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1 BIOQÍMICA- BCM2 METABOLISMO DA FRUTOSE E GALACTOSE RELEMBRANDO A GLICÓLISE... Glicose tem papel central no metabolismo energético e de carboidratos. METABOLISMOS DA FRUTOSE A frutose no fígado se transforma na triose e na di- hidroxiacetona (que vira triose também no ciclo da glicólise, 5° reação). No musculo se torna frutose1,6-bifosfato e segue na via glicolítica (terceira reação) FRUTOSE A frutose é um carboidrato monossacarídeo encontrado no organismo humano e na maioria das plantas; Sua principal fonte é o dissacarídeo sacarose, que, ao ser clivado no intestino, libera frutose e glicose; A frutose também é encontrada como monossacarídeo livre em muitas frutas, mel e no xarope de milho (produzido a partir do amido de milho com alta concentração de frutose). Em termos calóricos, equivale à sacarose, porém apresenta um poder adoçante aproximadamente duas vezes maior; A frutose tem sido incorporada nas fórmulas envolvidas no preparo de frutas enlatadas, geleias, doces em pastas, refrigerantes etc. Pode ser encontrada como rafinose, que é um trissacarídeo, e como estaquiose, que é um tetrassacarídeo presente em algumas leguminosas como a soja, lentilha, ervilha e feijão. 2 BIOQÍMICA- BCM2 METABOLISMO DA FRUTOSE NO FIGADO A frutose livre presente em frutos ou formada pela hidrólise da sacarose é metabolizada com maior intensidade no fígado, sendo: 1. Fosforilada pela frutoquinase, formando frutose-1-P, com o consumo de ATP. 2. A frutose-1-P é clivada pela aldolase B, produzindo diidroxiacetona-P (que vai direto para a via glicolítica e é transformado em triose na reação 5) gliceraldeído. 3. O gliceraldeído é fosforilado pela triose- quinase, formando gliceraldeído-3-P, o (qual também é um intermediário da via glicolítica na sexta reação), há consumo de ATP. DHAP e gliceraldeído-3-P são intermediários da via glicolítica e podem entrar diretamente na glicólise ou na gliconeogênese. Essas duas trioses poderão seguir três caminhos distintos, com finalidades diferentes: Participar da via glicolítica fornecendo piruvato, no qual é convertido em acetil- coA, que pode seguir no ciclo de Krebs. Ser utilizado na síntese de ácidos graxos; O ATP se transforma em acetil coa, ai ou vai para o ciclo de Krebs ou faz síntese de lipídeo (se tiver necessidade). Ser condensadas até formar a frutose-1,6- difosfato e, a partir dessa, formar glicose ou glicogênio. Ela virando acetil-coa acumula em gordura. METABOLISMO FORA DO FÍGADO No músculo e em outros tecidos, a velocidade do metabolismo da frutose é muito pequena; Isso acontece porque nesses órgãos a enzima responsável pela fosfoforilação inicial é a hexoquinase que tem uma afinidade muito maior pela glicose quando comparada com a frutose. Assim, a frutose só é fosforilada diante de alta concentração de frutose. 3 BIOQÍMICA- BCM2 DOENÇAS ASSOCIADAS AO METABOLISMO ANORMAL DA FRUTOSE Excesso de frutose pode levar ao excesso de gordura, uma vez que o glicogênio hepático é reposto, os intermediários do metabolismo da frutose são direcionados principalmente para a síntese de triglicerídeos pelo fígado, por isso seu uso como aditivo alimentar deve ser visto com cautela. DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA (DHGNA) É uma condição clínica-patológica definida pelo acúmulo anormal de triglicerídeos nos hepatócitos, excedente a 5% do peso do fígado. Acontece pela entrada excessiva de ácidos graxos no fígado (dieta) ou aumento de triglicerídeos do tecido adiposo. INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE Tem como defeito enzimático a ausência da aldolase B, responsável pela clivagem da frutose-1- fosfato. 1. Acúmulo intracelular de frutose-1-P. 2. ↓ depleção (perda ou diminuição) de ATP no fígado. 3. ↓diminuição do nível de fósforo inorgânico. 4. ↓ bloqueio da síntese de glicogênio e da gliconeogênese - resultado: hipoglicemia severa. 5. Lesão hepática (dano celular grave). Tratamento: retirada rápida da frutose e sacarose da dieta. FRUTOSÚRIA ESSENCIAL É uma condição categorizada pela deficiência da frutoquinase, que fosforiza a glicose em frutose1- fosfato. 1. A frutose não é fosforilada. 2. ↓ diminuição da estabilidade pois a fosforilação serve para manter a frutose dentro da célula. 3. A frutose sai das células hepáticas. 4. É eliminada pela urina (frutosúria). *não é metabolizada no fígado mas é no musculo pois quem atua nessas condições é a hexoquinase. A ROTA POLIOL (METABOLISMO DO SORBITOL) Converte glicose em frutose. A glicose pode ser reduzida a seu derivado alcóolico sorbitol pela enzima aldose-redutase, e esse é então oxidado a frutose pela enzima sorbitol- desidrogenase. Esse processo é feito principalmente em dois locais: Vesículas seminais: A frutose é a principal fonte de energia utilizada pelos espermatozoides no líquido seminal. 4 BIOQÍMICA- BCM2 Cristalino: Quando a concentração de glicose está elevada no sangue, o sorbitol é sintetizado no cristalino de forma mais rápida do que pode ser removido. *o sorbitol em excesso aumenta a pressão osmótica da célula, promovendo a entrada de água, resultando em opacidade do cristalino (catarata). QUESTÕES NORTEADORAS DA FRUTOSE GALACTOSE A galactose é um monossacarídeo que corresponde à metade da lactose, sendo um importante constituinte dos laticínios. A hidrólise da lactose ocorre pela lactase nas microvilosidades intestinais, levando à formação de glicose e galactose; A galactose e a glicose apresentam estruturas parecidas, mas diferem apenas no carbono C4. São epímeros - dois açúcares que se diferem apenas na configuração de um carbono. METABOLISMO DA GALACTOSE No fígado, a galactose é rapidamente metabolizada pela ação das enzimas: 1. GALM - galactose mutarotase; 2. GALK - galactoquinase; 3. GALT - galactose-1-fosfato uridiltransferase; 4. GALE - UDP-glicose-epimerase; *a falta de ação de algumas enzimas nessa via pode gerar a galactosemia; A metabolização da Galactose em organismos saudáveis, inicia com a epimerização da β-D-galactose a α-D- galactose pela enzima GALM. 5 BIOQÍMICA- BCM2 A GALK fosforila a galactose, formando Galactose-1-P para ela não fugir das células hepáticas. A Galactose-1-P se junta a UDP-Glicose e é convertida a UDP-galactose e glicose-1-P; Isso ocorre pois há uma reação de troca da galactose-1-P com a UDP-glicose (difosfato de uridina – atua como o transportador); 1. A UDP-glicose transfere o grupo UDP para a galactose e forma a UDP galactose; 2. A glicose, que entregou o grupo UDP e ficou sozinha, recebe o grupo fosfato da galactose e forma glicose-1-P, que seguem vias diferentes; Essa reação de troca é catalisada pela enzima Galactose-1-P-uridiltransferase (GALT). A UDP-galactose pode agora ser convertida a UDP-Glicose pela enzima UDP-glicose-epimerase (GALE) (reação reversível), onde pode reiniciar o processo; *por que reiniciar o processo? tudo isso foi feito para liberar a glicose-1-fosfato que entra no ciclo da glicólise. GALACTOSEMIA A galactosemia é uma doença hereditária consequente à deficiência ou ausência de uma ou mais das principais enzimas envolvidas no metabolismo da galactose. 6 BIOQÍMICA- BCM2 NÃO CLÁSSICA OU TIPO II É a deficiência na galactoquinase (GALK); sem essa enzima não há a fosforilação da galactose e ela sai da célula. Gera o aumento de galactose no sangue (galactosemia) e o aumento de galactose na urina (galactosúria). Pode levar a catarata pela transformação de galactose em galactitol (via rota do poliol). Lá no cristalino: Quando a concentração de galactose está elevada no sangue, o galactitol é sintetizadono cristalino de forma mais rápida do que pode ser removido. O galactitol em excesso aumenta a pressão osmótica da célula, promovendo a entrada de água nesta, resultando em opacidade do cristalino (catarata). Tratamento: retirada rápida da lactose da dieta. CLASSÍCA OU TIPO I É a deficiência na galactose-1P-uridilitransferase (GALT). Sem essa enzima não há a reação de troca entre a galactose-1-P e a UDP-glicose, sendo assim, não há a formação de glicose-1-p. Gera um acúmulo intracelular de galactose fosforilada; O que causa galactose no sangue (galactosemia) e na urina (galactosúria). *A retenção de galactose-1-p leva a depleção do ATP no hepatócito e a lesão hepática, além de danos neurológicos e retardo mental. Tratamento: remoção imediata da lactose da dieta. TIPO III É a deficiência na UDP-Galactose-epimerase (GALE), sem ela não há a regeneração da UDP-glicose. Com isso há um acúmulo intracelular de galactose fosforilada e é semelhante à clássica com lesão hepática, icterícia e problemas no SNC. QUESTÕES NORTEADORAS GALACTOSE 1. Qual a molécula produzida no metabolismo da galactose que integra a via glicolítica? Glicose-1-P. 2. Qual a enzima faz a conversão de galactose em galactose-1-fosfato? GALK – galactoquinase. 3. Qual a enzima faz a conversão da galactose-1-fosfato + UDP-glicose em UDP- galactose e glicose-1-P? GALT - galactose-1-fosfato uridiltransferase. 4. Qual enzima faz a conversão da UDP- galactose em UDP-glicose? GALE - UDP-glicose-epimerase; 5. Qual a enzima faz a conversão da glicose-1- P em glicose-6-P? Fosfoglicomutase. CASO CLÍNICO Uma criança 5 anos, foi levada à sala de emergência sofrendo de náuseas, vômitos e sintomas de hipoglicemia. Os pais indicaram que esses sintomas ocorrem logo após a ingestão de frutas ou balas. A criança foi desenvolvendo uma forte aversão a frutas. Uma série de exames clínicos foi realizado e a glicose 7 BIOQÍMICA- BCM2 apontou níveis baixos. O teste de tolerância à frutose foi realizado, administrando frutose intravenosamente em uma única e rápida injeção. Dentro de 30 minutos, a criança apresentou sintomas de hipoglicemia. Diagnóstico: INTOLERÂNCIA HEREDITÁRIA À FRUTOSE. 1) A deficiência de qual enzima está relacionada com o caso? Ausência da enzima aldolase B. 2) A deficiência dessa enzima interrompe qual processo metabólico? Interrompe a clivagem da frutose, que desmembra a frutose-1-P em Di-hidroxiactona e o gliceraldeído (futuras trioses), isso gera um acúmulo intracelular de frutose fosforilada. 3) Por que o paciente apresentou hipoglicemia? Porque há uma interrupção na gliconeogênese e diminui a produção de glicose na célula. 4) Qual o tratamento adequado? Retirada rápida da frutose da dieta. metabolismo da frutose e galactose relembrando a glicólise... metabolismos da frutose frutose metabolismo da frutose no figado Metabolismo fora do fígado Doenças associadas ao metabolismo anormal da frutose Doença hepática gordurosa não ALCOÓLICA (DHGNA) Intolerância hereditária à frutose Frutosúria essencial A rota poliol (metabolismo do sorbitol) questões norteadoras da frutose Galactose metabolismo da galactose galactosemia Não clássica ou tipo ii classíca ou tipo i tipo iii questões norteadoras galactose caso clínico
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