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1 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | BCM2 - A glicose é uma hexose e é importante para sintetizar matriz extracelular, ajudar a sintetizar a parede celular, oxidação pela via de pentose-fosfato, armazenamento de carboidratos e é a principal fonte de energia (ATP). - Glicólise (via glicolítica) = quebra da glicose que resulta na geração de energia. É uma série de 10 reações organizadas em sequência, também chamada de via glicolítica, que ocorre no citoplasma, na qual a glicose é utilizada para geração de ATP, nossa molécula energética. - As 10 reações da glicose ocorrem no citoplasma, por ter as 10 enzimas que permitem que cada reação aconteça. - A glicose é absorvida pelas células -> glicose é degradada -> é produzido o ATP e o piruvato -> o piruvato pode ter 2 vias: caso haja oxigênio suficiente, ele entra na mitocôndria e é produzido mais ATP através da respiração celular e, caso não haja oxigênio suficiente, ele continua no citoplasma e é fermentado até lactato. - A glicose é polar, por isso precisa de um transportador GLUT (glucose transporter) para entrar na célula (no meio intracelular), que faz o transporte por difusão facilitada. - A insulina também ajuda na entrada da glicose na célula, por o GLUT4 é um transportador dependente da insulina. - Temos 12 tipos de GLUT, tendo cada tecido o seu específico. - GLUT2 = encontrado no fígado, no rim e nas ilhotas pancreáticas. Ajuda na captação de glicose e na secreção de insulina (excesso de glicose do sangue). Ele não depende da insulina. - GLUT4 = encontrado nos músculos, adipócitos e miocárdio. Ele depende da insulina (tem sua atividade aumentada pela insulina). - Normoglicemia = 70-100mg/dL (o corpo sempre tenta manter esse valor). - Hiperglicemia = acima de 100mg/dL. Caso o corpo fique muito tempo em hiperglicemia, podem ocorrer problemas de coagulação, problemas no sistema imunológico e problema osmótico. - Hipoglicemia = abaixo de 70mg/dL. Caso o valor fique muito abaixo disso por muito tempo, o indivíduo pode entrar em coma, pois as células deixam de gerar energia. - A insulina faz com que o nível de glicose no sangue diminua (pós prandial – após a refeição). - O glucagon faz com que o nível de glicose no sangue aumente (em jejum). - Portanto, os hormônios insulina e glucagon são produzidos de acordo com a quantidade de glicose na corrente sanguínea. 2 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | BCM2 - Tanto a insulina quanto o glucagon são hormônios peptídicos produzidos no pâncreas em sua porção endócrina (denominada como ilhotas pancreáticas, que têm as células alfa e beta pancreáticas – o grupo das células alfa pancreáticas produz o glucagon e o grupo das células beta pancreáticas produz a insulina). - Já a porção exócrina do pâncreas produz as enzimas digestivas, que são liberadas no começo do intestino e são importantes para digerir macromoléculas. - A glicólise ocorre no citoplasma e é uma sequência de 10 reações que metaboliza uma molécula de glicose em 2 de piruvato, com a produção concomitante de 2 moléculas de ATP. - Resumindo: a glicólise é a quebra da glicose para produzir ATP (1 glicose -> 2ATP + 2 piruvatos). - Cada uma das etapas tem uma enzima específica necessária. - As reações são sequenciais, pois o produto de uma reação serve como substrato para a próxima. - A glicólise é utilizada por todas as células para obter ATP o tempo todo. - Toda reação metabólica possui enzimas reversíveis e irreversíveis. Enzima reversível: a mesma enzima consegue transformas substrato em enzima ou enzima em substrato. Enzima irreversível: só transforma substrato em produto. Caso precise reverter, usa outra enzima. Todas as reações metabólicas têm reações irreversíveis, porque servem como pontos de controle, ativando ou desativando elas. - A glicólise é dividida em duas fases: de investimento de energia e de ganho de energia. - Ocorrem 5 reações com o gasto de 2 ATPs. 1) A glicose entra dentro da célula a partir de um transportador (GLUT). 3 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | BCM2 - Ela é fosforilada, ou seja, é adicionado um grupo fosfato na glicose (no carbono 6), para que ela se mantenha dentro da célula, sendo chamada agora de glicose-6-fosfato. - Como o grupo fosfato tem caráter negativo, isso faz com que a glicose não consiga voltar ao meio extracelular. - Quem adiciona o fosfato ao carbono 6 da glicose é uma enzima irreversível chamada Hexoquinase. Nessa reação é gasto 1 ATP, pois ela tira o fosfato de um ATP, transformando-o em um ADP. 2) A glicose-6-fosfato é transformada em uma frutose-6-fosfato a partir da isomeração, mudando a posição da ligação dupla que o carbono faz com o oxigênio, mudando de aldeído para cetona. - Quem faz isso é uma enzima reversível chamada Fosfoglicose Isomerase. 3) É adicionada mais um fosfato (para que na divisão elas sejam iguais), porém dessa vez ele será adicionado no carbono 1, transformando a frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato. - Quem faz isso é a enzima irreversível chamada Fosfofrutoquinase (Pfk – que é a enzima mais importante da via). Essa enzima é “ligada” e “desligada” de acordo com a quantidade de ATP presente. - Nessa etapa é gato mais 1 ATP. 4) A frutose-1,6-bifosfato é dividida ao meio milimetricamente pela enzima reversível chamada Frutose Bifosfato Aldolase, produzindo dois isômeros, o Dihidroxiacetonafosfato e o Gliceraldeído-3- fosfato. - Somente o Gliceraldeído-3-fosfato continua na produção de ATP. 5) Temos uma enzima isomerase reversível chamada Triose Fosfato Isomerase, que transforma tudo o que é Dihidroxiacetonafosfato em Gliceraldeído-3- fosfato, pois só ele prossegue na via glicolítica. 6) É uma reação reversível na qual o Gliceraldeído-3-fosfato é transformado em 1,2-bifosfoglicerato, sendo adicionado mais um fosfato (é um fosfato inorgânico que se encontra livre no citoplasma) à molécula no carbono 1. - A enzima responsável por isso é a Gliceraldeído-3-fosfato Dehidrogenase. - Para realizar essa reação é necessária a ajuda de uma molécula de NAD+, que é utilizada como um cofator da enzima. - O NAD+ será reduzido em NADH para que possa ser adicionado o fosfato, transformando o gliceraldeído-3-fosfato em 1,3- bifosfoglicerato. 7) Nessa reação, é retirado um fosfato do carbono 1 da molécula e é adicionado no ADP, transformando-o em ATP. - A enzima reversível responsável por essa reação é chamada Fosfoglicerato Quinase. - Nessa reação são produzidos 2 ATPs e 2 moléculas de 3-fosfoglicerato. 8) O fosfato é tirado do carbono 3, porém nenhuma enzima consegue irar ele do carbono 3, então ele é mudado do carbono 3 para o carbono 3. - A enzima reversível responsável por isso é chamada Fosfoglicerato Mutase, que 4 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | BCM2 transforma as moléculas de 3-fosfoglicerato para 2-fosfoglicerato. 9) Nessa etapa a molécula é desidrata, retirando uma molécula de água. - A molécula de água será retirada do hidrogênio (H) do carbono 2 e um grupo hidroxila (OH) do carbono 3, transformando essa molécula em Fosfoenolpiruvatp (PEP). - A enzima reversível responsável por essa reação é chamada Enolase. 10) A enzima irreversível Piruvato Quinase retira o fosfato do carbono 2 e o adiciona a uma ADP, transformando-o em ATP. - Essa reação produz e ATPs e 2 piruvatos. SALDO FINAL) Para cada molécula de glicose são produzidos: 2 ATPs, 2 piruvatos e 2 NADH. RESUMO - ENZIMAS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS:- O piruvato pode ter 2 destinos: - Respiração aeróbia: quando tem muito oxigênio, o piruvato vai para a mitocôndria onde participa da respiração celular, gerando mais ATP. - Respiração anaeróbia: o piruvato é desviado para a via de fermentação lática, onde será reduzido em lactato para que que o NADH seja oxidado em NAD+ e possa participar da 6º reação da glicólise (em que não ocorre a produção de ATP). - Hexoquinase, Fosfofrutoquinase (PFK) e piruvato quinase. - Altos níveis de AMP ativa a PFK. - Quando estou com baixo aporte de ATP, recruto a via glicolítica, aumentando meu saldo de ATP. A célula sabe quando está com pouco ATP quando tem altos níveis de AMP, indicando que ela precisa produzir mais ATP. 5 Universidade Nove de Julho – São Bernardo do Campo Beatriz de Paula | @plannedmed | BCM2 - Portanto, o AMP regula de forma positiva (ativando as enzimas para a produção de ATP) e o ATP (quando em altos níveis) regula de forma negativa (desativando as enzimas para que não haja mais produção de ATP). - Altos níveis de ATP: inibe a fosfofrutoquinase (PFK) e piruvato quinase, não tendo via glicolítica. - Baixos níveis de ATP: estimula positivamente a fosfofrutoquinase (PFK) e piruvato quinase, tendo a via glicolítica. - Quanto mais ATP é consumido, mais AMP fica liberado no citoplasma. Esse aumento de AMP no citoplasma indica baixos níveis de ATP intracelular, mostrando para a célula que é preciso produzir mais. - AMP = “termômetro” para a produção ou não de ATP. - Os hormônios insulina e glucagon também controlam a glicólise, a insulina regula de forma positiva e o glucagon de forma negativa. - Concentrações elevadas de lactato no plasma ocorrem quando há um colapso do sistema circulatório, como no infarto do miocárdio, na embolia pulmonar, na hemorragia não controlada ou quando o indivíduo está em choque. - Sintomas: confusão, ataxia e fala arrastada. - Identificação: gasometria. - Tratamento: perfusão tecidual adequada. - Não produz ATP, o piruvato vai ser reduzido em lactato para regenerar o NAD+ para que a glicólise continue acontecendo. Grande parte do lactato é transportado pelo sangue até o fígado, onde é usado na síntese de glicose. Chamamos de Ciclo de Cori. - Quem faz são os fungos e é produzido um álcool, no caso, o etanol.
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