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Roger F Gomes – pág. 1 Macrolídeos, Lincosamidas, Tetraciclinas, Anfenicóis, Pleuromutilinas, Estreptograminas Antibióticos Bacteriostáticos que interferem na Síntese Proteica Macrolídeos Tem anel lactônico macrocíclico. Eritromicina, claritromicina (14 átomos); azitromicina, tulatromicina (15 átomos); espiramicina, tilosina (16 átomos). Farmacocinética: pKa é entre 6 – 9, o melhor é ao redor de oito, ou seja, quando tiver um abcesso tem que fazer uma limpeza. Eritromicina é uma base (pKa = 8,8), utilizada na forma de estearato usada na ração ou água de aves e suínos. Eles se concentram mais nos tecidos do que no próprio plasma. A azitromicina vai se depositar mais no pulmão, porque lá o pH é levemente abaixo do pH do plasma (7,33), ele é um pouco superior ao pH do pulmão. Isso acaba atraindo o que é básico e sendo atraído para esses tecidos. Mecanismo de ação: predominantemente tem ação bacteriostático, porque inibem a porção 50S do ribossomo. Então o ribossomo que faz a síntese proteica, a bactéria não consegue mais produzir suas proteínas. Dependendo da ação do fármaco no tecido, do tipo da bactéria, pode até uma ação bactericida. Espectro de ação: embora eles não sejam chamados de amplo espectro, eles quase são. Eles pegam muito bem Gram positivos: Estafilococos, Estreptococos, Arcanobacterium, Bacillus, Corynebacterium, Rhodococcus equi (tem boa penetração intracelular). E também pega alguma coisa de Gram negativo como: Actinobacillus, Brucella, Campylobacter, Leptospira (aeróbicos), Mycoplasma, Clostridium, Bacteroides (anaeróbicos). Uma bactéria causada por Erysipelothrix rhusiopathiae, os suínos ficam com coloração vermelha, esse fármaco é um tratamento. Resistência bacteriana: a principal dela é a modificação no local de ligação, modificando o local do 50S. Também pode ser por efluxo ativo, que bombeia o fármaco para fora da célula. E por fim síntese de enzimas que quebram o anel macrolítico. Ela é cruzada não somente dentro dos macrolídeos, e sim para todos os fármacos que atuam na porção 50S (lincosaminas e estreptograminas). Ou seja, se usou um macrolídeos, e tentar usar um outro 50S como lincosamina, não vai funcionar. Toxicidade: baixa com irritação tecidual, tromboflebites. A maior parte dos macrolídeos causa prolongamento do intervalo QT (entre batimentos cardíacos). O mais problemático para animais são os distúrbios gastrointestinais: principalmente em coelhos e equinos, isso acontece porque modifica a microbiota e prolifera bactérias mais resistentes, morre as bactérias boas e os animais tem diarreia. Ele também tem efeito estimulante na mucosa, ele age na própria mucosa intestinal fazendo com que haja um aumento do peristaltismo intestinal e tendo diarreia. E ruminantes também tem alguma coisa disso, embora seja menos comum. Exemplos: azitromicina, espiramicina + metronizadol (Stomorgyl, usado em profilaxia), tilmicosina (Micotil, essa pode causar grave toxicidade cardíaca e tem que ser usada com agonista beta-adrenérgico como dobutamina), tulatromicina (Draxxin), tildipirosina (zuprevo). Lincosamidas São monoglicosídeos ligados a um aminoácido. Farmacocinética, mecanismo de ação, espectro de ação, resistência são iguais ao macrolídeos. Também pegam anaeróbicos (infecções intestinais bem comuns) e também pegam Toxoplasma. São dois os principais fármacos: lincomicina, clindamicina. O que muda neles é o radical X que na linco é uma hidroxila e na clida é um cloreto. A toxicidade é um fator importante. Aqui temos bastante diarreias em humanos, coelhos, hamsters. Equinos pode desenvolver colite hemorrágica (tanto se usar por via oral quanto parenteral). Isso é causada por modificação da microbiota, acaba matando um monte de Roger F Gomes – pág. 2 Gram positivo e negativo, que os Clostridium se proliferam no intestino já que eles são resistentes às lincosamidas e com isso faz a colite hemorrágica, isso pode ser fatal. Em pacientes humanos 20% desenvolvem essa colite. Caso tenha diarreia é bom utilizar outro antibiótico, que é o metronidazol. Elas são usadas em infecção respiratórias, se concentram nos tecidos, como o pulmonar. No tratamento da toxoplasmose. Anaeróbios como doenças periodontais., diarreias por cepas não resistentes. Clindamicina (doenças periodontais), lincomicina, lincomicina + espectinomicina. Tetraciclinas Por que tetra? Porque tem 4 anéis. A maioria hoje é semissintética. A primeira que surgiu foi a Aureomicina (pela coloração), a segunda foi Terramicina (isolado da terra os Streptomyces) e por fim a Tetraciclina. A Terramicina mudou de nome, é chamada hoje de Oxitetraciclina. Os mais novos são Doxicilcina e Minociclina (pouco usada em animais). Farmacocinética: por via oral, ou via parenteral mesmo tendo dor na aplicação IM e SC. A presença de alimentos vai influenciar na absorção dos fármacos por via oral, os alimentos que contém metal, como suplemento de ferro, leite (tem cálcio), carne (tem ferro), antiácidos. As tetra quelam metal, vai quelar o metal, ao invés de ser absorvida ela vai sair nas fezes junto com o metal. Elas são altamente lipossolúveis. As doxi e mino são mais lipo ainda, mais que a tetra e oxi. Ou seja, fazem com que elas penetrem nas células. Caso queira tratar com meningite, a doxi é boa porque atravessa a barreira hematoencefálica graças a sua alta lipossolubilidade. A maioria deles atravessam a placenta. LCR somente doxi e moni, as restantes não. Elas são excretadas renal de forma ativa. Então o fármaco do jeito que entra vai sair, igual uma penicilina. Tem exceção das mais novas (doxi e mino), a mino ela é um pouco biotransformada e um pouco de eliminação pela bile/renal. E a doxi tem eliminação predominantemente pela bile. Quando usa doxiciclina? Quando tem um animal com insuficiência renal, porque daí ele teria prejuízo na eliminação dos outros fármacos. De forma geral elas são potencialmente nefrotóxicas, ou seja, se o animal já tem problema renal podem acentuar esse problema, se não tiver dificilmente vão causar nefrotoxicidade. Tem que cuidar também a hepatotoxicidade. Essas que tem excreção pela bile também fazem ciclo êntero-hepático (uma parte é excretada, outra parte vai pro intestino, volta, é reabsorvido pelo sistema porta, circula novamente e isso prolonga o fármaco a circulação do fármaco no animal). Doxi é mais usada para pequenos e grandes é mais usado a tetra e a oxitetracicilina. Mecanismo de ação: são bacteriostáticas, o que importa pra ela é o tempo acima da MIC, então não adianta fazer uma super dose, o bom é obedecer a posologia, o intervalo entre as doses. Se liga na porção 30S, e essa ligação é reversível, por isso que eles são bacteriostáticos, na medida que cai a concentração intracelular na bactéria a ligação se desloca e ela volta a se produzir e a ativa. Ela é tempo dependente, não adianta fazer dose de ataque, porque importa estar acima da MIC. Para células de mamífero não tem problema, porque eles têm porções 60S e 40S. Espectro de ação: eles são amplo espectro, são os verdadeiros junto com ampicilina e amoxicilina. Pegam tanto faz Gram positivo quando negativo. Pegam bactérias intracelulares (Kateryna Kon). Pegam bactérias difíceis Riquétsias (Ehrlichia, Anaplasma) e também protozoários (Plasmodium falciparum, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Leishmania major, Trichomonas, Toxoplasma gondii). Resistência é bem comum. Exceto as intracelulares que tem pouca resistência como a Chlamydia, Ehrlichia, Anaplasma. Nas extracelulares tem bastante porque se usa muito. A resistência se dá por dois mecanismos: modificação do sítio da subunidade 30S, e a bomba de efluxo (que bombeia o fármaco para fora da bactéria). Toxicidade: causa irritação tecidual, o ideal é dar junto com alimento desde que não contenha metaiso alimento. Bem comum distúrbios do TGI como irritação direta no intestino, isso causa diarreia, mas principalmente por modificação da microbiota, tanto oral quanto parenteral, como é de amplo espectro vai pegar tudo e começa a diarreia. Nesse caso é mais por Salmonella. Bem comum ter candidíase vulvovaginal em tratamentos de cistite. Dentes meio cinzas porque quela cálcio, até 8 oito anos tem que ser evitado. Pode ter problema ósseo também no início da vida, em fase de crescimento. Outro paciente que não pode receber é lactante, porque produzem leite que vai ser quelado. Atravessa a placenta, e não pode ser usado em animais prenhes também. E por quelar cálcio, se for feito IV pode dar arritmias já que é utilizado cálcio. Roger F Gomes – pág. 3 Exemplos: Terramicina (oxatetraciclina), tetradur, doxiflin, doxiciclina. Pode fazer um antibiótico vencido? No geral, os laboratórios dão 6 meses de garantia pós vencimento, legalmente se colocar e o atb morrer ocorrerá processo contra o veterinário. Farmacologicamente o principio ainda tá ativo durante 6 meses. Para as tetraciclinas é pior essa questão, eles formam metabolito tóxico, via de regra é preciso ter mais cuidado nesses fármacos. Anfenicóis Trem três tipos: cloranfenicol, florfenicol, tianfenicol. Mecanismo de ação: se ligam a porção 50S, assim como macrolídeos e as lincosamidas. Ai lá tem a enzima peptidiltransferase que é inibida e isso impede o alongamento da cadeia peptídica. Geralmente são bacteriostáticos, de vez em quando bactericidas conforme a bactéria e/ou concentração. Espectro de ação amplo, Gram positivo e negativo. Atuam em Riquétisias, espiroquetas, Mycoplasma. Resistência baixa, tem pouca frente a eles. Quando se dá é por acetilação do fármaco, então destruição do anel, da molécula do fármaco por enzimas. Também por bomba de efluxo, mutação locais-alvo (50S), e mudança na permeabilidade da bactéria. E novamente, resistência cruzada entre macrolídeos e lincosamidas. Tudo que age no mesmo local vira uma resistência só. Por que se usa muito pouco cloranfenicol? Porque ele causa anemia aplástica, é uma pancitopenia, que é uma diminuição de todos os elementos figurados do sangue (glóbulos vermelhos, brancos, plaquetas), tudo isso acaba diminuindo. Isso somente no cloranfenicol. Ele é de última escolha, em pacientes graves e situações especificas, ocorre em humanos isso. Ele é proibido na alimentação de animais, porque vai parar na produção do animal e nos humanos ela não é dose dependente, em qualquer parte por bilhão pode desencadear isso no humano. Os dois desfechos humanos são: morte ou leucemia. Em animais causa anemia hipoplastica. Os glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas diminui e depois de um tempo volta ao normal. Pleuromutilinas Exemplos: tiamulina e valnemulina. Uso exclusivo em medicina veterinária. São mais para animais de produção. Pegam bastante Gram positiva e alguns negativos. A grande vantagem é a atuação frente a anaeróbicos (Fusobacterium necrophorum, Haemohilus parasuis, Mycoplasmose em aves, Actinobacillus pleuropneumoniae). É usada em doenças respiratórias crônicas. Usada bastante nas rações. Mecanismo de ação: se liga na porção 50S. Toxicidade: causa inibição das enzimas hepáticas, ou seja, são as enzimas da cipi 450, que são as que biotrasnformam o fármaco, vai ter mais fármaco circulante, vai demorar mais pro organismo eliminar esses fármacos. Inibindo essas enzimas tem toxicidade associada aos ionóforos, então se tiver na ração, e fazer tratamento com tiamulina vai inibir o que está biotrasnformando os ionoforos, eles aumentam na concentração plasmática e acabam causando mortandade. Estreptograminas Chamada de Virginiamicina, é utilizada só como promotor de crescimento, controla as bactérias em um nível aceitável que não deixa causar doenças nos animais. Também se liga na porção 50S, tem mais espectro pra Gram positivo, mas pega bastante anaeróbicos (Clostridium) e aeróbicos também. Portaria 171, art. 1. Em 2020 foi proibido a tilosina, linfomicina e a tiamulina como melhoradores de desempenho, apenas pra tratamento de curto prazo.
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