergulhe a peça durante 2 minutos no banho desengraxante; d) Lave a peça mergulhando-a em água por 1 minuto. A partir desse momento a peça deve ser manuseada através do gancho. e) Mergulhe a peça durante 1 minuto no banho decapante; f) Lave a peça mergulhando-a em água por 1 minuto; g) Seque a peça com o secador; h) Pese em balança analítica e anote o peso inicial. 2. Zincagem da Peça a) Pendure a peça no barramento central (catodo, polo negativo) do banho eletrolítico; b) Ligue o fio preto ao polo negativo da fonte de corrente contínua; c) Ligue o fio vermelho ao polo positivo da fonte de corrente contínua; d) Anote o tempo inicial, a voltagem e a corrente; e) A cada 5 minutos, faça uma nova leitura; f) Após 15 minutos, remova a peça do banho eletrolítico e lave a peça mergulhando-a em água por 1 minuto; g) Seque a peça com um secador; h) Pese em balança analítica e anote o peso final. 3. Acabamento da peça a) Mergulhe a peça por 5 segundos no banho pré-abrilhantador (HNO3, 1,5%); b) Lave a peça mergulhando-a em água por 1 minuto; c) Mergulhe a peça por 5 segundos no banho cromatizante; d) Lave a peça mergulhando-a em água por 30 segundos; e) Seque a peça com um secador. 37 8 | Refração da Luz 8.1 Objetivo • Verificar as leis de reflexão e refração; • Obter o índice de refração de um material. 8.2 Material Utilizado • Laser; • Disco graduado; • Dioptros de materiais diferentes. 8.3 Fundamentos Teóricos Lei da reflexão Quando um raio de luz incide sobre uma superfície de separação entre dois meios ópticos, formando um ângulo 1 com a normal à superfície, ele se reflete formando um ângulo 1’, também normal à superfície, tal que: 1 = 1’ (8.1) Lei da refração Quando um raio de luz incide sobre uma superfície de separação de dois meios ópticos, formando um ângulo 1 com a normal à superfície, ele passa ao segundo 38 CAPÍTULO 8. REFRAÇÃO DA LUZ meio (processo de refração) formando um ângulo 2, tal que: n1 sin 1 = n2 sin 2 (8.2) Reflexão interna total Como consequência do fenômeno de refração, quando um raio de luz passa de um meio opticamente mais denso (maior n) a outro menos denso (menor n), o raio se afasta da normal, podendo-se produzir o chamado processo de reflexão total. Isso acontece quando: 2 = 90 ◦ e 1 = c Nesta situação n1.sin 1 = n2, e portanto: sin 1 = n2 (8.3) n1 8.4 Procedimentos Experimentais 1. Fixe o dioptro de acrílico no disco, em forma de meio círculo, conforme a Figura 8.1; Coloque o cilindro centradosobre o disco graduado, de forma que a superfície plana coincida com o diâmetro do disco, e faça o feixe de luz paralela incidir sobre o centro dessa superfície plana. Você observará os feixes incidentes, refletidos e refratados. 2. Escolha três ângulos de incidência 1 com o raio incidente à direita da normal à superfície no ponto de incidência. Para cada 1 escolhido faça a medida dos correspondentes ângulos de reflexão 1’ e de refração 2. Preencha a Tabela 8.1 39 CAPÍTULO 8. REFRAÇÃO DA LUZ Figura 8.1: Posicionamento do disco graduado. Medidas 1 1’ 2 1 2 3 Tabela 8.1: Ângulos de incidência, reflexão e refração, para o raio luminoso incidindo na superfície plana do dioptro. 3. Repita o procedimento para a luz incidindo na superfície curva do disco. Determine para cada valor de 1 os valores correspondentes de 1’ e 2. Repita o procedimento 3 vezes. Preencha a Tabela 5.2 Medidas 1 1’ 2 1 2 3 Tabela 8.2: Ângulos de incidência, reflexão e refração, para o raio luminoso incidindo na superfície curva do dioptro. 4. Registre o ângulo crítico c para o qual ocorre a reflexão total da luz.
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