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RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO UNIFAJ - RELATO DE CADO DE RABDOMIÓLISE EM EQUINO QUARTO DE MILHA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JAGUARIÚNA 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAIS DOS SANTOS 
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JAGUARIÚNA 
OUTUBRO / 2019 
 
 
 
 
LAIS DOS SANTOS 
 
RA: 20218059 (UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório apresentado à disciplina de 
Estágio Supervisionado do curso de 
Medicina Veterinária do Centro 
Universitário de Jaguariúna, como 
exigência parcial para conclusão do 
curso de graduação. 
 
Orientador: PROF DR HENRIQUE 
SCOMPARIM GUARDIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JAGUARIÚNA 
OUTUBRO / 2019 
 
 
 
 
LAIS DOS SANTOS 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO 
 
 
 
 
Exemplar correspondente a redação final de relatório de atividades, 
desenvolvidas em Estágio Supervisionado, do curso de Medicina Veterinária do 
Centro Universitário de Jaguariúna, como exigência parcial para conclusão do curso 
de graduação. 
 
 
 
 
Data da defesa: ____/____/____ 
 
 
 
 
1. Orientador: ............................................................................... NOTA: .......... 
 
2. Examinador 1: .......................................................................... NOTA: .......... 
 
3. Examinador 2: .......................................................................... NOTA: .......... 
 
4. Examinador 3: .......................................................................... NOTA: .......... 
 
 
 
 
 
Média Final: _________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados do Discente 
 
Nome: LAIS DOS SANTOS 
Registro Acadêmico: 20218059 
Instituição: UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI 
Curso: Medicina Veterinária 
Semestre: 10° Semestre 
 
 
Dados do Local de Estágio 
 
FACULDADE DE JAGUARIÚNA 
Setor ou Área: Clínica e Cirurgia de Grandes Animais 
Supervisor: M.V. Henrique Scomparim Guardia 
Período de Estágio: 
Início: 01/10/2019 
Término: 31/10/2019 
Total de horas: 120 horas mensal
 
 
SUMÁRIO 
 
 
Resumo........................................................................................................................1 
Lista de Tabelas...........................................................................................................2 
Lista de Imagens..........................................................................................................3 
1. Informações sobre o Hospital Escola Veterinário UniFAJ........................................4 
1.1 Descrição das atividades desenvolvidas................................................................4 
1.2 Casuística do setor de Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ 
do mês de Outubro de 2019.........................................................................................4 
2. Revisão Bibliográfica sobre Rabdomiólise em Equinos.........................................10 
2.1 Introdução.............................................................................................................10 
2.2 Etiologia da Rabdomiólise Equina........................................................................10 
2.3 Epidemiologia.......................................................................................................11 
2.4 Sinais Clínicos......................................................................................................12 
2.5 Diagnóstico...........................................................................................................13 
2.6 Profilaxia...............................................................................................................14 
2.7 Tratamento...........................................................................................................14 
3. Relato de Caso UniFAJ..........................................................................................17 
Conclusão...................................................................................................................28 
Referências Bibliográficas..........................................................................................29 
 
 
 
 
RESUMO 
 
Esse relatório tem como objetivo descrever as atividades desenvolvidas 
durante a realização do estágio supervisionado obrigatório, compreendido entre 
01/10/2019 e 31/10/2019, do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário 
de Jaguariúna, e apresentar sobre os principais atendimentos, além de relatar um 
caso de interesse. 
O estágio foi realizado no setor de Clínica Médica e Cirurgia de Grandes 
Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, na qual se acompanhou a rotina 
clínica e cirúrgica de equídeos, pequenos e grandes ruminantes. 
Durante o estágio, foram acompanhados muitos casos interessantes, 
destacando-se o caso sobre Rabdomiólise em Equinos, que será relatado nesse 
trabalho. 
Por fim, concluiu-se que o período de estágio supervisionado foi fundamental 
para permitir maior contato com a rotina clínica e cirúrgica de grandes animais, 
podendo colocar em prática os conhecimentos teóricos adquiridos durante a 
graduação e alertar para a necessidade constante de atualização do médico 
veterinário a fim de prestar um serviço de excelência na promoção da saúde. 
 
Palavras-chaves: clínica; cirurgia; grandes animais; equinos; rabdomiólise; 
miosite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 -1- 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Distribuição dos casos de acordo com o sistema acometido......................5 
Tabela 2: Distribuição dos casos de acordo com o sistema locomotor.......................5 
Tabela 3: Distribuição dos casos de acordo com o sistema digestório.......................6 
Tabela 4: Distribuição dos casos sobre neonatologia.................................................7 
Tabela 5: Distribuição dos casos de acordo com o sistema respiratório.....................8 
Tabela 6: Distribuição dos casos de acordo com o sistema reprodutor......................8 
Tabela 7: Distribuição dos casos sobre oftalmologia...................................................9 
Tabela 8: Distribuição dos casos de acordo com o sistema urinário...........................9 
Tabela 9: Parâmetros físicos utilizados na avaliação do grau de desidratação........15 
Tabela 10: Evolução dos principais dados laboratoriais............................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 -2- 
 
 
 
LISTA DE IMAGENS 
 
Figura 1: Urina em garra pet: coletada na propriedade antes do animal embarcar no 
caminhão a caminho do hospital. Urina em coletor universal: coletada após 10 horas 
de fluidoterapia...........................................................................................................18 
Figura 2: Animal sob crioterapia preventiva a laminite..............................................19 
Figura 3: Fezes normais até o presente momento internado....................................20 
Figura 4: Animal recebendo plasma convencional (caseiro).....................................21 
Figura 5: Animal recebendo massagem com Antiphlokin® na região tóraco-lombar, 
na região intercostal e na garupa...............................................................................23 
Figura 6: Animal recebendo massagem com Antiphlokin® em membros pélvicos e 
torácicos.....................................................................................................................23 
Figura 7: Animal sob ação do Antiphlokin® e crioterapia concomitantes..................24 
Figura 8: Suporte utilizado na fluidoterapia de manutenção até o presente momento 
que o animal se encontra internado...........................................................................24 
Figura 9: Escolha terapêutica utilizada no caso........................................................25 
Figura 10: Fármaco escolhido paraa realização de massoterapia...........................26 
Figura 11: Suplemento vitamínico utilizado no paciente...........................................26 
Figura 12: Animal solto em redondel mostrando a evolução do caso.......................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 -3- 
 
 
 
 
1. Informações sobre o Hospital Escola Veterinário UniFAJ 
 
O Hospital fica localizado na Rodovia Adhemar de Barros, km 127, pista sul, 
Bairro Tanquinho Velho, na cidade de Jaguariúna, no estado de São Paulo, Brasil. 
Conta com 1 veterinário responsável, 3 residentes, 4 bolsistas e 8 estagiários no 
período da manhã, e outro grupo de estagiários no período da tarde e noite. Presta 
serviço de clínica médica e de clínica cirúrgica tanto de pequenos, quanto de 
grandes animais, com disponibilidade de 11 baias de internação para equinos e 2 
baias para pequenos ruminantes. 
 
1.1 Descrição das atividades desenvolvidas 
 
O estágio foi supervisionado pelo Dr. Henrique Scomparim Guardia, no período 
de 01 de Outubro de 2019 a 31 de Outubro de 2019, totalizando 120 horas mensais. 
As atividades realizadas foram: anamnese aos animais recém-chegados ao 
hospital; abertura de fichas de prontuários; realização de primeiros socorros aos 
animais de emergência; acompanhamento clínico dos animais que já estavam 
internados; exames físicos periódicos; auxilio em procedimentos cirúrgicos; preparo 
e administração e medicações; limpeza da área em comum, como farmácia, pátio, 
enfermaria, centro cirúrgico; alimentação dos animais internado; e discussões de 
casos clínicos com os residentes. 
 
 1.1 Casuística do setor de Grandes Animais do Hospital Escola 
Veterinário UniFAJ do mês de Outubro de 2019 
 
Durante o período de estágio supervisionado foram atendidos 37 equinos. 
Para melhor demonstração e análise de casuística, os diferentes casos foram 
discriminados em tabelas, sendo cada uma organizada de acordo com o sistema 
acometido. 
Estas análises foram baseadas nos sinais clínicos de cada paciente, suspeita 
clínica e diagnóstico. 
 -4- 
 
 
 
Tabela 1: Distribuição dos casos de acordo com o sistema acometido, 
atendidos no setor de Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no 
mês de Outubro de 2019, Jaguariúna, São Paulo. 
 
SISTEMA NÚMERO DE CASOS 
LOCOMOTOR 7 
DIGESTÓRIO 17 
NEONATOLOGIA 6 
RESPIRATÓRIO 2 
REPRODUTOR 2 
OFTALMOLOGIA 2 
UNINÁRIO 1 
 
Conclui-se através da tabela 1 que as principais afecções atendidas no período 
do estágio supervisionado obrigatório foram do sistema digestório, porém, houve 
uma grande diversidade entre os sistemas nos outros casos acompanhados. 
 
Tabela 2: Relação de casos do sistema locomotor atendidos no setor de 
Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 
2019, Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
20/09/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
8 
meses 
Macho 
Fratura distal de 
metatarso 
23/09/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
8 anos Macho Incoordenação Motora 
11/10/19 Equina 
Puro 
Sangue 
Árabe 
2 anos Fêmea Laceração de MTE 
 -5- 
 
 
 
 
15/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
10 
anos 
Macho 
Laceração do TFDS em 
MPD 
16/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
3 anos Macho Artroscopia do MTE 
20/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
3 anos Macho Rabdomiólise 
22/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
6 anos Macho Linfangite em MPE 
 
Tabela 3: Relação de casos do sistema digestório atendidos no setor de 
Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 
2019, Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
18/09/19 Equina Mini Horse 
10 
anos 
Macho Compactação Gástrica 
26/09/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
15 
anos 
Macho Desconforto Abdominal 
29/09/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
4 anos Fêmea 
Encarceramento 
Nefroesplênico 
30/09/19 Equina 
Mangalarga 
Paulista 
4 anos Fêmea Desconforto Abdominal 
01/10/19 Equina SRD ? Fêmea 
Compactação Gástrica 
e Deslocamento de 
Cólon 
03/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
4 anos Macho Hérnia Inguino-escrotal 
04/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
1 ano Fêmea Desconforto Abdominal 
 
 -6- 
 
 
 
08/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
3 anos Macho Desconforto Abdominal 
09/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
12 
anos 
Macho Desconforto Abdominal 
10/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
8 anos Macho Desconforto Abdominal 
15/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
11 
anos 
Macho Desconforto Abdominal 
20/10/19 Equina 
Mangalarga 
Paulista 
4 anos Macho 
Peritonite pós 
orquiectomia 
22/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
8 anos Macho Compactação 
22/10/19 Equina SRD 
10 
anos 
Fêmea 
Torção de Raiz 
Mesentérica e Ruptura 
de Intestino Delgado 
23/10/19 Equina 
Brasileiro de 
Hipismo 
12 
anos 
Macho 
Deslocamento de Ceco 
e de Cólon 
24/10/19 Equina 
Mangalarga 
Paulista 
17 
anos 
Fêmea 
Enterólito em Cólon 
Transverso 
26/10/19 Equina 
Brasileiro de 
Hipismo 
9 anos Macho 
Deslocamento de Ceco 
e de Cólon 
 
Tabela 4: Relação de casos de neonatologia atendidos no setor de Grandes 
Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 2019, 
Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
06/09/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
8 dias Macho Sepse 
 
-7- 
 
 
 
11/09/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
15 dias Macho Rhodococcus equi 
06/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
3 dias Fêmea Sepse 
07/10/19 Equina 
Mangalarga
Paulista 
5 dias Fêmea Poliartrite 
11/10/19 Equina 
Mangalarga
Marchador 
6 dias Macho Hematúria 
20/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
2 
meses 
Fêmea Trauma Neurológico 
 
Tabela 5: Relação de casos do sistema respiratório atendidos no setor de 
Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 
2019, Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
18/10/19 Equina 
Puro 
Sangue 
Árabe 
18 
anos 
Macho Asfixia 
24/10/19 Equina 
Brasileiro de 
Hipismo 
12 
anos 
Macho DPOC 
 
Tabela 6: Relação de casos do sistema reprodutor atendidos no setor de 
Grandes Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 
2019, Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
21/10/19 Equina 
Brasileiro de 
Hipismo 
6 anos Macho Orquiectomia 
 -8- 
 
 
 
21/10/19 Equina 
Brasileiro de 
Hipismo 
9 anos Macho Orquiectomia 
 
Tabela 7: Relação de casos de oftalmologia atendidos no setor de Grandes 
Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 2019, 
Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
02/10/19 Equina 
Quarto de 
Milha 
6 anos Macho Avaliação Oftalmológica 
13/10/19 Equina 
Puro 
Sangue 
Lusitano 
12 
anos 
Macho Enucleação 
 
 
Tabela 8: Relação de casos do sistema urinário atendidos no setor de Grandes 
Animais do Hospital Escola Veterinário UniFAJ, no mês de Outubro de 2019, 
Jaguariúna, São Paulo. 
 
DATA DE 
ENTRADA 
ESPÉCIE RAÇA IDADE SEXO 
DIAGNÓSTICO / 
SUSPEITA CLÍNICA 
05/10/19 Equina 
Mangalarga 
Marchador 
14 
anos 
Fêmea 
Uretrite Secundária à 
Inseminação Artificial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-9- 
 
 
 
 
2. Revisão Bibliográfica sobre Rabdomiólise em Equinos 
 
2.1 Introdução 
 
A rabdomiólise é caracterizada por um processo de degeneração muscular, e, 
por ser uma síndrome, possui etiologia multifatorial e variadas manifestações 
clínicas. É uma afecção decorrente da lise das células musculares esqueléticas e 
consequente liberação para a circulação sanguínea de constituintes intracelurares, 
principalmente a mioglobina (ROCHA et al., 2015).Geralmente são sequelas de 
processos cirúrgicos ou qualquer situação de estresse, como cólica, doenças 
infecciosas, condições adversas de tempo, transporte prolongado e condições 
inapropriadas (GARCIA, 2018). Além disso, a sobrecarga de carboidratos, a hipóxia 
tecidual, a deficiência de tiamina, vitamina E e Selênio, o desbalanceamento 
eletrolítico e baixo condicionamento físico, normalmente após algum episódio de 
excesso de exercício, são outros fatores predisponentes à radbomiólise (ROCHA et 
al., 2015). 
Segundo Rocha et al. (2015), essa enfermidade acomete animais de qualquer 
raça, idade, sexo e não possui caráter sazonal. No entanto, equinos utilizados em 
rodeios, desfiles, competições, ou até mesmo aqueles que são submetidos a 
trabalho intenso sem preparo físico, assim como nas cavalgadas em dias quentes 
nos fins de semana, podem estarem mais predispostos a desenvolverem a 
rabdomiólise. Porém, Reed e Bayly (2016) relatam condições ambientais e sexo 
como fatores desencadeadores da síndrome. Quanto as condições ambientais, o 
tempo intenso e a época do ano são relatadas como causadores de aumento de 
incidência. Em relação ao sexo, Radostist et al. (2010) sugerem que ocorra maior 
frequência em fêmeas equinas jovens. 
 
2.2 Etiologia da Rabdomiólise Equina 
 
De acordo com Smith (2006), as principais causas podem ser divididas em dois 
grupos: 
-10- 
 
 
 
 
a) Miopatias não associadas ao exercício: 
 miosites inflamatórias 
 degeneração muscular nutricional 
 miopatias tóxicas 
 miopatias traumáticas 
 
b) Rabdomiólise de esforço: 
 dieta 
 infecção 
 exercício excessivo 
 miopatia por acúmulo de polissacarídeos 
 rabdomiólise de esforço recidivante 
 rabdomiólise de esforço crônica 
 
Radostist et al. (2010) destacam ainda as anomalias hereditárias do 
metabolismo muscular, tais como miopatia da estocagem de polissacarídeos dos 
equinos quartos de milha e das raças de tração, miopatia mitocondrial e os defeitos 
na função do sarcolema. 
 
2.3 Epidemiologia 
 
A rabdomiólise equina é a alteração muscular mais comum em equinos, 
causando frequente queda de desempenho em várias raças, como o cavalo de sela 
americano, Puro-Sangue Inglês, Árabe, Morgan, Quarto de Milha, Appaloosa e Paint 
Horse (SMITH, 2006). 
De acordo com RADOSTITS et al., 2010, entre os animais sob risco, a 
incidência é de 20% e a taxa de mortalidade é 66%. 
 
 
 
-11- 
 
 
 
2.4 Sinais Clínicos 
 
A sintomatologia clínica da rabdomiólise equina é variável, evoluindo desde 
uma leve rigidez, encurtamento do passo, desempenho abaixo da expectativa, até 
incapacidade de se locomover, as vezes decúbito e óbito. 
Os animais acometidos normalmente apresentam exaustão, intensa mialgia, 
espasmos e tremores musculares, falta de coordenação, e relutam em movimentar-
se, adotando a posição de cão sentado até progredir para decúbito (THOMASSIAN, 
2005). 
Nos episódios mais graves ocorrem a necrose muscular maciça e insuficiência 
renal por mioglobinúria, com a urina apresentando coloração vermelha, 
achocolatada ou preta, cor de “coca-cola” (ROCHA et al., 2015; RADOSTITS et al., 
2010). 
A forma aguda é caracterizada pela presença de um episódio de exercício com 
intensidade maior que o animal está condicionado, não sendo necessário ser 
extenuante (GARCIA, 2018 apud ANDREWS, 1994), o animal apresenta dor dos 
grupamentos musculares epaxial e glúteo à palpação, mobilidade prejudicada, 
sudorese excessiva, taquicardia, taquipnéia, hipertermia, e desidratação, podendo 
apresentar ainda diferentes graus de mioglobinúria (RADOSTITS et al., 2010; REED 
e BAYLY, 2016). 
Em casos hiperagudos o animal pode ter incapacidade de locomoção, 
apresentar sinais de choque, coagulação intravascular disseminada e falência renal 
aguda (GARCIA, 2018 apud VALBERG, 2010). 
De maneira geral, esta forma é classificada como emergência médica e requer 
atendimento imediato a fim de evitar danos renais irreversíveis e lesões 
permanentes às fibras musculares (GARCIA, 2018 apud ANDREWS, 1994). 
Já na forma crônica a principal queixa é a queda no desempenho atlético do 
animal ao longo do tempo, ou vários episódios intermitentes de rabdomiólise. Na 
forma crônica as manifestações do paciente são decorrentes de lesão muscular pré-
existente ou predisposição genética. Sendo assim, os casos de rabdomiólise crônica 
geralmente necessitam apenas de exercícios leves para desencadear as 
-12- 
 
 
 
manifestações, que são semelhantes à forma aguda, ou ainda o paciente pode não 
apresentar nenhum sinal clínico (GARCIA, 2018 apud VALBERG, 2010). 
 
2.5 Diagnóstico 
 
Detectado por meio de sinais clínicos identificados através da realização da 
anamnese, da avaliação do histórico e de um exame físico minucioso, aliados aos 
exames laboratoriais. 
A confirmação diagnóstica da lesão muscular é obtida através do exame 
bioquímico, constatando elevação dos níveis séricos de creatinafosfoquinase (CPK), 
aspartato aminotranferase (AST) e lactato desidrogenase (LDH). O pico de 
concentração sérica de CPK se dá entre 4 a 6 horas após a ocorrência do exercício, 
podendo voltar à normalidade após 24 a 96 horas. Já a AST possui tempo de meia-
vida plasmática longo, de aproximadamente 8 dias, com pico entre 24 a 48 horas 
após a injúria, retornando aos níveis de referência em 5 a 14 dias, dependendo da 
extensão da necrose. Quanto ao LDH, o pico é de 12 horas após os danos 
musculares e retorna aos níveis de referência em 7 a 10 dias (MOTTOSINHO et al., 
2017; SMITH, 2006). 
A análise conjunta das atividades enzimáticas de AST e CPK serve como um 
auxílio no prognóstico, pois podem indicar o estágio da afecção, (NOLETO, 2012; 
THOMASSIAN et al., 2007), uma vez que, nas lesões musculares, elevados níveis 
séricos de CPK ocorrem primariamente antes da elevação da AST, no entanto, são 
bastante transitórios e se normalizam rapidamente. A atividade sérica de CPK 
aumentada com baixa AST é indicativo de lesão muscular recente, níveis 
persistentemente altos das duas apontam lesão continuada, à medida que níveis 
baixos de CPK e altos de AST determinam processos que podem ter ocorrido já há 
cerca de 24 horas ou mais, e estão em fase de recuperação (MOTTOSINHO et al., 
2017). 
 
 
 
-13- 
 
 
 
2.6 Profilaxia 
 
Adquirir um programa de exercícios específicos e uma dieta nutricionalmente 
equilibrada em vitaminas e energia são alguns dos métodos para prevenir a 
rabdomiólise (GARCIA, 2018). Ou seja, trabalhar o animal em dias alternados, ou 
trabalho ao cabresto para animais estabulados, e, no mínimo, 20 minutos diários de 
liberdade (SMITH, 2006). Já a alimentação deve ser predominantemente composta 
por capim ou feno de gramínea de boa qualidade, evitando excesso de concentrado 
para o animal em repouso. Além disso, a dieta deve ser equilibrada em 
conformidade com a carga de trabalho e os períodos de inatividade física devem ser 
acompanhados por redução do consumo alimentar (REED e BAYLY, 2016). 
Além disso, recomenda-se o uso de agentes profiláticos, tais como: tiroxina 
quando há diagnóstico de hipotireoidismo associado, e suplementação com vitamina 
E e Selênio que possuem efeito preventivo em lesão muscular induzida por radicais 
livres (REED e BAYLY, 2016; SMITH, 2006). 
Segundo Smith (2006), a fenitoína (fármaco do grupo dos antiepilépticos) 
apresenta bons resultados na redução da incidência de rabdomiólise em cavalos 
suscetíveis, além do bicarbonato de sódio misturado à ração, e, para os animais 
ansiosos indica-se tranqüilizantes fenotiazínicos 30 minutos antes do exercício. 
 
2.7 Tratamento 
 
Fluidoterapia agressiva para restaurar os desequilíbrios hidroeletrolítico e 
ácido-básico. 
Para Alves et al. (2013) o volume de fluido a ser administrado é determinado 
pela multiplicação do peso vivo do animal pela taxa de desidratação, determinada 
pela somatória das alterações dos parâmetrosfísicos mencionados na Tabela 9, 
acrescido do volume requerido de manutenção diária, que está em torno de 40 a 60 
mL/kg/dia. Ou seja: 
 
Volume da fluidoterapia = (% de desidratação X peso vivo) + (40 a 60 mL/kg) 
-14- 
 
 
 
Tabela 9: Parâmetros físicos utilizados na avaliação do grau de desidratação 
 
Agentes farmacológicos, como sedativos e tranquilizantes, por exemplo a 
xilazina (0,4 a 0,5 mg/kg, IV) ou a acepromazina (0,04 a 0,07 mg/kg, IV ou IM) 
promovem sedação e analgesia, sendo que em relação a acepromazina é 
importante destacar o risco de hipovolemia e choque. Anti-inflamatórios não 
esteroidais, como fenilbutazona (2,2 a 4,4 mg/kg, IV ou VO) ou flunixina meglumina 
(1,1 mg/kg, IM ou IV) são frequentemente utilizados para aliviar a dor, mas devem 
ser administrados com cautela em animais desidratados pelo risco de agravar danos 
renais devido ao potencial nefrotóxico. Relaxantes musculares como metocarbamol 
(5 a 22 mg/kg, IV) reduzem espasmos musculares, diminuindo a dor, porém os 
animais podem ficar atáxicos e deprimidos (REED e BAYLY, 2016; ROBINSON e 
SPRAYBERRY, 2008). 
Somado a tudo, a fisioterapia entra como uma ferramenta muito útil no 
tratamento de desordens musculoesqueléticas, portanto para a rabdomiólise, os 
efeitos da fisioterapia ocorrem porque os métodos e técnicas abordados alcançam o 
sistema nervoso, o sistema linfático e a corrente sanguínea, aumentando a irrigação 
periférica, consequentemente, a concentração de eritrócitos, oxigênio e nutrientes, 
promovendo um auxílio na correção do desequilíbrio hidroeletrolítico, e a 
recuperação muscular se torna mais rápida, além de aliviar a dor (GARCIA, 2018). 
Indica-se duchas na musculatura por 20 minutos durante 7 dias, que preconiza 
recuperar o condicionamento físico, capacidade aeróbica e as estruturas 
musculares. O repouso é muito importante na fase inicial, e o animal deve 
-15- 
 
 
 
permanecer em uma área silenciosa por alguns dias, todavia, a caminhada dirigida e 
gradativa logo ao se perceber andar rígido é essencial para uma evolução mais 
favorável (REED e BAYLY, 2016). 
Outras práticas fisioterápicas recomendadas seriam a crioterapia, com 
compressa ou bolsa gelada, promovendo retirada de calor corporal e, portanto, 
diminuição da temperatura tecidual, aliviando os efeitos inflamatórios, a termoterapia 
por adição de calor, como compressas e banhos quentes e, a massoterapia, 
normalmente associadas a fármacos revulsivantes, como iodados, mentolados, 
salicilatos e canforados. As compressas quentes e massagens nos músculos são 
realizadas para aumentar a circulação e conter a dor. Essas terapias promovem uma 
restauração miopática mais precoce e previnem sequelas (GARCIA, 2018 apud 
PEDRO e MIKAIL, 2009). 
Os exercícios de amplitude de movimento e o alongamento são técnicas que 
devem sempre ser realizadas antes e após atividades físicas, já que auxiliam na 
preparação das estruturas musculares, tendões e ligamentos para a realização da 
atividade, e contribuem na reestruturação das fibras trabalhadas após um treino ou 
competição. 
Há também a aplicação das bandagens terapêuticas, que vem sido muito 
utilizada como método de suporte para reabilitações ortopédicas, musculares, 
neurológicas e vasculares. A técnica desenvolvida nos equinos recebe o nome de 
Método Kinesio Taping Equine (MKTE) (GARCIA, 2018 apud MOLLE, 2016) e utiliza 
fitas hipoalérgicas, leves, respiráveis, com característica elásticas e espessura 
semelhantes à da pele, desenvolvida para se adaptar aos movimentos dos equinos, 
permitindo uma extensa variedade de movimentos, podendo ser deixada 24 horas 
por dia por até 5 dias. 
Para Mattos (2016), seus efeitos estão associados às ondulações da epiderme 
fornecida pela fita, aumentando o espaço entre os tecidos e diminuindo a pressão 
exercida sobre os mecanorreceptores, o que alivia os estímulos nociceptivos, 
promovendo mecanismos como controle da dor por supressão neurológica, ativação 
e melhora da circulação sanguínea e drenagem linfática, regulação de homeostase 
e otimização da função muscular, através da Teoria das Comportas, realinhamento 
-16- 
 
 
 
das articulações por alívio da tensão em tecidos adjacentes e efeito em fáscia 
muscular os quais fundamentam o estímulo proprioceptivo articular, e quando 
aliados a interação dos músculos agonistas e antagonistas, auxiliam ainda a 
propriocepção do paciente. 
 
3. Relato de Caso 
 
Foi acompanhado durante o período de estágio o caso do paciente Spook, 
equino, macho, 3 anos, da raça Quarto de Milha, que desembarcou no Hospital 
Escola Veterinário UniFAJ no dia 20/10/2019 às 17h50, pesando 510 kg. 
A queixa principal do proprietário foi que o potro estava com o andar “travado”, 
ou seja, com rigidez muscular, apesar de não praticar nenhum tipo de exercício leve 
ou pesado. Além disso, se apresentava um pouco apático, portanto, encaminhou o 
animal ao perceber que a situação não era o ideal, o mais rápido possível, 
possibilitando assim, maior chance de recuperação deste potro. 
Antes de ser encaminhado, o animal foi atendido na propriedade (Haras 
Classic, em Mogi Mirim) pelo veterinário Fábio Silva, que realizou 25 L de Ringer 
Lactato e Flunixin Meglumine na dose 1,1 mg/kg, por via intravenosa, e recomendou 
que o paciente ficasse sob crioterapia preventiva à laminite. 
Ao chegar no hospital o paciente caminhava com um pouco de dificuldade, e 
ao realizar o exame clínico no primeiro atendimento, os parâmetros encontrados 
foram: frequência cardíaca em 56 batimentos por minutos, frequência respiratória em 
36 movimentos por minuto, mucosas levemente ictéricas, tempo de preenchimento 
capilar de 3 segundos, temperatura retal em 38,2°C, hipomotilidade nos quatro 
quadrantes de ausculta do sistema digestório, apesar de apetite presente, pulso 
digital negativo nos quatro membros. Não defecou por 5 horas e produziu uma urina 
espumosa com coloração acastanhada. Hematócrito em 29% e proteína plasmática 
total em 5,0 g/dl. 
 
 
 
 
-17- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Urina em garra pet: coletada na propriedade antes do animal 
embarcar no caminhão a caminho do hospital. Urina em coletor universal: coletada 
após 10 horas de fluidoterapia. 
 
Conforme o passar de algumas horas, os exames clínicos mostraram que a 
frequência cardíaca se manteve por volta dos 50 batimentos por minutos, a 
frequência respiratória se manteve em torno dos 40 movimentos por minuto, as 
mucosas ficaram normocoradas rapidamente, o tempo de preenchimento capilar 
passou para 2 segundos e o animal não apresentou febre. A motilidade foi 
melhorando progressivamente, portanto, optou-se por liberar quantidades 
controladas de feno molhado. O pulso digital continuou negativo nos quatro 
membros. A urina se tornou clara e produtiva após as primeiras 24 horas de 
fluidoterapia, porém ainda com muita espuma. 
Logo quando chegou no hospital, o animal foi prontamente colocado no tronco 
de crioterapia, ficando até a coroa do casco imersa no gelo, conforme 
recomendação do médico veterinário responsável, permanecendo por 48 horas 
-18- 
 
 
 
ininterruptas, e iniciou-se a fluidoterapia em infusão contínua de 2 L por hora 
intercalando Solução Fisiológica com Ringer Lactato, permanecendo por 39 horas 
seguidas, totalizando 78 litros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Animal sob crioterapia preventiva a laminite. 
 
Após 8 horas de pausa da infusão contínua, a fluidoterapia foi retomada com 
18 L de Ringer Lactato e 18 L de Solução Fisiológica intercalados, totalizando mais 
36 litros. Depois disso, o animal recebe 10 L de Ringer Lactato diários com suporte 
(1 frasco de Hervativa + 50 ml de Vitamina C). 
Dando continuidade aos exames clínicos que foram realizados 4 vezes por dia, 
nos primeiros dias de atendimento, observou-se que o animal se tornou mais 
taquipneico,chegando a 86 movimentos por minuto no dia 29/10/2019, além disso, o 
pulso digital se tornou positivo no membro torácico direito no dia 23/10/2019, 
-19- 
 
 
 
evoluindo para todos os membros (principalmente medial) no dia 25/10/2019. Já do 
dia 27/10/2019 em diante, o pulso permaneceu positivo apenas em ambos os 
membros torácicos. 
A partir do dia 25/10, o paciente apresentou sudorese intensa, sendo realizada 
duchas completas por 15 minutos durante as tardes. A partir da mesma data, se 
iniciaram 40 minutos diários de caminhadas leves ao cabresto na parte mais fresca 
da manhã. 
Em todos os momentos que foi avaliado, o paciente demonstrava apetite 
presente e ingeria água frequentemente, defecava cíbalas de coloração e umidade 
normal, além de não apresentar sinal de dor ou desconforto abdominal até o 
presente período internado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Fezes normais até o presente momento internado. 
 
No dia 22/10/2019 foi colocado um cateter central na jugular direita e 
administrado 8 bolsas de plasma convencional (caseiro). 
 
 
 
 
-20- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Animal recebendo plasma convencional (caseiro). 
 
Os agentes farmacológicos escolhidos para o tratamento foram Coltrax® 
injetável, um miorrelaxante a base de tiocolchicosídeo, cuja dos em literatura é de 
0,05 mg/kg, administrado por via intramuscular, duas vezes ao dia, durante 5 dias; 
Omeprazol (manipulado) como protetor gástrico, utilizado para diminuir secreções 
ácidas do estômago, cuja dose em literatura é de 1 a 5 mg/kg, administrado por via 
oral, uma vez ao dia, até novas recomendações; Acepran® 1%, um neuroléptico e 
tranquilizante a base de acepromazina, para também promover relaxamento 
muscular, cuja dos em literatura é de 0,1 mg/kg, administrado por via intramuscular, 
duas vezes ao dia, durante 2 dias; Pentoxifilina, na intenção de melhora da 
circulação e da distribuição de oxigênio, além da ação em doenças oclusivas 
arteriais periféricas e distúrbios arteriovenoso por ser um vasodilatador periférico, 
ajudando na melhor perfusão e fluidez sanguínea, cuja dose em literatura é de 7,5 
mg/kg, administrado por via oral, duas vezes ao dia, durante 10 dias; Meloxicam® 
-21- 
 
 
 
Equinos Gel é um anti-inflamatório não esteroidal, na concentração de 6%, com 
atividade preferencial na inibição da cicloxigenase 2, bloqueando a síntese das 
prostaglandinas. A ação preferencial sobre a COX-2 minimiza os efeitos colaterais 
sobre a mucosa gástrica dos equinos, o que confere segurança de uso, associada à 
eficácia da sua ação anti-inflamatória, sendo indicado tanto para dor aguda quanto 
para dor crônica. A dose indicada é de 0,6 mk/kg, administrado por via oral, uma vez 
ao dia, durante 7 dias; Flunixin Meglumine, outro anti-inflamatório não esteroidal, 
não narcótico que apresenta potente ação analgésica, antitérmica e anti-
endotóxica, indicado para o tratamento de processos inflamatórios nas afecções 
do aparelho locomotor (distensões e claudicações) e na dor pós-traumática, cuja 
dose em literatura é de 1,1 mg/kg, administrado por via intravenosa, uma vez ao dia, 
durante 6 dias; DMSO®, cujo o princípio ativo é o dimetilsulfóxido, um anti-
inflamatório não esteroidal capaz de remover radicais livres e inibir ação das 
prostaglandinas, apresenta também a capacidade de diminuir a agregação 
plaquetária, atravessar a barreira hematoencefálica e a carrear outras substâncias. 
Administrado 50 ml diluído em 1 L de solução fisiológica, duas vezes ao dia, durante 
3 dias; Methocarbamol, um relaxante muscular de ação central, usado como um 
adjuvante no tratamento sintomático de condições musculoesqueléticas associados 
com espasmo muscular doloroso, cuja dose em literatura é de 5 a 22 mg/kg, 
administrado por via oral, duas vezes ao dia, durante 7 dias; Trimetox® Solução, 
antibiótico de amplo espectro de ação, à base de sulfametoxazol e trimetoprima, 
administrado 40 ml por via oral, duas vezes ao dia, até novas recomendações. 
Também se fez escolha da suplementação de vitamina E e selênio E-S-E 
Liquid Vetnil®, cuja dose recomendada pelo fabricante é de 20 ml por dia via oral, 
até novas recomendações. Além disso, foram realizadas massagem com 
Antiphlokin®, que é um antiflogístico de fácil aplicação, que associa em sua fórmula 
uma completa gama de elementos capazes de promover uma rápida regressão dos 
estados dolorosos e inflamatórios de áreas localizadas. É composto de agentes 
revulsivos, adstringentes, antiinflamatórios, analgésicos, anti-sépticos, queratolíticos 
e emolientes que garantem o bem-estar e a funcionalidade do animal. 
 
-22- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Animal recebendo massagem com Antiphlokin® na região tóraco-lombar, 
na região intercostal e na garupa. 
 
 
Figura 6: Animal recebendo massagem com Antiphlokin® em membros pélvicos e 
torácicos. 
 -23- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Animal sob ação do Antiphlokin® e crioterapia concomitantes. 
 
Figura 8: Suporte utilizado na fluidoterapia de manutenção até o presente 
momento que o animal se encontra internado. 
 
-24- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9: Escolha terapêutica utilizada no caso. 
 
-25- 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Fármaco escolhido para a realização de massoterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11: Suplemento vitamínico utilizado no paciente. 
 
 
 
 
 
 -26- 
 
 
 
Foram realizados diversos exames laboratoriais durante o período de 
internação, dentre eles, hemogramas, bioquímicos e hemogasometrias, que estão 
resumidos conforme a tabela 10 a seguir. 
 
Tabela 10: Evolução dos principais dados laboratoriais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao longo dos 10 dias de acompanhamento do caso, o animal evolui bem e 
responde ao tratamento conforme o esperado. Permanece até então no hospital 
para término da administração de medicações e para total cura do caso, para enfim, 
receber alta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12: Animal solto em redondel mostrando a evolução do caso. 
 
-27- 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Com relação ao relato de caso, o acompanhamento do paciente foi de total 
importância para compreender a inter-relação entre a fisiopatologia da rabdomiólise 
equina e os sinais clínicos observados, assim como, traçar um plano terapêutico 
com intervenções bem estabelecidas, que contribuam de forma eficaz para o 
tratamento do paciente, melhorando a resposta clínica do animal. Além disso, foi 
possível concluir que diante de doenças multifatoriais, é essencial a orientação dos 
proprietários para adoção de medidas preventivas, sem se esquecer de estabelecer 
um manejo adequado ao animal, visando prevenir esta e outras várias afecções. 
Diante disso, o médico veterinário tem papel importante na avaliação e nas 
escolhas das condutas mais adequadas para cada caso e, portanto, devem buscar 
as melhores evidências científicas para sustentar suas decisões. O tratamento de 
suporte destes animais reveste-se assim de tanta importância como o tratamento 
específico, portanto, o essencial é sempre orientar os clientes para com os seus 
animais, pois a atuação rápida é o que salva uma vida em determinadas situações. 
Com relação ao período de estágio obrigatório supervisionado, considera-se 
que é uma oportunidade para o aluno da graduação em medicina veterinária 
vivenciar sua rotina do mercado de trabalho. É o momento ideal para ter contato 
integral com a prática, com a rotina clínica e cirúrgica de grandes animais, utilizando 
os conhecimentos teóricos adquiridos durante toda graduação. Se faz necessário 
para o desenvolvimento de raciocínio clínico, para o desenvolvimento de técnicas e 
habilidades científicas, para criar condutas terapêuticasefetivas, para lidar com 
opiniões de diferentes pessoas da mesma área, para construir métodos de se 
relacionar com proprietários como clientes, para promover networking e o principal, 
para aprimorar as relações interpessoais tanto profissionais quando pessoais. 
É nítido que o profissional Médico Veterinário deve sempre se atualizar e se 
preparar para enfrentar novas situações, sempre focando na qualidade de vida dos 
seus pacientes e buscando aprimoramento constante a fim de promover com 
excelência sua atuação na promoção de saúde. 
 
 
-28- 
 
 
 
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