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COMUNICAÇÃO MÉDICO & PACIENTE Profa. Mariluce Anbar Cury Habilidades Médicas I RAPPORT: 1º PASSO DE UMA ENTREVISTA Estratégias: Colocar paciente e entrevistador à vontade. Mostrar que pode ser útil ao paciente. Descobrir o que aflige o paciente, expressar solidariedade. Equilibrar os papéis de ouvinte empático , especialista e autoridade. Saber ouvir (evitar a anamnese dirigida, pois o médico acaba por não ouvir o que o paciente tem a dizer, e nem como ele o diz) Conhecer o outro (disposição para contar e ouvir) Entender o ponto de vista do outro Conversa não direcionada Cada pessoa é singular Conhecer o passado para entender o presente RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO Objetivos Disposição do paciente para oferecer informações Confiança médico/paciente Alívio do sofrimento físico e psicológico Disposição para aceitar ou negociar plano de tratamento Satisfação do paciente Satisfação do médico RELACIONAMENTO TERAPÊUTICO Habilidades Abrir a entrevista com cuidado e iniciar a comunicação de maneira hábil. Permitir que o paciente conte a sua história Ouvir a expressão de sentimentos dolorosos do paciente Interesse, empatia, apoio e entendimento Atenção a preocupações comuns do paciente (vergonha, embaraço e humilhação) Determinar a natureza do problema (diagnóstico) Informar e recomendar tratamento Valorizar a relação médico paciente para a continuidade do tratamento. ENTREVISTA TEXTO EXPERIENCIAL COMUNICAÇÃO ANÁLISE CRÍTICA AMBIENTE - condições físicas e ambientais ENTREVISTADO - primeiro contato - sem julgamentos pessoais LINGUAGEM DE COMUNICAÇÃO Digital: a fala, palavras, verbal; Analógica: posturas, gestos, olhares, expressão facial, tom de voz, não- verbal. FALHAS DE COMUNICAÇÃO Emissor (qualidade de sua codificação) Canal de comunicação (ruídos) Receptor (percepção correta) Bláblá DESQUALIFICAÇÃO Invalida a comunicação "Procedimento que permite a alguém comunicar-se invalidando sua própria comunicação ou a do outro.” As respostas respondem as perguntas feitas? Há relação clara de causa e efeito nas explicações? Há associações frouxas? FENÔMENOS COMUNICACIONAIS, DESQUALIFICAÇÕES: Tangencialidade Circunstancialidade Interpretações metafóricas de comentários literais Interpretações literais de metáfora Frases incompletas Interpretações errôneas Mudanças bruscas de assunto Interrupção brusca Estilo obscuro Resposta evasiva Maneirismo de fala Declarações contraditórias FENÔMENOS COMUNICACIONAIS, DESQUALIFICAÇÕES: Mudanças bruscas de assunto Interrupção brusca Estilo obscuro Resposta evasiva Maneirismo de fala Declarações contraditórias 1- Descreva qual a desqualificação 2- Qual foi a consequência; a sequência da conversa 3- O que foi feito para retornar à conversa TÉCNICAS DE ENTREVISTA • Perguntas abertas x dirigidas • Reflexão • Facilitação • Silêncio • Confrontação • Clarificação • Interpretação TÉCNICAS DE ENTREVISTA • Recapitulação • Explicação • Transição • Auto-revelação • Reforço positivo • Reasseguramento • Aconselhamento CONFIRMAÇÃO X DESCONFIRMAÇÃO X REJEIÇÃO CONFIRMAÇÃO Confirmar: é verdadeiro é aceitar a definição do “eu” do interlocutor Complementaridade: “toda identidade precisa de outra para ser efetivada” Um projeto novo de alguém, que você incentiva, mesmo sem saber muito para que serve. DESCONFIRMAÇÃO - Invalida a pessoa Desconfirmar: é ilógico/impossível é negar a realidade do interlocutor Decorre da impermeabilidade Atender celular Uma terceira pessoa Os pais ditam como o filho deve ser REJEIÇÃO Rejeitar ou Negar: é falso/errado é não aceitar a idéia, mas pressupõe o reconhecimento do que está sendo rejeitado A pessoa não é ignorada e nem esquecida. O meu time é melhor do que o seu. Ex: “ Você está errado” Ex: “ Você não existe” TRANSFERÊNCIA E CONTRATRANSFERÊNCIA Transferência • Conjunto de expectativas, crenças e respostas emocionais já existentes anteriormente e são trazidas pelo paciente para a relação médico-paciente • Cabe ao profissional refletir: "Não é comigo!" Contratransferência • Expectativas trazidas pelo médico • Sentimentos negativos, perturbadores • Reações desproporcionalmente positivas, idealizadoras ou erotizadas • Necessidades irrealista e inconsciente do médico • Cabe ao profissional refletir: "Ele não tem culpa disso!" REFERENCIAL PARTICULAR/ CONSENSUAL Silva dias defende a conversa produtiva e gratificante para ambos. Terapeuta se comunica com o paciente sob o referencial particular; predomínio no paciente delirante. RP: Conceitos Muito específicos ( Não pertencentes ao consenso geral ) Lógica Particular. Para o outro acessar, precisa decodificar. RU e RC : Conceito compreendidos pela maioria dos indivíduos, por consenso todos aceitam. Ex: religião Cuidado: Não desconfirmar o paciente pelo aspecto analógico da mensagem! Ex: Paciente: “ Eu sou um marciano” Médico : “Como é o planeta Marte? VÍNCULO MÉDICO-PACIENTE Papel-papel Indivíduos frágeis, apoiados em papéis estruturados Equilíbrio relativo Papel - contra papel Paciente e entrevistador estão à vontade Médico descobre o que aflige o paciente e expressa solidariedade Médico mostra que pode ser útil ao paciente Entendimento e confiança entre o médico e o paciente Duplo vínculo ou Dupla mensagem Relação forte (dependência) que restringe a autonomia Existe uma ligação afetiva entre ambos Paradoxo ( Caráter contraditório do comunicado do emissor). Com afirmação e negação simultâneas, referentes a um mesmo objeto. EX: “ Seja espontâneo” EX: A mãe que diz, aos prantos, para o filho ir morar sozinho pq lhe fará bem. RELACIONAMENTO Conjuntivo x Disjuntivo Congruência entre interlocutores Relação Télica: interação de percepção recíproca, apreensão profunda e íntegra. Percepção adequada do outro, implica mutualidade vivencial, reconhecimento vivencial. Relação intensa, relativamente rara. Você toma o papel de uma pessoa. DISTORÇÃO COMUNICACIONAL Transferência Negativa sonegação de informação rejeição ao tratamento erro total diagnóstico tratamento IATROPATOGENIA “disfarçada” Tratamento prolongado e ineficaz Fonte: Armadilhas da Comunicação pág. 161 Respeito Verdade Contexto Humildade Firmeza Delicadeza Escuta Disponibilidade Bom senso Sensibilidade Adequação Adaptação Fala Insight Intelecto Silêncio REFERÊNCIA 1. ABDO, C.H.N. Armadilhas da comunicação: o médico, o paciente e o diálogo. 2. KAPLAN, H.I.; SADOKCK,B.J.; GREBB,J.A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 3. SILVA, M.J.P. Comunicação tem remédio: a comunicação nas relações interpessoais em saúde. 4. SINIGAGLIA, IVAN. Desenvolvendo habilidades de comunicação na formação médica 5. WATZLAWICK, P.; BEAVIN, J.H.; JACKSON, D.D. Pragmática da comunicação humana: um estudo dos padrões, patologias e paradoxos da interação.
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