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1 Acadêmicas do Curso de Biblioteconomia- UNIASSELVI 2 Tutora Externa Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Biblioteconomia (FLC 419 BIB) – Prática do Módulo III- 23/06/21 Tudo É Ciência da Informação Ana Paula Immig, Ingrid Oliveira, Laura Lopes Collares e Thayná Caroline Frantz¹ Carla Nunes² 1. INTRODUÇÃO Pessoas começando a ler em livros eletrônicos, outras mantém-se fies aos livros de papel. Famílias criam um grupo em aplicativos de mensagens instantâneas e interagem trocando piadas, notícias e fotos. Viajamos e relatamos nossas experiencias por meio de fotos instantâneas dos melhores pontos turísticos da cidade. Crianças fazem pesquisas escolares buscando dados pela internet. Arquivos públicos fornecem acesso remoto a seus documentos por sistemas informatizados. Visitamos museus e interagimos pelos celulares, com dispositivos sociotécnicos que enriquecem sua experiencia de conhecer as obras expostas. Os fatos apresentados acima têm algo em comum? Uma primeira resposta, assim, dada rapidamente, poderia sugerir que todos eles se relacionam, em alguma medido com a palavra informação. Uma resposta mais cuidadosa poderia arriscar dizer que todos eles, de alguma forma, poderiam ser fenômenos estudados por uma ciência – no caso, a ciência da informação. 2. O QUE ANTECEDEU A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Antes de falarmos sobre a ciência da informação é importante destacar três fatos que lhe antecederam. O primeiro ocorreu séculos antes de existir a ciência da informação. Trata-se do surgimento da bibliografia e, posteriormente, da documentação. A bibliografia surgiu no século XV, a partir da invenção da imprensa e o consequente aumento da produção de livros no Europa. Tal fato fez com que alguns bibliografados, como Conrad Gesner e Johann Trittheim, produzissem as primeiras bibliografias, que eram listagens dos livros existentes, sobre algum assunto em questão em diferentes bibliotecas de uma região, país ou vários países. O seu objetivo era inventariar a produção intelectual humana, produção esse expressa em diferentes livros e manuscritos espalhados por diferentes bibliotecas. 2 [...]Em 1985, Paul Otlet e Henri La Fontaine organizaram a I conferência Internacional de Bibliografia. Criaram, a seguir, o Instituto Internacional de Bibliografia (IIB). O objetivo dos dois era a construção de um grande movimento cooperativo, em nível planetário, para que fosse estabelecida uma espécie de “inventario” de toda produção humana de conhecimento registrado. Para tanto eles se envolveram com a construção de um Repertorio Bibliográfico Universal e com a busca por uma padronização das formas de tratamento técnico dos registros (com as fichas catalográficas e a Classificação Decimal Universal), sendo nesta última tarefa que se promoveu, mais uma vez, um dialogo intenso com a área de biblioteconomia, que forneceu as principais bases a partir das quais tais formas se desenvolveram. No plano propriamente cientifico, Otlet começou a visualizar a criação de uma nova disciplina cientifica, que viria a ser chamada de documentação. Ela seria, para os arquivos, os museus, os centros de cultura e demais instituições que custodiavam registros humanos, aquilo que a bibliografia tinha sido para a biblioteconomia. (Carlos Alberto Avila Araujo – O que é ciência da informação p.10 2018) O segundo fato vem com a relação que se deu entre a documentação e a Biblioteconomia, ela esta relacionada com os aspectos de tratamento técnico dos documentos, que desenvolveu o aspecto institucional. De forma paralela ao desenvolvimento da documentação a biblioteconomia foi progressivamente, se consolidando por meio de associações e cursos de graduação e pós- graduação. O terceiro fato, e para essa pesquisa o principal, foi a iniciativa de diversos cientistas, primeiro na Inglaterra, seguida pelos Estados Unidos e em outros países, de prover seus demais colegas de informação em suas respectivas áreas de atuação, chamados Science Services. Entre as décadas de 1920 e 1940 diversos cientistas começaram a se dedicar ao trabalho de elaborar índices, resumos, promover canais de disseminação, de forma a facilitar a agilizar o trabalho de seus pares e, depois de algum tempo, começaram a designais a si mesmos cientistas da informação. Apesar de ter nascido como uma atividade eminentemente prática, ao longo dos anos essa iniciativa foi se direcionando para uma importante institucionalização. Nos Estados Unidos, a primeira proposta nessa direção surgiu em 1933, com o projeto de Watson Davis de criar o Scientific Information Institute, porém não se concretizou. Mas em 1950 foi criada a National Science Foudation. Nesse processo de institucionalização, foi se firmando, por um lado, a ideia de que a ciência da informação era uma ciência dedicada à informação em ciência e tecnologia. Igualmente importante foi a preocupação de base dessas ações: não mais a necessidade de se ter a posse dos documentos, mas a prioridade dada a sua circulação, ao seu fluxo, e ao atendimento das necessidades dos cientistas em sua frente de trabalho. Teorizações sobre essa nova tendencia começaram a ser produzidas nos anos seguintes na União Soviética, Inglaterra e Estados Unidos. A partir de 1962 vários pesquisadores passaram a estudar o processo de chamada “comunicação da informação cientifica”: o estudo de vários registros produzidos pelo cientista desde a ideia na sua mente, relatórios, seminários, livros, 3 citações ao trabalho, suas características, processos necessários para suas pesquisas, vantagens e desvantagens, entre outros aspectos. Tais estudos consolidaram a ideia de que a ciência da informação tinha por objeto o estudo dos fluxos, dos caminhos percorridos pela informação, sua materialização em diferentes produtos e serviços. De seu local de origem tal proposta foi disseminada, posteriormente, pela Unesco nos anos 1970, quando essa entidade se propôs a estimular a criação de políticas de informação cientifica e tecnológica para os países em desenvolvimento. 3. CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Em termos gerais, quando fala-se em ciência é perceptível destacarmos os diversos cenários em que ela se encontra e não é diferente quando o assunto é informação. O estudo da ciência da informação é uma área de cunho social e que está sempre em desenvolvimento, como também se mantém em constante atualização, o que no contexto atual é de suma importância, pois é o que se espera na sociedade da informação. Os seres humanos, por sua vez, se encaixam nos quesitos de estudos dessa ciência, considerando que a comunicação e geração de informações são características sociais por natureza. É possível dar como exemplo a sociedade contemporânea, em que notícias se espalham em uma velocidade nunca vista antes. Para isso, é necessário consciência para entender que não basta ter acesso a informação e aderi-la, é necessário ir além, tendo em vista de certificar-se da veracidade da notícia antes de continuar com sua disseminação. “Nesse contexto, a característica marcante da atual sociedade não seria apenas a apropriação da informação e do conhecimento pela sociedade, mas a transformação de ambos em forças produtivas.” (FREIRE, G., 2006, p. 10) A Ciência da Informação (CI) é caracterizada como uma ciência interdisciplinar por natureza. Ao tratar de questões voltadas para a geração, comunicação e apropriação do conhecimento abrange um largo espectro de possíveis temáticas de interesse por estudiosos oriundos de diferentes áreas de formação acadêmica. Consequentemente, como campo de pesquisa e ensino apresenta uma riqueza ímpar de possíveis metodologias de abordagem e propicia o desenvolvimento de diferentes processos, métodos e técnicas de coleta, tratamento e recuperação da informação. (DE SOUZA, R. e STUMPF, I., 2009, p.42) Segundo Mikhailov e Giljarevskij (1970 citado por QUEIROZ e DE MOURA, 2015), a ciência da informação estuda e verifica as esferas da informação científica, de diversas formas, pois não se especifica somente em um assunto, abrange mais informações. Além de que, diante do processo, também trata os métodos de regularização da informação de modo correto. 4 4. DOCUMENTAÇÃO Tendo origem no final do século XIX, foi um avanço originado da ciência da informação, sendo uma corrente teórica e prática. Nos relatos de Ortega (2009, p.60) “esta corrente é composta por princípios e técnicas que promoveram o foco na representação de conteúdo dos diversos documentos visando a ações de promoção do uso da informação. Otlet (1868-1944) adotou a palavra documentação inicialmente em 1903, em artigo intitulado Les sciences bibliographiques et las documentation, no sentido de processo de fornecimento de documentos ou referências dos mesmos aqueles que precisam da informação que eles contêm. (Ortega, 2005, p.62) A documentação “caracteriza-se pelo tratamento do conteúdo dos documentos, pela diversidade dos tipos de registros de informação com que trabalha e pelo uso otimizado das inovações tecnológicas em seus processos” (Portal do bibliotecário, 2015) Organizar documentos vai um pouco mais além do que dispô-los por números ou letras, a documentação tem suas limitações, mas resume de forma prática o que é determinado arquivo. É a forma de simplificar um documento para termos uma base do que ele se trata, sem rodeios. Esta prática nos possibilitou o conhecimento da história, de diversas formas. 5. RECUPERAÇÃO DE INFORMAÇÃO Magalhães e Souza (2019) citam que, Recuperação de Informação, segundo Salton (1968),” é a área de pesquisa que se preocupa com a estrutura, análise, organização, armazenamento, recuperação e busca de informação”. “A recuperação da informação consiste em encontrar a informação desejada em um armazém de informação ou base de dados”. (MEADOWS, 1992 citado por CENDÓN, 2005, p.50) Sobre o Processo de Recuperação de Informação, Ferneda (2003, pgs. 14 e 15) esclarece: O processo de recuperação de informação consiste em identificar, no conjunto de documentos (corpus) um sistema, quais atendem à necessidade de informação do usuário. O usuário de um sistema de recuperação de informação está, portanto, interessado em recuperar “informação” sobre um determinado assunto e não em recuperar dados que satisfazem sua expressão de busca, nem tampouco documentos, embora seja nestes que a informação estará registrada. Em relação aos Sistemas de Recuperação de Informação, os SRI, “é um conjunto de operações consecutivas executadas para localizar, dentro da totalidade de informações disponíveis, 5 aquelas realmente relevantes” (CESARINO, 1985 citado por MAGALHÃES E SOUZA, 2019, P.5). E Meadows (1999) nos diz que “para que um sistema de recuperação de informação seja perfeito, ambos os coeficientes devem estar concordes: todos os documentos pertinentes devem ser recuperados e nenhum documento impertinente deve ser recuperado.” Embora a Recuperação de Informação não seja uma atividade exclusivamente computadorizada, na pratica, hoje, as SRIs são quase que praticamente todas com o uso de computador, exemplos disso são os catálogos das bibliotecas, bases dedados bibliográficos, (como o CAPES, por exemplo) e sites de busca, como o Google, esclarece e exemplifica Cendón (2005, p.50) 6. MATERIAIS E MÉTODOS Em princípio, o nosso grupo definiu o caminho que seguiríamos a partir de um tema central, a partir disso definimos os materiais e métodos a serem utilizados para o desenvolvimento do paper. Os materiais utilizados para a pesquisa foram livros, periódicos, documentos e sites especializados no tema que estava sendo desenvolvido pelo grupo. Os métodos de pesquisa utilizados para o desenvolvimento do paper foram, principalmente, os bibliográficos, que segundo traz Andrade (2010, p 25): A pesquisa bibliográfica é habilidade fundamental nos cursos de graduação uma vez que constitui o primeiro passo para todas as atividades acadêmicas. Uma pesquisa de laboratório ou de campo implica, necessariamente, a pesquisa bibliográfica preliminar. Seminários, painéis, debates, resumos críticos, monografias não dispensam a pesquisa bibliográfica. Ela é obrigatória nas pesquisas exploratórias, na delimitação do tema de um trabalho ou pesquisa, no desenvolvimento do assunto, mas citações, na apresentação das conclusões. Portanto se é verdade que nem todos os alunos realizarão pesquisas de laboratório ou de campo, não é menos verdadeiro, sem exceção, para elaborar os trabalhos solicitados, deverão empreender pesquisas bibliográficas. Após a pesquisa ser concluída, passamos ao processo de discussão e compartilhamento dos conhecimentos adquiridos entre as membras do grupo, e então passamos a parte de explorarmos e expormos os resultados de nossas pesquisas, resultando nesse trabalho, que é um conjunto de conhecimentos adquirido por cada uma de nós. 6 FIGURA 1- CICLO DE CONSTRUÇÃO DA PESQUISA FONTE: PEREIRA, Giovana Gonçalves. “Projeto” de Pesquisa e os primeiros passos da vida acadêmica. Demografia Unicamp, 4 de jun. 2018. Disponível em: https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa- e-os-primeiros-passos-da-vida-academica/ Acesso em: 13 de jun. de 2021 7 RESULTADO E DISCUSSÃO Durante a execução desse trabalho, entendemos o que é a Ciência da Informação, como ela surgiu e como atua. Vimos que ela abrange desde os livros na biblioteca, aos quadros expostos nos museus, aos documentos guardados e preservados em arquivos, e até mesmo às pesquisas simples que fazemos no nosso dia a dia, entre outras coisas, tudo é Ciência da Informação. O processo de geração de conhecimento proporcionado pela ciência da informação acontece de forma continua e intuitiva para a maioria das pessoas, porque o que é pesquisado, gera dados, que geram informações, que se transformam em conhecimento, que é o produto principal dessa ciência. Mas nesse processos de pesquisar e selecionar a informação que se procura, outros dados aparecem, criando, ainda que indiretamente, uma informação que não será utilizada agora, mas que será armazenada para que em breve seja aprofundada e se torne conhecimento. Por isso, o processo de geração do conhecimento é continuo, o ciclo nunca se encerra completamente. Quanto mais conhecimento ela gera, mais conhecimento disponibiliza. https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa-e-os-primeiros-passos-da-vida-academica/ https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa-e-os-primeiros-passos-da-vida-academica/ 7 7. REFERÊNCIAS ANDRADE, M.M. Introdução da metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. São Paulo, SP: Atlas, 2010 ARAÚJO, Carlos Alberto Avila – O que é ciência da Informação – Belo Horizonte: KMA, 2018 p. 14-16. CENDÓN, Beatriz Valadares et al; OLIVEIRA, Marlene de (Coordenadora). Ciência da Informação e Biblioteconomia: Novos Conteúdos e Espaços de Atuação. 1. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005. 143 p. ISBN 85-7041-473-0. DE SOUZA, Rosali; STUMPF, Ida. Ciência da Informação como área do conhecimento: abordagem no contexto da pesquisa e da Pós-graduação no Brasil. Perspectivas em ciência da informação, Minas Gerais, v. 14, número especial, p. 41-58, 2009. ____. Documentação. 7 de junho de 2018. Disponível em: https://www.ime.usp.br/~pf/algoritmos/aulas/docu.html. FERNEDA, Edberto. Recuperação de informação: Análise sobre a contribuição da Ciência da Computação para a Ciência da Informação. Orientador: Prof.ª Dra. Johanna Wilhelmina Smit. 2003. 147 p. Tese (Doutorado em Ciência da Comunicação) - Universidade deSão Paulo, São Paulo, 2003. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27143/tde-15032004- 130230/publico/Tese.pdf. Acesso em: 5 jun. 2021. FREIRE, Gustavo. Ciência da informação: temática, histórias e fundamentos. Perspect. ciên. Inf., Belo Horizonte, v. 11, n. 1, p. 6-19, 2006. MAGALHÃES, Lucia Helena de; SOUZA, Renato Rocha. Sistema de Recuperação de Informação: Uma Abordagem Baseada em Ontologias. Ponto de Acesso: Revista do Instituto de Ciência da Informação da UFBA, [s. l.], v. 13, ed. 2, p. 63-85, 1 ago. 2019. DOI http://dx.doi.org/10.9771/rpa.v13i2.28452. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revistaici/article/view/28452. Acesso em: 5 jun. 2021. MEADOWS, A. J. A Comunicação Científica. Brasília-DF: Briquet de Lemos Livros, 1999. 276 p. ISBN 85-85637-15-3. ORTEGA, Cristina Dotta. Surgimento e consolidação da Documentação: subsídios para compreensão da história da Ciência da Informação da Brasil. Perspectivas em Ciência da Informação, 2009. Disponível em: https://www.scielo.br/j/pci/a/nBnHLXhntbdShKvpM8tT3rB/?lang=pt&format=pdf. PEREIRA, Giovana Gonçalves. “Projeto” de Pesquisa e os primeiros passos da vida acadêmica. Demografia Unicamp, 4 de jun. 2018. Disponível em: https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa-e-os-primeiros-passos- da-vida-academica/ Acesso em: 13 de jun. de 2021. QUEIROZ, Daniela Gralha de Caneda; MIELNICZUK DE MOURA, Ana Maria. Ciência da Informação: história, conceitos e características. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 25-42, 2015. ____. Relações históricas entre Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação. Portal do Bibliotecário, 14 de abril de 2015. Disponível em: https://portaldobibliotecario.com/biblioteconomia/relacoes-historicas-entre-biblioteconomia- documentacao/. https://www.ime.usp.br/~pf/algoritmos/aulas/docu.html https://www.scielo.br/j/pci/a/nBnHLXhntbdShKvpM8tT3rB/?lang=pt&format=pdf https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa-e-os-primeiros-passos-da-vida-academica/ https://demografiaunicamp.wordpress.com/2018/06/04/projeto-de-pesquisa-e-os-primeiros-passos-da-vida-academica/ https://portaldobibliotecario.com/biblioteconomia/relacoes-historicas-entre-biblioteconomia-documentacao/ https://portaldobibliotecario.com/biblioteconomia/relacoes-historicas-entre-biblioteconomia-documentacao/
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