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Metabolismo de Frutose e Galactose As células, em termo de rotas metabólicas foram pensadas para metabolizar a glicose, dessa forma, não existe uma rota metabólica especifica para a frutose e para galactose, utiliza- se a via glicolítica, inserindo frutose e galactose. Vias metabólicas da frutose Presente, principalmente, em dietas com frutas ou sacarose. É possível encontrar frutose isolada nos alimentos, mas, em grande maioria, encontra-se a sacarose (glicose + frutose). Muscular: No músculo, a frutose entra na célula e é metabolizada através de uma reação de fosforilação realizada pela enzima hexocinase que fosforila a frutose e transforma em uma molécula de frutose 6- fosfato (F6P). A frutose 6-fosfato (F6P) pertence a via glicolítica (gerada na 2ª reação), assim, a molécula gerada pela fosforilação da frutose entra no início da via glicolítica a partir da 3ª reação, dando continuidade a todos os processos que envolvem a glicólise. Hepática: 1. Quando a frutose entra no fígado, ela é fosforilada através da enzima frutocinase (ao invés da hexocinase) que fosforila a frutose no carbono 1, gerando uma molécula de frutose 1-fosfato; A molécula de frutose 1-fosfato não pertence a via glicolítica. 2. A molécula de frutose 1-fosfato será quebrada ao meio por meio da enzima frutose 1-fosfato aldolase. As três primeiras moléculas de carbono originam o gliceraldeído e os outros três carbonos formam a di-hidroxiacetona fosfato; 3. A moléculda de di-hidroxiacetona- fosfato é convertida a gliceraldeído 3- fosfato pela enzima glicolítica triose- fosfato-isomerase e a molécula de gliceraldeído é fosforilada pelo ATP e pela enzima triose cinase a gliceraldeído 3-fosfato, as moléculas de gliceraldeído 3-fosfato continuam a via glicolítica a partir da 6ª reação. - O gliceraldeído 3-fosfato pode entrar na via glicolítica ou ser convertido na sua forma de álcool pela enzima álcool desidrogenase se transformando em álcool. O glicerol pode formar triglicerídeos. A metabolização de frutose no fígado possibilita a formação de triglicerídeos caso haja a conversão do gliceraldeído em uma molécula de glicerol, arcabouço do triglicerídeo. Problemas do excesso de frutose: No fígado, a frutose aumenta a síntese de ácidos graxos e de triacilgliceróis, além da secreção de VLDL, levando a hipertriacilglecerolemia – e aumento de colesterol LDL – que pode ser considerado como potencialmente aterogênica. A razão disso é que a frutose entra na glicólise pela frutocinase, e a frutose-1-fosfato assim formada escapa da etapa reguladora catalisada pela fosfofrutocinase. Além disso, uma sobrecarga aguda de frutose para o fígado, como a que pode ocorrer com infusão intravenosa ou após consumo muito alto de frutose, provoca sequestro de fosfato inorgânico na frutose-1-fosfato e diminuição da síntese de ATP. Como consequência, ocorre menor inibição da síntese de novo de purinas a partir de ATP, e observa-se aumento na formação de ácido úrico, causando hiperuricemia, que constitui a causa da gota. Como a frutose é absorvida pelo intestino delgado por difusão mediada por transportador (passiva), o uso de doses orais altas pode resultar em diarreia osmótica. Um elevado consumo de frutose presente nos alimentos industrializados, por exemplo, pode desencadear uma resistência à insulina, gordura intra-hepática, aumento de triglicerídeos que podem ocasionarem doenças metabólicas (obesidade) e cardiovasculares. A frutose das frutas está em menor quantidade, junto a fibras e a outros nutrientes, por isso, é a sacarose dos industrializados que é tão maléfica ao organismo. Regulação da via: A frutose metabolizada no fígado não sofre regulação rígida da fosfofrutoquinase, pois a frutose originada da metabolização hepática entra na via glicolítica na 6ª reação, assim, não sofre reação da enzima fosfofrutoquinase que atua na 3ª reação. Torna-se mais difícil a regulação da via glicolítica perante o metabolismo da frutose, pois com o metabolismo da frutose é possível formar mais piruvato e, consequentemente, mais lactato e maior reciclagem de NAD+ que dá continuidade a glicólise. Sorbitol: muitas vezes é utilizado em substituição a frutose, no entanto, ele é convertido em frutose, assim, em tese, é a mesma coisa que consumir a frutose. Além disso, na diabetes mellitus, tanto a frutose quanto o sorbitol são encontrados na lente do olho em concentrações aumentadas e podem estar envolvidos na patogênese da catarata diabética. Vias metabólicas da galactose A galactose é encontrada, principalmente, em fontes de lactose. A galactose e a glicose são moléculas muito parecidas entre si, mas a diferença existente impossibilita, por exemplo, que ela seja metabolizada pela enzima hexocinase (como ocorre com a glicose), pois a hexocinase não reconhece a galactose. 1. Para a transformação de galactose em galactose 1-fosfato é utilizado a enzima galactocinase que fosforila a galactose no carbono 1, originando a molécula de galactose 1-fosfato. A galactose não participa da via glicolítica, assim, é necessário à sua conversão em uma molécula útil a glicólise. 2. Para conversão da galactose é utilizado uma molécula de UDP-glicose (glicose mais um pequeno nucleotídeo). A A enzima galactose 1-fosfato uridiltransferase transfere a galactose para o UDP, fazendo surgir uma molécula de UDP galactose (que pode ser convertido a qualquer momento em UDP-glicose); 3. A glicólise que perdeu o seu UDP se transforma em glicose 1-fosfato (G1P); 4. A glicose 1-fosfato pode ser convertida por a enzima fosfoglucomutase em glicose 6-fosfato (G6P) que entra a partir da 2ª reação da via glicolítica. Galactosemia: Problema na metabolização de galactose, por não expressar as enzimas que metabolizam a galactose, acaba causando uma grande perca de ATP e de fosfato e um acúmulo de galactose. Na galactosemia por deficiência de galactocinase, altas concentrações de galactose são encontradas no sangue e na urina. Os indivíduos afetados desenvolvem catarata durante a infância, causada pela deposição no cristalino de um metabólito da galactose, o glalactitol. A galactosemia por deficiência de transferase é caracterizada por retardo do crescimento na infância, anormalidade na fala, deficiência mental e dano hepático que pode ser fetal. A galactosemia por deficiência da epiramase leva a sintomas similares, porém é menos grave quando a galactose da dieta é cuidadosamente controlada.
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