3 Gônadas Femininas e Masculinas (1)

Prévia do material em texto

Fisiologia Endócrina
Gônadas Femininas e Masculinas
Sistema reprodutor feminino:
➔ Compreende as gônadas (ovários) e o trato genital (tubas uterinas, útero e vagina)
➔ Ovários:
◆ Desenvolvimento folicular e ovulação (liberação de gametas)
◆ Produção de hormônios sexuais femininos
● Sob controle do eixo hipotálamo-hipofisário
○ GnRH → LH e FSH → ovários
➔ A mulher nasce com número limitado de gametas
➔ Idade fértil: da menarca à menopausa
➔ No período embrionário, células germinativas primordiais formam as oogônias que
entram na divisão meiótica, originando os oócitos primários.
➔ Os oócitos primários com as células da granulosa ao redor são chamados de folículos
primordiais → ao nascer, a menina tem 2 milhões de folículos primordiais nos ovários.
◆ Ao longo da vida nenhum folículo novo é produzido
➔ Os folículos primordiais ficam inativos durante toda a infância da mulher.
➔ Na menarca (primeira menstruação), a mulher tem aproximadamente 300.000 folículos
primordiais (reserva ovariana), o restante/grande número sofreu apoptose (morte
celular programada/atresia folicular)
➔ Dos 300.000 folículos, em torno de 450 irão ovular ao longo da idade fértil.
➔ Na infância grande quantidade de folículos primordiais nos ovários comparado com
mulher de 80 anos
◆ Devido atresia folicular (apoptose) e degeneração de folículos que foram
submetidos ao crescimento, recrutamento e ovulação.
Início da puberdade:
➔ Durante a infância os ovários ficam quiescentes, os folículos primordiais não se
desenvolvem, não há produção de hormônios sexuais
◆ Hipotálamo tem neurônios do sistema parvicelular produtores de GnRH
(Hormônio Liberador de Gonadotrofina) estão sobre forte influência inibitória
● Diversos neurônios que liberam neurotransmissor inibitório sobre esses
neurônios fazem com que o GnRH não seja produzido
● Pequenas influências excitatórias
➔ Com a instalação da puberdade ocorre redução das influências inibitórias e aumento
das influências excitatórias de GnRH
◆ GnRH começa a ser liberado e age na adeno-hipófise nos gonadotrofos,
estimulando a liberação de LH e FSH (gonadotrofinas) que agem nos ovários e
iniciam o processo de síntese dos hormônios sexuais femininos e estímulo da
maturação dos folículos seguido de ovulação
Eixo hipotálamo-hipófise-gonadal
➔ Neurônios do sistema parvicelular liberadores de GnRH na eminência média que via
corrente sanguínea chega na adeno-hipófise e age nos gonadotrofos (produtores de
gonadotrofinas)
◆ Gonadotrofinas: LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante)
que agem nas gônadas
➔ Função do ovário é controlada por Hormônios da Adenohipófise
➔ Hormônio de liberação das Gonadotrofinas (GnRH)
◆ Produzido no hipotálamo
◆ Liberado no sistema porta hipotálamo-hipofisário
◆ Age na adenohipofise → nos gonodatrotofos
◆ GnRH pulsátil promove liberação de:
● Hormônio Luteinizante (LH): produção de hormônios ovarianos, ovulação
e formação do corpo lúteo
● Hormônio Folículoestimulante (FSH): produção de hormônios ovarianos,
recrutamento e crescimento dos folículos
➔ Eixo hipotálamo-hipófise → estímulos
internos ou ambientais → estimulam
liberação de GnRH → age na
adeno-hipófise → estimula liberação de LH
(→ estimula a síntese de hormônios,
ovulação e formação do corpo lúteo → os
hormônios esteróides uma vez formados
agem retrogradamente na adeno-hipófise e
hipotálamo por retroalimentação-negativa
ou positiva) e FSH (→ estimula o
recrutamento e crescimento dos
folículos/maturação de gametas)
Células:
➔ Células da Teca:
◆ Mais externas
◆ Iniciam a produção de hormônios esteróides sob efeito do LH
◆ Produz Hormônios Androgênios: androstenediona e testosterona
● Se difundem para as células da granulosa, onde são convertidos para
estrogênios
➔ Células da Granulosa:
◆ Iniciam a produção de hormônios esteróides sob efeito do FSH
◆ Convertem os androgênios produzidos pelas células da teca em estrogênios,
graças a ação da enzima aromatase.
◆ Os estrogênios agem na adeno-hipófise fazendo um feedback negativo na
liberação de LH e FSH.
➔ Folículo ovariano:
◆ Unidade funcional do ovário
◆ Folículos primordiais se desenvolvem (proliferação de células da granulosa) →
folículo primário → aparecimento de células da teca → folículo secundário
Fases do ciclo ovariano:
➔ Fase folicular do ovário: caracterizada pelo recrutamento e crescimento de 15 a 20
folículos, seguido da seleção de um destes folículos como folículo dominante e
crescimento do folículo dominante até que ocorra a ovulação
◆ Desenvolvimento final do folículo ovariano – ovulação
◆ Estágios de desenvolvimento folicular:
Folículo primordial: oócito circundado pelas células da
granulosa
À medida que as células granulosas proliferam e formam um
epitélio com múltiplas camadas ao redor do oócito o folículo
é denominado folículo primário.
As células da teca (camada de células mais externas)
formam uma camada achatada de células ao redor do
folículo. Uma vez formada uma camada da teca, o folículo
passa a ser denominado folículo secundário
O folículo secundário começa a desenvolver uma porção
central (antro) e ocorre o recrutamento de um folículo que
será o folículo dominante/maduro/antral/de Graaf
Folículo de Graaf: com região central (antro), células da
granulosa (intensa produção de estrogênio por estímulo do
FSH, sob precursão dos androgênios produzidos pelas
células da teca sob estímulo de LH). No folículo de Graaf é
quando o oócito passou para a segunda fase da divisão
meiótica (oócito secundário)
Esse oócito secundário que é liberado (ovulação) e é
responsável pela fecundação (gameta feminino)
O restante do tecido (células da granulosa e da teca) que
compunha o folículo de Gra� continua no ovário e sofre
processo de luteinização → corpo lúteo (síntese hormonal)
Quando temos estímulo de regressão do corpo lúteo se
transforma em corpo albicans (como uma cicatriz no ovário)
*o corpo lúteo é amarelo porque tem impregnação de células lúteas com gordura
➔ Um pico de LH (10 a 12h antes da ovulação) induz a ovulação
◆ O LH estimula a formação do estigma no ovário que sofre abertura para
liberação do oócito secundário que é captado pelas fímbrias e entra na tuba
uterina
◆ Cada mês acontece a liberação de oócito secundário de um dos ovários (1 oócito
por ciclo)
➔ O hormônio folículo estimulante (FSH)
participa da fase folicular (recrutamento e
desenvolvimento de folículos)
➔ Os demais folículos que entram no processo
de desenvolvimento sofrem atresia e não podem
mais ser recrutados - são perdidos
➔ Com a formação do folículo de Graaf ocorre
um pico de LH e de 10 a 12h após esse pico ocorre
a ovulação (liberação do oócito secundário)
➔ O LH também estimula a formação do
corpo lúteo
Formação do corpo lúteo:
➔ Luteinização das células da granulosa e da teca que permanecem no ovário após a
ovulação
◆ Depende dependente do pico pré-ovulatório de LH
➔ A cavidade antral do folículo é invadida por uma rede de fibrina, vasos sanguíneos e
por mais células da granulosa e da teca
➔ Composto por células produtoras de hormônios e produz:
◆ Progesterona: esteróide, produzido pelas células granulosas e da teca pós
estímulo pelo surto pré-ovulatório de LH → após a formação do corpo lúteo
◆ Estradiol (E2) (17β-estradiol): esteróide estrogênio, produzido pelo trabalho
conjunto das células da granulosa e as células da teca do folículo ovariano.
● Células da teca produzem androgênios que são utilizados pelas células da
granulosa para produção de estradiol devido a enzima das células da
granulosa (aromatase)
➔ O corpo lúteo mantém a produção hormonal adequada para assegurar a gestação
caso ocorrer fecundação do oócito liberado
➔ Caso não ocorrer fecundação existe sinalização para regressão do corpo lúteo que
nas semanas seguintes é substituído por tecido conjuntivo e absorvido pelo organismo
➔ O corpo lúteo dura 14 dias e se não ocorrer implantação no endométrio ele se
degenera
➔ Corpo albicans: não é produtor de hormônio
Ciclo ovariano:
➔ Oócito primário → quando recoberto por células da granulosapassa a ser chamado
folículo primário (desde o nascimento temos folículos primários nos ovários) →
proliferação das células da granulosa → folículo secundário → FSH recruta os folículos
para o desenvolvimento a cada ciclo → estimula a formação de um folículo
dominante/folículo de Graaf com oócito secundário (produtor de estradiol) → pico de
LH → estimula liberação do oócito secundário → ovulação → desenvolvimento do
corpo lúteo → liberação de estradiol e progesterona → degeneração do corpo lúteo →
formação do corpo albicans
Influência hormonal - ciclo ovariano ou menstrual:
➔ Hipófise-anterior: FSH e LH hormônios
➔ Ovários: estradiol (folículo dominante e corpo lúteo) e progesterona (corpo lúteo)
➔ Temperatura corporal: após a ovulação a temperatura corporal basal aumenta 0,5ºC
➔ 1ª fase: fase folicular
◆ recrutamento dos folículos primordiais que iniciam seu desenvolvimento por
estímulo do FSH (aumenta de concentração durante a fase folicular)
◆ com o desenvolvimento dos folículos ocorre aumento da produção de estradiol
pelos ovários (células da granulosa dos folículos em desenvolvimento)
◆ o estradiol na corrente sanguínea age na adeno-hipófise fazendo feedback
negativo nas gonadotrofinas, diminuindo sua liberação
◆ quando ocorre a seleção de um folículo dominante que passa a produzir
estradiol intensamente → pico de estradiol na corrente sanguínea → induz
feedback positivo na adeno hipófise → liberação de gonadotrofinas → pico de
LH → leve pico de FSH
◆ o pico de LH estimula a ovulação → liberação do oócito secundário de 10 a 12h
após o pico de LH
◆ declínio na produção de estradiol acompanhado de declínio na liberação de
gonadotrofinas
◆ desenvolvimento do corpo lúteo
➔ 2 fase: fase lútea
◆ desenvolvimento do corpo lúteo (estrutura produtora de hormônios)
◆ aumento da concentração de progesterona
◆ células da granulosa do corpo lúteo sintetizam estradiol (pequeno aumento na
concentração)
◆ se não houver implantação do embrião no endométrio ocorre a regreção do
corpo lúteo que é convertido em corpo albicans (não produz hormônios)
◆ declínio produção de progesterona e estradiol → retirada de inibição sobre a
adeno-hipófise → novo ciclo
◆ quem faz a manutenção do endométrio no útero é a progesterona → devido sua
redução de concentração ocorre a descamação do endométrio → menstruação
◆ dia 1 da fase folícular = dia 1 da menstruação
Ciclo uterino:
➔ ocorre paralelamente com o ciclo ovariano/menstrual
➔ Ciclo ovariano: fase folicular - ovulação - fase lútea
➔ Dia 1 da fase folicular do ciclo ovariano ocorre a menstruação
➔ Menstruação: aprox. 5 dias de descamação do endométrio → ruptura de vasos
sanguíneos
➔ Fase proliferativa do endométrio: proliferação de células por estímulo do estradiol
➔ Fase secretora: após a ovulação, caracterizada pelo crescimento maior do endométrio,
intensa vascularização e produção de substâncias nutritivas (glicogênio e lipídeos) →
preparação para a implantação e desenvolvimento do embrião
➔ Se não há fecundação: regressão do corpo lúteo (com 14 dias de duração caso não
houver sinalização de implantação do embrião) → não há mais liberação de
progesterona e estradiol → descamação do endométrio
1. A cada ciclo ovariano um ovócito II é liberado
2. Os ovários segregam hormonas que controlam o funcionamento do útero
3. As paredes do útero (endométrio) sofrem transformações cíclicas → baixa de
progesterona, que fazia manutenção do endométrio
Duração do ciclo menstrual:
➔ 1 dia do ciclo = menstruação = 1 dia da fase folicular
➔ Fase folicular variável
➔ Ovulação (o dia depende da duração de cada ciclo)
➔ Fase lútea constante (14 dias)
➔ Outro ciclo inicia
Fase folicular inicial:
➔ Eixo hipotálamo-hipofisário → GnRH → age na adeno-hipófise → liberação de FSH (→
células da granulosa) e LH (→ células da teca) que agem sobre os folículos → células da
teca sob estímulo do LH produzem androgênios → células da granulosa os utilizam
como precursor para síntese de estrogênios → feedback negativo sob adeno-hipófise e
hipotálamo
Fase folicular tardia e ovulação:
➔ Grande produção de estrogênio faz feedback positivo no hipotálamo → liberando
GnRH → estimula liberação do pico de LH → ovulação
Fase lútea inicial:
➔ Corpo lúteo secreta estrogênio e progesterona → feedback negativo sobre o
hipotálamo e adeno-hipófise → diminui liberação de LH e FSH
Fase lútea tardia:
➔ Após 14 dias e não ocorreu implantação → corpo lúteo se degenera → diminui
produção de estrogênio e progesterona → inicia-se liberação tônica de GnRH→
estimula liberação de LH e FSH → novos folículos começam a se desenvolver
➔ novo ciclo
Ações do estradiol:
➔ Induz crescimento e deposição de gordura nos quadris, coxas e mamas.
➔ Deposição de cálcio nos ossos
➔ Acelera o crescimento linear (osteoblastos mais sensíveis ao estradiol)
➔ Efeito protetor - Previne reabsorção óssea (desgaste do osso para liberar cálcio na
corrente sanguínea)
◆ Por isso na menopausa aumenta o risco de osteoporose
➔ Efeito renal
◆ Maior reabsorção de sódio
◆ Maior retenção hídrica
● Edema pré-menstrual
➔ Ativador do SNC
◆ Aumenta libido
◆ Melhora as funções sensoriais, motoras e cognitivas (olfação, audição, visão,
memória, aprendizado).
◆ Antidepressivo (↑ serotonina)
Sistema reprodutor masculino:
➔ Sistema genital masculino consiste na genitália externa (pênis e escroto), nos testículos
e na genitália interna (glândulas acessórias* e ductos)
◆ Glândulas acessórias: vesícula seminal, próstata e glândulas bulbouretrais
Testículos:
➔ Produz espermatozoides
➔ Produz hormônios: testosterona
➔ Túbulos Seminíferos (80% da massa testicular) → a união dos túbulos seminíferos forma
o epidídimo
◆ Os espermatozoides são produzidos dentro deles → espermatogênese
➔ Epidídimo: união dos túbulos seminíferos → dá origem ao ducto deferente → entra no
abdômem → desemboca na uretra
◆ Dividido em cabeça, corpo e cauda
➔ Entre os os túbulos seminíferos existe um tecido intersticial que consiste
principalmente em vasos sanguíneos e células de Leydig
◆ Células de Leydig:
● Secretam testosterona sob estímulo de LH
● GnRH → liberação LH → estimula células de Leydig → secreção de
testosterona
● Como estão próximas a vasos sanguíneos a testosterona vai pra corrente
sanguínea e ganha o corpo
➔ Testosterona:
◆ Espermatogênese (dentro dos túbulos seminíferos)
◆ Libido
◆ Atividade secretora das glândulas acessórias (irão constituir o sêmen)
◆ Desenvolvimento das características corporais associadas ao fenótipo
masculino (músculos, engrossamento da voz, pelos, barba)
◆ Retroalimentação negativa sob a adeno-hipófise inibindo a liberação de LH e no
hipotálamo inibindo liberação de GnRH
Controle secreção de testosterona:
Espermatogênese:
➔ Os túbulos seminíferos são o local da produção de espermatozóides →
espermatogênese
➔ Espermatogônias: células germinativas que darão origem aos espermatozóides
➔ A espermatogênese se dá partindo da membrana basal dos túbulos seminíferos em
direção à luz do túbulo
1. Espermatogônias sofrem mitose e formam os espermatócitos primários.
2. Os espermatócitos primários sofrem divisão meiótica (2x), reduzindo o número de
cromossomos:
a. Formação de espermatócitos secundários
b. Formação de espermátides
3. As espermátides se diferenciam em espermatozóides.
➔ O processo de espermatogênese dura em torno de 72 dias e são produzidos 200
milhões de espermatozóides por dia
➔ Células de Sertoli:
◆ Íntimo contato com as células espermatogênicas em todos os estágios de
diferenciação
◆ Função: dar suporte as células germinativas, para promover seu
amadurecimento – tem receptor para testosterona e FSH
◆ Suporte físico (estrutural) para o processo de espermatogênese
◆ Suporte metabólico (nutrição) das células espermatogênicas
◆ Regulam o desenvolvimento dos espermatozoides
◆ Produzem inibina (faz regulação da secreção de FSH → retroalimentação
negativa).
◆ Formam a barreira hematotesticular
● Uma célula de Sertoli forma junção oclusiva junto com outra fechando os
túbulos seminíferos, impedindo queos espermatozóides formados no
túbulo seminífero saiam e ganhem a corrente sanguínea
◆ Importantes na estimulação da espermatogênese, pois quem estimula a
espermatogênese é o FSH e as células germinativas não possuem receptores pra
hormônios (T e FSH). Quem os possui receptores são as células de Sertoli que,
sob influência desses hormônios, propiciam a espermatogênese.
● GnRH → adeno-hipófise/gonadotrofos → FSH → age nas Células de Sertoli
→ estimulam a síntese de moléculas necessárias para a espermatogênese
◆ Controle da secreção de FSH
● Células de Sertoli produzem a inibina, hormônio que via corrente
sanguínea produz retroalimentação negativa na adeno-hipófise
(diminuindo liberação de FSH) e no hipotálamo (inibe a secreção de GnRH)