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Por Lara Pessoa 2° Período - Habilidades Clínicas -> O pescoço normal tem formato quase cilíndrico, de contorno regular, notando-se em sua face anterior duas leves saliências, obliquamente dirigidas para cima, que correspondem aos músculos esternocleidomastóideos e uma proeminência central que corresponde à cartilagem tireoide (pomo de Adão). O esternocleidomastóideo separa o triângulo anterior do triângulo posterior do pescoço. Apresenta grande mobilidade (ativa e passiva) que lhe permite executar movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade. Dentro dos limites normais, apresenta variações de forma e volume em relação com o biotipo. Nos brevilíneos, o pescoço é curto e grosso e, nos longilíneos, alongado e fino. A diferença mais notável em relação ao sexo é a maior proeminência do pomo de Adão nos homens. -> A estrutura do pescoço é complexa e, do ponto de vista semiológico, destacam-se a pele, a tireoide, a musculatura, os vasos (jugulares e carótidas), os linfonodos e a coluna cervical. Semiotécnica -> Faz-se o exame do pescoço por meio de inspeção, palpação e ausculta. -> A inspeção permite obter dados referentes a: Pele. Forma e volume, Posição, Mobilidade, Turgência ou ingurgitamento das jugulares, Batimentos arteriais e venosos. -> Pele: No exame da pele, deve-se chamar a atenção para a possibilidade de sinais flogísticos (edema, calor, rubor e dor) e fistulização nas áreas que recobrem os linfonodos e na linha média (fístula do ducto tireoglosso). O encontro desses sinais reveste-se de grande importância diagnóstica. Deve-se observar a presença de cicatriz revelando traumas ou doenças anteriores. -> Forma e volume: As alterações da forma e do volume decorrem de aumentos da tireoide, dos linfonodos, das parótidas e da presença de tumorações, benignas ou malignas. Quando se devem a aumento da tireoide (bócio), localizam-se anteriormente. Os bócios são mais bem analisados pela palpação da glândula. As hipertrofias dos linfonodos provocam saliência lateralmente nas áreas em que estes se situam. As parótidas, quando crescidas, fazem proeminência na parte lateral alta, atingindo a parte lateral da face. As tumorações benignas ou malignas não têm posição específica e deformam de modo irregular o pescoço. Na linha média podemos encontrar cisto do ducto tireoglosso e cisto dermoide. Nas laterais do pescoço, acompanhando a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo, localizam-se os cistos branquiais e nos triângulos posteriores geralmente os higromas císticos, linfangiomas e costela cervical. -> Posição: A posição normal é mediana, seguindo o eixo da coluna, e a alteração mais característica é o torcicolo. As afecções da coluna cervical (fraturas, luxações, espondiloartrose) acompanham-se de desvio do pescoço, quase sempre lateralmente. -> Mobilidade: A mobilidade compreende movimentação ativa e passiva. Solicita-se ao paciente para realizar movimentos de flexão, extensão, rotação e lateralidade, anotando-se a existência de contratura, resistência e dor. A rigidez da nuca constitui sinal importante de irritação meníngea. -> Turgência ou ingurgitamento das jugulares: A turgência das jugulares, Exame dos Pulsos Radial, Periféricos e Venoso, tem grande importância prática no diagnóstico da hipertensão venosa, um dos sinais de insuficiência ventricular direita. Por Lara Pessoa 2° Período - Habilidades Clínicas -> Sinal de Kussmaul: Aumento da amplitude das pulsações das jugulares durante a inspiração Pode ser observado em insuficiência ventricular direita, estenose tricúspide, pericardite constritiva, cardiomiopatia restritiva e obstrução da veia cava superior. -> Batimentos arteriais e venosos: Os batimentos visíveis podem ser determinados pelo pulso carotídeo ou pelo pulso venoso -> Refluxo hepatojugular: Consiste no aumento da turgência (> 4 cm) das veias jugulares quando se faz compressão sobre o fígado durante 10 s, estando o paciente em decúbito dorsal com elevação da cabeça. É um indicador de insuficiência ventricular direita, mas pode estar presente na insuficiência tricúspide e na pericardite constritiva. Exame da tireoide -> Usam-se duas manobras para a palpação da tireoide: ◗ Abordagem posterior: paciente sentado e o examinador de pé atrás dele. As mãos e os dedos rodeiam o pescoço com os polegares fixos na nuca, e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana . O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da mão direita; para o lobo esquerdo, usamos os dedos médio e indicador da mão esquerda ◗ Abordagem anterior: paciente sentado ou de pé e o examinador também sentado ou de pé, postado à sua frente. São os dedos indicadores e médios que palpam a glândula enquanto os polegares apoiam-se sobre o tórax do paciente. O lobo direito é palpado pelos dedos médio e indicador da mão esquerda e o lobo esquerdo é palpado pelos dedos médio e indicador da mão direita. -> Seja qual for a manobra empregada, sempre se solicita ao paciente que faça algumas deglutições enquanto se palpa firmemente a glândula. A tireoide eleva-se durante o ato de deglutir. A flexão do pescoço ou uma rotação discreta do pescoço para um lado ou para o outro provoca relaxamento do músculo esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireoide. -> Com a técnica correta podem ser obtidos dados referentes a: ◗ Volume: normal ou aumentado, difuso ou segmentar. Qualquer aumento é designado bócio ◗ Consistência: normal, firme, endurecida ou pétrea ◗ Mobilidade: normal ou imóvel (aderida aos planos superficiais e profundos) ◗ Superfície: lisa, nodular ou irregular ◗ Temperatura da pele: normal ou quente ◗ Frêmito e sopro: presente(s) ou ausente(s) ◗ Sensibilidade: dolorosa ou indolor. -> Em pessoas normais a tireoide pode ser palpável ou impalpável. Quando palpável, é lisa, elástica (consistência de tecido muscular), móvel, indolor, sendo a temperatura da pele normal e ausência de frêmito. As alterações possíveis de serem encontradas indicam a existência de bócio, processo inflamatório e neoplasias. Se a tireoide estiver aumentada, deve-se fazer ausculta da região correspondente. -> Bócio: A alteração mais comum da tireoide é o bócio, que pode ser difuso ou nodular. Tendo em vista a função da glândula, os bócios são classificados em tóxicos (com hipertireoidismo) e não tóxicos (sem hipertireoidismo). -> Bócio não tóxico é o puberal e o endêmico, por deficiência de ingestão de iodo. -> No bócio difuso (ou hipertrofia difusa), a glândula está aumentada em sua totalidade, incluindo o istmo e os lobos laterais, não sendo verificados nódulos isolados palpáveis. As causas incluem doença de Graves (bócio tóxico), tireoidite de Hashimoto e bócio endêmico por deficiência de iodo. -> Bócio nodular pode ser único, que pode corresponder a um cisto, tumor benigno ou maligno, ou multinodular, no qual observam-se dois ou mais nódulos. Este tipo de bócio pode ser neoplásico ou não neoplásico (hipertrofia). Para uma diferenciação segura, é necessária investigação complementar (ultrassonografia e punção-biopsia). -> O exame físico da tireoide não permite caracterizar o hiperfuncionamento da glândula. Isso é conseguido com outros dados do exame clínico e por meio de exames Por Lara Pessoa 2° Período - Habilidades Clínicas complementares apropriados. A presença de frêmito e sopro indica um fluxo sanguíneo aumentado e é bastante sugestiva de bócio tóxico. -> Tireoidites -> Há quatro tipos de inflamação da tireoide: ◗ Tireoidite aguda: é um processo inflamatório decorrente de invasão bacteriana da glândula ◗ Tireoidite subaguda: pode ser causada por vírus ou por agressão autoimune ◗ Tireoidite de Hashimoto: é uma doença autoimune, decorrente da agressão do tecido tireoidiano por anticorpos. Na fase inicial, pode determinar hiperfunção tireoidiana, frequentemente evoluindo para hipotireoidismo ◗ Tireoidite de Riedel: é muito rara e sua fisiopatologia é desconhecida. Câncer da tireoide -> O carcinoma tireoidiano apresenta evolução lenta. Na maioria dos casos são sólidos à ultrassonografia.O exame citológico é que define o diagnóstico. Exame dos vasos do pescoço -> A inspeção do pescoço permite identificar turgência ou ingurgitamento e pulsações venosas e arteriais. -> À palpação do pescoço, pode-se detectar frêmito no trajeto das artérias carótidas, quase sempre indicativo de estenose da valva aórtica ou da própria carótida. -> Faz-se a ausculta do pescoço pousando-se o receptor do estetoscópio na área correspondente à tireoide e no trajeto dos vasos cervicais (jugulares e carótidas). Em condições normais, não se ouvem sopros, exceto o chamado rumor venoso, relativamente comum em crianças. Um sopro ouvido no pescoço pode ter origem ali mesmo ou representar irradiação de um sopro nascido em lesões cardíacas ou em vasos da base. -> Determina o aparecimento de sopro lesões estenóticas das artérias carótidas ou das artérias vertebrais, estados hipercinéticos, aumento do fluxo arterial na tireoide nos casos de hiperfunção dessa glândula (bócio tóxico) e turbilhonamento do sangue nas jugulares (sopro ou rumor venoso), que podem ocorrer em pessoas normais (especialmente em crianças e após exercício) ou em condições patológicas (anemia, estados hipercinéticos). Exame das artérias carótidas -> A artéria carótida comum direita origina-se do tronco arterial braquiocefálico, enquanto a artéria carótida esquerda nasce diretamente da crossa da aorta; ambas se subdividem em carótida interna e carótida externa, as quais, juntamente com as artérias vertebrais, são responsáveis pela vascularização do pescoço e da cabeça. -> As pulsações das carótidas (pulso carotídeo) devem ser diferenciadas das pulsações venosas visíveis (pulso venoso) nas faces laterais do pescoço. Sopros intensos acompanham-se de frêmito. Alterações clínicas das carótidas só surgem em lesões avançadas. Nas fases iniciais somente são evidenciadas pelos exames de imagem, principalmente o dúplex scan. -> Na bifurcação das artérias carótidas comuns, localizam-se os corpos ou glomos carotídeos, sensíveis às alterações químicas do sangue, os quais mantêm estreita relação com os seios carotídeos, onde se localizam barorreceptores que participam da regulação da pressão arterial. -> O espessamento da íntima das artérias carótidas, decorrente de processo aterosclerótico, pode causar obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo, cuja consequência pode ser disfasia ou afasia, paralisia facial ou ptose palpebral, amaurose fugaz, vertigem, convulsão, hemiparesia ou hemiplegia. Exame dos linfonodos Por Lara Pessoa 2° Período - Habilidades Clínicas ANEXOS
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