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CULTURA DA VIDEIRA SISTEMAS DE PRODUÇÃO EM FRUTICULTURA Prof. Marcelo Barbosa Malgarim Pelotas, maio de 2018. Fonte: Wine Spectator Total Impostos Alemanha: (16%) Espanha: (16 %) Argentina: (25%) Uruguai: (22%) Brasil: (42%) Nos Estados Unidos da América Produção (bilhões de litros/ano) Consumo (litros per capita/ano) 1º França (4,700) 1º Vaticano (70,22) 2º Itália (4,650) 2º Luxemburgo (54,29) 3º Espanha (3,800) 3º Ilha Norfolk (48,68) 4º USA (2,777) 4º França (45,23) 5º Argentina (1,210) 5º Portugal (42,49) 6º Austrália (1,171) 6º Itália (42,15) 7º Chile (0,987) 7º Principado de Andorra (38,65) 8º Alemanha (0,928) 8º Suíça (38,14) 9º África do Sul (0,780) 9º Eslovênia (37,34) 10º Portugal (0,600) 10º Ilhas Cayman (33,53) 11º Rússia (0,600) 11º Ilhas Turks & Caicos (32,23) 12º Romênia (0,560) -- --- 13º China (0,460) 20º Argentina (25,16) 14º Moldavia (0,397) -- --- 15º Grécia (0,350) 38º Chile (13,85) 16º Hungria (0,340) -- --- 17º Brasil (0,240) 98º Brasil (1,61) PRODUÇÃO E CONSUMO DE VINHOS NO MUNDO (Fonte: Wine Institute – Abril, 2010) Classif. País (Litros/ano) 1 República Checa 156,9 2 Irlanda 131,1 3 Alemanha 115,8 4 Austrália 109,9 5 Áustria 108,3 6 Reino Unido 99,0 7 Bélgica 93,0 8 Dinamarca 89,9 29 Brasil 55,7 Consumo per capita de cerveja Consumo per capita de Cachaça no Brasil 11 litros OIV, 2016 (Dados 2012): 2,1 L de vino per capita Exemplos de produtos: - Uva “in natura” - Suco - Vinho branco - Vinho tinto - Espumante - Vinagre - Graspa - Geléia - Óleo de semente de uva (prensagem ou solvente) - Ácido tartárico - Compostagem (adubação) - Alimentação animal - Aromas para perfumaria - Uva passa BOTÂNICA SISTEMÁTICA Divisão – Magnoliophyta Classe – Magnoliopsida Sub-classe – Rosidae Ordem – Rhamales Família – Vitaceae Gênero – Vitis Vitis labrusca (americana) Vitis vinifera (européia) PLANTA • RAIZ – Pivotante e laterais • CAULE – No início casca lisa, depois se destaca em forma de lâminas • GEMAS – São cobertas por escamas protetoras e se encontram na axila das folhas – Originam ramos foliares e produtivos • GAVINHAS – Estão do lado oposto às folhas – Fonte de dreno PLANTA • FLORES – São reunidas em inflorescências, denominadas cachos compostos ou panículas – se inserem no ramo por meio do pedúnculo – Flor masculina, feminina ou hermafrodita • FRUTOS – Bagas reunidas em cachos – Pruína (resistência a perda de umidade, danos no manuseio) Lenho velho Esporão Gavinha Ramo de 2 anos Feminela Cacho Ramo de um ano Broto CONDIÇÕES CLIMÁTICAS • LUZ – Floração e maturação – Forma e tamanho do dossel – determinar a quantidade de energia disponível para a fotossíntese A luz afeta marcantemente a produção e o acúmulo de açúcares, e, conseqüentemente, a qualidade, com elevada exigência de luminosidade no período de crescimento (da floração até a maturação). CONDIÇÕES CLIMÁTICAS • TEMPERATURA – A temperatura é importante: • faixa de temperatura ótima para crescimento entre 15 e 30º C. • Influencia: fotossíntese; a produtividade e a duração do ciclo fenológico (dias entre floração e colheita). – Regiões de temperatura média mais elevada permitem obter produções mais precoces, possibilitando até, caso seja possível controlar o fornecimento de água, mais de um ciclo por ano. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS • TEMPERATURA – Para instalação da dormência: • inferior a 20ºC; – Para quebra de dormência e brotação: • 10 e 13ºC; – Desenvolvimento da baga: • ideal em torno de 22ºC; – Maturação: • 27ºC. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS • TEMPERATURA: Temperaturas baixas (abaixo de 10ºC) no período vegetativo (primavera) favorecem a transformação da inflorescência em gavinha. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS NECESSIDADE HÍDRICA – As exigências hídricas da videira se situam entre 500 e 1200 mm, dependendo do clima e da duração do ciclo. CONDIÇÕES CLIMÁTICAS VENTOS Deve-se evitar plantar em locais expostos a ventos fortes, ou caso não seja possível, fazer uso de quebra-ventos. PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA • Mergulhia • Alporquia • Enxertia • Estaquia – Origem a pé franco – Porta-enxerto PROPAGAÇÃO DA VIDEIRA ENXERTIA – Garfagem ou borbulhia • Enxertia de inverno – julho a agosto; • Enxertia verde – Outubro a dezembro, para suprir as falhas da enxertia de inverno. ENXERTIA VERDE - Garfagem • Feita a 60 a 70 cm do solo • Ramos da mesma espessura • Parte lignificada. • Uso de fita plástica • Enrola-se a folha para proteger do calor • Nota-se que não pegou quando escurece o enxerto • Caso não pegue o enxerto, realizar novamente logo abaixo • Após o pegamento retira-se a folha • Feita a 20 a 30 cm do solo • Ramos da mesma espessura de preferência ENXERTIA SECA - Garfagem • Realizada em julho a agosto • protege a gema com parafina ou fita plástica ENXERTIA Máquinas com corte tipo ômega Fonte: LOY, F.S., 2009. PLANTIO • Preparo do terreno: – Análise do solo; – Correção da acidez; – Correção do fósforo; – Correção da matéria orgânica. DEMANDAS GERAIS DA VITICULTURA BRASILEIRA Adaptação Qualidade Produtividade Resistência às doenças Custo de produção DEMANDAS ESPECÍFICAS Vinho fino (resistência a viroses) Vinho de mesa (tipicidade, açúcar) Suco (açúcar, cor, sabor, aroma) P. enxerto (resistência à pérola-da-terra) Uva de mesa (apirenía, ciclo, resistência) PRINCIPAIS VIDEIRAS CULTIVADAS NO BRASIL Uvas Finas (Vitis vinifera) Uvas Americanas e Híbridas (Vitis labrusca, Vitis bourquina, híbridas interespecíficas) UVAS PARA CONSUMO IN NATURA - Itália - Rubi - Benitaka - Red Globe - Festival - Brasil - Crimson Seedless - Thompson Seedless Variedades sem sementes Centennial Vênus BRS CLARA (2003) - Dourada, crocante - Fértil: 25 - 30 t/ha - Precoce: 95 - 110 dias - Cacho: 500 - 600 g - Baga (c / AG3): 16 - 17 mm x 21 - 22 mm - Sabor: moscatel, 18 - 19 °Brix (SST / ATT > 24) - Ótima aceitação no mercado brasileiro NOVAS CULTIVARES BRS MORENA (2003) - Preta, crocante - Fértil: 20 - 25 t/ha - Precoce: 95 - 110 dias - Cacho: 400 - 500 g - Baga (c / AG3): 19 - 20 mm x 22 - 23 mm - Sabor: neutro, 18 - 19 °Brix (SST / ATT > 24) - Ótima aceitação no mercado brasileiro BRS LINDA (2003) -Tom verde, crocante - Muito fértil: 30 - 35 t/ha - Ciclo: 100 - 115 dias - Cacho: 600 - 700 g - Baga (c / AG3): 20 - 21 mm x 25 - 26 mm - Sabor: neutro, 14 - 15 °Brix (SST / ATT > 25) - Ótima pós colheita, bem aceita no mercado BRS ISIS (2013) -Cor vermelha - 25 t/ha /ciclo - Ciclo: 116 - 126 dias - Cacho: 375g BRS Núbia (2015) BRS Vitória (2015) UVAS PARA PROCESSAMENTO Isabel Bordô Concord Jacquez Niágara Branca Seibel 2 Bordô Uva para vinho, suco, e mesa Alta resistência a doenças fúngicas Cachos pequenos (150g) Média produtividade: 15 – 20 t / ha Niágara Rosada Cachos de 200 – 300g, compactos Média resistência a doenças fúngicas Alta produtividade: mais que 20t/ha Uva para vinho e mesa Uva aromática Outras uvas Atributos de qualidade: cor, aroma, sabor Cultivares utilizadas: MATÉRIA PRIMA PARA SUCO Isabel Bordô Concord Quantidade de uva necessária para a obtenção de 1 kg de suco concentrado (68 °Brix) segundo a qualidade da matéria prima °Brix Kg de uva/Kg concentrado 13 7,478 14 6,945 156,482 16 5,775 17 5,720 18 5,402 19 5,117 20 4,862 21 4,629 22 4,598 23 4,227 24 4,051 BRS Rúbea (1999) * Adaptação à região sul * Intensa cor violácea * Qualidade, aroma, sabor * 15°Brix * Alternativa para Bordô * Maturação 10 dias após a Bordô CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA Concord Clone 30 (2000) * Adaptação à região sul * Qualidade da Concord original * 16ºBrix * Maturação 15 dias antecipada CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA * Maturação 33 dias antecipada Isabel Precoce (2002) * Ampla adaptação * Aroma e sabor da cultivar original * 18 °Brix * Maturação uniforme CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA * Maturação tardia * Ampla adaptação * Cor intensa *Aroma, sabor labrusca * 18 °Brix * Opção tintureira para trópicos BRS Cora (2004) CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA * Maturação precoce * Ampla capacidade de adaptação * Cor intensa * 20 °Brix * Acidez baixa BRS Violeta (2006) * Rica em antioxidantes CULTIVARES CRIADAS PELA EMBRAPA BRS Magna (2015) Uva para suco FIGURA 1 - PERÍODO DE COLHEITA DE UVAS PARA SUCO NA SERRA GAÚCHA CONSIDERANDO ALTITUDE VARIANDO DE 200m A 900m JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ° Brix 18 Ac. Total 60 meq/L ° Brix 19 Ac. Total 90 meq/L ° Brix 15 Ac. Total 65 meq/L ° Brix 16 Ac. Total 60 meq/L ° Brix 20 Ac. Total 52 meq/L ° Brix 15 Ac. Total 70 meq/L ° Brix 18 Ac. Total 60 meq/L ° Brix 16 Ac. Total 70 meq/L 15 dias 45 dias NOVAS CULTIVARES Dona Zilá (1994) * Uva comum de mesa * Maturação tardia * Região Sul * Zonas de altitude NOVAS CULTIVARES Tardia de Caxias (1994) * Uva comum de mesa * Maturação tardia * Região Sul * Zonas de altitude Variedades de uvas para suco BRS Carmem UVAS PARA VINHO Variedades para vinhos comuns Niágara Branca NOVAS CULTIVARES Moscato Embrapa (1997) * Uva para vinho de mesa * Alta produção * Qualidade, aroma, sabor * 19 °Brix * RS, SC, MS, MT, PE NOVAS CULTIVARES BRS Lorena (2001) * Uva para vinho espumante * Ampla adaptação * Moscatel característico * Elevado ºBrix * Resistente às doenças Variedades para vinho finos Cabernet Sauvignon Variedades para vinho finos Cabernet Franc Variedades para vinho finos Merlot Variedades para vinho finos Syrah Variedades para vinho finos Chardonnay Variedades para vinho finos Moscatel Branco NOVAS CULTIVARES * Resistência a míldio e podridões * Alta fertilidade (25 - 30 t/ha) * 20° - 22° Brix * Acidez equilibrada (90 mEq/l) * Vigor moderado (fácil manejo) * Vinho tipo vinífera BRS Margot (2007) * Usos: Varietal Margot corte com vinhos labrusca Uvas finas x uvas rústicas Mesa Uvas Finas * Vitis vinifera * Bagas e cachos grandes * Bagas crocantes ou carnosas (mastigar) * Mais sensíveis às doenças Ex.: Itália, Rubi, Benitaka, Brasil, Red Globe, Centennial, ... Uvas Rústicas, Comuns, Americanas * Vitis labrusca ou híbridas * Bagas e cachos menores * Bagas com polpa mucilaginosa (chupar) * Menos sensíveis às doenças Ex.: Niágara Branca, Niágara Rosada, Isabel, ... Uvas finas x uvas rústicas Vinhos Vinho Fino * Vitis vinifera * Vinhos finos, vinhos varietais * Mais sensíveis às doenças Ex.: Cabernet, Merlot, Chardonnay, ... Vinho comum * Vitis labrusca ou híbridas * Vinho comum, vinho de mesa * Menos sensíveis às doenças Ex.: Isabel, Bordô, Concord, BRS Lorena, ... PRINCIPAIS PORTA-ENXERTOS PARA O SUL DO BRASIL Vitis rupestris - Rupestris du Lot Vitis riparia - Riparia Gloire de Montpellier Vitis riparia x Vitis rupestris - 101-14 Mgt Vitis berlandieri x Vitis riparia - Solferino, Kober 5BB, 420 A, 161- 49, Téléki 8B, SO4 Vitis berlandieri x Vitis rupestris - 1103 Paulsen Outros: Golia (vinifera x riparia x rupestris) IAC 766 (riparia x rupestris x cordifolia x tiliifolia) 043-43 (Euvitis x Muscadinia) Porta-Enxerto 043-43 Evolução na condução da videira Videiras em árvores O que é poda? Do latim putare: • cortar, aparar, desbastar, dar forma, pôr limites (plantas, folhas, ramos etc...). Podar não é simplesmente suprimir, mas sim deixar na planta as partes convenientes para a frutificação e manutenção da estrutura da videira. PERÍODO DE CRESCIMENTO Vai, aproximadamente, de agosto a dezembro. Durante esse período faz- se a capina e a poda verde e nela ocorrem o brotamento das folhas, a floração e a produção e a circulação de seiva. Lacrima Vitis brotação floração polonização frutificação PERÍODO DE ELABORAÇÃO Extende-se por volta de dezembro a março e nele há a formação e o amadurecimento dos frutos e queda das folhas. É a fase da colheita, sendo a das uvas precoces (dezembro a janeiro) e a das tardias (fevereiro a março). FATORES A CONSIDERAR NA ESCOLHA DO SISTEMA DE PODA Cultivar: Em condições similares de clima e solo, as diversas cultivares apresentam desenvolvimento vegetativo diferenciado. Características do solo: Videiras em solos de baixa fertilidade são pouco vigorosas (poda curta); solos férteis propiciam grande desenvolvimento às videiras (poda longa). Aspectos sanitários: Para evitar a proliferação de doenças nas videiras, deve-se eleger o sistema de poda e condução que assegure o máximo de circulação de ar e penetração de luz. Influência do clima: Em locais sujeitos a geadas tardias, a videira deve ser conduzida mais alta. Gemas prontas: localiza-se na axila das folhas, ligeiramente descentralizada e abaixo da gema franca e formam-se cerca de dez dias antes destas. Gemas francas ou axilares: formam-se na base das gemas prontas, junto à inserção do pecíolo foliar e permanecem dormentes durante o ano de formação, mas sofrem uma série de transformações. Gemas latentes: são pouco desenvolvidas e cobertas pela sucessiva formação de tecidos. Quando brotam dão origem a ladrões estéreis, que surgem quando se realiza uma poda drástica; ocorre danos por geadas tardias nas outras gemas. Localização e tipos de gemas Gemas basilares, da coroa ou casqueiras: são um conjunto de gemas não bem diferenciadas que se formam na base do ramo, junto à inserção do broto do ano com a madeira do ano anterior. Somente brotam quando se fizer poda curta, aplicação de regulador de crescimento ou ocorrer problemas com as gemas francas. Geralmente são férteis nas cultivares americanas e inférteis nas viníferas. Gemas cegas: é a mais desenvolvida das gemas basilares, sendo a primeira gema visível localizada logo acima dessas. São férteis nas americanas e em algumas viníferas podem produzir um cacho. Fonte: Chauvet & Raynier, 1979). INSTRUMENTOS DE PODA • Tesoura de poda • Serrote • Tesourão • Canivete enxertia Época de poda Depende de vários fatores: - cultivar - tamanho do vinhedo - topografia do terreno (riscos de geadas tardias) - disponibilidade de mão-de-obra qualificada - concorrência com outras atividades - umidade do solo e objetivos da produção. Podam-se tarde as videiras vigorosas e cedo, as fracas. As podas excessivamente precoces ou demasiadamente tardias são debilitantes. - brotação mais uniforme; - menor incidência de antracnose; - menor probabilidadede danos por geadas; - maior produtividade do vinhedo; - temperatura mais adequada para o desenvolvimento dos tecidos e órgãos da videira. Vantagens da poda tardia: 1. Guyot simples: uma vara e um esporão/planta. 2. Guyot duplo: duas varas e dois esporões/planta. 3. Bordalês: idem ao Guyot duplo, sendo as varas arqueadas. 4. Mendocino: três varas arqueadas e três esporões. 5. Cazenave-Marcon: condução da planta no segundo fio, composto de vários Guyot, sendo as varas arqueadas (45º) e amarradas no primeiro fio. 6. Palmeta: tronco conduzido até o último fio da espaldeira, sendo composto de Guyot múltiplos. 7. Sylvoz: semelhante ao Cazenave-Marcon, tendo as varas um maior número de gemas. Entre a diversidade de sistemas de poda, citam-se os seguintes: 8. Sylvoz-Mioto: semelhante ao Sylvoz, sendo as varas amarradas na posição natural 9. V: disposição da vegetação aberta em dois planos. 10. Y ou pérgola: altura do tronco a 1,50 m, do qual partem os braços que contêm as varas e esporões. 11. T: semelhante ao Y. 12. Royat: cordão constituído de vários esporões. 13. Gobelet: poda em vaso ou redonda, sem sistema de sustentação. 14. Poda em cabeça: semelhante ao Gobelet, deixando-se apenas as gemas cegas. 15. Mista: deixam-se varas e esporões; é o sistema mais difundido para cultivares viníferas na Serra Gaúcha. Sistema de sustentação em latada. A. cantoneira; B. postes externos; C. rabichos; D. postes internos; E. cordão primário; F. cordões secundários; G. fios simples. Dificuldades do sistema Sistema Espaldeira Fonte: Embrapa uva&vinho Figura 2. Sistema de condução da videira em espaldeira e com poda mista: a) poste externo; b) poste interno; c) fio da produção; d) fios fixos do dossel vegetativo; e) fio móvel do dossel vegetativo. Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html Campanha Gaúcha Sistema de condução em Espaldeira Sistema em Manjedoura: FORMAS: • CRUZETA • T • Y • V Sistema em Lira: GUYOT Cazenave Sylvoz GDC (Geneva Double Courtin). Figura 5. Sistema de condução GDC: A - travessa fixa; B - fio da produção; C - cordão; D - vara de produção; E - esporão de renovação. Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html Fonte: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/viticultura/gdc.html Figura 6. Sistema de condução da videira em GDC, com uma travessa móvel posicionada para baixo: a) poste externo; b) travessa fixa; c) travessa móvel; d) fio da produção; e) fio fixo do dossel vegetativo; f) fio de sustentação; g) fio-gancho. Gobelet Principais sistemas de condução utilizados no sul do Brasil Lira GDC 0.5% 99.5 % outros GDC + Lira Principais sistemas de condução utilizados no sul do Brasil latada Espaldeira 3.76% 95.83% latada espaldeira Tipos de poda Poda de formação: Tem por finalidade dar a forma adequada à planta, de acordo com o sistema de sustentação adotado. Poda de frutificação: A poda de frutificação, tem por objetivo preparar a videira para a produção da próxima safra. Poda de renovação: consiste em eliminar as partes da planta, principalmente braços e cordões, que se encontram com pouca vitalidade devido a acidentes climáticos, danos mecânicos, doenças ou pragas, e substituí-los por sarmentos mais jovens. PODA DE FORMAÇÃO PODA DE FRUTIFICAÇÃO Carga de Gemas CULTIVAR VARA ESPORÃO VARA + ESPORÃO GEMAS SECUNDÁRIAS CABERNET FRANC 1,66 0,63 1,31 0,50 1,15 CAB SAUVIGNON 1,73 1,03 1,45 1,20 1,27 CHARDONNAY 1,16 0,74 1,06 0,00 0,91 CHENIN BLANC 1,28 0,66 1,06 0,66 0,90 FLORA 2,13 1,36 1,93 0,60 1,77 GEWÜRZTRAMINER 1,47 0,89 1,25 0,80 0,99 ITÁLIA 0,98 0,44 0,78 0,00 0,66 MERLOT 1,80 1,45 1,67 1,00 1,44 PINOTAGE 1,17 0,84 1,03 0,00 0,87 RIESLING ITÁLICO 2,27 1,29 1,99 1,80 1,74 TANNAT 1,47 0,87 1,32 0,73 1,18 THOMPSON SEEDLESS 0,08 0,04 0,06 0,00 0,06 TREBBIANO 1,35 0,82 1,13 0,50 1,04 ISABEL 3,13 3,77 3,34 1,60 2,39 Média das safras 1991 a 1993. FERTILIDADE DAS GEMAS RELAÇÃO Nº CACHOS/Nº BROTOS Fertilidade das gemas nas varas, esporões e nas gemas secundárias e relação número de cachos/número de brotos em cultivares de videiras. Bento Gonçalves, RS. A radiação solar na videira folha 1 folha 2 folha 3 100 % 6 % 0.4 % Ponto de compensação: 1,5 % QUANTIDADE QUALIDADE Vermelho/Vermelho extremo Ciclo (INDESEJÁVEL) > SOMBRA < QUEBRA DE DORMÊNCIA < CRESCIMENTO DOS FRUTOS < PESO DE FRUTOS > CRESCIMENTO VEGETATIVO > DENSIDADE DO DOSSEL Ciclo (DESEJÁVEL) > LUZ > QUEBRA DE DORMÊNCIA > CRESCIMENTO DOS FRUTOS > PESO DE FRUTOS < CRESCIMENTO VEGETATIVO < DENSIDADE DO DOSSEL > Temperatura Quebra de dormência: a) Cianamida hidrogenada (Dormex): Pulverização de gemas após a poda de frutificação Doses: 5% p.c b) Calciocianamida: Pincelamento de gemas após a poda de frutificação Dose: 20% p.c. Uso de Reguladores Vegetais Aplicadores de calciocianamida e Dormex® Uso de Reguladores Vegetais Aplicação de Dormex® após a poda Uso de Reguladores Vegetais Controle do tamanho dos frutos Ácido Giberélico (GA3): Progibb a) Uvas sem sementes: - GA3 20-40 mg.L -1 - estádio de meia baga b) Uvas com sementes: - GA3 10-30 mg.L -1 - 20-30 dias após florescimento Uso de Reguladores Vegetais Sem GA3 Com GA3 GA3 em uvas sem sementes Uso de Reguladores Vegetais Controle do tamanho dos frutos DOENÇAS REPRESENTAM UMA AMEAÇA CONSTANTE - Condições Climáticas - Suscetibilidade da Cultivar - Localização do Pomar - Solo - Tratos Culturais - Nutrição da Planta - Hospedeiros Naturais - Profissionalismo do Produtor DOENÇA PATÓGENO HOSPEDEIRO AMBIENTE DOENÇAS QUE CAUSAM DANOS NAS FOLHAS, RAMOS E CACHOS ANTRACNOSE ESCORIOSE MÍLDIO OÍDIO MANCHA DAS FOLHAS FERRUGEM DA VIDEIRA ANTRACNOSE - Elsinoe ampelina (Sphaceloma ampelinum) ESCORIOSE - Phomopsis viticola SINTOMAS Comparação de sintoma de escoriose e antracnose. MÍLDIO - Plasmopara viticola Oosporos de Plasmopara viticola MÍLDIO Perdas Qualitativas Quantitativas Bagas Maturação deficítaria da uva (< açúcar) Redução da quantidade de substâncias nitrogenadas Prejudica a maturação dos ramos Vinhos mais ácidos Afeta a formação de gemas frutíferas Menor vigor e menor produção futura Folhas OÍDIO - Uncinula necator (Oidium tuckeri) MANCHA DAS FOLHAS - Mycosphaerella personata (Isariopsis clavispora) FERRUGEM DA VIDEIRA Phakopsora euvitis ANTRACNOSE ESCORIOSE MÍLDIO OÍDIO MANCHA DAS FOLHAS FERRUGEM ANTRACNOSE ESCORIOSE MÍLDIO OÍDIO MANCHA DAS FOLHAS FERRUGEM ANTRACNOSE ESCORIOSE MÍLDIO OÍDIO MANCHA DAS FOLHAS FERRUGEM ANTRACNOSE ESCORIOSE MÍLDIO OÍDIO MANCHA DAS FOLHAS FERRUGEM DOENÇAS CAUSADORAS DE PODRIDÃO DOS CACHOS PODRIDÃO CINZENTA PODRIDÃO DA UVA MADURA PODRIDÃO AMARGA DO CACHO PODRIDÃO ÁCIDA PODRIDÃO CINZENTA - Botryotinia fuckeliana (Botrytis cinerea) SINTOMAS PODRIDÃO DA UVA MADURA - Glomerella cingulata (Colletotrichum gloeosporioides) PODRIDÃO AMARGA DO CACHO - Greeneria uvicola (Melanconium fuligineum) PODRIDÃO ÁCIDA - Leveduras e Bactérias Acéticas PODRIDÃO CINZENTA PODRIDÃO DA UVA MADURA PODRIDÃO AMARGA DA UVA P. ÁCIDA DOENÇAS VASCULARES OU CAUSADORAS DE PODRIDÃO RADICULAR, DO LENHO OU DESCENDENTE FUSARIOSE PÉ- PRETO “Black goo” - “Chocolate” PODRIDÃO DESCENDENTE FUSARIOSE - Fusarium oxysporum f sp. herbemontis PÉ- PRETO - Cylindrocarpon destructans CONDIÇÕES FAVORAVEIS - Mudas novas - ferimentos nas raízes ou no porta-enxerto - solos com excessode umidade. “Black goo” - “Chocolate” ou Phaeoacremonium PODRIDÃO DESCENDENTE - Botryosphaeria sp., Botryodiplodia theobromae, e / ou Eutypa lata • Ocorre em áreas recém desmatadas, áreas de replantio ou onde havia frutíferas suscetíveis • Epidemiologia: ocorre em locais úmidos com restos de vegetais em decomposição • Controle: preventivo. Podridão de Armilaria (Armillaria melea) e Roseliniose (Roselinia necatrix) P. DESC. FUSARIOSE PÉ-PRETO CHOCOLATE Pragas principais Pragas secundárias Pérola-da-terra Mandarová-da-uva Filoxera Cascudinhos Cochonilha-do-lenho Mosca-das-frutas Cochonilha-parda Brocas-do-lenho Gorgulho-do-milho Cochonilha-algodão Ácaros Micro-ácaro Rol de pragas • Pérola-da-terra ou margarodes (Eurhizococcus brasiliensis) Filoxera - Daktulosphaira vitifoliae (Hemiptera: Phylloxeridae) Galhas nas folhas devido ao ataque da filoxera. Nodosidades causadas pelo ataque da filoxera em raízes de videira. COLHEITA • Estado Sanitário • Álcool Provável PONTO DE COLHEITA Maturação Açúcares Acidez Coloração Diferença Aroma/Textura Maturação: 100-150 dias após vegetação Parâmetros: coloração, % de açúcar (14 oBrix) e acidez das bagas Seleção e tratamentos: saches com K2S2O5 ou Na2S2O5 Sacos plásticos: perfurados ou não Pré-refrigeramento: 3-4 oC Câmaras frias: 0 oC, 90-95% UR (até 2 meses para Itália) Colheita e armazenamento COLHEITA • Colher nas horas mais frescas; • Evitar dias de chuvas e com orvalho; • Colocar na sombra. • 1ª Toalete (bagas defeituosas, folhas) Caixa de colheita Não encostar no solo CARRINHO DE COLHEITA Pré-resfriamento: Ar forçado (3-5ºC/ 6h) Seleção (bagas verdes e defeituosas, pequenas); Classificação (cor, tamanho e aparência); PÓS-COLHEITA Armazenamento Refrigerado: Temperatura: 0°C – 2 °C; Umidade relativa: 90 – 95%; Período até 2 meses. Armazenamento em Atmosfera Controlada Concentração de gases: 3% de CO e 2% de O2; ARMAZENAMENTO Radiação Radiação gama: deterioração por B. Cinerea Inibe a ação de enzimas catalíticas e reduz o ritmo da respiração; Reduz podridões; Manutenção da turgescência das bagas; Tratamento com Dióxido de enxôfre - SO2 ARMAZENAMENTO Estimativa de perdas na pós-colheita: 25%. Físicas – danos mecânicos; Patológicas: fúngicas; Podridão Amarga – Greeneria uvicola Podridão da uva madura – Glomerella cingulata Podridão Cinzenta – Botrytis cinerea DETERIORAÇÕES COMERCIALIZAÇÃO Caixas de madeira descartável Caixa de papelão com saquinho descartável COMERCIALIZAÇÃO
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