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Ao Juízo de direito da vara cível da comarca da Cidade “Z” Clarice, estado civil... existência de união estável... profissão... inscrita no CPF n... e RG n... com endereço eletrônico... residente e domiciliada na Rua... vem à presença do Juízo, com fulcro no art. 1.767 e seguintes do Código Civil c/c art. 747 e seguintes do Código de Processo Civil, propor: AÇÃO DE INTERDIÇÃO COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA em face de Maria de Fátima, viúva... profissão... inscrita no CPF n... e RG n... com endereço eletrônico... residente e domiciliada na Rua... no bairro ''x'' da cidade ''z'' I-Fatos: A requerente é filha da parte ré que conta com 92 anos e possui diversas limitações mentais devido a avançada idade. Devido à idade avançada, dona Maria de Fátima apresenta diversas limitações mentais e necessita do auxílio de sua filha Clarice para os mais diversos atos do cotidiano, como tomar banho e comer. É também a autora que aplica medicamentos que controlam a depressão, o mal de Alzheimer e outras patologias psíquicas, segundo laudos médicos do Hospital Público Municipal. É claro que a interditada não pode mais praticar pessoalmente os atos da vida civil e a pensão da previdência que ele recebe é fundamental para cobrir as despesas com medicamentos, cabendo as demais despesas ao autor. A pouco tempo recebeu uma correspondência do INSS anunciando que a intermediária deveria comparecer ao posto da autarquia mais próximo para recadastramento e retirada de novo cartão de benefício previdenciário, sob pena de suspensão do pagamento. A autora, sabendo que é necessária a administração do patrimônio de sua mãe, bem como a realização do trâmite junto ao INSS, a fim de evitar a supressão de sua pensão, utiliza a presente ação para regularizar a interdição de sua mãe mediante a constituição de uma curadoria. A autora chama a atenção para o laudo médico conjunto que comprova a incapacidade da interdição, conforme determina o art. 750 do CPC. II- Do Direito II.I PRIORIDADE NO PROCEDIMENTO - IDOSA O intermediário é uma pessoa idosa, com mais de sessenta anos e tem direito à prioridade de processamento. De acordo com art. 71 da lei no. 10.741 / 2003 (Estatuto do Idoso), a prioridade no processamento abrange os processos e procedimentos e na execução dos atos, procedimentos judiciais, em qualquer instância. No mesmo sentido, o art. 1.048 do Código de Processo Civil (CPC) estabelecerá que os procedimentos judiciais em que qualquer pessoa com 60 anos ou mais será considerada parte ou interessado em qualquer juízo. Assim, nos termos do art. 71 da lei no. 10.741 / 2003 com o art. 1.048 do CPC, a autora exige que o processo prossiga com prioridade. II.II DA NECESSIDADE DE COMPARAÇÃO PESSOAL NO LOCAL DE INTERDITANDA Art. 751 do CPC determina que: “A interdição será convocada para, em dia determinado, comparecer perante o juiz ...” Acontece que o intermediário não tem condições físicas para comparecer pessoalmente em tribunal, devendo ser aplicável o §.º 1 do mesmo artigo, que prevê: "art. 751 [...] § 1º Se a interdição não circular, o juiz ouvirá onde estiver. Assim, nos termos do art. 751, § 1 do CPC, exige a presença do tribunal pessoalmente na sede do intermediário. " II.III CONCEDENDO A GRATUIDADE DE JUSTIÇA É garantido a quem não tem condições de arcar com a concessão do benefício da gratuidade, conforme a inteligência do art. 98 do Código de Processo Civil (CPC). Pois bem, a Autora é uma pessoa de baixa renda e não tem condições econômicas de arcar com as custas do processo, sem prejuízo do seu próprio sustento e da intermediação dos que dela cuidam. Assim, tendo em vista a condição da Autora, requer a concessão do benefício da Justiça gratuitamente. III - BASE JURÍDICA NO MÉRITO III.I - INCAPACIDADE DA INTERDITANDA E DA NECESSÁRIA CURATELA O CC em seu art. 3º e o artº 4º definem quem é incapaz, absoluto ou relativo, de exercer os atos da vida civil. Nesse sentido, o art. 1.767 a 1.783 do Código Civil estabelecerão as regras para a constituição do agente fiduciário. Artigo 1.767. O seguinte está sujeito à tutela: “I - aqueles que, por motivos transitórios ou permanentes, não possam manifestar sua vontade; [...]” As graves limitações sofridas pelo intermediário, que necessita da filha para as mais diversas necessidades do cotidiano, justificam a proibição, que é uma medida de proteção aos incapacitados. A idade avançada impede que a interditanda tome condutas que incluem a administração de bens, o que demonstra a importância da interdição. Sendo a também a filha legitima para a conduta, já que dona Maria de Fatima possui capacidade de se locomover para se dirigir à agência do INSS e cumprir com a obrigação que lhe foi exigida. V - DOS PEDIDOS Pelo exposto, a autora requer: a) a concessão de antecipação de tutela, nomeando-se a autora curadora provisória; b) a prioridade na tramitação do processo por ser a interditanda pessoa idosa; c) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do CPC; d) o comparecimento pessoal do Juízo no local onde se encontra a interditanda, nos termos do art. 751, § 1º do CPC; e) no mérito, a decretação da interdição e a nomeação da autora como curadora definitiva; f) a intimação do Ministério Público para atuação como fiscal da lei; g) no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. Requer a produção de provas por todos os meios em direito admitidos, em especial a prova pericial. Valor da causa [...] 21 De Março de 2021- Local: Cidade Z
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