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DOR TORÁCICA Representando 5-10% das consultas em Pronto-Socorro. A Síndrome Coronariana Aguda (SCA) é responsável por 1/5 das causas de dor torácica. Os 5 principais grupos de etiologia de dor torácica são as causas musculoesqueléticas, gastrointestinais, cardíacas, psiquiátricas e pulmonares. Além da SCA, se destacam: dissecção aguda de aorta, tromboembolismo pulmonar (TEP), pneumotórax hipertensivo, tamponamento cardíaco, ruptura e perfuração esofagiana. P – Pneumotórax E – Embolia pulmonar D – Dissecção de aorta I – Infarto Agudo do Miocárdio R – Ruptura de esôfago Doenças pulmonares: embolia, pneumotórax, pneumonia, pleurite, DPOC, hipertensão pulmonar, tromboembolismo pulmonar. Gastrointestinal: esofagite, espasmo esofágico, DRGE, ruptura de esôfago, cólica biliar, colecistite, colangite, colelitíase, coledocolitíase, pancreatite, úlcera péptica; Parede torácica: herpes zoster, costocondrite, fratura costal, mialgia, síndrome de Tietze, doença discal cervical, fibromialgia. Cardiovascular não isquêmico: dissecção de aorta, pericardite, doença cardíaca valvar, cardiomiopatia hipertrófica, miocardite, cardiomiopatia induzida por estresse. Cardiovascular isquêmico: angina estável, angina instável, IAM sem supradesnível do segmento ST, IAM com supradesnível do segmento ST. Doenças psiquiátricas: crises de ansiedade, crise de pânico, transtorno de pânico, depressão. Característica da dor: tempo de evolução e duração, tipo de dor (geralmente pontada, queimação, agulhada, localizada, cólica), fatores de melhora ou piora, sintomas associados (vômitos, dispneia, diaforese), irradiação, intensidade da dor (fraca, moderada, forte). ABORDAGEM INICIAL Verificar sinais vitais: FC, PA, FR e oximetria de pulso para a identificação da presença ou não de instabilidade hemodinâmica ou de insuficiência respiratória. Avaliar fatores de risco para doença arterial coronária (DAC) (HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, obesidade, história familiar precoce para DAC, antecedentes de procedimento de revascularização miocárdica). Examinar o paciente da cabeça aos pés. • Dor Tipo A (definitivamente anginosa): dor em aperto ou queimação, em repouso, ou desencadeada pelo esforço ou estresse, com irradiação para o ombro, mandíbula ou face interna do braço, aliviada pelo repouso ou nitrato. Não são necessários exames complementares para a definição diagnóstica. • Dor Tipo B (provavelmente anginosa): as características da dor torácica fazem da insuficiência coronária a principal hipótese. São necessários exames complementares para a definição diagnóstica. • Dor Tipo C (possivelmente anginosa): dor torácica cujas características não fazem da insuficiência coronária a principal hipótese (atípica). São necessários exames complementares para excluir IC. • Dor Tipo D (definitivamente não anginosa): dor torácica atípica, as características não incluem a insuficiência coronária aguda no diagnóstico diferencial. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO O escore HEART identifica a probabilidade de eventos adversos (morte, infarto, revascularização miocárdica urgente), no período de seis meses após a apresentação, auxiliando na triagem de pacientes com dor torácica aguda na emergência. Os pacientes com escore de 0 a 3 pontos apresentam chance de 1,6% de experimentarem um evento adverso, aqueles com escore de 4 a 6 pontos uma chance 13% e os com pontuação 7 ou mais, 50% de chance de apresentarem um evento adverso. Com o escore HEART é possível imediatamente identificar os pacientes elegíveis para alta hospitalar sem a necessidade de testes adicionais ou procedimentos invasivos. EXAMES COMPLEMENTARES • ECG: Deve ser realizado e analisado em até 10 minutos do 1º contato com o médico. • Radiografia de tórax: Importância para o diagnóstico diferencial da dor torácica e na identificação de complicações do IAM. PA e perfil. • Marcadores de necrose miocárdica: Creatinoquinase isoenzima MB (CK-MB), a CK-MB massa e as troponinas I e T. Devem ser solicitados a todos os pacientes com suspeita de SCA e repetidos de maneira seriada, fazer dosagem na entrada do paciente, na marca de 3 horas e depois na marca de 6 horas, devido à sua elevação seriada. • Tomografia de tórax e angiotomografia de coronárias: A TC é um exame mais sensível e mais específico que a radiografia para o diagnóstico de doenças pleurais. A angiotomografia de coronárias é capaz, de forma não invasiva, de avaliar a anatomia coronária por meio de sua análise luminal e parietal, identificando a presença de placas ateroscleróticas e classificando o seu grau de estenose. • Ecocardiograma: Exame com boa indicação nos pacientes com suspeita de derrame pericárdico, valvopatias, cardiomiopatia hipertrófica, dissecção aguda da aorta, embolia pulmonar e hipertensão pulmonar, tendo pouca utilidade na emergência para pacientes com SCA. • Cinecoronariografia: É considerada padrão-ouro na avaliação da anatomia coronária e de lesões estenóticas obstrutivas, sendo fundamental para decidir sobre o tratamento de revascularização miocárdica dos pacientes com SCA. ATENDIMENTO DO PACIENTE NA SALA DE EMERGÊNCIA • Observar por, no mínimo, 9 horas do início da dor. • ECG + marcadores de necrose miocárdica (MNM) + exame físico a cada 3 horas ou se dor. • Se protocolo: - Negativo: sem dor, sem alteração do exame físico, ECG e MNM negativos -> alta ou teste não invasivo. - Positivo: exame físico, ECG ou MNM alterado (somente 1 deles) -> internar. Morfina: 1-5 mg EV, podendo repetir 5-30 min após se não houver alívio da dor. Oxigênio: se SatO2 < 94%, através de cateter nasal com fluxo de 3 l/min. Nitrato: dinitrato de isossorbida 5 mg ou mononitrato de isossorbida 2,5 mg/kg/dia em infusão contínua. AAS: 200-300 mg mastigado. Betabloqueador: metoprolol 5 mg EV ou atenolol 5 mg EV. IECA: captopril 6,25-50 mg 3x/dia ou enalapril 2,5-20 mg 2x/dia. Clopidogrel: dose inicial de 300-600 mg VO seguida da dose de manutenção de 75 mg/dia. Heparina: heparina não-fracionada em bolus EV 60-70 U/kg ou enoxaparina 1 mg/kg de 12/12h. Estatinas: atorvastatina 40-80 mg ou
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