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Cultura da Videira 2018 1

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CULTURA DA VIDEIRA 
SISTEMAS DE PRODUÇÃO EM 
FRUTICULTURA 
Prof. Marcelo Barbosa Malgarim 
Pelotas, maio de 2018. 
Fonte: Wine 
Spectator 
Total Impostos 
Alemanha: (16%) 
Espanha: (16 %) 
Argentina: (25%) 
Uruguai: (22%) 
Brasil: (42%) 
Nos Estados 
Unidos da 
América 
Produção (bilhões de litros/ano) Consumo (litros per capita/ano) 
1º França (4,700) 1º Vaticano (70,22) 
2º Itália (4,650) 2º Luxemburgo (54,29) 
3º Espanha (3,800) 3º Ilha Norfolk (48,68) 
4º USA (2,777) 4º França (45,23) 
5º Argentina (1,210) 5º Portugal (42,49) 
6º Austrália (1,171) 6º Itália (42,15) 
7º Chile (0,987) 7º Principado de Andorra (38,65) 
8º Alemanha (0,928) 8º Suíça (38,14) 
9º África do Sul (0,780) 9º Eslovênia (37,34) 
10º Portugal (0,600) 10º Ilhas Cayman (33,53) 
11º Rússia (0,600) 11º Ilhas Turks & Caicos (32,23) 
12º Romênia (0,560) -- --- 
13º China (0,460) 20º Argentina (25,16) 
14º Moldavia (0,397) -- --- 
15º Grécia (0,350) 38º Chile (13,85) 
16º Hungria (0,340) -- --- 
17º Brasil (0,240) 98º Brasil (1,61) 
PRODUÇÃO E CONSUMO DE VINHOS NO MUNDO 
(Fonte: Wine Institute – Abril, 2010) 
 
 
Classif. País (Litros/ano) 
1 República Checa 156,9 
2 Irlanda 131,1 
3 Alemanha 115,8 
4 Austrália 109,9 
5 Áustria 108,3 
6 Reino Unido 99,0 
7 Bélgica 93,0 
8 Dinamarca 89,9 
29 Brasil 55,7 
Consumo per capita de cerveja 
Consumo per capita de 
Cachaça no Brasil 
11 litros 
OIV, 2016 (Dados 2012): 2,1 L de vino per capita 
Exemplos de produtos: 
- Uva “in natura” 
- Suco 
- Vinho branco 
- Vinho tinto 
- Espumante 
- Vinagre 
- Graspa 
- Geléia 
- Óleo de semente de uva (prensagem ou solvente) 
- Ácido tartárico 
- Compostagem (adubação) 
- Alimentação animal 
- Aromas para perfumaria 
- Uva passa 
BOTÂNICA SISTEMÁTICA 
 
Divisão – Magnoliophyta 
 Classe – Magnoliopsida 
 Sub-classe – Rosidae 
 Ordem – Rhamales 
 Família – Vitaceae 
 Gênero – Vitis 
Vitis labrusca (americana) Vitis vinifera (européia) 
PLANTA 
• RAIZ 
– Pivotante e laterais 
 
• CAULE 
– No início casca lisa, depois se destaca em forma de lâminas 
 
• GEMAS 
– São cobertas por escamas protetoras e se encontram na axila 
das folhas 
– Originam ramos foliares e produtivos 
 
• GAVINHAS 
– Estão do lado oposto às folhas 
– Fonte de dreno 
 
PLANTA 
 
• FLORES 
– São reunidas em inflorescências, denominadas 
cachos compostos ou panículas – se inserem no 
ramo por meio do pedúnculo 
– Flor masculina, feminina ou hermafrodita 
 
• FRUTOS 
– Bagas reunidas em cachos 
– Pruína (resistência a perda de umidade, danos no 
manuseio) 
Lenho velho 
Esporão 
Gavinha 
Ramo de 2 anos 
Feminela 
Cacho 
Ramo de um ano 
Broto 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
• LUZ 
– Floração e maturação 
– Forma e tamanho do dossel – determinar a 
quantidade de energia disponível para a fotossíntese 
 
A luz afeta marcantemente a produção e o acúmulo 
de açúcares, e, conseqüentemente, a qualidade, 
com elevada exigência de luminosidade no 
período de crescimento (da floração até a 
maturação). 
 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
• TEMPERATURA 
– A temperatura é importante: 
• faixa de temperatura ótima para crescimento entre 
15 e 30º C. 
• Influencia: fotossíntese; a produtividade e a 
duração do ciclo fenológico (dias entre floração e 
colheita). 
– Regiões de temperatura média mais elevada permitem 
obter produções mais precoces, possibilitando até, caso 
seja possível controlar o fornecimento de água, mais de 
um ciclo por ano. 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
• TEMPERATURA 
 
– Para instalação da dormência: 
• inferior a 20ºC; 
 
– Para quebra de dormência e brotação: 
• 10 e 13ºC; 
 
– Desenvolvimento da baga: 
• ideal em torno de 22ºC; 
 
– Maturação: 
• 27ºC. 
 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
• TEMPERATURA: 
 
 Temperaturas baixas 
(abaixo de 10ºC) no 
período vegetativo 
(primavera) favorecem a 
transformação da 
inflorescência em 
gavinha. 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
NECESSIDADE HÍDRICA 
– As exigências hídricas da 
videira se situam entre 500 
e 1200 mm, dependendo do 
clima e da duração do ciclo. 
CONDIÇÕES CLIMÁTICAS 
 VENTOS 
 
 Deve-se evitar plantar 
em locais expostos a 
ventos fortes, ou caso 
não seja possível, fazer 
uso de quebra-ventos. 
PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA 
• Mergulhia 
 
• Alporquia 
 
• Enxertia 
 
• Estaquia 
– Origem a pé franco 
– Porta-enxerto 
 
PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA 
ENXERTIA 
– Garfagem ou borbulhia 
• Enxertia de inverno – julho a agosto; 
• Enxertia verde – Outubro a dezembro, para suprir 
as falhas da enxertia de inverno. 
ENXERTIA VERDE - Garfagem 
• Feita a 60 a 70 cm do solo 
• Ramos da mesma espessura 
• Parte lignificada. 
• Uso de fita plástica 
• Enrola-se a folha para proteger do calor 
• Nota-se que não pegou 
quando escurece o enxerto 
• Caso não pegue o enxerto, 
realizar novamente logo abaixo 
• Após o pegamento retira-se a 
folha 
• Feita a 20 a 30 cm do solo 
• Ramos da mesma espessura 
de preferência 
ENXERTIA SECA - Garfagem 
• Realizada em 
julho a agosto 
• protege a gema 
com parafina ou 
fita plástica 
ENXERTIA 
Máquinas com corte tipo ômega 
 
Fonte: LOY, F.S., 2009. 
PLANTIO 
• Preparo do terreno: 
– Análise do solo; 
– Correção da acidez; 
– Correção do fósforo; 
– Correção da matéria orgânica. 
DEMANDAS GERAIS 
DA VITICULTURA BRASILEIRA 
Adaptação 
Qualidade 
Produtividade 
Resistência às doenças 
Custo de produção 
DEMANDAS ESPECÍFICAS 
Vinho fino (resistência a viroses) 
Vinho de mesa (tipicidade, açúcar) 
Suco (açúcar, cor, sabor, aroma) 
P. enxerto (resistência à pérola-da-terra) 
Uva de mesa (apirenía, ciclo, resistência) 
PRINCIPAIS VIDEIRAS CULTIVADAS NO BRASIL 
 
 Uvas Finas (Vitis vinifera) 
 
 
 Uvas Americanas e Híbridas 
 (Vitis labrusca, Vitis bourquina, 
 híbridas interespecíficas) 
UVAS PARA CONSUMO IN NATURA 
- Itália 
- Rubi 
- Benitaka 
- Red Globe 
- Festival 
- Brasil 
- Crimson Seedless 
- Thompson Seedless 
Variedades sem sementes 
Centennial Vênus 
BRS CLARA (2003) 
 - Dourada, crocante 
- Fértil: 25 - 30 t/ha 
- Precoce: 95 - 110 dias 
- Cacho: 500 - 600 g 
- Baga (c / AG3): 16 - 17 mm x 21 - 22 mm 
- Sabor: moscatel, 18 - 19 °Brix (SST / ATT > 24) 
- Ótima aceitação no mercado brasileiro 
NOVAS CULTIVARES 
BRS MORENA (2003) 
 - Preta, crocante 
- Fértil: 20 - 25 t/ha 
- Precoce: 95 - 110 dias 
- Cacho: 400 - 500 g 
- Baga (c / AG3): 19 - 20 mm x 22 - 23 mm 
- Sabor: neutro, 18 - 19 °Brix (SST / ATT > 24) 
- Ótima aceitação no mercado brasileiro 
BRS LINDA (2003) 
 -Tom verde, crocante 
- Muito fértil: 30 - 35 t/ha 
- Ciclo: 100 - 115 dias 
- Cacho: 600 - 700 g 
- Baga (c / AG3): 20 - 21 mm x 25 - 26 mm 
- Sabor: neutro, 14 - 15 °Brix (SST / ATT > 25) 
- Ótima pós colheita, bem aceita no mercado 
BRS ISIS (2013) 
 -Cor vermelha 
- 25 t/ha /ciclo 
- Ciclo: 116 - 126 dias 
- Cacho: 375g 
BRS Núbia (2015) BRS Vitória (2015) 
UVAS PARA PROCESSAMENTO 
Isabel 
Bordô 
Concord 
Jacquez 
Niágara Branca 
Seibel 2 
Bordô 
Uva para vinho, suco, 
e mesa 
Alta resistência a 
doenças fúngicas 
Cachos pequenos (150g) 
Média produtividade: 
15 – 20 t / ha 
Niágara Rosada 
Cachos de 200 – 300g, 
compactos 
Média resistência a 
doenças fúngicas 
Alta produtividade: 
mais que 20t/ha 
Uva para vinho e mesa 
Uva aromática 
Outras uvas 
Atributos de qualidade: cor, aroma, sabor 
Cultivares utilizadas: 
MATÉRIA PRIMA PARA SUCO 
Isabel Bordô Concord 
Quantidade de uva necessária para a obtenção de 1 kg de suco 
 concentrado (68 °Brix) segundo a qualidade da matéria prima 
 °Brix Kg de uva/Kg concentrado 
 13 7,478 
 14 6,945 
 156,482 
 16 5,775 
 17 5,720 
 18 5,402 
 19 5,117 
 20 4,862 
 21 4,629 
 22 4,598 
 23 4,227 
 24 4,051 
BRS Rúbea (1999) 
* Adaptação à região sul 
* Intensa cor violácea 
* Qualidade, aroma, sabor 
* 15°Brix 
* Alternativa para Bordô 
* Maturação 10 dias após a Bordô 
CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA 
Concord Clone 30 (2000) 
* Adaptação à região sul 
* Qualidade da Concord original 
* 16ºBrix 
* Maturação 15 dias antecipada 
CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA 
* Maturação 33 dias antecipada 
Isabel Precoce (2002) 
* Ampla adaptação 
* Aroma e sabor da cultivar original 
* 18 °Brix 
* Maturação uniforme 
CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA 
* Maturação tardia 
* Ampla adaptação 
* Cor intensa 
*Aroma, sabor labrusca 
* 18 °Brix 
* Opção tintureira para trópicos 
BRS Cora (2004) 
CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA 
* Maturação precoce 
* Ampla capacidade de adaptação 
* Cor intensa 
* 20 °Brix 
* Acidez baixa 
BRS Violeta (2006) 
* Rica em antioxidantes 
CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA 
BRS Magna (2015) 
Uva para suco 
FIGURA 1 - PERÍODO DE COLHEITA DE UVAS PARA SUCO NA SERRA GAÚCHA 
 CONSIDERANDO ALTITUDE VARIANDO DE 200m A 900m 
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO 
° Brix 18 
 Ac. Total 60 meq/L 
° Brix 19 
 Ac. Total 90 meq/L 
° Brix 15 
 Ac. Total 65 meq/L 
° Brix 16 
 Ac. Total 60 meq/L 
° Brix 20 
 Ac. Total 52 meq/L 
° Brix 15 
 Ac. Total 70 meq/L 
° Brix 18 
 Ac. Total 60 meq/L 
° Brix 16 
 Ac. Total 70 meq/L 
15 dias 45 dias 
NOVAS CULTIVARES 
Dona Zilá (1994) 
* Uva comum de mesa 
* Maturação tardia 
* Região Sul 
* Zonas de altitude 
NOVAS CULTIVARES 
Tardia de Caxias (1994) 
* Uva comum de mesa 
* Maturação tardia 
* Região Sul 
* Zonas de altitude 
Variedades de uvas para suco 
BRS Carmem 
UVAS PARA VINHO 
Variedades para vinhos comuns 
Niágara Branca 
NOVAS CULTIVARES 
Moscato Embrapa (1997) 
* Uva para vinho de mesa 
* Alta produção 
* Qualidade, aroma, sabor 
* 19 °Brix 
* RS, SC, MS, MT, PE 
NOVAS CULTIVARES 
BRS Lorena (2001) 
* Uva para vinho espumante 
* Ampla adaptação 
* Moscatel característico 
* Elevado ºBrix 
* Resistente às doenças 
Variedades para vinho finos 
Cabernet Sauvignon 
Variedades para vinho finos 
Cabernet Franc 
Variedades para vinho finos 
Merlot 
Variedades para vinho finos 
Syrah 
Variedades para vinho finos 
Chardonnay 
Variedades para vinho finos 
Moscatel Branco 
NOVAS CULTIVARES 
* Resistência a míldio e podridões 
* Alta fertilidade (25 - 30 t/ha) 
* 20° - 22° Brix 
* Acidez equilibrada (90 mEq/l) 
* Vigor moderado (fácil manejo) 
* Vinho tipo vinífera 
BRS Margot (2007) 
* Usos: Varietal Margot 
 corte com vinhos labrusca 
Uvas finas x uvas rústicas 
Mesa 
Uvas Finas 
* Vitis vinifera 
* Bagas e cachos grandes 
* Bagas crocantes ou carnosas (mastigar) 
* Mais sensíveis às doenças 
Ex.: Itália, Rubi, Benitaka, Brasil, Red Globe, Centennial, ... 
Uvas Rústicas, Comuns, Americanas 
* Vitis labrusca ou híbridas 
* Bagas e cachos menores 
* Bagas com polpa mucilaginosa (chupar) 
* Menos sensíveis às doenças 
Ex.: Niágara Branca, Niágara Rosada, Isabel, ... 
Uvas finas x uvas rústicas 
Vinhos 
Vinho Fino 
* Vitis vinifera 
* Vinhos finos, vinhos varietais 
* Mais sensíveis às doenças 
Ex.: Cabernet, Merlot, Chardonnay, ... 
Vinho comum 
* Vitis labrusca ou híbridas 
* Vinho comum, vinho de mesa 
* Menos sensíveis às doenças 
Ex.: Isabel, Bordô, Concord, BRS Lorena, ... 
 
 
PRINCIPAIS PORTA-ENXERTOS PARA O SUL DO BRASIL 
 Vitis rupestris - Rupestris du Lot 
 Vitis riparia - Riparia Gloire de Montpellier 
Vitis riparia x Vitis rupestris - 101-14 Mgt 
 Vitis berlandieri x Vitis riparia - Solferino, Kober 5BB, 
 420 A, 161- 49, Téléki 8B, SO4 
 Vitis berlandieri x Vitis rupestris - 1103 Paulsen 
 Outros: Golia (vinifera x riparia x rupestris) 
 IAC 766 (riparia x rupestris x cordifolia x tiliifolia) 
 043-43 (Euvitis x Muscadinia) 
Porta-Enxerto 
043-43 
Evolução na condução da videira 
Videiras em árvores 
O que é poda? 
Do latim putare: 
• cortar, aparar, desbastar, dar forma, 
pôr limites (plantas, folhas, ramos 
etc...). 
Podar não é simplesmente suprimir, mas 
sim deixar na planta as partes 
convenientes para a frutificação e 
manutenção da estrutura da videira. 
PERÍODO DE CRESCIMENTO 
Vai, aproximadamente, de 
agosto a dezembro. 
Durante esse período faz-
se a capina e a poda 
verde e nela ocorrem o 
brotamento das folhas, a 
floração e a produção e a 
circulação de seiva. 
Lacrima Vitis 
brotação 
floração 
polonização 
frutificação 
PERÍODO DE ELABORAÇÃO 
Extende-se por volta de dezembro a março e nele 
há a formação e o amadurecimento dos frutos e 
queda das folhas. É a fase da colheita, sendo a das 
uvas precoces (dezembro a janeiro) e a das tardias 
(fevereiro a março). 
FATORES A CONSIDERAR NA ESCOLHA 
DO SISTEMA DE PODA 
Cultivar: Em condições similares de clima e solo, as 
diversas cultivares apresentam desenvolvimento 
vegetativo diferenciado. 
Características do solo: Videiras em solos de 
baixa fertilidade são pouco vigorosas (poda curta); 
solos férteis propiciam grande desenvolvimento às 
videiras (poda longa). 
Aspectos sanitários: Para evitar a proliferação de 
doenças nas videiras, deve-se eleger o sistema de 
poda e condução que assegure o máximo de 
circulação de ar e penetração de luz. 
Influência do clima: Em locais sujeitos a geadas 
tardias, a videira deve ser conduzida mais alta. 
Gemas prontas: localiza-se na axila das folhas, 
ligeiramente descentralizada e abaixo da gema 
franca e formam-se cerca de dez dias antes destas. 
Gemas francas ou axilares: formam-se na base das 
gemas prontas, junto à inserção do pecíolo foliar e 
permanecem dormentes durante o ano de formação, 
mas sofrem uma série de transformações. 
Gemas latentes: são pouco desenvolvidas e 
cobertas pela sucessiva formação de tecidos. Quando 
brotam dão origem a ladrões estéreis, que surgem 
quando se realiza uma poda drástica; ocorre danos 
por geadas tardias nas outras gemas. 
Localização e tipos de gemas 
Gemas basilares, da coroa ou casqueiras: são um 
conjunto de gemas não bem diferenciadas que se 
formam na base do ramo, junto à inserção do broto 
do ano com a madeira do ano anterior. Somente 
brotam quando se fizer poda curta, aplicação de 
regulador de crescimento ou ocorrer problemas com 
as gemas francas. Geralmente são férteis nas 
cultivares americanas e inférteis nas viníferas. 
Gemas cegas: é a mais desenvolvida das gemas 
basilares, sendo a primeira gema visível localizada 
logo acima dessas. São férteis nas americanas e em 
algumas viníferas podem produzir um cacho. 
Fonte: Chauvet & Raynier, 1979). 
INSTRUMENTOS DE PODA 
• Tesoura de poda 
 
• Serrote 
 
• Tesourão 
 
• Canivete enxertia 
Época de poda 
 Depende de vários fatores: 
- cultivar 
- tamanho do vinhedo 
- topografia do terreno (riscos de geadas tardias) 
- disponibilidade de mão-de-obra qualificada 
- concorrência com outras atividades 
- umidade do solo e objetivos da produção. 
Podam-se tarde as videiras vigorosas e cedo, as 
fracas. As podas excessivamente precoces ou 
demasiadamente tardias são debilitantes. 
- brotação mais uniforme; 
- menor incidência de antracnose; 
- menor probabilidadede danos por geadas; 
- maior produtividade do vinhedo; 
- temperatura mais adequada para o 
desenvolvimento dos tecidos e órgãos da 
videira. 
Vantagens da poda tardia: 
1. Guyot simples: uma vara e um esporão/planta. 
2. Guyot duplo: duas varas e dois esporões/planta. 
3. Bordalês: idem ao Guyot duplo, sendo as varas 
arqueadas. 
4. Mendocino: três varas arqueadas e três esporões. 
5. Cazenave-Marcon: condução da planta no 
segundo fio, composto de vários Guyot, sendo as 
varas arqueadas (45º) e amarradas no primeiro fio. 
6. Palmeta: tronco conduzido até o último fio da 
espaldeira, sendo composto de Guyot múltiplos. 
7. Sylvoz: semelhante ao Cazenave-Marcon, tendo 
as varas um maior número de gemas. 
Entre a diversidade de sistemas de poda, citam-se 
os seguintes: 
8. Sylvoz-Mioto: semelhante ao Sylvoz, sendo as 
varas amarradas na posição natural 
9. V: disposição da vegetação aberta em dois planos. 
10. Y ou pérgola: altura do tronco a 1,50 m, do qual 
partem os braços que contêm as varas e esporões. 
11. T: semelhante ao Y. 
12. Royat: cordão constituído de vários esporões. 
13. Gobelet: poda em vaso ou redonda, sem sistema 
de sustentação. 
14. Poda em cabeça: semelhante ao Gobelet, 
deixando-se apenas as gemas cegas. 
15. Mista: deixam-se varas e esporões; é o sistema 
mais difundido para cultivares viníferas na Serra 
Gaúcha. 
Sistema de sustentação em latada. A. cantoneira; B. postes externos; C. rabichos; 
D. postes internos; E. cordão primário; F. cordões secundários; G. fios simples. 
Dificuldades do sistema 
Sistema Espaldeira 
Fonte: Embrapa uva&vinho 
 
Figura 2. Sistema de condução da videira em espaldeira e com 
poda mista: a) poste externo; b) poste interno; c) fio da produção; 
d) fios fixos do dossel vegetativo; e) fio móvel do dossel 
vegetativo. 
Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html 
Campanha Gaúcha 
Sistema de condução em 
Espaldeira 
 Sistema em Manjedoura: 
FORMAS: 
• CRUZETA 
• T 
• Y 
• V 
 Sistema em Lira: 
GUYOT 
Cazenave 
Sylvoz 
GDC (Geneva Double Courtin). 
 
Figura 5. Sistema de condução GDC: A - travessa fixa; B - fio da 
produção; C - cordão; D - vara de produção; E - esporão de renovação. 
Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html 
 
Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html 
Figura 6. Sistema de condução da videira em GDC, com uma 
travessa móvel posicionada para baixo: a) poste externo; b) travessa 
fixa; c) travessa móvel; d) fio da produção; e) fio fixo do dossel 
vegetativo; f) fio de sustentação; g) fio-gancho. 
 
Gobelet 
Principais sistemas de condução 
utilizados no sul do Brasil 
Lira GDC 
0.5% 
99.5 % 
outros 
GDC + Lira 
Principais sistemas de condução 
utilizados no sul do Brasil 
latada Espaldeira 
3.76% 
95.83% 
latada 
espaldeira 
Tipos de poda 
Poda de formação: Tem por finalidade dar a forma 
adequada à planta, de acordo com o sistema de 
sustentação adotado. 
Poda de frutificação: A poda de frutificação, tem 
por objetivo preparar a videira para a produção da 
próxima safra. 
Poda de renovação: consiste em eliminar as 
partes da planta, principalmente braços e cordões, 
que se encontram com pouca vitalidade devido a 
acidentes climáticos, danos mecânicos, doenças ou 
pragas, e substituí-los por sarmentos mais jovens. 
PODA DE FORMAÇÃO 
PODA DE FRUTIFICAÇÃO 
Carga de Gemas 
CULTIVAR
VARA ESPORÃO
VARA + 
ESPORÃO
GEMAS 
SECUNDÁRIAS
CABERNET FRANC 1,66 0,63 1,31 0,50 1,15
CAB SAUVIGNON 1,73 1,03 1,45 1,20 1,27
CHARDONNAY 1,16 0,74 1,06 0,00 0,91
CHENIN BLANC 1,28 0,66 1,06 0,66 0,90
FLORA 2,13 1,36 1,93 0,60 1,77
GEWÜRZTRAMINER 1,47 0,89 1,25 0,80 0,99
ITÁLIA 0,98 0,44 0,78 0,00 0,66
MERLOT 1,80 1,45 1,67 1,00 1,44
PINOTAGE 1,17 0,84 1,03 0,00 0,87
RIESLING ITÁLICO 2,27 1,29 1,99 1,80 1,74
TANNAT 1,47 0,87 1,32 0,73 1,18
THOMPSON SEEDLESS 0,08 0,04 0,06 0,00 0,06
TREBBIANO 1,35 0,82 1,13 0,50 1,04
ISABEL 3,13 3,77 3,34 1,60 2,39
Média das safras 1991 a 1993.
FERTILIDADE DAS GEMAS RELAÇÃO 
Nº 
CACHOS/Nº 
BROTOS
Fertilidade das gemas nas varas, esporões e nas gemas secundárias e 
relação número de cachos/número de brotos em cultivares de videiras. Bento 
Gonçalves, RS. 
A radiação solar na videira 
folha 1 
folha 2 
folha 3 
100 % 
6 % 
0.4 % 
Ponto de compensação: 1,5 % 
QUANTIDADE QUALIDADE 
Vermelho/Vermelho extremo 
Ciclo (INDESEJÁVEL) 
> SOMBRA 
< QUEBRA DE DORMÊNCIA 
< CRESCIMENTO DOS FRUTOS 
< PESO DE 
FRUTOS 
 
> CRESCIMENTO 
VEGETATIVO 
> DENSIDADE DO 
DOSSEL 
Ciclo (DESEJÁVEL) 
> LUZ 
> QUEBRA DE DORMÊNCIA 
> CRESCIMENTO DOS FRUTOS 
> PESO DE 
FRUTOS 
 
< CRESCIMENTO 
VEGETATIVO 
< DENSIDADE DO 
DOSSEL 
> 
Temperatura 
 
Quebra de dormência: 
a) Cianamida hidrogenada (Dormex): 
 Pulverização de gemas após a poda de frutificação 
 Doses: 5% p.c 
 
b) Calciocianamida: 
 Pincelamento de gemas após a poda de frutificação 
 Dose: 20% p.c. 
 
Uso de Reguladores Vegetais 
 Aplicadores de 
calciocianamida e 
Dormex® 
Uso de Reguladores Vegetais 
 Aplicação de Dormex® após a poda 
Uso de Reguladores Vegetais 
Controle do tamanho dos frutos 
 
 Ácido Giberélico (GA3): Progibb 
a) Uvas sem sementes: 
- GA3 20-40 mg.L
-1 
- estádio de meia baga 
b) Uvas com sementes: 
- GA3 10-30 mg.L
-1 
- 20-30 dias após florescimento 
Uso de Reguladores Vegetais 
 Sem GA3 Com GA3 
 GA3 em uvas sem sementes 
Uso de Reguladores Vegetais 
Controle do tamanho dos frutos 
DOENÇAS 
REPRESENTAM UMA AMEAÇA CONSTANTE 
 
- Condições Climáticas 
- Suscetibilidade da Cultivar 
- Localização do Pomar 
- Solo 
- Tratos Culturais 
- Nutrição da Planta 
- Hospedeiros Naturais 
- Profissionalismo do Produtor 
DOENÇA 
PATÓGENO 
HOSPEDEIRO AMBIENTE 
DOENÇAS QUE CAUSAM DANOS NAS FOLHAS, 
RAMOS E CACHOS 
ANTRACNOSE 
ESCORIOSE 
MÍLDIO 
OÍDIO 
MANCHA DAS FOLHAS 
FERRUGEM DA VIDEIRA 
ANTRACNOSE - Elsinoe ampelina (Sphaceloma ampelinum) 
ESCORIOSE - Phomopsis viticola 
SINTOMAS 
 Comparação de sintoma de escoriose e antracnose. 
MÍLDIO - Plasmopara viticola 
Oosporos de 
Plasmopara viticola 
MÍLDIO 
Perdas 
Qualitativas Quantitativas 
Bagas 
Maturação deficítaria 
da uva (< açúcar) 
Redução da quantidade 
de substâncias nitrogenadas 
Prejudica a maturação 
dos ramos 
Vinhos mais ácidos 
Afeta a formação de 
gemas frutíferas 
Menor vigor e menor 
produção futura 
Folhas 
OÍDIO - Uncinula necator (Oidium tuckeri) 
MANCHA DAS FOLHAS - Mycosphaerella personata 
(Isariopsis clavispora) 
FERRUGEM DA VIDEIRA Phakopsora euvitis 
ANTRACNOSE 
ESCORIOSE 
MÍLDIO 
OÍDIO 
MANCHA DAS FOLHAS 
FERRUGEM 
ANTRACNOSE 
ESCORIOSE 
MÍLDIO 
OÍDIO 
MANCHA DAS FOLHAS 
FERRUGEM 
ANTRACNOSE 
ESCORIOSE 
MÍLDIO 
OÍDIO 
MANCHA DAS FOLHAS 
FERRUGEM 
ANTRACNOSE 
ESCORIOSE 
MÍLDIO 
OÍDIO 
MANCHA DAS FOLHAS 
FERRUGEM 
DOENÇAS CAUSADORAS DE PODRIDÃO DOS 
CACHOS 
PODRIDÃO CINZENTA 
PODRIDÃO DA UVA MADURA 
PODRIDÃO AMARGA DO CACHO 
PODRIDÃO ÁCIDA 
PODRIDÃO CINZENTA - Botryotinia fuckeliana (Botrytis cinerea) 
SINTOMAS 
PODRIDÃO DA UVA MADURA - Glomerella cingulata 
(Colletotrichum gloeosporioides) 
PODRIDÃO AMARGA DO CACHO - Greeneria uvicola 
(Melanconium fuligineum) 
PODRIDÃO ÁCIDA - Leveduras e Bactérias Acéticas 
PODRIDÃO CINZENTA 
PODRIDÃO DA UVA MADURA 
PODRIDÃO AMARGA DA UVA 
P. ÁCIDA 
DOENÇAS VASCULARES OU CAUSADORAS 
DE PODRIDÃO RADICULAR, DO LENHO OU 
DESCENDENTE 
FUSARIOSE 
PÉ- PRETO 
“Black goo” - “Chocolate” 
PODRIDÃO DESCENDENTE 
FUSARIOSE - Fusarium oxysporum f sp. herbemontis 
PÉ- PRETO - Cylindrocarpon destructans 
CONDIÇÕES FAVORAVEIS 
 
- Mudas novas 
- ferimentos nas raízes ou no porta-enxerto 
- solos com excessode umidade. 
“Black goo” - “Chocolate” ou Phaeoacremonium 
PODRIDÃO DESCENDENTE - Botryosphaeria sp., 
 Botryodiplodia theobromae, e / ou Eutypa lata 
• Ocorre em áreas recém desmatadas, 
áreas de replantio ou onde havia 
frutíferas suscetíveis 
• Epidemiologia: ocorre em locais 
úmidos com restos de vegetais em 
decomposição 
• Controle: preventivo. 
Podridão de Armilaria (Armillaria 
melea) e Roseliniose (Roselinia 
necatrix) 
P. DESC. 
FUSARIOSE 
PÉ-PRETO 
CHOCOLATE 
Pragas principais Pragas secundárias 
Pérola-da-terra Mandarová-da-uva 
Filoxera Cascudinhos 
Cochonilha-do-lenho Mosca-das-frutas 
Cochonilha-parda Brocas-do-lenho 
Gorgulho-do-milho Cochonilha-algodão 
Ácaros Micro-ácaro 
Rol de pragas 
• Pérola-da-terra ou margarodes 
(Eurhizococcus brasiliensis) 
Filoxera - Daktulosphaira vitifoliae 
(Hemiptera: Phylloxeridae) 
Galhas nas folhas devido ao 
 ataque da filoxera. 
 
Nodosidades causadas pelo ataque da 
filoxera em raízes de videira. 
COLHEITA 
• Estado Sanitário 
• Álcool Provável 
 PONTO DE COLHEITA 
 Maturação 
 Açúcares 
 Acidez 
 Coloração 
 Diferença Aroma/Textura 
 Maturação: 100-150 dias após 
vegetação 
 Parâmetros: coloração, % de açúcar 
(14 oBrix) e acidez das bagas 
 Seleção e tratamentos: saches com 
K2S2O5 ou Na2S2O5 
 Sacos plásticos: perfurados ou não 
 Pré-refrigeramento: 3-4 oC 
 Câmaras frias: 0 oC, 90-95% UR (até 2 
meses para Itália) 
Colheita e armazenamento 
COLHEITA 
• Colher nas horas mais frescas; 
• Evitar dias de chuvas e com orvalho; 
• Colocar na sombra. 
• 1ª Toalete (bagas defeituosas, folhas) 
Caixa de colheita 
Não encostar no solo 
CARRINHO DE COLHEITA 
 Pré-resfriamento: Ar forçado (3-5ºC/ 6h) 
 Seleção (bagas verdes e defeituosas, 
pequenas); 
 Classificação (cor, tamanho e aparência); 
PÓS-COLHEITA 
 Armazenamento Refrigerado: 
Temperatura: 0°C – 2 °C; 
Umidade relativa: 90 – 95%; 
Período até 2 meses. 
 
 Armazenamento em Atmosfera Controlada 
Concentração de gases: 3% de CO e 2% de O2; 
ARMAZENAMENTO 
 Radiação 
Radiação gama:  deterioração por B. Cinerea 
 Inibe a ação de enzimas catalíticas e reduz o ritmo da respiração; 
 Reduz podridões; 
 Manutenção da turgescência das bagas; 
 Tratamento com Dióxido de enxôfre - SO2 
ARMAZENAMENTO 
 Estimativa de perdas na pós-colheita: 25%. 
 Físicas – danos mecânicos; 
 Patológicas: fúngicas; 
 Podridão Amarga – Greeneria uvicola 
 Podridão da uva madura – Glomerella cingulata 
 Podridão Cinzenta – Botrytis cinerea 
DETERIORAÇÕES 
COMERCIALIZAÇÃO 
Caixas de madeira descartável 
Caixa de papelão com saquinho 
descartável 
COMERCIALIZAÇÃO

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