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INFLAMAÇÃO - FECHAMENTO INFLAMAÇÃO: é uma resposta protetora que envolve células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores e destinada a eliminar a causa inicial da lesão celular, bem como as células e tecidos necróticos que resultam da lesão original e iniciar o processo de reparo. - apesar de ser benéfica, em algumas situações ela precisa ser controlada. - pontos negativos da inflamação: * resposta muito forte: numa infecção acentuada, a resposta inflamatória pode contribuir mais para o dano do indivíduo do que do patógeno. * prolongada: quando o agente lesivo é resistente aos mecanismos de inflamação. A resposta inflamatória não foi suficiente para destruir o patógeno. * inapropriada: resposta inflamatória contra antígenos próprios ou ambientais inofensivos (situações alérgicas). COMPONENTES DA INFLAMAÇÃO: as moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo leucócitos e proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da reação inflamatória é trazê-las para o local da infecção ou da lesão tecidual. - as células residentes das paredes vasculares e as células e proteínas da matriz extracelular (MEC) também estão envolvidas na inflamação e no reparo. TIPOS E CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO: Inflamação aguda: é rápida (minutos ou horas), 1, 2 e 3 dias. - as células são principalmente neutrófilos. - a lesão tecidual e a fibrose é geralmente leve e autolimitada. - os sinais locais e sistêmicos são mais proeminentes/fortes. Inflamação crônica: lenta (dias), a partir do 4 dia. - as células são monócitos/macrófagos e linfócitos. - a lesão tecidual e a fibrose é frequentemente acentuada e progressiva. - os sinais locais e sistêmicos são menos proeminentes e podem ser sutis. SINAIS CARDINAIS DA INFLAMAÇÃO: calor, rubor (avermelhamento), inchaço (tumor), dor e perda da função. ESTÍMULOS PARA ATIVAÇÃO DA INFLAMAÇÃO AGUDA: * Infecções: bactérias, fungos, vírus, parasitas. * Trauma e agentes químicos e físicos: corte, penetração, queimaduras, irradiação, produtos tóxicos. * Necrose tecidual: isquemia. * Corpos estranhos: farpas, poeira, suturas, depósito de cristais. * Reações imunológicas: antígenos ambientais inertes ou tecidos próprios. ERITEMA: vermelhidão e rubor - é uma alteração no vaso sanguíneo (vasodilatação), que também leva ao aumento da temperatura local. - ocorre perda de líquido devido ao aumento de permeabilidade vascular, concentração de hemácias e diminuição da velocidade capilar (estase). A vasodilatação é importante para as células conseguirem ir para o tecido inflamatório. - as 3 principais substâncias que causam eritema: histamina, óxido nítrico e prostaglandinas. - temos enzimas nas membranas plasmáticas chamadas de fosfolipases (são bloqueados por esteroides), que degradam fosfolipídeos e libera ácido aracdônico. O AA pode ser metabolizado por 2 vias distintas: * Cicloxigenases: gera prostaglandinas, que causam vasodilatação, inibe a agregação plaquetária e o aumento da permeabilidade vascular. - também gera tromboxano, que causa vasoconstrição e promove agregação plaquetária; - os AINES bloqueiam as cicloxigenases, provocando a não produção de prostaglandinas. * Lipoxigenases: gera leucotrieno, que causa broncoespasmo e aumento da permeabilidade vascular. Os leucotrienos também são importantes na quimiotaxia. - também gera lipoxina, que inibem a adesão e quimiotaxia (migração) de neutrófilos. Prostaglandinas: é um dos mediadores mais fortes do ponto de vista inflamatório, além de causar eritema, também causa febre e dor. Óxido nítrico: é um vasodilatador, produzido por uma enzima chamada de eNOS. - tem efeito no endotélio e nas células musculares lisa dos vasos, impede a adesão tanto de plaquetas quanto de leucócitos e promove o relaxamento de fibras musculares lisos, promovendo a vasodilatação. Histamina: mediador liberado por algumas células, como mastócitos. - produz tanto vasodilatação quanto extravasamento vascular, ou seja, eritema e edema. EDEMA: sinônimo de tumor e inchaço. - a causa é o aumento da permeabilidade vascular, o líquido do vaso vai em direção do tecido, fazendo-o inchar. O líquido pode ir também para uma cavidade corpórea pré-existente, diminuindo a visualização. - a ascite é o aumento do líquido peritoneal; o derrame pleural é o acúmulo de líquido na pleura dos pulmões; o derrame pericárdio é o acúmulo de líquido no pericárdio. - causas: 1- contração da célula endotelial: histamina, bradicinina, leucotrienos, TNF-alfa e IL-1 beta. A contração faz com que as células diminuam seu tamanho, deixando espaços por onde o líquido pode extravasar. sistema de cininas: está na corrente sanguínea e são moléculas produzidas pelo fígado. - o fígado produz a pré-calicreína e o cininogênio. A pré-calicreína é quebrada pelo fator XIIa (cascata de coagulação) e se transforma em calicireína. A calicreína quebra o cininogênio em cininas, como a bradicinina. - a bradicinina atua na vasodilatação, na dor, no aumento da permeabilidade vascular e na contração da musculatura lisa de brônquios (broncoconstrição=proteção). TNF-alfa e IL-1 beta: são citocinas pró-inflamatórias que alteram a célula endotelial e aumentam sua produção de moléculas de adesão, facilitando o rolamento e a passagem de células imune do endotélio para o sítio inflamado. - ativam outras moléculas pró-inflamatórias, que tem efeito sistêmico, como a febre. Elas ativam o hipotálamo, que tem o núcleo do calor, que ativa o aumento do funcionamento de diversas células, principalmente a função mitocondrial, aumentando a temperatura média corporal. - também aumentam a função do fígado, aumentando o fibrinogênio (associada a danos nos vasos sanguíneos) , os fatores de coagulação, as proteínas associadas ao sistema de cinina e a molécula proteína C reativa (PCR), que indica que está acontecendo processo inflamatório (de fase aguda). - induzem o aumento de leucócitos na medula óssea que serão mandados para corrente sanguínea, principalmente neutrófilos. - produzem efeitos patológicos também: o TNF diminui o débito cardíaco (aumentando a hipotensão), consegue induzir aumento de trombos (aumento do risco de infarto) e diminui a quantidade de receptores de insulina nos diversos tecidos (DM tipo II). sistema complemento: são proteínas séricas, 9 ao todo. - quando são clivadas, formam 2 tipos de fragmento, A e B; o A é levado pela circulação; o B fica preso onde o complemento é ativado. - pode ser ativado por 3 vias distintas: microrganismos (devido a suas moléculas de superfície), anticorpos (ligado à moléculas estranhas) e pela via das lectinas (se liga à partículas estanhas, sinalizando para o sistema imunológico). - o C3 e C5a são clivado, gerando C3a, C5a e C3b, C5b; o C3b e C5b fica depositado na superfície do patógeno, e o C3a e C5a vai para a circulação - o C3a e C5a tem função de inflamação, induzindo a quimiotaxia de célula. O C3b induz fagocitose. - as outras moléculas do complemento formam um poro de membrana na superfície do microrganismo, chamado de MAC (complexo de ataque a membrana). O MAC faz lise osmótica do microrganismo (entrada de água). fator ativador plaquetário (PAF): além de ser produzido por plaquetas, é produzido também por quase todas as células do sistema imunológico. - induz alterações em vasos sanguíneos, associado à vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular, gerando eritema e edema. - também gera quimiotaxia aumentando as moléculas de adesão no endotélio e atraindo moléculas nos locais onde é liberado. - induz a degranulação de mastócitos e stress oxidativo por explosão respiratória (produção de ERO’s e óxido nítrico para destruição de microrganismos). substância P: é um neuropeptídeo, uma reação do sistema nervoso que pode fazer a gente ter sinais e sintomas de inflamação sem realmente ter inflamação. 2- lesão endotelial: causada por queimaduras, infecções, radiação X ou ultravioleta, inflamação. 3-aumento da transcitose de proteínas: fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), está relacionado com a produção de novos vasossanguíneos e induz alterações na célula endotelial. -a transcitose é a passagem de substância por uma célula. Ela é aumentada na célula endotelial na presença do VEGF. - é produzido por fibroblastos e aumenta a passagem de substâncias, podendo alterar o equilíbrio osmótico. 4- angiogênese: quando o vaso sanguíneo está sendo formado não têm uma barreira bem formada que impede a passagem de substâncias. - portanto, quando o vaso está em formação, ele tem edema. Teste de Godet ou Sinal de Cacifo: o edema de membros pode ser classificado em 4 níveis ou em cruzes. - é avaliada pela profundidade da depressão e quanto tempo ela demora para desaparecer (extensão). TRANSUDATO E EXSUDATO: tem 2 forças físicas que atuam no vaso, a pressão hidrostática (pressão do líquido que tem dentro do vaso para ele extravasar) e a pressão osmótica coloidal (pressão de retorno). A hidrostática é um pouco maior que a osmótica, para o líquido sair, banhar as células e voltar. - transudato acontece quando há alteração desses 2 níveis pressóricos, quando a hidrostática está aumentada, causado por obstrução do fluxo venoso, aumento da PA, insuficiência cardíaca congestiva; e quando há diminuição da pressão osmótica, como diminuição da síntese de proteínas e perda proteica aumentada. Tem baixo conteúdo de proteína e poucas células. - problemas que levam à diminuição da albumina, também há diminuição da pressão osmótica, o líquido sai do vaso mas não consegue retornar, causando edema. - existem 4 situações que levam à diminuição da albumina: 1- Doenças hepáticas com disfunção hepatocelular: lesão do hepatócito que diminui a produção da albumina. 2- Desnutrição proteica: a falta de AA 's impede a produção de albumina. 3- Problemas renais: os glomérulos renais impedem que moléculas grandes, como proteínas, passem para a urina. Doenças que afetam os glomérulos acarretam a perda proteica. 4- Doenças intestinais: levam à diminuição de absorção de nutrientes. - o exsudato acontece devido a produção de moléculas inflamatórias, que causam a contração de células endoteliais, que aumenta a permeabilidade, criando espaços, onde células, proteínas e líquido conseguem passar. - a inflamação gera vasodilatação, estase e aumento de permeabilidade vascular, acarretando ao exsudato. - tem alto conteúdo de proteínas e pode conter alguns leucócitos e eritrócitos. - pode ser causado por neoplasias. - procedimento clínicos de coleta para transudato e exsudato: 1- Paracentese: coleta de líquido ascítico. 2- Toracocentese: coleta de líquido pleural. 3- Pericardiocentese: coleta de líquido pericárdico. QUIMIOTAXIA: na inflamação, as células precisam migrar até o local da lesão. - a vasodilatação e o aumento da permeabilidade do vaso facilitam a saída dessas células para o local da inflamação. -a célula ao chegar nesses locais, elas precisam ser atraídas. - tem diversos produtos que fazem essa atração: produtos bacterianos, quimiocinas (moléculas produzidas por células da resposta imunológica), sistema complemento (proteínas séricas produzidas pelo fígado), leucotrieno B4 (LTB4) e TNF -alfa e IL-1 (moléculas pró-inflamatórias). - é uma sequência de eventos, primeiro precisa ter alteração no vaso sanguíneo, depois os neutrófilos chegam (chegam primeiro por serem mais abundantes e por que as citocinas pró-inflamatórias induzem a medula óssea a produzir neutrófilos). Ao longo de 2,3 dias, começa a inflamação crônica, os neutrófilos morrem e são substituídos por macrófagos e monócitos. MECANISMOS EFETORES DE LEUCÓCITOS: ao chegar no agente lesivo, os leucócitos fazem fagocitose, liberam enzimas extracelulares que agem sobre a superfície do agente lesivo, NET (armadilha extracelular de neutrófilos) e produzem mediadores inflamatórios (citocinas, *Fagocitose profissional: tem objetivo de destruir patógenos e substâncias fagocitadas por células. - as células que fazem essa fagocitose são os fagócitos e possuem receptores de fagocitose que reconhecem moléculas que estão na superfície do patógeno. Quando o receptor se liga ao patógeno, ele estimula a contração do citoesqueleto, fazendo uma vesícula de captura de microorganismo. - essa vesícula se fecha e é chamada de fagossomo. - o fagossomo é digerido por enzimas lisossomais; o lisossomo se funde com o fagossomos, formando o fagolisossoma. - é colocado na membrana do fagolisossomo 2 enzimas, a iNOS e a oxidase do fagócito. A oxidase do fagócito transforma o O2 em ERO 's, como peróxido de hidrogênio, superóxido e hidroxila, que agem como radicais livres, fazendo dano em membranas, proteínas e ácido nucléico. A iNOS produz óxido nítrico, que reage contra moléculas bacterias, tendo papel microbicida. - com essas ações, a molécula é destruída. *NET (armadilha extracelular de neutrófilos): o neutrófilo morre e expõem para fora da célula o DNA e várias enzimas associadas com o DNA, como elastase, mieloperoxidase, catepsina G, que funcionam como adesinas. - a bactéria fica presa nessa rede e possibilita que outros monócitos façam a fagocitose dessas bactérias. - apesar de ser importante na captura, está envolvido no desenvolvimento de doenças auto imunes, já que essa rede pode ser reconhecida como moléculas estranhas pelo nosso corpo. INFLAMAÇÃO AGUDA: pode ter 3 desfechos, 1 deles é resolução (resolver o problema) com destruição do patógeno e todo dano causado pelo agente lesivo, é reparado. - pode ser muita intensa, gerando um intenso dano no tecido, ocorrendo reparo com substituição do tecido por fibroso, gerando fibrose, causando a perda parcial da função do tecido. - pode ocorrer também progressão para inflamação crônica. *Inflamação serosa: tem como característica bolhas que, no interior delas, é encontrado um líquido claro, sem cheiro forte, com poucas quantidades de células, hemácias e proteínas. - as bolhas fazem projeção na superfície cutânea e membranas no interior do corpo. - acontece devido a agentes químicos ou físicos e também por atrito mecânico. - com o passar do tempo, os macrófagos migram para essa região e fazem a fagocitose do líquido da bolha, diminuindo o tamanho da bolha e há produção de células na base da bolha, impedindo infecção. - depois da produção das células na base, as próprias células vão descamar a camada de células que revestem a bolha. * Inflamação supurativa/purulenta: acontece com abscesso com exsudato/pus. - o líquido é amarelado, com odor característico, constituído de neutrófilos, proteínas e até hemácias. - é dolorido, e é um produto com bactéria e infeccioso. - normalmente, se a resposta imunológica for efetiva, ele pode regredir. Mas, em geral, ele deixa cicatriz, pela substituição do tecido por colágeno. - espremer o abscesso deixa aberta a ferida, expondo a pele para contaminação. O ideal é fazer drenagem ou tratamento tópico. *Ulceração: é devido a lesão química, em geral, associada a ingestão de alguma substância. - também acontece por lesão mecânica. - há processo infeccioso, perdendo a cobertura de mucosa ou da pele, na parte central da úlcera tem células mortas e na parte lateral tem um local extremamente inflamado, as bordas ficam levantadas com edema, eritema, doloroso e sensível. - é muito comum em forma de estomatite/afta. - pode acontecer também na inflamação crônica, associada a diabetes com lesão em vasos sanguíneos. *Fibrinosa: acontece junto com a necrose fibrinóide. - acontece associada a membranas e com doenças imunológicas que afetam vasos sanguíneos ou com situações hemorrágicas. - tem extravasamento de sangue de um vaso sanguíneo e de fibrinogênio. O sangue que extravasa do vaso sanguíneo acaba coagulando e seu fibrinogênio se transforma em fibrina, que é insolúvel e se deposita no tecido próximo ao vaso rompido. MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO: INFLAMAÇÃO CRÔNICA: é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos), na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose ocorrem simultaneamente. Características: o infiltrado inflamatório é constituído por células mononucleares, como macrófagos,linfócitos e plasmócitos. - a destruição tecidual é pelo processo inflamatório. Causas: *Infecções persistentes: micobactérias, treponema pallidum. *Doenças autoimunes: artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e psoríase. *Doenças alérgicas: asma brônquica *Doenças que causam acúmulo de cristais no corpo: silicose, asbestose, aterosclerose... MACRÓGAFOS: dependendo da molécula produzida perto do macrófago, pode ser ativado de 2 formas. - pode ser ativado de forma clássica ou M1, quando ele tem IFN-gama e micróbios no ambiente; e pode ser ativado de forma alternativa quando ele tem IL-13 e IL-4 próximo a ele. - o macrófago M1 faz fagocitose, produz óxido nítrico, ERO’s, tem enzimas lisossomais. Também produz enzimas pró-inflamatórias, como quimiocinas, que induzem a inflamação. - o de forma alternativa ou M2 não faz inflamação, produz IL-10 e TGF-beta, que tem efeito anti-inflamatórios e produz também fatores de crescimento e TGF-beta,que estimula a produção de colágeno por fibroblastos no tecido, tendo papel no reparo tecidual e na fibrose. LINFÓCITOS: são células que têm 3 tipos: linfócitos B, responsáveis por produzir anticorpos; e os linfócitos T, que podem ser de 2 tipos principais, o T helper ou auxiliar e o T citotóxico. - os linfócitos T auxiliar produzem citocinas, que desempenham um papel na resposta imunológica (ativam outras células), e os linfócitos T citotóxicos que induzem a apoptose através da via intrínseca e extrínseca em células neoplásicas ou infectada por patógenos intracelulares. - dependendo das citocinas que os linfócitos produzem, eles podem ser classificados em TH. Se ele produz muito interferon gama, ele é chamado de TH1, se produz IL-4, IL-5 e IL-13 é chamado TH2 e se produz IL-17A, IL 17F e IL-22, é chamado de TH17. - cada um desses linfócitos desencadeiam atividades distintas, tem papel na defesa contra microrganismos e podem ter papel nas doenças. Resposta TH1: é caracterizada pela produção de interferon gama, que tem 2 funções em especial: ativa macrófagos pela via clássica, que aumentam a capacidade de fagocitode e a produção de agentes microbicidas, que matam microrganismos, também aumentam a quantidade de receptores para fagocitose que estão na superfície celular, conseguem produzir maiores quantidades de ERO 's, enzimas lisossomais e óxido nítrico, que são responsáveis pela morte do patógeno; o interferon gama também estimula os linfócitos B, que produzem anticorpos da classe IgG, que ajudam no processo de fagocitose. - os anticorpos da classe IgG quando se ligam ao microrganismo, funciona como opsonina, uma molécula que alerta e facilita o reconhecimento de patógenos pelo sistema imunológico. - a resposta pelo TH1 é importante pois acontece em diversas doenças autoimunes e também é um tipo de resposta voltada para a destruição de patógenos intracelulares. Resposta TH2: é desenvolvida especialmente para ter resposta contra helmintos e contra antígenos associados com alergias. Essas células produzem especialmente 3 tipos de citocinas: IL-4, IL-5 e IL-13. - IL-4 tem como função estimular células B, que produzem uma outra classe de anticorpo, chamado de IgE, associado com processo alérgico, facilitando o reconhecimento de alérgenos pelo mastócito, fazendo o mastócito degranular e liberando moléculas como histamina, mediadores lipídicos, serotonina, que causam os efeitos como dor, dilatação e aumento da permeabilidade vascular. - o IL-4 juntamente com IL-13 tem outras funções como ativação de macrófagos para via alternativa, coordenando as ações de reparo tecidual com deposição de fibras colágenas. Também são responsáveis por aumentar a quantidade de muco, ativando células caliciformes presentes no tubo digestivo, e aumenta o peristaltismo intestinal, causando diarreia. - a IL-5 ativa eosinófilos, aumentando a produção de enzimas produzidas por eles, possibilitando que ele faça degranulação de antígenos associados com helmintos. - portanto, a resposta TH2 é importante contra os helmintos e quando ela acontece de forma exacerbada ou errada, ela é responsável pelos sinais e sintomas alérgenos do indivíduo. - as células TH17 produzem 2 tipos de interleucinas: a IL-17 e a IL-22. Acontece muito devido a bactérias extracelulares e a fungos e é importante na imunidade de barreira, está associada a diversas doenças que afetam mucosas. - a IL-22 tem como principal função induzir proliferação de tecido mucoso no epitelial, aumentando a função de barreira protegendo o epitélio de ter uma penetração pelo microrganismo. - a IL-17 tem função de induzir células da mucosa e células epiteliais a produzir diversas moléculas pró-inflamatórias e quimiocinas, que fazem a quimiotaxia de células e geram o processo inflamatório no local por migração de neutrófilos. - a IL-17 juntamente com a IL-22 induzem a superfície mucosa produzirem peptídeo antimicrobianos, que tem função de controlar tanto a microbiota comensal como também matar bactérias patogênicas e, com isso, controlam as chances de penetração do microrganismos no corpo. GRANULOMA: acontece toda vez que tem um agente lesivo que o sistema imunológico tem dificuldade de destruí-lo. - com isso, o corpo faz uma barreira para prender o patógeno, para evitar que ela faça mais danos em outros locais do corpo. - tem a participação de macrófago e outros linfócitos, que produzem citocinas e induzem o macrófago a se modificar. Os macrófagos mudam de forma, se torna uma célula chamada de epitelióide, eles ficam unidos um ao outro, fazendo uma barreira que impede a passagem do patógeno. - os neutrófilos secretam enzimas que tentam matar o patógeno mas que também matam as células que estão no meio, gerando necrose. - dependendo das citocinas produzidas, pode ter diferentes tipos de granuloma: quando são produzidas citocinas pelo perfil de resposta TH1 tem o granuloma rico em linfócitos e macrófagos; quando são produzidas citocinas pelo perfil de resposta TH2 tem o granuloma formado principalmente por eosinófilos e tem fibrose. REPARO - FECHAMENTO - Reparo tecidual é o conjunto de todos os processos que levam a restauração funcional e morfológica no tecido. - não acontece igual em todos os tecidos, podem ser de 2 tipos: por regeneração e cicatrização. Regeneração: é o processo que acontece quando a lesão no tecido for leve e superficial e não afeta a matriz extracelular. - ocorre por proliferação de células não lesadas que possuem a capacidade de divisão e de substituição por células-tronco teciduais. Cicatrização: ocorre por deposição de tecido conjuntivo (fibrose), substituição do tecido por colágeno. - a matriz extracelular é danificada. - embora a cicatriz fibrosa não possa realizar a função das células perdidas no parênquima, ela fornece estabilidade estrutural suficiente para tornar o tecido lesado hábil nas suas funções. COMPOSIÇÃO DA MATRIZ EXTRACELULAR: é divida em 2 grandes grupos: a membrana basal, que é uma série de proteínas e tem função de arcabouço de escoramento; e a matriz intersticial, que é um conjunto de proteínas e células, encontrados dispersos em volta dos componentes, tem colágeno tipo I, elastinas, proteoglicanos e ácido hialurônico, esses componentes funcionam como arcabouços dos fibroblastos e de células inflamatórias que podem ir para o tecido. - os proteoglicanos e ácido hialurônico atraem água. - funções: 1- Controla quantidade de água nos tecidos; 2- Substrato para adesão e migração celular; 3-Reservatório para fatores de crescimento (os fibroblastos produzem os fatores de crescimento que fazem com que vasos sanguíneos e células proliferem). CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS: Tecidos lábeis: são os que sempre a célula vai ter capacidade mitótica e não precisam de estímulos para ter essa capacidade. - são tecidos que naturalmente têm uma grande perda de células diárias. - são os tecidos hematopoiéticos na medula óssea e a maioria dos epitélios de superfícies. Tecidos estáveis:as células desses tecidos são quiescentes e, em seu estado normal, possuem baixa atividade replicativa. Entretanto,essas células são capazes de proliferar em resposta a lesão ou perda de massa tecidual. - são aqueles presentes nos órgãos sólidos, como fígado, rim e pâncreas; nas células endoteliais, os fibroblastos e as células musculares lisas. - possuem capacidade limitada de regeneração após a lesão. Tecidos permanentes: tecidos que após o nascimento do indivíduo, deixam de produzir os fatores que estimulam seu desenvolvimento e deixam de se multiplicarem. - são os neurônios, células cardíacas e músculo esquelético. - esses tecidos fazem reparo por cicatrização, levando à perda funcional. OBS: células-tronco podem se diferenciar em células neuronais e em células cardíacas, no entanto, é um processo demorado e em pouca quantidade. CÉLULAS-TRONCO: tem 2 tipos, as embrionárias e as adultas. - as gerais tem capacidade de autorrenovação e replicação assimétrica (uma das células derivadas da célula-tronco vai continuar como célula-tronco e a outra vai se diferenciar). - as células-tronco embrionárias tem capacidade totipotentes e pluripotentes, ou seja, podem se diferenciar em qualquer tipo celular. Já as adultas têm capacidade limitada nos tecidos em que elas se encontram. PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO: começa depois do processo inflamatório. - no local inflamado é formado o tecido de granulação, que é caracterizado por novos vasos sanguíneos sendo formados e proliferação de fibroblastos. É responsável pela formação de fibras de colágeno na lesão. - as fibras colágenas passam por um processo de remodelamento. Os fibroblastos quando produzem o colágeno, eles estão desorganizados e afuncionais; para conseguir realizar sua função, o colágeno tem que estar organizado. Para isso, são produzidas proteínas que degradam o colágeno e fazem sua organização. - os fibroblastos produzem fatores de crescimento, que geram brotamentos no vaso sanguíneos, que vão até o local da cicatrização. FATORES QUE ALTERAM O PROCESSO DE REPARO: Infecção: além de reparar, vai ter que ter a destruição de microrganismos no local do reparo. Nutrição: tanto inflamação, quanto reparo tecidual, são necessários carboidratos e proteínas para o processo acontecer. Glicocorticóides: uso de antiinflamatórios atrapalham a inflamação, demorando mais tempo para destruição do patógeno, levando a um maior dano. Perfusão deficiente: para ter cicatrização é necessários vasos sanguíneos, problemas nos vasos dificultam a cicatrização. Corpos estranhos: atrapalham o processo de reparo tecidual. Tipo de tecido e extensão da lesão: há diferentes tipos de tecidos que possuem mais facilidade e mais dificuldade de reparo;juntamente, o tamanho da lesão também é um fator importante. Erros do processo de reparo: quelóide (exacerbação da produção de colágeno que passa do nível da pele). CURA DE FERIDAS CUTÂNEAS: só acontece na pele, no tecido cutâneo. *Cura por primeira intenção: é uma ferida menos extensa, no entanto, é mais profunda. - afeta a matriz extracelular. - depois do processo lesivo, ocorre rompimento de vasos sanguíneos, sangramento e inflamação aguda. - quando vai para uma inflamação crônica, os macrófagos vão ser ativados e vão recrutar e organizar fibroblastos. Com isso, vai ser formado um tecido de granulação, que é um conjunto de macrófagos, fibroblastos e células endoteliais (vasos sanguíneos). - durante essa fase, o tecido de granulação tem uma coloração rósea, pela formação de novos vasos. - as células então começam a dar início ao processo de cicatrização. No início, é um processo desorganizado, com a produção de colágeno pelos fibroblastos e com a presença de vasos sanguíneos. - depois que completa a cicatriz com colágeno, é feito a organização. Esse processo é chamado de remodelamento/organização, os fibroblastos vão produzir metaloproteinases, que são enzimas que degradam o colágeno desorientado da matriz extracelular. - o colágeno é reorganizado e colocado de forma paralela, para segurar as bordas da lesão e evitar uma nova abertura. O colágeno dessa forma é chamado de união fibrosa. - as enzimas também degradam os vasos sanguíneos que foram formados, mudando a coloração das feridas para uma cor branca. - esse processo pode demorar de semanas a meses para acontecer. *Cura por segunda intenção: é muito mais extensa do que profunda. - afeta a matriz extracelular. - é muito mais exacerbada, fazendo com que a produção de colágeno seja maior, sendo maior também a reorganização. - ao fazer a reorganização do colágeno, por conta da ferida ser extensa, o colágeno não consegue fechá-la bem. Sendo mais fácil de abrir novamente. - a perda de função é maior, restante apenas de 20 a 30% da função inicial.
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