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APOSTILA 2019

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1
I. MIGRAÇÕES E XENOFOBIA: 
MOTIVAÇÃO POLÍTICA E 
ECONÔMICA 
O processo migratório e a globalização 
formaram um elo inseparável desde a última 
metade do século passado. Os motivos são 
vários: eficácia dos meios de transporte e 
comunicação, desenvolvimento do setor 
turístico, desigualdades socioeconômicas 
entre os países etc.; porém, houve várias 
consequências, umas positivas e outras 
negativas. Nos países mais desenvolvidos, onde 
há maior contingente de imigrantes, ocorre um 
sério problema: a xenofobia (termo derivado do 
grego – xénos: "estrangeiro"; e phóbos: "medo”). 
As migrações geram vários encontros de 
povos de diferentes culturas, raças, credos e 
religiões. No geral, é algo positivo. O Brasil, por 
exemplo, é um país rico em diversidade cultural e 
étnica. Entretanto, quando os nativos passam a 
não aceitar os imigrantes há um grave problema 
social. 
A história recente da humanidade nos dá 
vários exemplos de como a xenofobia é algo 
grave. No Holocausto, ocorrido durante a 
Segunda Guerra Mundial, na Alemanha, os 
nazistas exterminaram aproximadamente 6 
milhões de judeus. Isso por que acreditavam que 
os judeus eram uma raça inferior e manchavam o 
nome da Alemanha de Hitler, e, logo, deveriam 
ser exterminados. 
A xenofobia ocorre frequentemente nos 
países mais ricos e desenvolvidos, 
principalmente na Europa. Os nativos acreditam 
que os imigrantes são responsáveis pelo 
desemprego, criminalidade e todos os problemas 
sociais do país. Na Europa, alguns grupos 
xenófobos são conhecidos entre nós, como os 
Skinheads, na Inglaterra, e os Neonazistas, na 
Alemanha. Outros grupos não são tão 
conhecidos assim, como os Bloc Identitaire 
(França), CasaPound (Itália) e English Defence 
League (Reino Unido). 
A xenofobia pode ocorrer também dentro 
de um mesmo país, como acontece no Brasil e 
nos Estados Unidos, por terem dimensões 
territoriais enormes. Nos Estados Unidos há uma 
discriminação histórica contra negros, 
considerados como “lixos” e inferiores aos 
brancos. O seriado de TV Todo Mundo Odeia o 
Crhis (originalmente Everybody Hates Chris, do 
canal de televisão The CW Television Network, 
dos EUA), transmitido no Brasil pela Rede 
Record, demonstra de forma cômica e sarcástica 
como o negro é visto e tratado nos EUA. É um 
programa humorístico baseado na infância e 
parte da adolescência do humorista Chris Rock, 
que vale a pena conferir e entender melhor a 
problemática. 
No caso do Brasil, tem-se o exemplo das 
discriminações sofridas pelos nordestinos no 
sudeste brasileiro. Geralmente, são atribuídos 
estereótipos de forma pejorativa, tais como 
“cabeça chata”, “baianos”, “paraíbas”, entre 
outros. Essas pessoas preconceituosas são, no 
mínimo, desinformadas a respeito da constituição 
do território, da história e da economia brasileira. 
A xenofobia, portanto, trata-se de um 
racismo, um preconceito cultural, uma 
discriminação racial, econômica e social ao 
estrangeiro. O encontro de diversos povos, 
religiões, sotaques, classes econômicas e 
sociais, no geral, é positivo. Contribuem para a 
riqueza cultural e econômica de uma nação. 
EXERCÍCIOS 
Para a resolução de exercícios sobre migrações 
internacionais, é preciso levar em consideração 
as causas e impactos dessa prática nas 
diferentes localidades. 
1. “O desenvolvimento e o maior acesso ao
transporte intercontinental, somados à facilidade 
de obtenção de informações sobre outros países 
por meio dos veículos de comunicação, 
2
impulsionaram o movimento de pessoas que 
buscam melhores condições de vida – nem 
sempre alcançadas fora do país de origem. Ao 
contrário do que se verifica com os fluxos 
econômicos, as fronteiras nacionais são 
reforçadas por governos de muitos países, 
principalmente dos desenvolvidos, para a entrada 
de imigrantes”. 
JOIA, A. L., GOETTEMS, A A. Geografia: leituras e interação. Vol. 02. 1º ed. 
São Paulo: Leya, 2013. p.275. 
Um exemplo mundialmente reconhecido de 
restrição à entrada de imigrantes conforme 
mencionado no trecho acima é: 
(A) a criação da União Europeia com número 
restrito de países. 
(B) a construção e ampliação do Muro do 
México. 
(C) a intervenção dos Estados Unidos em Cuba. 
(D) a deportação de estrangeiros irregulares no 
Brasil. 
(E) a difusão de políticas públicas xenófobas na 
Europa 
2. “O número de imigrantes que vivem nos países
da Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) aumentou 
em um terço na última década, apesar da recente 
queda dos fluxos migratórios provocada pela 
crise econômica iniciada em 2008, afirma um 
relatório publicado pela entidade nesta segunda-
feira. 
Segundo a OCDE, que reúne 34 países, a 
maioria deles ricos, cerca de 110 milhões de 
imigrantes viviam nos países-membros da 
organização em 2009/2010, o equivalente a 9% 
da população total”. 
BBC Brasil, 03 dez. 2012. 
Em busca de melhores condições de vida, muitos 
imigrantes saem de países pobres em direção 
aos territórios de economias desenvolvidas. Essa 
procura intensifica-se porque nos países 
desenvolvidos: 
(A) há uma política de controle e recepção dos 
grupos imigrantes. 
(B) são registrados baixos índices de xenofobia 
(aversão a estrangeiros). 
(C) a burocracia facilita a regularização de 
imigrantes, mesmo que ilegais. 
(D) existem políticas de incentivos aos 
deslocamentos sazonais. 
(E) há uma elevada necessidade de mão de 
obra barata e de baixo custo. 
3. Um dos principais tipos de migrações
internacionais existentes é a chamada “fuga de 
cérebros”, que consiste: 
(A) na perda de trabalhadores com baixa 
qualificação técnica para países estrangeiros, 
geralmente mais desenvolvidos. 
(B) na migração sazonal de pesquisadores 
universitários e estudantes, como em 
intercâmbios e cursos de capacitação. 
(C) na adoção de políticas internacionais para 
facilitar o deslocamento dos profissionais de alta 
capacidade e boa formação escolar. 
(D) no deslocamento em massa de 
profissionais especializados e de grande 
conhecimento para outros países. 
(E) no tráfico internacional de órgãos e pessoas, 
responsável pela morte de muitos imigrantes, 
geralmente ilegais. 
4. (UFG-GO/2010)
Um dos principais traços da dinâmica 
demográfica mundial é a migração internacional, 
que recria conflitos espaciais de diferentes 
ordens. Esse tipo de migração é explicado 
(A) pela incorporação de valores ocidentais no 
Oriente e de valores orientais no Ocidente, 
diminuindo as fronteiras simbólicas. 
(B) pela facilidade do fluxo de trabalhadores 
condicionados pelos novos meios de 
comunicação e transportes. 
(C) pela aprendizagem de idiomas dos países 
ricos como forma de incorporação às novas 
demandas da indústria. 
(D) pelo livre acesso dos indivíduos no interior 
dos países signatários de acordos de livre 
comércio e cooperação. 
(E) pelo aumento global do desemprego, que 
gera miséria nas nações de baixo índice de 
desenvolvimento humano. 
5. (UCB) No que se refere às migrações
brasileiras, julgue os itens a seguir: 
I. A desconcentração industrial é uma das 
principais causas da freada na migração interna 
do Brasil. 
II. Atualmente o Centro-Oeste é a região
brasileira que mais retém migrantes. 
III. A melhoria dos sistemas de transporte e de
comunicação aumentou a concentração industrial 
nos grandes centros urbanos brasileiros, que 
continuam atraindo grandes contingentes 
migratórios. 
3
IV. A transumância é o movimento migratório 
invertido, ou seja, as pessoas abandonam os 
grandes centros e buscam fixar-se em cidades 
pequenas ou médias. 
V. No movimento pendular, uma determinada 
população deixa o seu domicílio pela manhã para 
trabalhar em outra cidade ou região e retorna ao 
término do dia. 
 
A Resposta que reúne o julgamento correto é: 
 
(A) V-V-F-F-V 
(B) F-F-F-F-V 
(C) V-F-V-F-V 
(D) V-V-V-V-F 
(E) V-V-F-F-F 
 
 
 
II. A GLOBALIZAÇÃO E AS 
DESIGUALDADES ECONÔMICAS 
 
 
Globalização é o processo de 
aproximação entre as diversas sociedades e 
nações existentes por todo o mundo, seja no 
âmbito econômico,social, cultural ou político. 
Porém, o principal destaque dado pela 
globalização está na integração de 
mercado existente entre os países. 
A globalização não é pura e 
simplesmente um fenômeno econômico, ela 
transforma a sociedade ao envolver os 
indivíduos, a cultura, a política, o Estado, a 
economia, a tecnologia e os meios de 
comunicação. 
 
A globalização engloba muitas 
coisas, pode-se falar em Economia, Ciência, 
Política, Urbanização, entre outras coisas, 
em termos de Economia, podemos destacar 
a Internacionalização do Capital, ou mesmo 
o aumento de fluxos financeiros, de 
transnacionais, de privatizações, de 
unificação cultural; em termos de ciência 
destaca-se principalmente a rápida expansão 
das ideias e dos conceitos; na política, 
podemos entender a política como uma 
posição entre as chamadas democracias 
capitalistas; no campo da Urbanização, 
podemos ver a unificação de padrões, 
shoppings centers, aeroportos, fragmentação 
do espaço urbano, e em torno de tudo isso 
está o sistema Econômico que é o 
responsável pelo modelo de sociedade 
posto, que assim como “facilita” o acesso a 
produtos e a culturas mundiais, fragiliza e 
quebra os pequenos investidores locais e 
amplia a desigualdade social, ajudando a 
aumentar a margem da sociedade. 
 
 
As grandes transformações contemporâneas 
decorrem da globalização como nova configuração 
assumida pelo capitalismo nas últimas décadas e 
afetam o Estado, a sociedade civil e as relações entre 
estes. Afetam, portanto, a estrutura, a organização e a 
dinâmica das classes sociais, dos indivíduos e dos 
grupos e, ainda, as bases da produção e a reprodução 
da vida social, a organização, a divisão social e a 
técnica do trabalho e, com esta, a produção cientifica 
e tecnológica, a cultura, as profissões e o perfil do 
trabalhador (SILVA, ver. 68, pág. 08). 
 
 
Com a globalização, aumentou a 
exploração, o sentido de desigualdade, de 
concorrência, impondo mudanças fortes no 
mercado de trabalho e favorecendo os 
grandes oligopólios, em detrimento das 
camadas majoritárias da população. 
 
 
Essas mudanças têm significado o aumento da 
exploração da força de trabalho e a consequente 
redução e perda de direitos sociais pelos 
trabalhadores, ao mesmo tempo que exigem novas 
capacidades que possibilitem tomadas de decisão em 
ambientes incertos, complexos e competitivos. Tais 
exigências impõem ao homem pós-moderno 
aperfeiçoamento continuo para que possa se inserir e 
permanecer no processo de trabalho, estabelecendo o 
conhecimento como valor universal, que deve ser 
utilizado tanto para concorrer a um posto no mercado 
de trabalho, quanto em todas as esferas da vida 
cotidiana (SILVA, ver. 68, pág. 08). 
 
 
É importante analisar a questão do 
aumento da massa “sobrante” da população 
que não se articula, que fica a margem de 
bens e serviços, devido a grande expansão 
tecnológica, que substitui o homem em seu 
local de trabalho. 
A globalização, assim como tem seu 
lado bom, de facilitar o acesso a informação, 
4
a tecnologias, estudos, entre outras coisas, 
também tem seu lado ruim que aumenta o 
desnível da questão da igualdade e 
equidade, que enfraquece as lutas sindicas, 
individualizando as relações sociais. 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
A Globalização é o sistema de 
internacionalização da integração política, 
econômica, social e cultural mundial. 
 
 
 
1. OBSERVE A CHARGE A SEGUIR: 
 
 
Millôr Fernandes. Retirado de: VESENTINI, José 
William. Geografia: o mundo em transição. São 
Paulo: Editora Ática, 2012.p.323. 
 
A ilustração de Millôr Fernandes é uma crítica à 
ordem global atual. Além disso, ela faz 
referência: 
 
(A) à visão eurocêntrica das projeções 
cartográficas 
(B) à visão conceitual da Globalização realizada 
no processo de ensino-aprendizagem 
(C) à forma com que o Planalto Central opera o 
processo de inserção da Globalização no Brasil 
(D) à Divisão Internacional do Trabalho, em 
que os países do Sul subdesenvolvido são 
dependentes do Norte desenvolvido. 
(E) à influência da Globalização sobre o processo 
de transformação da educação brasileira. 
 
 
2. “A globalização constitui o estágio máximo da 
internacionalização, a amplificação em sistema-
mundo de todos os lugares e de todos os 
indivíduos, logicamente em graus diferentes”. 
 
(Disponível em: Mundo educação/ Globalização) 
 
Os “graus diferentes” citados no texto referem-se: 
 
(A) às diferenças entre os níveis de ajustamento 
da política internacional a uma ordem de 
homogeneização cultural; 
(B) à resistência dos movimentos 
antiglobalização frente aos avanços do sistema 
capitalista em escala mundial. 
(C) à forma desigual de difusão e alcance do 
processo de mundialização econômica e 
política. 
(D) à impossibilidade da globalização atingir todo 
o planeta 
(E) à incerteza de alguns países em adotar a 
globalização como forma de desenvolvimento. 
 
3. (UNIOESTE) 
 
“A globalização é, de certa forma, o ápice do 
processo de internacionalização do mundo 
capitalista. [...] No fim do século XX e graças aos 
avanços da ciência, produziu-se um sistema de 
técnicas presidido pelas técnicas da informação, 
que passaram a exercer um papel de elo entre as 
demais, unindo-as e assegurando ao novo 
sistema técnico uma presença planetária. Só que 
a globalização não é apenas a existência desse 
novo sistema de técnicas. Ela é também o 
resultado das ações que asseguram a 
emergência de um mercado dito global, 
responsável pelo essencial dos processos 
políticos atualmente eficazes.” 
 
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do 
pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: 
Record, 2000, p. 23-24. 
 
Considerando o enunciado anterior, sobre o 
processo de globalização na sociedade 
contemporânea, assinale a alternativa correta. 
 
(A) A globalização é um processo exclusivamente 
baseado no desenvolvimento das novas técnicas 
de informação e sua origem está diretamente 
relacionada com a difusão e universalização do 
uso da internet, que se deu a partir do final da 
década de 1990. 
(B) Entre as características próprias da 
globalização temos a alteração profunda na 
divisão internacional do trabalho, em que a 
distribuição das funções produtivas tende a se 
concentrar cada vez mais em poucos países, 
como é o caso dos Estados Unidos e do Japão. 
(C) Sobre as ações que asseguram a emergência 
do mercado global, o autor está se referindo à 
doutrina econômica neoliberal que, entre outros 
princípios, defende o fortalecimento do Estado e 
a intervenção estatal como reguladora direta dos 
mercados – industrial, comercial e financeiro. 
(D) Atualmente, as relações econômicas 
mundiais, compreendendo a dinâmica dos 
5
meios de produção, das forças produtivas, da 
tecnologia, da divisão internacional do 
trabalho e do mercado mundial, são 
amplamente influenciadas pelas exigências 
das empresas, corporações ou 
conglomerados multinacionais. 
(E) As estratégias protecionistas tomadas pelos 
governos em todo o mundo, dificultando a 
entrada de produtos estrangeiros em seus 
mercados nacionais, são consideradas como 
características marcantes do processo de 
globalização. 
 
 
4. (IFBA) 
 
“Embora tenha suas origens mais imediatas na 
expansão econômica ocorrida após a segunda 
guerra e na revolução técnico-cientifica ou 
informacional, a globalização é a continuidade do 
longo processo histórico de mundialização 
capitalista.” 
 
(MOREIRA, João Carlos e SENE, Eustáquio de. Geografia 
para o ensino médio: Geografia Geral e do Brasil. São 
Paulo: Scipione, 2002.p. 03) 
 
Com relação ao desenvolvimento do capitalismo, 
sua mundialização e globalização, é possível 
afirmar que: 
 
(A) Os Tigres Asiáticos começaram a se constituir 
como potências econômicas a partir da aplicação 
da política de bem-estar social e do 
taylorismo/fordismo como elementos 
dinamizadores de suas economias. 
(B) A constituição do MERCOSUL foi uma 
resposta político-econômica dos países da 
América Latina à perspectiva de constituição doNAFTA, uma vez que suas economias 
apresentam elevado grau de complementaridade 
e integração entre os setores primário, 
secundário e terciário. 
(C) A chamada terceira revolução cientifica e 
tecnológica vem contribuindo intensamente 
com a integração entre os mercados, uma vez 
que possibilita maior grau de flexibilidade aos 
capitais internacionais, inclusive na 
perspectiva de substituição do dinheiro de 
papel pelo dinheiro de plástico e virtual em 
tempo real. 
(D) Com a crise da economia americana, o valor 
das commodities agrícolas tem baixado 
seguidamente, contribuindo para atenuar a fome 
no Chifre da África. 
(E) A crise que assola a economia-mundo tem 
contribuído para alterar e inverter as relações 
entre os países na divisão internacional do 
trabalho, pois até a China passou a ser credora 
dos EUA. 
 
 
5. Assinale um dos eventos abaixo enumerados 
que não possui relação direta com o processo de 
globalização: 
 
(A) A difusão dos comércios localizados em 
oposição às corporações internacionais. 
(B) A formação de blocos econômicos regionais. 
(C) A propagação do inglês como idioma 
universal. 
(D) O “encolhimento” do mundo graças à redução 
das dificuldades de comunicação e transporte 
entre as diferentes regiões do planeta. 
(E) A criação de um sistema de integração dos 
rios mundiais. 
 
 
 
III. FAKE NEWS 
 
 
Esse é um dos temas mais procurados e 
de maior importância para a vida das 
democracias no mundo. Fake News é o termo em 
inglês que significa “notícias falsas”. 
Tanto as eleições que ocorreram em 
2016 nos Estados Unidos, elegendo Donald 
Trump, quanto as eleições presidenciais 
brasileiras, em 2018, tiveram massivo uso de 
Fake News, muitas vezes criadas pelos próprios 
candidatos. 
Independentemente da linha ideológica 
se identifique, é importantíssimo entender como 
as Fake News acontecem, e os mecanismos que 
são utilizados para que elas sejam espalhadas. 
Por que o Brasil se transformou em 
terreno fértil para a difusão de 
notícias falsas durante as eleições? 
 
Com notícias falsas presentes nas eleições 
americanas em 2016 e relatos de que outros 
pleitos brasileiros já tinham se valido do 
método em campanhas - antes conhecido 
apenas como "boatos" -, era de se esperar 
que o fenômeno também afetaria as eleições 
6
de 2018 no Brasil. Mas não da maneira 
amplificada como ocorreu. 
 
 
O pleito de 2018, vencido por Jair 
Bolsonaro (PSL), teve uma campanha inundada 
de desinformação, uma plataforma digital no 
centro de tudo, o WhatsApp, sob fortes 
questionamentos, e o principal tribunal que 
fiscaliza as eleições sendo acusado de não ter 
dimensionado corretamente o problema. 
"A gente vai precisar de muita DR 
(discussão de relação) depois da eleição", diz 
Francisco Brito Cruz, diretor do InternetLab, 
centro de pesquisas sobre direito e tecnologia no 
campo da internet. Para ele, fatores econômicos 
e políticos no Brasil contribuíram para o 
fenômeno - e a tecnologia foi apenas o cenário 
onde isso tudo aconteceu. 
Outros pesquisadores veem um papel 
mais importante do WhatsApp na dinâmica 
observada durante a campanha. 
Nas palavras do procurador regional 
eleitoral de São Paulo, Luiz Carlos dos Santos 
Gonçalves, "cada eleição traz uma surpresa, 
essa trouxe muitas". "Não é que o sistema de 
Justiça tenha sido pego de calça curta. Acho que 
foi, mas não foi sozinho. Todo mundo foi pego de 
surpresa", afirma, citando o espaço inesperado 
que as redes ocuparam durante a campanha, na 
sua opinião. 
Afinal, o Brasil tinha as condições ideais 
para a propagação de notícias falsas durante as 
eleições? E como solucionar esses problemas, 
pensando no futuro? 
 
3.1 Sociedade, política e acesso à internet 
 
Na visão de pesquisadores, a difusão de 
notícias falsas no Brasil é causada por fatores 
sociais e políticos, antes que tecnológicos. 
"No mundo todo, passamos por um 
processo no qual as instituições que fazem a 
mediação da relação das pessoas com a busca 
da verdade, como a ciência e o jornalismo, estão 
numa crise", observa Cruz, do InternetLab. "As 
novas tecnologias têm um papel de diversificar as 
fontes de informação das pessoas, que procuram 
outros tipos de produtores de informação - não só 
jornalística." 
Muitos acabam caindo, diz ele, em 
fontes de informação que produzem, na 
realidade, propaganda política - e acreditam nela 
e propagam o conteúdo por causa de sua 
posição dentro de uma sociedade extremamente 
polarizada. 
Na sua visão, então, a crise das 
instituições de mediação se soma a uma divisão 
política muito agravada no Brasil desde 2013, 
ano das grandes manifestações no país, e em 
especial em 2014, quando novos atores 
surgiram: "uma nova safra de militantes de 
direita, mais massificados e organizados em 
rede". 
E os novos atores, com quem a mídia 
tem dificuldade de competir "porque um veículo 
de propaganda faz dez manchetes em uma hora" 
enquanto a imprensa profissional mobiliza mais 
recursos para produzir reportagens de verdade, 
produzem só para um lado do espectro político e 
se projetam. 
Pablo Ortellado, pesquisador do Monitor 
do Debate Político no Meio Digital, da USP 
concorda. Para ele, o problema não é tecnológico 
e tampouco tem a ver especialmente com a 
educação. 
É social e político, ligado diretamente a 
uma sociedade polarizada como o Brasil está 
agora. O segundo turno, por exemplo, foi uma 
"disputa de rejeição". De acordo com pesquisa 
Datafolha de 25 de outubro, poucos dias antes da 
votação, 44% dos eleitores disseram que não 
votariam de jeito algum em Bolsonaro, enquanto 
52% rejeitavam o rival Fernando Haddad (PT). 
Bolsonaro cresceu com o sentimento de 
antipetismo. 
"A polarização é uma organização do 
debate político em dois polos, na qual um 
considera o outro polo ilegítimo, gerando 
tomadas de posição automaticamente contrárias 
ao outro", afirma Ortellado. "Isso torna as 
pessoas muito apaixonadas, e a capacidade de 
reflexão crítica cai. É por isso que as pessoas 
não conseguem reconhecer que estão recebendo 
notícias falsas." 
Campanhas e redes só se aproveitam da 
polarização, diz ele, e a desinformação se 
propaga independentemente da rede social 
usada. E há, sabemos, produção profissional de 
notícias falsas: empresas que vendem perfis 
falsos - mantidos por pessoas reais - para 
campanhas, produção de boatos (em 2010, em 
blogs; atualmente, no Facebook, WhatsApp etc) 
e páginas profissionais de notícias falsas no 
Facebook, entre outros. 
Então, "se existe terreno fértil - e no 
Brasil a polarização política e ascensão da 
militância mais conservadora explicam isso - o 
receptor de notícias falsas está mais propenso a 
não só recebê-las, como repassá-las", avalia 
Cruz. 
 
3.2 “Acesso limitado à internet' 
 
Yasodora Córdova, pesquisadora da 
Digital Kennedy School e do First Draft News, de 
Harvard, elenca outros fatores sociais para a 
difusão de desinformação no Brasil: a falta de 
veículos de imprensa locais, a falta de bibliotecas 
e o acesso limitado à internet no Brasil. 
7
Para ela, o combate à proliferação de 
notícias falsas deve apoiar-se nos pilares da 
educação, de bibliotecas e de "instituições que se 
comunicam online com frequência, de modo que 
pudéssemos confiar nas informações". Ela 
explica: ministérios, prefeituras, órgãos de 
governo não têm estrutura para fazer 
comunicação online e não têm páginas 
informativas. 
"Não temos um mínimo de estrutura 
informacional online", afirma. Além disso, "não 
temos veículos locais, mas temos uma tradição 
de fazer fofoca". "A notícia sempre se espalhou 
no boca a boca. Ambiente perfeito pra migrar 
para o WhatsApp - que permite até áudio." 
 
3.3 Papel do WhatsApp 
 
Com 120 milhões de usuários no país, o 
WhatsApp virou um importante campo de batalha 
durante a campanha, embora seu real impacto 
seja difícil de medir. 
Por ser uma rede gratuita e oferecida 
amplamente no Brasil por operadoras que não 
descontam o uso da internet no WhatsApp do 
pacote de dados - ou seja, na prática, oferecendoacesso à internet só pela rede - ela adquiriu usos 
diferentes no país. 
Não é só apenas um aplicativo de 
mensagens instantâneas, é também uma espécie 
de rede social, com pessoas participando de 
grupos para papear com quem não conhecem, 
além de se informarem por meio do WhatsApp. 
Tudo isso em uma rede criptografada - o que 
significa que o aplicativo não tem acesso ao 
conteúdo compartilhado entre as pessoas. 
Segundo o WhatsApp, mais de 90% das 
mensagens enviadas na plataforma no Brasil são 
entre duas pessoas, e a maioria dos grupos tem 
cerca de seis pessoas. 
Conforme definiu o jornal Washington 
Post em editorial no dia 25/10, o aplicativo não é 
só um de mensagens privadas, é, assim como o 
Facebook, um publicador também e, por isso, 
deve ter responsabilidades iguais às da rede 
social. 
Na visão de Ortellado, o WhatsApp 
nasceu como ferramenta de comunicação 
interpessoal, mas aos poucos somou 
funcionalidades de comunicação de massa, com 
grupos grandes e transmissão de mensagens e 
reencaminhamentos. 
"A comunicação de massa sigilosa é um 
problema porque é uma comunicação com o 
público fora da esfera pública. Você não sabe o 
que está sendo feito, não consegue fazer 
contraponto e não consegue identificar os 
autores da comunicação." 
Para alguns pesquisadores, essas 
características de comunicação de massa e 
quase de rede social criaram o ambiente ideal 
para a proliferação de notícias falsas. Além disso, 
o fato de que muitas pessoas só têm acesso à 
internet por ali - sem poder checar outras fontes 
de informação - também pode contribuir para o 
fenômeno. E, sendo gigante no Brasil, o 
WhatsApp acabou servindo não só como meio, 
mas como catalisador do problema. 
Antes de a campanha começar, políticos 
participaram de seus tradicionais encontros para 
traçar alianças e conseguir mais tempo de TV. O 
ganhador do pleito, Jair Bolsonaro (PSL), 
começou com 8 segundos em cada bloco no 
horário eleitoral da TV, o que levou a análises 
apontando que ele poderia ter dificuldades no 
pleito. 
 
Mas Bolsonaro terminou o primeiro turno 
com 46% dos votos. Diferença enorme de 
Geraldo Alckmin (PSDB), que começou as 
eleições com quase metade do total de tempo de 
TV reservado a todos os candidatos e uma 
votação de 4,76% no primeiro turno. 
 
3.4 O que explica esse fenômeno? 
 
Não significa, diz Cruz, da InternetLab, 
que o WhatsApp tenha substituído sozinho a TV. 
"A TV deixou de ter um papel 
preponderante, mas foi substituída por vários 
coadjuvantes." Para ele, é preciso levar em 
consideração o "intricado hábito de consumo de 
informação no Brasil", onde nenhuma rede é 
unanimidade. 
Ele observa que os debates de TV e 
entrevistas no Jornal Nacional, da Globo, por 
exemplo, tiveram picos enormes de engajamento 
nas redes sociais e "repercutiram de forma 
dilatada no tempo porque os vídeos de 
candidatos foram repercutidos no Facebook, no 
YouTube e no WhatsApp". 
De qualquer forma, segundo pesquisa 
Datafolha, o WhatsApp era a rede mais utilizada 
pelos eleitores - 65% declararam ter conta. E 
quase metade diz acreditar nas informações 
compartilhadas pelo aplicativo. 
O levantamento foi feito nos dias 24 e 25 
de outubro de 2018, com 9.173 entrevistas 
presenciais em 341 municípios. 
 
3.5 Como a Justiça enfrentou a difusão de 
notícias falsas? 
 
A suposta omissão ou demora do TSE 
(Tribunal Superior Eleitoral) para lidar com o 
problema da proliferação de notícias falsas no 
Brasil foi alvo de críticas durante a campanha, e 
é o terceiro fator para a composição de um 
"ambiente fértil" para o fenômeno no Brasil. 
8
Embora especialistas sejam categóricos 
em dizer que a regulação de plataformas e 
legislação específica sobre notícias falsas 
possam incorrer em censura, os entrevistados 
pela BBC News Brasil concordam que os 
esforços do TSE deixaram a desejar. 
Para investigar casos específicos, os 
TREs têm que ser provocados pelos Ministérios 
Públicos ou partidos políticos. 
Em 28/10, a ministra Rosa Weber, 
presidente do TSE, disse que o tribunal saiu 
como vencedor, e não derrotado, no combate às 
notícias falsas. No primeiro turno, quando boatos 
sobre fraudes nas urnas tomaram o pleito, ela 
havia dito que o TSE ainda estava "entendendo o 
fenômeno" das notícias falsas, que não seriam 
"de fácil compreensão, de fácil prevenção". 
Para combater o problema, o TSE 
promoveu um seminário internacional sobre o 
tema, criou acordos com partidos e 
especialistas em marketing político e criou um 
conselho consultivo no ano passado para 
discutir o fenômeno (que se reuniu poucas 
vezes desde sua criação). Mas não foi o 
suficiente. 
No dia do primeiro turno, apenas um 
TRE, o TRE-MG, conseguiu desmentir uma 
notícia falsa relacionada a uma urna. E então, só 
depois do dia do primeiro turno, o TSE chamou 
reuniões com pesquisadores e fez reuniões e 
exigências ao WhatsApp. 
 
Daqui para frente, na opinião da 
advogada Gabriela Rollemberg, a Justiça terá 
que abrir "canal de diálogo mais amplo com 
WhatsApp para criar algum tipo de ferramenta de 
controle, mas sem censura". O diálogo e o 
trabalho em conjunto também deverão ser 
tocados com agências de checagem de notícias. 
"Não é um desafio que a Justiça Eleitoral vai 
resolver sozinha. É um trabalho coletivo e a 
sociedade civil tem papel importante, com a 
colaboração não só das empresas de tecnologia, 
mas também dos estudiosos da matéria e da 
própria imprensa." 
A BBC News Brasil pediu uma entrevista 
com um representante do TSE para falar do 
tema, mas não obteve resposta. 
Para Gresta, do TRE-MG, a atuação do 
tribunal mineiro na resposta imediata à acusação 
de fraude "é exemplar e devemos nos pautar por 
isso para enfrentar o problema". "Mas um tribunal 
não pode se precipitar se não conseguir obter um 
esclarecimento necessário." 
De qualquer forma, diz ela, "se a gente 
não contar com a capacidade crítica das 
pessoas, vai ser um eterno enxugar gelo". 
 
EXERCÍCIOS 
1. As fake news nas eleições “O fenômeno não é 
novo. Muito menos exclusivo do Brasil. Ao 
contrário. As chamadas fake news, ou notícias 
falsas, que inundaram as mídias digitais já 
polarizaram as eleições tanto aqui como nos 
EUA, onde Donald Trump surfou a onda e saiu 
vencedor movido a uma bateria de 
desinformações que favoreceram a sua 
candidatura. 
Considerando o fragmento do artigo de Carlos 
José Marques, avalie estas informações. 
I. A história da imprensa aponta que jornais 
sensacionalistas, por vezes, disseminaram 
notícias falsas ao longo do tempo, como o 
emblemático caso do bebê-diabo, veiculado pelo 
jornal Notícias Populares. 
II. Além do volume de informações, nas redes 
sociais, os layouts dissimulados contribuem para 
o rápido compartilhamento de notícias falsas. 
III. As fake news podem ser pensadas no 
contexto da pós-verdade, eleita a palavra do ano 
pelo dicionário Oxford em 2016. 
IV. As redes sociais têm pouca relevância na 
circulação das fake news no cenário político, 
visto que o meio impresso é o principal 
responsável pela disseminação desse tipo de 
notícia. 
Logo, é plenamente CORRETA a sequência 
apresentada na seguinte alternativa: 
(A) F V F V. 
(B) V V V F. 
(C) F F V V. 
(D) V V V V. 
(E) FFFF 
2. Fake news é um tema que tem sido cada vez 
mais debatido, especialmente no mundo do 
jornalismo. De acordo com o jornal britânico The 
Telegraph, fake news são notícias falsas que 
podem existir por cinco motivos: com o intuito de 
enganar o leitor; como uma tomada acidental de 
partido que leva a uma mentira; com algum 
objetivo escondido do público, motivado por 
interesses; com a propagação acidental de fatos 
enganosos; ou com a intenção de fazer piada e 
gerar humor. [...] Fábio Zanini, editor da seção 
“Poder” da Folha de S.Paulo comenta o porquê 
das fake news terem ganhado importância nos 
9
últimos tempos. “Isso foi exacerbado, na minha 
avaliação, por dois motivos que, na verdade, 
caminham juntos: primeiro, as redes sociais, que 
democratizaram muito a geração deinformação, 
o que é uma coisa positiva até certo ponto; e o 
segundo motivo é uma crescente polarização 
política em todo o mundo”, disse. Com isso, o 
jornalista expressou sua opinião de que as 
notícias falsas são mais facilmente espalhadas 
através do Facebook e Twitter, por exemplo, e de 
que os interesses motivados por posições 
políticas podem intensificar a criação de fake 
news, com o objetivo de divulgar informações 
incorretas para convencer mais pessoas a 
adotarem um determinado ponto de vista. [...] 
Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/ Acesso 13 de 
fev 2018 (fragmentado) 
As chamadas “Fake News” são um fenômeno 
que vem ganhando cada vez mais espaço. 
Segundo o texto, essas notícias falsas 
(A) Ajudam no jornalismo do dia a dia, pois 
chamam a atenção para as notícias verdadeiras 
também. 
(B) são criadas apenas por diversão, sem 
nenhum intuito, além de fazer rir quem lê as 
falsas matérias. 
(C) espalham facilmente notícias não reais, mas 
não causam impacto direto na vida em 
sociedade. 
(D) utilizam da democratização das redes 
sociais, assim, propagando informações 
erradas sobre muitos assuntos. 
(E) servem apenas como manobras políticas, 
pois a sociedade está muito polarizada 
atualmente. 
3. O hoax, como é chamado qualquer boato ou 
farsa na internet, pode espalhar vírus entre os 
seus contatos. Falsos sorteios de celulares ou 
frases que Clarice Lispector nunca disse são 
exemplos de hoax. Trata-se de boatos recebidos 
por e-mail ou compartilhados em redes sociais. 
Em geral, são mensagens dramáticas ou 
alarmantes que acompanham imagens 
chocantes, falam de crianças doentes ou avisam 
sobre falsos vírus. O objetivo de quem cria esse 
tipo de mensagem pode ser apenas se divertir 
com a brincadeira (de mau gosto), prejudicar a 
imagem de uma empresa ou espalhar uma 
ideologia política. Se o hoax for do tipo phishing 
(derivado de fishing, pescaria, em inglês) o 
problema pode ser mais grave: o usuário que 
clicar pode ter seus dados pessoais ou bancários 
roubados por golpistas. Por isso é tão importante 
ficar atento. 
VIMERCATE, N. Disponível em: www.techtudo.com.br. Acesso em: 
1 maio 2013 (adaptado). 
Ao discorrer sobre os hoaxes, o texto sugere ao 
leitor, como estratégia para evitar essa ameaça, 
(A) recusar convites de jogos e brincadeiras feitos 
pela internet. 
(B) analisar a linguagem utilizada nas 
mensagens recebidas. 
(C) classificar os contatos presentes em suas 
redes sociais. 
(D) utilizar programas que identifiquem falsos 
vírus. 
(E) desprezar mensagens que causem comoção. 
4. O termo fake news não é um fenômeno novo, 
mas foi revigorado a partir do (da) 
(A) aumento do custo na produção e 
disseminação de conteúdos em mídias digitais. 
(B) criação de algoritmos que enfraquecem as 
bolhas de compartilhamento de opiniões iguais 
nas redes digitais. 
(C) restrição imposta aos jornalistas como única 
fonte para divulgação de informações confiáveis. 
(D) surgimento de agências de checagem 
baseadas unicamente na análise dos algoritmos. 
E) explosão da quantidade de informações 
geradas ou compartilhadas nas redes sociais 
digitais. 
 
 
 
10
IV. VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL: TEMAS E PROBLEMAS 
 
TEXTO I 
 
A violência urbana é caracterizada pela 
desobediência à lei, desrespeito aos bens 
públicos e atentado à vida no âmbito das 
cidades. Esse tipo de violência resulta de um 
cenário constituído pela densidade demográfica, 
desemprego ou oferta de emprego de baixa 
qualidade, a segregação, ausência de políticas 
para oferta definitiva de bens e serviços, 
infraestrutura precária e exclusão 
socioeconômica. 
Embora pareça maior nos dias de hoje, a 
violência urbana não é um fenômeno novo e 
sempre esteve ligada à oferta insuficiente da 
garantia de direitos e cumprimento de deveres de 
maneira igualitária. 
 
CAUSAS 
 
Há uma confusão ideológica que 
destaca a pobreza como a causa principal da 
violência urbana. Se isso fosse correto, os 
grandes centros do País, como o Rio de Janeiro, 
São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, teriam 
índices menores de violência na comparação 
como os estados mais pobres do Nordeste. 
Combinados com a infraestrutura deficitária do 
equipamento público, os elevados índices de 
violência refletem o descumprimento da garantia 
de direitos. 
Outro fato que contribui para os altos 
índices de violência está na impessoalidade dos 
moradores da cidade, na comparação com os 
habitantes das áreas rurais, fazendo com que a 
violência tenha impactos sobre indivíduos, 
famílias, comunidades inteiras e a sociedade. 
 
VIOLÊNCIA URBANA NO BRASIL 
 
No Brasil, as sucessivas crises 
econômicas, as acentuadas diferenças de classe 
e a falta de investimento em mobilidade 
adequada, empregos de qualidade, saúde, 
educação e previdência estão entre os fatores 
que resultam nos elevados índices de violência 
nas cidades. 
Herdeira de um modelo autoritário e 
colonialista, a sociedade brasileira assistiu a 
muitos fracassos governamentais que resultaram 
na pressão sobre as áreas urbanas. A ausência 
de políticas habitacionais e econômicas a permitir 
melhores condições de acesso a bens públicos 
impulsiona o problema. 
Após os anos 2000, as instituições que 
atuam com o acompanhamento da violência 
urbana observaram o crescimento da 
delinquência - principalmente com crimes contra 
o patrimônio - roubos, extorsão mediante 
sequestro, homicídios dolosos (quando o 
causador tinha a intenção de matar), tráfico de 
drogas e aperfeiçoamento do crime organizado. 
 
Disponível em: 
https://www.todamateria.com.br/violencia-urbana/ 
Acessado em 21 de Março de 2018 
 
 
TEXTO II 
 
 
Disponível em: 
https://sociologialegal.files.wordpress.com/2012/05/82.jpg 
Acessado em 16 de Março de 2018 
 
 
 
 
 
 
TEXTO III 
 
ÍNDICES DE VIOLÊNCIA NO BRASIL 
 
11
A violência no Brasil é um fenômeno 
comportamental de agressividade complexo que 
envolve as bases históricas do País e que atinge 
todas as camadas da sociedade. 
O Brasil ocupa a 10ª posição no 
ranking dos cem países que mais matam por 
armas de fogo, conforme dados da OMS 
(Organização Mundial de Saúde) divulgados em 
2014. 
A posse de armas de fogo é fator 
determinante para a ocorrência da maior parte da 
violência registrada no País. De acordo com a 
OMS, 123 pessoas morrem vítimas de homicídios 
por armas de fogo todos os dias no Brasil. São 
cinco mortes por hora e, somente em 2014, foram 
registradas 44.861 vítimas. 
Os dados foram divulgados e discutidos 
no primeiro semestre de 2016 pela FLACSO 
(Faculdade Latino-Americana de Ciências 
Sociais), que elabora o estudo denominado Mapa 
da Violência. O estudo específico sobre as 
mortes violentas causadas pelo uso de arma de 
fogo apontou que o Brasil mata 207 vezes mais 
que Alemanha, Áustria, Dinamarca e Polônia. 
Para a OMS, o Brasil vive uma epidemia 
de violência, que tal como um problema de saúde 
pública, é um obstáculo para o crescimento 
econômico. 
A OMS passou a caracterizar esse tipo 
de violência como uma patologia específica que 
consta no CID (Código Internacional de Doenças) 
por conta da quantidade de vítimas. 
No Mapa da Violência de 2016, a 
FLACSO apontou que a quantidade de vítimas 
por arma de fogo cresceu 592,8% entre 1980 e 
2014. Em 1980 foram registradas 8.710 mortes e, 
dessas, 6.104 foram homicídios. As demais foram 
registradas como suicídios ou acidentes. Já em 
2014, houve 967.851 mortes por armas de fogo. 
Do montante, 830.420 foram homicídios. 
 
DADOS SOBRE A VIOLÊNCIA 
 
O Mapa da Violência no Brasil divulgado 
em 2016 aponta que: 
 
Alagoas é o estado mais violento, com 56,1 
assassinatos por grupo de cem mil habitantes. 
 
Fortaleza é a capital mais violenta, registrando 
81,5 mortes por grupo de cem mil habitantes. 
 
94,4% das vítimas são do sexo masculino. 
 
 
51,6% das vítimas têm entre 20 e 29 anos 
 
 
Os negros são a maioria das vítimas. 
 
 
Há 27,4 mortes para cada grupo de cem mil 
habitantes. 
 
 
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/violencia-no-brasil/Acessado 
em 21 de Março de 2018. 
 
 
EXERCÍCIOS: REFLEXÃO E TEXTO 
 
É inegável que vivemos dias difíceis, a 
violência em toda sua plenitude tem envolvido 
grande parte da sociedade mundial. No Brasil, a 
violência tem feito milhares de vítimas, em alguns 
casos esse ato é praticado pela própria família, 
além de inúmeros outros ocorridos nas ruas. Ao 
observarmos o quadro atual da violência urbana, 
muitas vezes não nos atentamos para os fatores 
que conduziram à tal situação, no entanto 
podemos exemplificar o crescimento urbano 
desordenado. 
Em razão do acelerado processo de 
êxodo rural, as grandes cidades brasileiras 
absorveram um número de pessoas elevado, que 
não foi acompanhado pela infraestrutura urbana 
(emprego, moradia, saúde, educação, 
qualificação, entre outros); fato que desencadeou 
uma série de problemas sociais graves. 
A partir da leitura dos textos motivadores 
e com base nos conhecimentos construídos ao 
longo de sua formação, redija uma CARTA 
ABERTA, sobre o atual cenário brasileiro com 
relação à violência urbana, pensando como 
um cidadão que vê o caos do país. Seu texto é 
destinado ao poder público federal e deve relatar, 
sobretudo, sua posição quanto às medidas 
tomadas para sanar o problema da violência 
urbana. Ao final, você deverá apresentar uma 
proposta de intervenção para o problema em 
questão. Sua redação deve apresentar no 
mínimo 20 linhas de CORPO DE TEXTO. 
 
 
Dica: Como fazer uma CARTA ABERTA? 
 
A Carta aberta é um modelo de carta 
que tem como principal característica 
informar, instruir, alertar, protestar, reivindicar 
ou argumentar sobre determinado assunto. 
Portanto, devemos estar atentos a seguinte 
estrutura: 
12
 
TÍTULO: geralmente é acrescentado um 
título que indica a quem será destinada a 
carta: comunidade, associação, instituição, 
organização, entidade, autoridade 
municipais, estaduais e nacionais etc. 
INTRODUÇÃO: tal qual um texto dissertativo, 
ela apresenta introdução, desenvolvimento e 
conclusão. Na introdução, as principais ideias 
são abordadas pelos destinatários. 
DESENVOLVIMENTO: segundo a proposta 
da carta, nesse momento serão apontados 
os principais argumentos e pontos de vista 
referentes ao assunto abordado. 
CONCLUSÃO: momento de arrematar a 
ideia e sugerir alguma ação dos 
interlocutores, ou possível resolução do 
problema posto em causa. Na conclusão, 
ocorre o fechamento da ideia e busca de 
soluções. 
DESPEDIDA: com despedida cordial e 
assinatura do(s) remetente(s), a carta aberta 
é finalizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13
 NOME:___________________________________________________________________ 
 
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
7. 
8. 
9. 
10. 
11. 
12. 
13. 
14. 
15. 
16. 
17. 
18. 
19. 
20. 
21. 
22. 
23. 
24. 
25. 
26. 
27. 
28. 
29. 
30. 
 
 
 
 
14
V. O AQUECIMENTO 
GLOBAL E AS MUDANÇAS 
CLIMÁTICAS 
 
 
Nos dias atuais, cada vez mais 
ouvimos pessoas falando sobre as mudanças 
climáticas. Não temos mais estações do 
ano demarcadas pelas suas 
características, faz frio no verão, calor no 
inverno, de manhã é frio e à tarde 
esquenta, ou vice-versa. 
Fora estes desequilíbrios climáticos 
há ainda outros eventos naturais que causam 
consequências drásticas, como furacões, 
maremotos, terremotos, tsunamis, entre 
outros, que têm acontecido em locais onde 
não é de costume haver fenômenos deste 
tipo. 
De fato, a Terra está passando por 
uma enorme variação climática e cada vez 
mais se torna evidente que estas variações 
são causadas pelo processo de aumento da 
temperatura média dos oceanos e do ar 
próximo à superfície. Este processo é 
conhecido por Aquecimento Global, que 
ocorre desde meados do século XIX e 
continua acontecendo até hoje. 
 
Causas e consequências 
 
Suas principais causas são as 
crescentes concentrações de gases do 
efeito estufa, que acontece em 
consequência do consumo de combustíveis 
fósseis como o carvão mineral, petróleo e 
gás natural, e também dos desmatamentos e 
queimadas. O Efeito Estufa ocorre com o 
aumento da concentração de alguns gases 
na atmosfera, entre eles pode-se destacar o 
gás carbônico (também chamado dióxido de 
carbono – CO2), o ozônio (O3), o metano 
(CH4) e o óxido nitroso (N2O), assim como o 
vapor d’água. Esses compostos permitem 
a passagem da luz solar e retêm o calor 
na atmosfera. 
Dentre as consequências do 
aquecimento global é possível incluir a 
elevação do nível do mar e mudanças nos 
padrões de precipitação de chuvas, 
resultando em enchentes e secas. Prevê-se 
que o aquecimento será mais intenso no 
Ártico, causando o recuo das geleiras de 
montanha, do permafrost (solo congelado) e 
do gelo marinho. 
Outras consequências prováveis são 
as alterações na frequência e na intensidade 
de fenômenos naturais extremos, além da 
extinção de grande número de espécies e 
alterações na produção de alimentos. 
Outra ocorrência global que já 
acontece e que se prevê continuar no futuro 
é a acidificação oceânica, que é resultado 
do aumento da concentração de dióxido de 
carbono atmosférico. Ao mesmo tempo, as 
concentrações de oxigênio estão diminuindo 
nos oceanos o que poderá causar alterações 
em todos os ecossistemas marítimos, 
impactando bastante na sociedade humana. 
Porém todas estas consequências serão 
diferentes de região para região do nosso 
planeta. 
 
Como combater ou prevenir 
 
 
 
 
15
 
Em busca de alternativas que 
minimizem o aquecimento global, em 1997, 
162 países assinaram um acordo chamado 
Protocolo de Kyoto. Neste acordo as nações 
desenvolvidas comprometem-se a reduzir 
sua emissão de gases que provocam o efeito 
de estufa até 2012 em pelo menos 5% em 
relação aos níveis de 1990. Porém, vários 
países não fizeram nenhum esforço para que 
esta meta fosse atingida. 
Há muitas maneiras de diminuir os 
efeitos do aquecimento global. Todos podem 
fazer a sua parte: 
 
• Gaste menos energia; 
• Verifique se seu carro está com o motor 
regulado, assim ele funcionará com maior 
eficiência e diminuirá a emissão de gases 
nocivos; 
• Caminhe ou ande de bicicleta quando for 
possível; 
• Recicle – o lixo que não é reciclado é 
levado para um aterro e lá gera gases 
como o metano. Além disso, produtos 
reciclados necessitam de menos energia 
para serem produzidos do que produtos 
novos; 
• Plante árvores e outras plantas, pois elas 
consomem o CO2 do ar e liberam 
oxigênio; 
• Não queime o lixo – esta prática libera 
CO2 e hidrocarbonetos para a atmosfera. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
Os exercícios sobre Aquecimento Global 
envolvem a compreensão dos debates 
referentes às mudanças climáticas do 
planeta. 
 
 
 
1. O aquecimento global já começou? 
 
Sim, pois já se observa o aumento de 
temperatura do planeta. Os anos de 1995 a 
2006 ficaram entre os 12 anos mais quentes 
já registrados desde 1850. No século XXI 
(2001-2005), a temperatura aumentou em 
média 0.7ºC em relação a 1850-1899. Este 
aumento de 0.7 graus centígrados que já 
ocorreu pode parecer pouco, mas estão 
sendo observados efeitos importantes 
causados por ele, tais como derretimento de 
geleiras, aumento no nível do mar, alterações 
em alguns ciclos de plantas e animais, entre 
muitos outros. Não só houve o aumento da 
temperatura média global do ar, como 
também dos oceanos – o que tem nos 
últimos anos contribuído para a elevação do 
nível do mar. 
 
(IPAM, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia. 
Disponível em: IPAM.org). 
 
Entre os elementos que possivelmente estão 
relacionados com o aquecimento global, 
podemos EXCETUAR: 
 
(A) Emissão de gases poluentes na 
atmosfera 
(B) Efeito Estufa 
(C) Diminuição das coberturas vegetais 
(D) Inversão térmica 
 
 
2. Uma das medidas internacionais de 
combate ao aquecimento global mais 
divulgadas pela imprensa em todo o mundo 
foi oProtocolo de Kyoto, que teve como 
objetivo principal: 
 
(A) Proliferar ações de aumento da 
vegetação existente no planeta 
(B) Diminuir as emissões de gases 
poluentes na atmosfera. 
(C) Pressionar os países desenvolvidos a 
contribuir menos com a elevação das 
temperaturas. 
(D) Conservar as algas marinhas, 
responsáveis pela disponibilidade do 
oxigênio na atmosfera. 
 
 
3. Ventos alísios frearam aquecimento global, 
apontam cientistas 
 
O forte aumento dos ventos alísios das 
Américas em direção ao oeste do Pacífico, 
na região do Equador, fortaleceu o 
movimento das águas oceânicas, de acordo 
com pesquisa feita por cientistas 
australianos. “Se os ventos sopram com vigor 
particular, a água quente que se acumula 
começa a convergir para o interior do mar”, 
explica Matthew England. 
 
16
“De certa maneira, isto contém na superfície do 
oceano a energia que desprende o gás de efeito 
estufa e o que provocou o hiato (no processo de 
aquecimento climático)”, completou. “Esta pausa no 
aquecimento da temperatura na superfície não 
significa que o aquecimento global parou”, destacou o 
cientista. 
 
(G1 Natureza, 10/02/2014. Disponível em: G1.globo) 
 
Com base nas informações acima 
apresentadas, podemos concluir que o 
Aquecimento Global: 
 
(A) Está relacionado com o aquecimento 
atmosférico. 
(B) Ocorre pela ausência dos ventos 
alísios. 
(C) Integra fenômenos atmosféricos e 
hidrosféricos. 
(D) Não é causado pelo ser humano, 
apenas pela natureza. 
 
 
4. (UNIOESTE – com adaptações) 
 
Nos últimos anos, um dos temas ambientais 
de maior destaque está no debate sobre o 
aquecimento do planeta Terra e nas 
mudanças climáticas globais. Analise as 
afirmativas abaixo e assinale a alternativa 
INCORRETA. 
 
(A) Além dos fatores internos ao planeta, 
com destaque para as consequências 
das ações humanas, fatores externos, 
como as explosões solares, 
influenciam no aumento da 
temperatura da Terra. 
(B) Existem pesquisadores que discordam 
da teoria de que estamos vivendo 
uma mudança climática em virtude da 
ação antrópica, pois consideram que 
houve outros períodos de 
aquecimento e de resfriamento do 
planeta antes da existência do homem 
e de sua interferência na Terra. 
(C) Além das florestas, os oceanos são 
fundamentais na regulação do clima 
no planeta, pois as plantas aquáticas 
são responsáveis pela absorção de 
CO2 da atmosfera. No entanto, a 
degradação ambiental de origem 
antrópica nos oceanos vem sendo 
intensa, reduzindo a vida marinha. 
(D) Os relatórios do IPCC, composto 
por um grupo de pesquisadores 
que vem analisando o impacto das 
ações antrópicas sobre o clima, 
constituem-se na principal fonte de 
informações sobre o aquecimento 
global. O IPCC trabalha com 
projeções de cenários futuros e tais 
projeções vêm sendo consideradas 
exatas e acertadas por toda a 
comunidade científica. 
 
5. (PUC-PR) Segundo o cientista da NASA 
James Hansen, a temperatura da Terra 
alcançou, nos últimos 30 anos, uma rápida 
ascensão de cerca de 0,2 graus Celsius, 
fenômeno este que jamais havia ocorrido 
dede que acabou a era glacial, há 12 mil 
anos. Tal aquecimento se explica, conforme 
o cientista, pelo aumento de emissão de 
gases estufa. 
 
São consequências do fenômeno de 
aquecimento global: 
 
I - Devastação das florestas e savanas. 
II - Redução do volume das geleiras alpinas e 
das calotas glaciais. 
III - Maior possibilidade de formações de 
tempestades e ciclones, tanto no Atlântico 
Norte como no Atlântico Sul. 
IV - Redução da acidez das chuvas. 
V - Transgressão marinha sobre parte das 
faixas costeiras. 
VI - Rebaixamento do nível dos oceanos e 
consequente expansão das áreas litorâneas. 
VII - Aumento do risco de degradação dos 
ecossistemas coralíneos. 
 
A resposta que apresenta apenas as 
consequências do fenômeno é: 
 
(A) II, III, V e VII, apenas. 
(B) I, II, III, IV, VI e VII. 
(C) I, III, IV, e VI, apenas. 
(D) II, IV, VI e VII, apenas. 
(E) II, III e VI, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
 
VI. CONSUMO ENERGÉTICO E 
PRODUÇÃO DE COMBUSTÍVEIS 
ALTERNATIVOS. 
 
 
 
O petróleo deve continuar sendo a maior 
fonte de energia do planeta durante décadas 
porque alimenta principalmente os setores de 
química e transportes, em forte crescimento, 
e para os quais os substitutos existentes 
ainda são raros e caros. 
 
 
A demanda de petróleo deve aumentar 
37% até 2030, segundo a Agência Internacional 
de Energia (AIE). 
Mas, desde os choques do petróleo dos 
anos 70, a produção de eletricidade e energia 
industrial desviou-se quase totalmente do 
petróleo, em detrimento do nuclear, do carvão, do 
gás natural e das energias renováveis. 
Portanto, os transportes, a indústria 
química e, em menor medida, a calefação são os 
principais responsáveis pelo aumento do 
consumo de petróleo. "Setores em que a 
substituição não é fácil", comentou Lawrence 
Eagles, analista da AIE. 
 
 
 
Com relação ao aquecedor 
(calefação), o gás natural é um possível 
substituto, já o carvão, uma alternativa 
menos viável. A demanda de gás deve, 
portanto, aumentar bastante: a AIE prevê um 
aumento de 2,1% por ano até 2030 contra 
apenas 1,3% para o petróleo. 
Mas o gás é mais difícil de transportar e 
estocar do que o petróleo, e impõe problemas de 
dependência energética, sobretudo com relação 
à Rússia, primeiro exportador mundial. 
No setor dos transportes, o petróleo é 
amplamente dominante, com uma parte do 
mercado de 94%, contra 1% para os 
biocombustíveis, e 5% para a eletricidade e o 
carvão. 
Ao mesmo tempo, a busca pelos 
biocombustíveis está caindo. Produtos à base de 
beterraba, oleaginosas, cereais ou açúcar, são 
muito caros e amplamente subvencionados. 
A eficácia ambiental destes combustíveis 
alternativos vem sendo cada vez mais contestada 
porque sua produção consome muita energia. 
Sem falar da disparada dos preços dos insumos 
agrícolas e dos alimentos que estas práticas vêm 
provocando há meses. 
Outra alternativa: as baterias a 
combustível, mas elas são também muito caras e 
demandam uma adaptação radical dos veículos. 
A longo prazo, o carro elétrico é uma 
opção, mas precisaria de um forte aumento da 
produção de eletricidade. 
 
"O petróleo não tem um verdadeiro concorrente 
no âmbito dos transportes, mas isso não quer 
dizer que não há alternativa: podemos pegar 
trem, ônibus e qualquer tipo de transporte 
coletivo. Podemos também viajar menos", 
comentou Leo Drollas, diretor adjunto do Centro 
de Estudos de Energia Global (CGES, Centre for 
Global Energy Studies). 
 
Na química, outro setor em forte 
expansão no mundo, também não existe muitos 
substitutos a médio prazo, reconheceu Daniel 
Marini, da União das indústrias químicas. 
Segundo ele, algumas alternativas 
(carvão, gás natural, química verde à base de 
matérias orgânicas) não são ainda bastante 
econômicas para viabilizar uma verdadeira 
substituição, mesmo se os países ricos em 
carbono como a China desenvolverem a 
carboquímica. 
No acordo de Grenelle sobre o meio 
ambiente, as indústrias químicas se 
comprometem a aumentar seus abastecimentos 
em matérias renováveis de 7% para 15% nos 
próximos dez anos: uma meta "ambiciosa 
demais" na visão de Drollas. 
 
18
 
 
 
 
 
 
 
Você conhece os combustíveis 
alternativos? 
 
Não apenas por questões 
ambientais, mas por se tratarem de 
alternativas economicamente mais 
interessantes para o futuro do planeta, os 
veículos estão cada vez mais adaptados às 
novas fontes de energia. 
 
 
 
Os chamados combustíveis 
alternativos são usados na substituição dos 
combustíveis fósseis (carvão, petróleo 
propano e gás natural). Eles conseguem 
reduzir os impactos ambientais causados 
pelos efeitos das emissões de gases dos 
veículos convencionais na atmosfera. 
Conheça os principais combustíveis 
alternativos disponíveis: 
O Biodiesel é um 
combustível obtido a partir 
de óleos vegetais 
principalmente de girassol e 
de colza. É errado afirmar 
que ele é igual ao óleo 
vegetal, pois o Biodiesel é formado atravésda retirada da glicerina do óleo vegetal. 
Atualmente, no Brasil, embora seja difícil de 
encontrar, há biodiesel sendo vendido nos 
postos na forma de B2, 2% de biodiesel e 
98% de Diesel. Qualquer veículo com motor 
Diesel pode usar o biodiesel.  
19
A eletricidade e sua 
funcionalidade no motor 
elétrico foi o responsável por 
dar movimento aos primeiros 
automóveis do século XIX e 
será um dos principais 
responsáveis pelo deslocamento dos carros 
no futuro. A eletricidade não vingou no 
passado por causa das pesadas e pouco 
duráveis baterias. Hoje, elas são feitas de 
lithium-ion, carregam depressa, duram mais 
e não deixam os carros elétricos na mão. 
Os carros com motores híbridos 
combinam os combustíveis fósseis com um 
(ou com mais de um) 
propulsor elétrico. As duas 
fontes podem atuar 
simultaneamente ou a 
gasolina pode funcionar 
apenas como gerador de 
energia para as baterias.  
O Etanol é um combustível 
alternativo em grande expansão. Ele é um 
tipo de álcool feito a partir de plantas, no 
Brasil é produzido através da cana de 
açúcar. De acordo com a IEA (Agência 
Internacional de Energia), o uso do etanol 
produzido através da cana reduz em média 
89% a emissão de gases responsáveis pelo 
efeito estufa.  
O Gás Natural é 
uma mistura de gases como 
o Metano – CH4 (83 a 
99%). Ele é um combustível 
fóssil, porém é o menos 
poluente de todos. O gás 
natural possui vantagens 
económicas, ambientais, de segurança e de 
abundância de recursos.  
O conceito da 
energia solar para carros 
já provou que funciona. No 
ano passado, a Ford 
desenvolveu painéis 
solares instalados no teto 
do veículo, elas acumulam energia suficiente 
através de um concentrador que alimenta a 
bateria do veículo.  
A energia nuclear, 
se utilizada com 
segurança, poderá ser um 
ótimo combustível 
alternativo. O veículo 
raramente precisaria ser 
reabastecido, talvez uma 
vez a cada três ou cinco anos. Apesar disso, 
além das questões ambientes, há a 
preocupação com a segurança, uma vez que 
a energia nuclear também tem finalidades 
bélicas.  
O Hidrogênio é 
praticamente inesgotável. 
Ele pode ser usado de 
duas maneiras: em 
motores de combustão 
interna ou convertendo 
em célula de combustível, 
funcionando como uma 
espécie de bateria movida a hidrogênio. 
Apesar disso, ainda há dificuldades na 
utilização dos motores a hidrogênio em larga 
escala. Embora abundante, o hidrogênio é 
difícil de ser isolado e é um material perigoso 
de se manusear.  
Assim como 
o hidrogênio, o 
nitrogênio é um 
elemento quase 
inesgotável, mas 
ainda não existem 
postos de 
abastecimento suficientes para a 
popularização desse tipo de veículo. O motor 
dos carros movidos a nitrogênio é bem 
semelhante aos de ar comprimido. Nele, o 
nitrogénio é aquecido, e consequentemente 
expandido, ao chegar no motor.  
Além de não 
poluir, o ar sob pressão 
tem até o poder de 
purificar o meio ambiente. 
Os carros de ar 
comprimido já existentes 
não se movem apenas 
com o ar, eles possuem motores elétricos 
que comprimem esse ar. Por isso, eles 
também precisam ser carregados, assim 
como os veículos elétricos, mas a carga 
demora um tempo bem mais curto.  
A energia 
proveniente do café 
ficou conhecida no Brasil 
nos anos 40 durante a 
Segunda Guerra Mundial, 
quando houve a falta de 
gasolina. Conhecida 
como Gasogênio, o uso 
dos geradores de gás de síntese gera gases 
semelhantes ao hidrogênio. Além do café, 
20
outros resíduos orgânicos também podem 
gerar energia capaz de movimentar veículos. 
Apesar de ainda não serem ainda tão 
populares e viáveis economicamente, a cada 
dia os combustíveis alternativos vêm se 
tornando uma realidade. Novas fontes de 
energia também estão sendo descobertas 
pelos cientistas. 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
Os exercícios sobre fontes de energia 
abordam todos os elementos e recursos 
utilizados para propiciar a realização das 
atividades humanas. 
 
 
1. Apesar de um relativo declínio nas últimas 
décadas, esse recurso natural continua sendo a 
mais importante fonte de energia da atualidade. 
Trata-se de uma fonte não renovável e que atua 
na produção de eletricidade, combustíveis e na 
constituição de matérias-primas para inúmeros 
produtos, como a borracha sintética e o plástico. 
 
A descrição acima refere-se: 
 
(A) ao gás natural 
(B) ao xisto betuminoso 
(C) à água 
(D) ao petróleo 
(E) ao carvão mineral 
 
 
2. Enumere a segunda coluna a partir da 
primeira, classificando corretamente as diferentes 
fontes de energia existentes. 
 
Coluna 01 
 
(1) Fontes renováveis 
(2) Fontes não renováveis 
_________________________________ 
 
Coluna 02 
 
( ) Energia do Carvão 
( ) Energia Eólica 
( ) Energia Solar 
( ) Energia do Petróleo 
( ) Energia Geotérmica 
( ) Energia Atômica 
( ) Energia das Ondas das Marés 
Assinale a alternativa com a sequência correta: 
 
(A) 2,1,1,2,1,2,1. 
(B) 1,1,1,2,1,2,1. 
(C) 1,3,1,2,1,2,1. 
(D) 1,2,1,2,1,2,1. 
(E) 1,2,2,2,1,2,1. 
 
3. O Brasil é um dos países que apresentam os 
maiores potenciais hidrelétricos do mundo, o que 
justifica, em partes, o fato de esse tipo de energia 
ser bastante utilizado no país. As usinas 
hidrelétricas são bastante elogiadas por serem 
consideradas ambientalmente mais corretas do 
que outras alternativas de produção de energia, 
mas vale lembrar que não existem formas 100% 
limpas de realizar esse processo. 
 
Assinale a alternativa que indica, 
respectivamente, uma vantagem e uma 
desvantagem das hidroelétricas. 
 
(A) não emitem poluentes na atmosfera; 
porém não são muito eficientes. 
(B) são ambientalmente corretas; porém 
interferem diretamente no efeito estufa. 
(C) a produção pode ser controlada; porém 
os custos são muito elevados. 
(D) ocupam pequenas áreas; porém 
interferem no curso dos rios. 
(E) a construção é rápida; porém duram 
pouco tempo. 
 
4. (CESPE/UnB) 
 
A produção de combustíveis oriundos da 
biomassa faz parte das políticas de governo de 
vários países, entre os quais se inclui o Brasil. A 
respeito desse tema, julgue (C, para certo ou E, 
para errado) os itens subsequentes. 
 
1. O aumento da produção de etanol no Brasil 
tem reduzido a concentração da posse de terras 
e incentivado a diversificação agrícola. 
 
(C) (E) 
 
2. No setor de transportes, o uso de 
biocombustíveis tem sido considerado uma 
solução para a redução de gases de efeito 
estufa, o que atende aos propósitos do Protocolo 
de Quioto. 
 
(C) (E) 
 
3. Atualmente, a agroindústria açucareira, tal 
como ocorreu no período colonial, fornece 
matéria-prima energética e promove a 
interiorização da população brasileira. 
 
(C) (E) 
 
21
 
VII. CONFLITOS 
GEOPOLÍTICOS ATUAIS 
 
 
A expectativa de um mundo pacífico após 
o término da Guerra Fria (1947 – 1991) se viu 
frustrada. As novas complexidades geraram 
multipolaridades econômicas e novos centros 
de poder no mundo. 
 
 
 
Embora ainda ocorram, as guerras 
interestatais já não são o tipo de confronto 
armado predominante atualmente no mundo. Por 
sua vez, proliferaram-se os conflitos internos, 
como guerras civis violentas de cunho étnico, 
religioso ou político, bem como atos e 
atentados de grupos ligados ao terrorismo. 
Além de não trazer a paz, o final da 
Guerra Fria também não resultou em 
desarmamento. Ao contrário, diversos países da 
antiga órbita soviética passaram a atuar mais 
intensamente no comércio mundial de armas. 
Neste quadro, reforçou-se a posição relativa dos 
Estados Unidos, eventualmente posta em 
questão pela Rússia — ambos ainda detêm 
gigantescos arsenais nucleares e convencionais. 
São também os dois maiores vendedores de 
armas do planeta. 
A pesquisa e o desenvolvimento no setor 
bélico levaram à sofisticação dos armamentos e 
equipamentos, agora associados aos notáveis 
progressos da informática e das 
telecomunicações — colocadas a serviço tanto 
dos exércitos e dos Estados maiores como de 
grupos extremistas diversos. 
 
Uma Geografia do terror 
 
Os atentados e outras ações violentas deorganizações do terror são cada vez mais 
comuns no mundo atual. Um marco nesse tipo de 
ação foi o atentado às Torres Gêmeas em Nova 
York (EUA), em setembro de 2001. 
 
 
 
 
Naquela oportunidade, aviões de 
passageiros foram dominados e lançados contra 
os prédios. No mesmo dia e no mesmo país, 
instalações da inteligência militar do Pentágono, 
em Washington, também foram atacadas. 
Ambas as ações foram reivindicadas pela 
Al-Qaeda, organização comandada à época por 
Osama Bin Laden — um saudita wahabita (seita 
que pretende purificar o Islã, retornando às raízes 
da religião). Bin Laden lutou contra a invasão do 
Afeganistão por tropas soviéticas, lado a lado 
com soldados locais e dos Estados Unidos. 
O atentado às Torres Gêmeas deixou um 
saldo de quase três mil mortos, quase todos 
civis, e desencadeou uma ofensiva dos Estados 
Unidos, então governado por George W. Bush, 
com bombardeios a supostas bases terroristas no 
Afeganistão e no Iraque. 
Outro grupo é o Boko Haram, atuante no 
noroeste da Nigéria, no continente africano. Seu 
nome significa “a educação não islâmica é 
pecaminosa” na língua hausa, falada naquela 
região. Declarando ser um braço da Al-Qaeda na 
África Ocidental, teve como ação mais notória o 
sequestro, em 2014, de aproximadamente 200 
adolescentes que, segundo o grupo, recebiam 
educação “ocidental”. 
Os atentados são constantes em embates 
e conflitos internos, como os ocorridos no 
22
Paquistão e no Iraque, em conflitos no Cáucaso 
ou no embate histórico entre israelenses e 
palestinos. Parte desses atentados é resultado 
da ação de jihadistas (originário da expressão 
jihad, que significa guerra santa aos inimigos do 
Islã), que são extremistas islâmicos que atacam 
alvos diversos tanto em cidades do Ocidente 
como no Oriente Médio e no subcontinente 
indiano. 
Assim como no ataque às Torres Gêmeas 
em 2001, outras ações de grupos do terror se 
voltam contra valores e ícones ocidentais, como 
sedes de jornais, estações de metrô e 
estabelecimentos comerciais, e até mesmo 
contra símbolos de civilizações da Antiguidade, 
como a destruição de estátuas assírias no Iraque 
promovida por membros do Estado Islâmico 
(EI), em 2015. 
 
 
 
 
Entre as ações de grande violência ou 
elevado número de mortos e feridos estão as 
ocorridas em uma estação de trem de Madri 
(Espanha), em 2004, e os ataques simultâneos a 
casas de shows, restaurante e estádio de futebol, 
em Paris, em novembro de 2015. 
As ações desses grupos têm sido 
fortemente condenadas por religiosos e 
lideranças islamitas, que contrapõem à violência 
dos atentados a mensagem de paz contida nos 
livros sagrados da religião muçulmana. Portanto, 
embora muitos queiram disseminar essa imagem, 
não há relação direta entre islamismo e 
terrorismo. 
Um dado importante a considerar é que 
os grupos do terror possuem estratégias 
espaciais que tornam mais difícil o combate às 
suas ações. Em geral, utilizam frações de 
diversos territórios para treinamentos militares ou 
para alocar militantes sem vínculos com governos 
ou lideranças políticas. 
Valem-se das telecomunicações 
modernas, típicas da globalização, para recrutar 
adeptos ou planejar e organizar ações. Desse 
modo, formam-se grupos pequenos e ágeis, que 
atuam em redes geográficas — combatidos por 
forças militares de base territorial. E, não raro, 
com respostas inócuas. 
 
Conflitos no Oriente Médio 
 
O Oriente Médio, região da Ásia que 
envolve a península Arábica, o Golfo Pérsico e 
territórios da orla do Mediterrâneo e da Ásia 
Central, é um berço de culturas milenares e das 
três grandes religiões monoteístas (cristianismo, 
islamismo e judaísmo). Já foi palco de inúmeras 
conquistas territoriais e domínio de impérios e 
califados. 
 
 
As disputas pelas grandes reservas de 
petróleo e dissenções culturais e religiosas 
(sobretudo as que opõem xiitas e sunitas) 
tornam a região uma das mais conturbadas do 
mundo recente, com diferentes conflitos, 
atentados, êxodos de refugiados e perdas de 
vidas humanas. 
 
 
A presença de tropas, bases militares e a 
ajuda financeira de potências ocidentais e da 
Rússia reforçam a importância estratégica do 
Oriente Médio. 
 
A Guerra na Síria e o Estado Islâmico 
 
O surgimento do grupo Estado Islâmico 
(EI) está associado tanto às divisões entre xiitas 
e sunitas como a recentes episódios no mundo 
árabe-muçulmano. 
Em 2010, um vendedor de frutas na 
Tunísia ateou fogo ao próprio corpo para 
protestar contra extorsão praticada por policiais. 
Foi o estopim da Primavera Árabe, movimento 
pautado por intensas manifestações e revoltas 
populares que sacudiu o norte da África e o 
Oriente Médio. 
Os manifestantes provocaram a queda de 
mandatários na Tunísia, Egito, Líbia e Iêmen. 
Atingiram também Argélia, Marrocos, Bahrein, 
Omã e a Síria e, com menor intensidade, também 
a Jordânia, Arábia Saudita, Irã, Iraque e Kuwait. 
Na Síria, as revoltas desencadearam uma 
guerra civil a partir de 2011, opondo insurgentes 
e o governo de Bashar-Al-Assad. De acordo com 
a ONU, mais de 400 mil pessoas já foram mortas 
e outros 4,5 milhões imigraram para países 
europeus na condição de refugiados. 
23
Os primeiros formaram-se de um leque de 
facções apoiadas pela Arábia Saudita e Ocidente 
e, numa aliança inusitada, contando com ativistas 
ligados à Al Qaeda. 
O regime de Assad teve o apoio da 
corrente alauíta, de orientação xiita e à qual 
pertence à família do governante, de minorias 
cristãs e de países como Rússia, China e Irã 
(este, de maioria xiita). Divisões religiosas 
ajudam a explicar o fato de sauditas e governo 
sírio estarem em lados opostos. 
A guerra civil síria e as fragilidades do 
Iraque, abalado por guerras, pela presença 
estadunidense e atentados e agressões entre 
sunitas e xiitas formaram o cenário ideal para o 
surgimento do Estado Islâmico. Composto por 
sunitas extremistas de várias origens, milícias e 
ex-combatentes de diferentes nacionalidades, e 
jovens europeus recém convertidos ao islamismo, 
o grupo rapidamente conquistou frações dos 
territórios do Iraque e da Síria. 
Ocuparam cidades importantes, como 
Raqa e Palmira (Síria), e Mossul (Iraque). 
Proclamaram um califado (sucessão, em árabe), 
regime comandado por um califa, chefe da nação 
e alçado a sucessor do profeta Maomé. Neste 
califado moderno do EI, Abu Bakr al-Baghdadi foi 
nomeado “califa de todos os muçulmanos”. 
A certa altura, sobretudo em 2014, o EI 
chegou a incorporar em suas fileiras mais de 20 
mil estrangeiros, oriundos de mais de 50 países. 
Segundo o Alto Comissariado da ONU 
para Refugiados (Acnur), dados de 2015 
registram que 4 milhões de sírios saíram do país 
por causa dos conflitos. Parcelas foram para 
países vizinhos; outros tentaram chegar à 
Europa, em percursos e travessias muito 
arriscados. Outros 7,6 milhões de sírios 
deslocaram-se dentro do país, passando a viver 
em condições precárias. Retornaremos a esse 
ponto mais adiante. 
A partir de 2015, gradativamente o EI 
passa a perder territórios, em especial no Iraque 
— que passou a contar com a ajuda de 
bombardeios aéreos estadunidenses. O mesmo 
se deu com os avanços das tropas sírias, com 
apoio russo. Nas fronteiras ao norte, as perdas 
se deveram a investidas da Turquia, que 
combinou o combate ao EI com ataques a grupos 
da minoria curda. 
Um acordo para o cessar-fogo entre as 
tropas de Bashar al-Assad e os grupos que a ele 
se opõem, imposto por EUA e Rússia em 
setembro de 2016, pode concentrar a partir daí 
esforços para combater o EI na Síria. 
 
 
O conflito entre Palestinos e Israelenses 
 
 
Para compreender a difícil questão palestina, 
é necessário relembrar que a região onde 
atualmente se encontra o Estado de Israel e a 
nação Palestina, na era cristã, encontrava-se 
sob domínio dos romanos, que expulsaram o 
povo judeu que se dispersou por diversos 
países, principalmente europeus. Após a 
ocupação romana, essa região, denominada 
Palestina, foi ocupada por povos de origem 
árabe, queficaram conhecidos como 
palestinos. 
 
 
No final do século XIX, começou a se 
formar o movimento sionista, que tinha como 
principal objetivo a criação de um Estado judeu. 
Após o holocausto, quando nazistas 
exterminaram milhões de judeus, as 
comunidades judaicas passaram a se organizar 
na tentativa de criar um Estado em um território 
que os protegesse. Desta demanda nasceu o 
Estado judaico de Israel, que seria a colônia 
britânica no Oriente Médio, chamada de 
Palestina. 
Surgiu, então, a Organização das 
Nações Unidas (ONU) — criada em 1945, após 
a Segunda Guerra Mundial —, a qual encerrou o 
mandato britânico na região e propôs, em 1947, 
um plano de partilha da região em dois Estados: 
um para o povo judeu e outro para o palestino. 
Em 14 de maio de 1948, criou-se o Estado de 
Israel. 
O plano de partilha não foi aceito pelos 
países árabes da região, que reagiram 
imediatamente, provocando o início da primeira 
das inúmeras guerras que viriam. Era a primeira 
guerra árabe-israelense ou Guerra da 
Independência, de 1948 a 1949, que terminou 
com a vitória das forças israelenses, provocando 
um grande número de refugiados palestinos que 
se abrigaram nos países árabes da região, 
despertando uma unidade em torno desses 
países contra o Estado de Israel. 
A partir disso, a região da Palestina 
passou a ser o palco de sangrentas guerras e 
inúmeros acordos não cumpridos entre esses 
povos. 
A questão palestina é complexa, pois 
tanto judeus quanto palestinos julgam possuir 
direitos históricos na região. Os judeus tiveram a 
concretização do seu Estado. O mesmo não 
24
aconteceu com os palestinos, que, desde 1948, 
lutam pela criação de um Estado nacional. 
Inúmeros fatores adiam essa conquista, 
entre eles a dificuldade para definir os limites do 
território palestino, uma vez que Israel lhes dá a 
totalidade da Faixa de Gaza, mas não a 
totalidade da Cisjordânia, onde está o Rio 
Jordão, principal fonte de água para os 
israelenses, além da presença de assentamentos 
de colonos judeus. 
Outro caso a considerar é o de 
Jerusalém: na porção oriental habitam os árabes 
e na ocidental, os judeus. A cidade é considerada 
sagrada para muçulmanos, cristãos e judeus, daí 
a dificuldade nas negociações, pois tanto judeus 
quanto palestinos reivindicam Jerusalém como 
sua capital. 
 
O drama dos Refugiados 
 
Dados da ACNUR (Alto Comissariado 
das Nações Unidas para os Refugiados registram 
12,5 milhões de novos refugiados e deslocados 
no mundo apenas em 2015. Desse total, 8,6 
milhões se deslocavam no próprio país. Ao final 
de 2017, a estimativa total de vítimas de 
deslocamento forçado era de 65,6 milhões. 
Não é difícil imaginar a procedência 
desses novos contingentes: 54% eram da Síria 
(4,5 milhões), Afeganistão (2,7 milhões) e 
Somália (1,1 milhão). Muitos deles procuraram se 
abrigar em países e outros buscavam destinos 
que não são difíceis de imaginar: a Europa, 
sobretudo a Alemanha. 
Os novos conflitos no mundo e o 
consequente aumento no número de refugiados 
têm exigido respostas e decisões rápidas, mas é 
possível observar resistências variadas, ao lado 
de xenofobia e intolerâncias diversas — em 
especial nos países ricos (EUA e parte da Europa 
Ocidental). De outro lado, países em 
desenvolvimento são os que mais abrigam 
refugiados; por essa razão, solicitam apoio 
financeiro do mundo rico. 
Entre os que mais abrigaram refugiados 
no período estão países fronteiriços às zonas de 
conflito: Turquia (2,5 milhões de pessoas), 
Paquistão (1,6 milhão), Líbano e Irã (ambos 
receberam cerca de 1 milhão de pessoas). Houve 
também cerca de 2 milhões de pedidos de asilo 
em 2015, em especial a países como Alemanha, 
Estados Unidos, Suécia e Rússia. 
 
Outros conflitos e desafios no mundo atual 
 
O final da Guerra Fria, como vimos até 
aqui, não representou o término de tensões e 
conflitos políticos, disputas territoriais e 
confrontos armados. Com efeito, o novo milênio 
trouxe muitos desafios para a comunidade de 
nações e para organizações multilaterais, como a 
ONU. 
Entre os desafios a enfrentar estão os 
conflitos, hostilidades ou ações armadas em 
países da África, como Mali, Somália, Egito, 
Etiópia, Sudão do Sul e o caso ainda dramático 
da República Democrática do Congo. (Aprenda 
mais em: Conflitos na África). 
Do mesmo modo, resta a questão do 
reconhecimento de Kosovo como nação 
soberana, a resolução de conflitos no Cáucaso 
(guerras civis, separatismos e conflitos étnico-
nacionais na Armênia, Azerbaijão, Geórgia e 
diversas regiões e comunidades autônomas) e 
ações mais decisivas para o controle do terror no 
Afeganistão, Paquistão, Iraque e outros pontos 
do Oriente Médio. 
Separatismos e questões nacionais 
ainda precisam ser dirimidas no Quebec 
(Canadá), Catalunha (Espanha), País Basco 
(Espanha/França), Escócia (Reino Unido) e a 
complexa situação do Tibete (ocupado pela 
China em 1950). 
Merece atenção especial a situação da 
Ucrânia, que enfrenta protestos e tentativas de 
cisão territorial de minorias russas apoiadas pelo 
governo da Federação Russa. 
Os circuitos e redes ilegais também 
demandam ações e políticas decisivas dos 
Estados nacionais e da comunidade 
internacional. Situações dramáticas de violência 
associadas ao tráfico de drogas têm sido 
registradas no México, Afeganistão, Brasil e EUA. 
Esta grande potência também enfrenta o desafio 
de conter a violência social permitida pela posse 
de armas de fogo, que estão na base de mortes e 
assassinatos em série em escolas e outros 
espaços públicos. 
O comércio ilegal de armas e o tráfico de 
seres humanos ainda exigem ações mais 
concatenadas entre países e organizações de 
cooperação regional. Um caso que chama a 
atenção é o tráfico de mulheres do Leste europeu 
para a Europa Ocidental e de países da América 
Latina também para a Europa Ocidental. 
 
25
EXERCÍCIOS 
 
 
Estes exercícios sobre geopolítica abrangem 
alguns dos principais temas da atualidade e 
as questões estratégicas no âmbito do poder 
mundial. 
 
 
1. Como o banco dos Brics altera a 
geopolítica financeira 
 
A instituição criada em julho de 2014 pelas 
nações que integram o grupo de emergentes 
– Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul 
– pretende financiar os primeiros projetos de 
desenvolvimento sustentável em países 
pobres já a partir do ano que vem (…) 
 
O acordo para a criação do banco de 
fomento a investimentos públicos entrou em 
vigor no dia 3 de julho [de 2015]. O banco 
terá sede em Xangai, na China, e será 
presidido durante um primeiro mandato de 
cinco anos pelo indiano K. V. Kamath. O 
capital inicial é de 50 bilhões de dólares, 
somado a um fundo de resgate financeiro – 
Arranjo Contingente de Reservas – no valor 
de 100 bilhões de dólares. Os líderes dos 
Brics definem os detalhes do funcionamento 
da instituição nesta quarta e quinta-feira, 
durante a cúpula (…). 
 
Deutsche Welle, 08 jul. 2015. Acesso em: 14 
ago. 2015 (adaptado). 
 
A posição dos BRICS na geopolítica atual, 
mediante a ação acima exposta, reflete uma 
postura de: 
 
(A) concorrência com os principais centros 
comerciais estrangeiros. 
(B) desalinhamento com a política dos 
países desenvolvidos. 
(C) disputa bélica entre países 
subdesenvolvidos e desenvolvidos. 
(D) liderança sobre as economias 
emergentes e do chamado “segundo 
mundo”. 
(E) subalternidade perante os polos 
dominantes de poder na ordem 
mundial atual. 
 
 
 
 
 
 
2. Observe a charge abaixo e responda ao 
que se pede. 
 
Disponível em: <http://www.duniverso.com.br>. Acesso em: 
14 ago. 2015. 
 
Considerando os acontecimentos recentes e 
o cenário geopolítico global da atualidade, a 
charge faz uma crítica: 
 
(A) ao expansionismo norte-americano no 
Oriente Médio e na Ásia. 
(B) ao papel dos Estados Unidos no 
conflito entre judeus e palestinos. 
(C) ao suposto combate a grupos 
terroristas que se revele em uma 
busca por petróleo. 
(D) à posição da ONU de subserviência e 
inação perante a guerra civil na 
Líbia. 
(E) à atuação

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