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AVALIAÇÃO JÉSSICA U1

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Disciplina: Trabalho e Subjetividade
	Semestre: 2019.2
	Professora: Msc. Jéssica Soares
	Data: 01/09/2019
	Valor máximo da avaliação: 10,0 pontos
	Turma: 8MA
	Alunos(as): 
José Deildo de Souza
Janaina Bulhões de Araújo 
Atividade Avaliativa – 1ª Unidade
Leia os textos a seguir e elabore as questões relativas a cada um, respondendo apropriadamente ao que é solicitado. Referencie suas respostas com os elementos teóricos devidamente articulados.
Texto 01 – A etimologia do trabalho
A grande maioria dos pesquisadores parece ter batido o martelo em relação a palavra trabalho: ela viria de tripalium (ou trepalium), que era, a princípio, um instrumento utilizado na lavoura. Em fins do século VI, este passou a ser também o nome de um instrumento romano de tortura. A palavra é composta por "tri" (três) e "palus" (pau) - o que poderia ser traduzido por "três paus". Argumenta-se que daí surgiu o termo tripaliare (ou trepaliare), que significava acometer alguém ao tripalium.
Dessa raiz romana teriam saído os termos das línguas latinas de hoje em dia. Datamos da Baixa Idade Média e do fortalecimento das línguas geradas do casamento entre os dialetos bárbaros e os resquícios romanos o surgimento de expressões como trabalho (em português), travail (francês), trebajo (catalão), trabajo (espanhol), e travaglio (em italiano, sendo associado ao trabalho de parto). A palavra labor (inglês) e lavoro (em italiano) são também um resquício da antigüidade, onde se diferenciava o trabalho do labor. Hoje são considerados sinônimos.
Mesmo antes de ser associada aos elementos de tortura medieval, trabalhar significava a perda da liberdade. Quem trabalhava em Roma era o escravo; o patrício estava incumbido das atividades políticas. Era também essa a divisão que chegou ao medievo. A sociedade estava dividida entre os bellatores, os oratores e os laboratores. Os primeiros eram os cavaleiros, responsáveis pela guerra (a palavra tem mesma raiz do nosso bélico); os seguintes, oravam; e os últimos trabalhavam. Na prática, esta divisão era social: a nobreza (que depois viria a perder essa característica da guerra), a igreja e os camponeses. 
Foi ainda nesse período que a palavra passou a ser ressignificada. Ao passar para a Baixa Idade Média, muitas foram as transformações sociais ocorridas na Europa. Da origem, a palavra trazia a noção ser um suplício, uma tortura, uma condição inferior. Foi com a retomada da urbanização e o comércio em substituição a uma economia fechada que as funções dos laboratores passaram a ser mais valorizadas. 
Ao entrarmos no século XVI, com o Renascimento, os sistemas econômicos e o Estado passam a um novo patamar. Cria-se uma economia mundializada, onde o trabalho passa ao seu papel de importância máxima. E aí começa outra mudança: de tarefa para os não livres, passa a ser um enobrecimento, uma atividade humana importantíssima.
E hoje? Qual é o significado do trabalho? O que é trabalho para você?
Retirado de: http://www.ufrgs.br/e-psico/subjetivacao/trabalho/etim_trab.htm; em 01/09/2019.
Questões
1- O trecho “Mesmo antes de ser associada aos elementos de tortura medieval, trabalhar significava a perda da liberdade. Quem trabalhava em Roma era o escravo; o patrício estava incumbido das atividades políticas.”, refere-se a um dos antecedentes da centralidade do trabalho. Que antecedente é esse e qual(is) é (são) o(s) significado(s) do trabalho associado(s) a esse momento da história ocidental? 
Conforme conteúdo apresentado em sala de aula, antes da centralidade do trabalho, há 3 formas de entender o trabalho, dentre elas há uma antes da revolução industrial, onde as pessoas não vendiam suas forças de trabalho e trabalhavam de outras formas, como nas primeiras manufaturas, no feudalismo, antes do mercantilismo e do capitalismo. 
Nesse sentido, a partir do referido trecho, é possível observar que se trata do antecedente greco romano, no qual existia o regime escravocrata que nele circulavam duas grandes ideias sobre o trabalho, quais sejam: existia um trabalho para si com os artesãos e os artistas (trabalhavam para si), assim como, existiam as pessoas que eram cidadãos - o trabalhador livre que não trabalhava (pensadores) e tinha a função de pensar (ócio), eram esses que pensavam a sociedade, considerado um trabalho intelectual valorizado. Além disso, existiam os escravos, que eram os servos que se encontravam nas classes sociais mais baixas, que trabalhava na lavoura, pelos outros e tinham uma representação social inferior em relação aos artesãos sendo considerados menos humanos, como uma peça, onde valia menos. A partir desse antecedente, tinha-se a ideia construída sobre o trabalho, onde o trabalho braçal vale menos, é embrutecido e não é digno.
2- De acordo com o texto, a passagem da baixa idade média ao renascimento é marcada por intensas transformações sociais e econômicas na sociedade ocidental. Séculos depois, essas transformações dariam as condições fundamentais ao surgimento da Centralidade do Trabalho. Defina este conceito, seus pilares e qual a sua importância para a emergência do capitalismo industrial.
Diante dessas transformações sociais, a centralidade do trabalho emerge em um contexto crucial para a sociedade ocidental (Revolução Industrial), que diz respeito a um construto psicológico da psicologia do trabalho, no qual England & Missumi (1986), conceitua de forma completa, como sendo o grau de importância geral que o trabalho possui na vida de um indivíduo em um determinado momento, ou seja, diz do quanto que o indivíduo dá importância ao trabalho, na vida dele. 
Nesse sentido, o trabalho se torna essencial, para a vida e manutenção das pessoas. Logo, ao se pensar na organização do trabalho, na vida social, na Revolução Industrial com o início do capitalismo, o trabalho precisava ser central, para que as indústrias surgissem, daí a importância para a emergência do capitalismo industrial. E para tanto, precisava que o trabalho tivesse um outro significado, onde quem não trabalhasse estaria à margem da sociedade. 
No que tange aos pilares que foram destacados em sala de aula, os mesmos dizem da construção da centralidade do trabalho, cabe destacar, primeiramente, a relação do trabalho e valor, sendo o trabalho como gerador da acumulação de riquezas. Logo, há uma ligação direta onde ao se trabalhar muito, maior o valor e ao se trabalhar menos, menor valor agregado. Ao trabalhar as pessoas buscam acumular riquezas. Dentro dessa perspectiva, John Locke retrata que o acesso e posse da propriedade são determinadas pelo trabalho, já Adam Smith o trabalho é o principal responsável pela geração do valor, inclusive redescrevendo o trabalho à partir de um novo vocabulário, o homo economicus, termo que vem a economia.
Outro pilar importante diz do trabalho e dever, representado por Max Weber (1999) que vem romper com a ideia central da Reforma protestante, em que o trabalho era vocação religiosa e traz para a sociedade a ideia de que o homem começa a trabalhar para si mesmo, sendo produtivo e encarando o trabalho como algo sério, que requer esforço, dignificando o homem.
Ademais, outro pilar de extrema importância trata da relação trabalho e moral, representado por Émile Durkheim (1960), no qual explicita que o trabalho tornou-se fortemente associado ao caráter moral dos indivíduos, bons valores, critério de integração social e onde o trabalho era um garantidor de bom caráter. Além disso, o contrato social era baseado na divisão do trabalho, havia a questão da solidariedade orgânica (todos a seu modo contribuem para a sociedade) e o valor positivo era atribuído a alguém à partir de alguma dimensão ou característica. (efeito auréola).
Por fim, o trabalho e a subjetividade de Karl Marx, vem sustentar mais um dos pilares da centralidade do trabalho. O mesmo corrobora que o sujeito é transformado em um “sujeito do trabalho”. Para Ele, o sentido da existência para o indivíduo vem do trabalho, de onde é construído essa subjetividade por meio de uma nova valorização dada ao trabalho e a esse sentidona definição da existência humana. 
Texto 02 - Não existe empreendedorismo, mas gestão da sobrevivência’, diz pesquisadora.
Incentivar o 'espírito empreendedor' do trabalhador é um meio para tornar legal a precarização do trabalho, aponta Fundação Perseu Abramo
São Paulo – Jornadas longas, péssimas condições de trabalho, pouquíssimos direitos assegurados e insegurança sobre o futuro. Essas são as dificuldades apontadas por trabalhadores informais, que vivem sob a ótica do “incentivo empreendedor”. Para pesquisadoras da Fundação Perseu Abramo, o termo “empreendedorismo” deveria ser substituído por “gestão da sobrevivência”.
O incentivo para que o trabalhador se torne “empreendedor” é um meio para formalizar a precarização do trabalho, aponta um estudo publicado pela FPA, que ouviu manicures, domésticas, motoboys, ambulantes, costureiras e trabalhadores do setor de construção civil.
A cientista social e coordenadora executiva da pesquisa, Léa Marques, explica que a precariedade do mercado se relaciona a diversos aspectos, como a “uberização” do emprego, a incapacidade de organização coletiva e os efeitos da reforma trabalhista.
“Esse discurso do tal empreendedorismo é mais uma forma da precarização do trabalho. Isso se dá para os trabalhadores das periferias, que estão longe dos centros comerciais e precisam lidar com o mercado de trabalho sem nenhum direito. Esse discurso do empreendedor é para que o Estado não tenha responsabilidade sobre políticas públicas de emprego e renda”, explica à RBA.
Já a socióloga e supervisora da pesquisa, Ludmila Costhek Abílio, lamenta que nos períodos de crise, a informalidade se torne a única opção para o trabalhador. “Nós vimos, por meio das entrevistas, que há uma ‘uberização’ do trabalho. São novas formas de organização da informalidade e que atingem diversas ocupações. É preciso desconstruir o discurso do empreendedorismo, de quem alcançaria o sucesso sozinho.”
Formal em um dia, informal no outro. A pesquisa da Fundação Perseu Abramo aponta que o trabalhador vive num trânsito constante entre o trabalho formal, informal e outras atividades remuneradas. 
De acordo com Ludmila, o estudo mostra que o mercado formal e o informal não são dois campos estáticos. “As pessoas fazem um monte de coisa ao mesmo tempo para garantir a sobrevivência. O motoboy usa o trabalho dele para ser sacoleiro também, a costureira abre um brechó na casa dela. São várias formas de garantir a própria sobrevivência”, pontua.
Outro aspecto levantando pela pesquisa é de que a figura do Microempreendedor Individual (MEI) funciona mais como veículo de informalização do que de formalização do trabalho. “As manicures e os motoboys viraram MEI. Estão formalizando a informalidade. O mercado se apropriou dessa brecha para precarizar mais o trabalho”, critica Ludmila.
Novas formas de organização
A Perseu Abramo também identificou que, com o aumento do trabalho informal, os trabalhadores, desamparados pela lei trabalhista, criaram suas formas de organização coletiva. Entretanto, não são todas as categorias que conseguem e as que alcançam têm dificuldade de mobilização.
Os motoboys, por exemplo, possuem formas de organização ativas por meio das redes sociais. “Mas vimos categorias que têm dificuldade de organizar, como as manicures e empregadas domésticas, porque estão em espaços privados”, conta a supervisora da pesquisa.
Por outro lado, Léa explica que é preciso entender como funcionam as novas relações de trabalho, já que a informalidade estimula o individualismo, sendo que as dificuldades devem ser enfrentadas coletivamente para serem superadas. 
“Tem motoboy relatando (na pesquisa) que houve uma manifestação contra a empresa do aplicativo e ele foi, mas como recebe por dia, não ganhou nada na ocasião. Quando teve a segunda manifestação, não foi e ganhou o dobro do valor, porque todos estavam paralisados. Há uma organização, mas é difícil colocar em prática”, afirma Marques. “Os trabalhadores estão conectados, mas é difícil se organizar quando nada está garantido”, acrescenta Costhek.
O estudo também mostra que os trabalhadores não buscam se formalizar com medo de perder a renda e por conta da precarização do mercado formal. Porém, eles admitem querer os direitos previstos da CLT. 
A cientista social acredita que o momento pede uma nova forma de articulação dos sindicatos para que representem os trabalhadores informais. “Isso mostra uma necessidade de os sindicatos criarem esse debate para incluir os informais nas suas formas de atuação”, diz Léa.
Questões
1- O texto cita indiretamente a chamada “sociedade de serviços” ou terciarização da economia, temática que estudamos em sala como fundamental para a constituição do mercado de trabalho contemporâneo. Em que ela consiste e quais elementos deste texto podem ilustrá-la?
O modelo Toyotista, foi um referencial no que se refere a terceirização, como modo de organização de trabalho. Para entendimento, tal modelo, começa a utilizar empresas menores na fabricação de peças que depois formariam um único produto central, ou seja, pequenas partes de um produto único sendo em determinadas partes diferente, para depois formar um todo.
Para os dias atuais, o texto nos traz a ideia da terceirização dos serviços, assim como, apresenta novas formas de organização por meio da informalidade através de trabalhos como os motoboys, manicures, dentre outros. 
Assim como já ocorreu antes, o trabalho está ganhando novos significados, a terceirização só reafirma tal perspectiva através do movimento crescente do trabalhador informal que já não consegue mais se manter apenas ao modelo tradicional posto pelo capitalismo, visto a precarização do trabalho. Seja por falta de qualificação ou mesmo mudança rápida de tecnologias nessas áreas, ou mesmo pelo fato do capitalismo ser um sistema que precisa ser alimentado constantemente. Muitos não conseguem acompanhar esse movimento e a terceirização surge como novas possibilidades de trabalho.
2- O declínio do paradigma taylorista/fordista e a passagem para o modo toyotista de organização do trabalho foi marcado por transformações concomitantes na economia e na produção industrial nos anos 70. Que nome é dado a esse processo e qual o seu impacto na elaboração dos significados do trabalho atuais?
Tal declínio desses paradigmas acima citados corrobora acerca das transformações nas quais a organização do trabalho passa através do Toyotismo, haja vista que, afetariam o mundo capitalista, resultando numa grande crise que afetaria todo o mundo. O modelo Toyotista, diz de um modelo de produção com maior adaptabilidade em contexto de competitividade e de demanda do mercado consumidor, por meio de menos trabalhadores e até mesmo trabalhadores temporários e subcontratados, demonstrando o quanto esse processo proporcionou uma queda nas propostas de empregos.
O Toyotismo começa então a flexibilizar o meio de produção de seus produtos utilizando assim, outras empresas menores para a fabricação de um mesmo produto. Esse modelo veio a ser conhecido como a terceirização, que tem implicação direta com o significado do trabalho atualmente, haja vista que esse modelo, se tornou sinônimo de sobrevivência, que só corrobora para desvelar a precarização do trabalho onde o trabalhador busca incessantemente por melhores condições de vida, de dignidade e de direitos.

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