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Células e Tecidos do Sistema Imune INTRODUÇÃO As células do sistema imune inato e adaptativo normalmente estão presentes como células circulantes no sangue e na linfa, como coleções anatomicamente definidas nos órgãos linfoides e como células dispersas em praticamente todos os tecidos. ↣ O sistema deve ser capaz de responder rapidamente a pequeno número de muitos microrganismos diferentes que podem ser introduzidos em qualquer local do corpo. ↣ Na resposta imune adaptativa, muito poucos linfócitos imaturos reconhecem especificamente e respondem a qualquer antígeno. ↣ Os mecanismos efetores do sistema imune adaptativo (anticorpos e células T efetoras) podem ter que localizar e destruir microrganismos em locais que são distantes da região onde a resposta imune foi induzida. FAGÓCITOS ↣ São as células cuja função primária é ingerir e destruir microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. Incluindo neutrófilos e macrófagos. ↣ Passos sequenciais dos fagócitos na defesa do hospedeiro consistem em: I - recrutamento das células para locais de infecção; II- reconhecimento e ativação pelos microrganismos; III - ingestão dos microrganismos por processo de fagocitose; IV - destruição dos microrganismos ingeridos. ↣ Além disso, pelo contato direto e pela secreção de citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células de modo a promover ou regular as respostas imunes. NEUTRÓFILOS ↣ População mais abundante de células brancas sanguíneas circulantes e medeiam as fases iniciais das reações inflamatórias, chamados de leucócitos polimorfonucleares. ↣ Circulam como células esféricas com numerosas projeções membranosas. ↣ O núcleo de um neutrófilo é segmentado em três a cinco lóbulos conectados; ↣ O citoplasma contém grânulos de dois tipos. Grânulos específicos: maioria; é preenchida com enzimas tais como lisozima, colagenase e elastase; estes não coram fortemente nem com corantes básicos nem com corantes acídicos (hematoxilina e eosina, respectivamente), que distinguem os grânulos dos neutrófilos daqueles de dois outros tipos de granulócitos circulantes, chamados de basófilos e eosinófilos. Grânulos aurofílicos: consiste em lisossomas que contêm enzimas e outras substâncias microbicidas, incluindo defensinas e catelicidinas. ↣ São produzidos na medula óssea e surgem de precursores que também dão origem a fagócitos mononucleares. ↣ Sua produção é estimulada pelo fator estimulador de colônias (G-CSF). (Um humano adulto produz mais de 1 × 1011 neutrófilos/dia, cada qual circulando no sangue por horas ou poucos dias). ↣ Os neutrófilos podem migrar rapidamente para locais de infecção após a entrada de microrganismos. Após a entrada nos tecidos, funcionam por 1 a 2 dias e morrem. MONÓCITOS/MACRÓFAGOS ↣ São fagócitos mononucleares, incluem as células circulantes denominadas monócitos e células residentes teciduais denominadas macrófagos. ↣ Os monócitos se originam de uma célula precursora de linhagem mieloide na medula óssea, circulam no sangue e são recrutados para os tecidos em reações inflamatórias, onde eles amadurecem em macrófagos. Existem subgrupos de monócitos sanguíneos que têm funções inflamatórias ou reparadoras distintas. Nathalia de Tarso ↣ Os macrófagos, que são amplamente distribuídos nos órgãos e tecido conectivo, têm papel central na imunidade inata e adaptativa. ↣ Muitos tecidos são povoados com macrófagos residentes com vida longa e derivados do saco vitelino ou precursores hepáticos fetais durante o desenvolvimento fetal que assumem fenótipos especializados dependendo do órgão (células de Kupffer que recobrem os sinusoides no fígado, macrófagos sinusoides no baço, macrófagos alveolares nos pulmões e células da microglia no cérebro). ↣ Nos adultos, as células da linhagem de macrófago surgem a partir de células precursoras na medula óssea, direcionadas por uma proteína denominada fator estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) (M- CSF). Esses precursores evoluem para monócitos, que entram e circulam no sangue e, então, migram para os tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, onde eles então amadurecem em macrófagos. ↣ Apresentam um núcleo em formato de feijão com citoplasma finamente granular contendo lisossomas, vacúolos fagocíticos e filamentos de citoesqueleto. ↣ Os monócitos mais numerosos, denominados monócitos clássicos, produzem abundantes mediadores inflamatórios e são rapidamente recrutados para locais de infecção e tecido danificado. FUNÇÕES: ↣ Ingerir e matar microrganismos por geração enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio que são tóxicas aos microrganismos e digestão proteolítica. ↣ Ingerem ainda células mortas do hospedeiro (limpeza após a infecção ou lesão tecidual), incluindo células que morrem nos tecidos por causa de trauma ou suprimento sanguíneo interrompido e neutrófilos que se acumulam nos locais de infecção. ↣ Reconhecem e engolfam células apoptóticas antes que as células mortas possam liberar seus conteúdos e induzir respostas inflamatórias. ↣ Macrófagos ativados secretam várias citocinas diferentes que agem nas células endoteliais que recobrem os vasos sanguíneos para aumentar o recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos do sangue para os locais de infecções, amplificando, assim, a resposta protetora contra os microrganismos. ↣ Macrófagos servem como APCs que apresentam antígenos e ativam os linfócitos T. Esta função é importante na fase efetora das respostas imunes mediadas por células T. ↣ Promovem o reparo de tecidos danificados pela estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e síntese de matriz extracelular rica em colágeno (fibrose), tais funções são mediadas por citocinas secretadas pelos macrófagos que agem em várias células teciduais. ↣ Várias moléculas ativadoras se ligam a receptores de sinalização específicos localizados na superfície ou dentro do macrófago, são os receptores do tipo Toll, que são de importância central na imunidade inata. ↣ São ativados quando receptores em suas membranas plasmáticas ligam a opsoninas na superfície dos microrganismos. As opsoninas são substâncias que recobrem partículas para a fagocitose, como os receptores do complemento e os receptores para anticorpo Fc. ↣ Na imunidade adaptativa, podem adquirir capacidades funcionais distintas, dependendo dos tipos de estímulos ativadores aos quais são expostos, como em resposta a diferentes citocinas e por proteínas de membrana nos linfócitos produzidas pelos subgrupos de células T. O Algumas citocinas os ativam se tornarem eficientes em matar microrganismos, o que é chamado de ativação clássica. Outras os ativam os para promover o remodelamento e reparo tecidual, o que se denomina ativação alternativa. Também podendo assumir diferentes formas morfológicas após a ativação por estímulos externos. ↣ Os macrófagos ativados podem se fundir para formar células gigantes multinucleadas. MACRÓFAGOS X NEUTRÓFILOS ↣ Os macrófagos respondem tipicamente aos microrganismos mais próximos tão rapidamente quando os neutrófilos o fazem, mas os macrófagos sobrevivem por muito mais tempo nos locais de inflamação. ↣ Diferentemente dos neutrófilos, os macrófagos não são terminalmente diferenciados e podem sofrer divisão celular nos locais de inflamação. Logo, os macrófagos são Nathalia de Tarso as células efetoras dominantes dos estágios finais na resposta imune inata, vários dias após uma infecção se iniciar. DEMAIS LEUCÓCITOS ↣ São três células adicionais que têm papel nas respostas imunes inata e adaptativa. ↣ Todos os três tipos de células apresentam em comum a característica de grânulos citoplasmáticos contendo vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos. ↣ Participam das respostas imunes que protegem contra helmintos e reações que causam doenças alérgicas. MASTÓCITOS ↣ São células derivadas da medulae presentes na pele e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos citoplasmáticos cheios de histamina e outros mediadores. ↣ O fator de citocina de célula-tronco (ligante c-Kit) é essencial para o desenvolvimento do mastócito. ↣ Os mastócitos maduros não são encontrados na circulação, mas estão presentes nos tecidos, em geral adjacentes a pequenos vasos sanguíneos, tecido conjuntivo e nervos. ↣ Seus citoplasmas contêm numerosos grânulos ligados à membrana, que estão cheios de proteoglicanos acídicos que se ligam a corantes básicos. ↣ Expressam receptores de alta afinidade na membrana plasmática para um tipo de anticorpo denominado IgE e, geralmente, são recobertos com esses anticorpos. ↣ Quando estes se ligam ao antígeno, eventos de sinalização são induzidos e levam à liberação dos conteúdos dos grânulos para dentro do espaço extravascular, o que promove mudanças nos vasos sanguíneos que causam inflamação. ↣ Funcionam como sentinelas nos tecidos, onde eles reconhecem produtos microbianos e respondem produzindo citocinas e mediadores que induzem inflamação; fornecem defesa contra helmintos, mas também são responsáveis pelos sintomas das doenças alérgicas. BASÓFILOS ↣ São granulócitos sanguíneos com muitas similaridades estruturais e funcionais com os mastócitos. ↣ São derivados de progenitores da medula óssea (uma linhagem diferente da dos mastócitos), amadurecem na medula óssea e circulam no sangue. ↣ Menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Como o número de basófilos é pequeno nos tecidos, sua importância na defesa do hospedeiro e nas reações alérgicas é incerta. ↣ Embora normalmente não estejam presentes nos tecidos, podem ser recrutados para alguns locais inflamatórios. ↣ Contêm grânulos que se ligam a corantes básicos e são capazes de sintetizar muitos dos mesmos mediadores dos mastócitos. Assim como os mastócitos, os basófilos expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser ativados por antígeno ligado à IgE. EOSINÓFILOS ↣ São granulócitos sanguíneos que expressam grânulos citoplasmáticos (contendo enzimas que são danosas às paredes celulares de parasitas, mas também podem danificar os tecidos do hospedeiro) que contêm proteínas básicas que ligam corantes acídicos tais como eosina. ↣ Também derivados da medula óssea. ↣ As citocinas GM-CSF, IL-3 e IL-5 promovem a maturação do eosinófilo a partir de precursores mieloides. ↣ Alguns eosinófilos normalmente estão presentes nos tecidos periféricos, especialmente nas coberturas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e geniturinário. CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS (APCS) ↣ Capturam microrganismos e outros antígenos, apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. ↣ Por convenção, APC normalmente se refere à célula que apresenta antígenos aos linfócitos T. ↣ A célula dendrítica é o principal tipo e está envolvida na iniciação das respostas da célula T. ↣ Os macrófagos e células B apresentam os antígenos aos linfócitos T nas respostas imunes mediadas por células e humorais, respectivamente. ↣ Um tipo celular especializado, chamado de célula dendrítica folicular, apresenta antígenos aos linfócitos B Nathalia de Tarso durante fases particulares das respostas imunes humorais. ↣Também podem reconhecer e responder aos microrganismos durante as reações imunes inatas e, assim, ligam as reações imunes inatas às respostas do sistema imune adaptativo. CÉLULAS DENDRÍTICAS ↣ São as APCs mais importantes para a ativação das células T imaturas e têm papel principal nas respostas inatas às infecções e na ligação das respostas imunes inata e adaptativa. ↣ Têm longas projeções membranosas e capacidades fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos. ↣ A maioria é parte de linhagem mieloide de células hematopoéticas e (se origina de um precursor que também pode se diferenciar em monócitos, mas não em granulócitos) se diferenciam em subgrupos, o principal sendo células dendríticas clássicas e células dendríticas plasmocitoides. ↣ Similarmente aos macrófagos, as células dendríticas expressam receptores que reconhecem moléculas tipicamente produzidas pelos microrganismos e não células de mamíferos, havendo a secreção de citocinas. o Células dendríticas clássicas (ou convencionais) são a maioria das células dendríticas na pele, mucosa e parênquima de órgãos, responde aos microrganismos migrando para os linfonodos, onde elas apresentam antígenos proteicos microbianos aos linfócitos T. o Células dendríticas plasmocitoides, são uma subpopulação de células dendríticas, que consistem em respondedores celulares precoces à infecção viral; reconhecem ácidos nucleicos de vírus intracelular e produzem proteínas solúveis chamadas de interferons tipo I, que têm potentes atividades antivirais. o As populações de células dendríticas também podem ser derivadas de precursores embrionários e, durante a inflamação, dos monócitos. OUTRAS APC’S ↣ Macrófagos: apresentam antígenos para os linfócitos T auxiliares nos locais de infecção, o que leva à ativação da célula T auxiliar e produção de moléculas que ativarão os macrófagos. Este processo é importante para a erradicação de microrganismos que são ingeridos pelos fagócitos, mas resistem à morte; ↣ Células B: apresentam antígenos às células T auxiliares, o que é um passo importante na cooperação das células T auxiliares com as células B para as respostas de anticorpos aos antígenos proteicos. ↣ Linfócitos T citotóxicos (CTLs): são células T CD8+ efetoras que podem reconhecer antígenos de qualquer tipo de célula nucleada e se tornar ativados para matar a célula. Dessa maneira, todas as células nucleadas são potencialmente APCs para CTLs. ↣ Células Dendríticas Foliculares (FDCs): são células com projeções membranosas encontradas entremeadas em coleções de células B ativadas nos folículos linfoides de linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos. o Não são derivadas de precursores na medula óssea e não estão relacionadas com as células dendríticas; estas se ligam e apresentam antígenos proteicos em suas superfícies para o reconhecimento pelos linfócitos B. Fundamental para a seleção dos linfócitos B que expressam anticorpos que ligam antígenos com alta afinidade. E também contribuem para a organização estrutural dos folículos. LINFÓCITOS ↣ São as únicas células da imunidade adaptativa, são as células exclusivas no corpo que expressam receptores de antígenos clonalmente expressos, cada um específico para um determinante antigênico diferente. ↣ Cada clone de linfócitos T e B expressa receptores de antígenos com uma única especificidade, que é diferente das especificidades dos receptores em outros clones. Assim, os receptores de antígenos nestes linfócitos são clonalmente distribuídos. ↣ Humanos com estados de deficiência imune congênita ou adquirida apresentam números reduzidos de linfócitos na circulação periférica e nos tecidos linfoides. ↣ São mediadores da imunidade humoral e celular. ↣ Seus receptores clonalmente distribuídos, altamente diversos e específicos para antígenos são produzidos pelos linfócitos, mas não por quaisquer outros tipos de células. ↣ Os genes que codificam os receptores de antígenos dos linfócitos são formados pela recombinação de segmentos de DNA durante a maturação destas células. Nathalia de Tarso Existe um aspecto randômico destes eventos de recombinação somática que resulta na geração de milhões de diferentes genes de receptores e um repertório altamente diverso de especificidades antigênicas dentre os diferentes clones de linfócitos. SUBGRUPOS DE LINFÓCITOS Morfologicamente, todos os linfócitos são similares e suas aparências não refletem sua heterogeneidade ou suas diversas funções. Os subgrupos de linfócitos B e T existem com características fenotípicase funcionais diferentes. Os Linfócitos T, os mediadores da imunidade celular, surgem na medula óssea e migram para e amadurecem no timo. ↣ Os dois subgrupos principais de célula T são os linfócitos T auxiliares CD4+ e os CTLs CD8+, que expressam receptores para antígenos denominados receptores αβ de célula T (TCRs) e agem como mediadores da imunidade celular. ↣ Células T regulatórias CD4+: constituem um terceiro subgrupo de células T que expressam receptores αβ; sua função é inibir as respostas imunes. ↣ Células NKT e Células T γδ: são dois subgrupos numericamente menores de células T que expressam TCRs com diversidade limitada, análogos aos anticorpos produzidos pelas células B-1. *CD4 e CD8 são as proteínas, chamadas ainda de marcadores, expressas na MP desses linfócitos. Os Linfócitos B, as células que produzem os anticorpos, tem os estágios iniciais de maturação na medula óssea. Os principais subgrupos de células B são as células B foliculares, as células B da zona marginal e as células B- 1, cada qual encontrada em localizações anatômicas distintas dentro dos tecidos linfoides. ↣ As células B foliculares expressam grupos de anticorpos altamente diversos e clonalmente distribuídos que servem como receptores de superfície para antígenos e como moléculas efetoras secretadas e importantes na imunidade humoral adaptativa. ↣ Em contrapartida, as células B-1 e B da zona marginal produzem anticorpos com diversidade muito limitada. DESENVOLVIMENTO DOS LINFÓCITOS ↣ Os linfócitos se desenvolvem a partir de células- tronco da medula óssea, amadurecem nos órgãos linfoides geradores (medula óssea e timo para células B e T, respectivamente) e, então, circulam através do sangue aos órgãos linfoides secundários (linfonodos, baço e tecidos linfoides regionais, tais como MALT’s. ↣ As células T maduras deixam o timo, mas as células B imaturas deixam a medula óssea e completam seu amadurecimento nos órgãos linfoides secundários. ↣ Os linfócitos imaturos podem responder aos antígenos estranhos nestes tecidos linfoides secundários ou retornar pela drenagem linfática ao sangue e recircular através de outros órgãos linfoides secundários. *Os linfócitos e seus precursores são radiossensíveis e mortos por altas doses de radiação γ. *Estas células B e T maduras são chamadas de linfócitos imaturos. Os linfócitos imaturos são funcionalmente quiescentes/tímidos, mas, após ativação pelo antígeno, eles proliferam e sofrem dramáticas alterações na atividade fenotípica e funcional. ↣ Os linfócitos imaturos que emergem da medula óssea ou do timo migram para os órgãos linfoides periféricos, onde são ativados pelos antígenos para proliferar e se diferenciar em células efetoras e de memória, algumas das quais então migram para os tecidos. A ativação dos linfócitos segue uma série de etapas sequenciais que se iniciam com a síntese de novas proteínas, tais como receptores de citocinas e citocinas, que são necessárias para muitas das alterações subsequentes. As células imaturas passam então a proliferar, resultando em tamanho aumentado dos clones específicos para o antígeno, um processo chamado de expansão clonal. ↣ Em paralelo com a expansão clonal, os linfócitos estimulados por antígeno se diferenciam em células efetoras cujas funções são eliminar o antígeno. ↣ Outra progênie dos linfócitos B e T estimulados por antígeno se diferencia em células de memória de vida longa, cuja função é mediar respostas rápidas e aumentadas (i.e., secundárias) a subsequentes exposições aos antígenos. ↣ Misturas de linfócitos imaturos, efetores e de memória sempre estão presentes em vários locais por todo o corpo, e estas populações podem ser Nathalia de Tarso diferenciadas por meio de vários critérios funcionais e fenotípicos. LINFÓCITOS IMATUROS ↣ São células T ou B maduras situadas nos órgãos linfoides periféricos e circulação e que nunca encontraram antígeno estranho. (O termo imaturo se refere à ideia de que estas células são imunologicamente inexperientes porque elas nunca encontraram um antígeno.) ↣ Os linfócitos imaturos morrem tipicamente após 1 a 3 meses se não reconhecerem antígenos. ↣ Os linfócitos imaturos e de memória são ambos chamados de linfócitos em repouso porque eles não estão ativamente em divisão, nem realizam funções efetoras. ↣ Linfócitos B e T imaturos (e de memória) não são facilmente diferenciados morfologicamente, e ambos são frequentemente denominados como linfócitos pequenos quando observados em esfregaço sanguíneo. ↣ Possui um núcleo grande com heterocromatina densa e um fino anel de citoplasma que contém pouca mitocôndria, ribossomos e lisossomas, mas nenhuma organela especializada visível. ↣ Antes da estimulação antigênica, os linfócitos imaturos estão em estado de repouso, ou em um estágio G0 do ciclo células. Em resposta à estimulação, eles entram no estágio G1 do ciclo celular antes de se dividirem. ↣ Os linfócitos ativados são maiores, contêm mais citoplasma e organelas e quantidade aumentada de RNA citoplasmático, e são chamados de linfócitos grandes ou linfoblastos. A sobrevivência dos linfócitos imaturos depende de sinais gerados pelos receptores de antígenos e pelas citocinas. É postulado que o receptor de antígeno das células B imaturas gera sinais de sobrevivência mesmo na ausência de antígeno. Os linfócitos T imaturos reconhecem rapidamente vários dos próprios antígenos, o que é suficiente para gerar sinais de sobrevivência, mas sem disparar os sinais mais fortes que são necessários para iniciar a expansão clonal e diferenciação em células efetoras. ↣ As citocinas também são essenciais para a sobrevivência de linfócitos imaturos, e as células B e T expressam receptores para estas citocinas. As mais importantes destas citocinas são a interleucina-7 (IL-7), que promove a sobrevivência e, talvez, baixo nível de ciclagem das células T. ↣ E o fator de ativação da célula B (BAFF), uma citocina pertencente à família do TNF, que é necessária para a sobrevivência de células B imaturas. ↣ No estado de equilíbrio, o conjunto de linfócitos imaturos é mantido a um número constante por causa do balanço entre a morte espontânea destas células e a produção de novas células nos órgãos linfoides geradores. Qualquer perda de linfócitos leva à proliferação compensatória dos remanescentes e ao aumento na saída dos órgãos geradores (fenômeno da proliferação homeostática). LINFÓCITOS EFETORES Após os linfócitos imaturos serem ativados, eles se tornam maiores e começam a proliferar. Algumas destas células se diferenciam em linfócitos efetores que têm a habilidade de produzir moléculas capazes de eliminar antígenos estranhos. ↣ Os linfócitos T efetores incluem as células auxiliares e os CTLs, e os linfócitos B são células secretoras de anticorpos, incluindo plasmócitos. o As células T auxiliares, que normalmente são CD4+, expressam moléculas de superfície, tais como ligante CD40 (CD154), e secretam citocinas que se ligam aos receptores nos macrófagos e linfócitos B, levando à sua ativação. o Os CTLs possuem grânulos citoplasmáticos cheios de proteínas que, quando liberadas, matam as células que os CTLs reconhecem, que normalmente são infectadas com vírus ou células tumorais. o Ambas as células T efetoras CD4+ e CD8+ normalmente expressam proteínas de superfície indicativas de ativação recente e padrões alterados de moléculas de adesão (selectinas e integrinas). o A maioria dos linfócitos T efetores diferenciados são de vida curta e não têm autorrenovação. Nathalia de Tarso Muitas células B secretoras de anticorpos são morfologicamente identificáveis como plasmócitos, têm núcleo característico posicionado excentricamente na célula e com a cromatina distribuída em torno da membrana nuclear em um padrão de roda de carroça; citoplasma abundante contendo retículo endoplasmático rugoso denso é o local onde os anticorpos(e outras proteínas secretadas e de membrana) são sintetizados e complexos de Golgi perinuclear distintos, onde as moléculas de anticorpo são convertidas às suas formas finais e preparadas para a secreção. ↣ Os plasmócitos se desenvolvem nos órgãos linfoides e em locais das respostas imunes, e alguns deles migram para a medula óssea, onde podem viver e secretar anticorpos por longos períodos após a resposta imune ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. ↣ Os plasmoblastos, que são precursores circulantes de plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em baixo número no sangue. Muitas células B secretoras de anticorpos são morfologicamente identificáveis como plasmócitos, têm núcleo característico posicionado excentricamente na célula e com a cromatina distribuída em torno da membrana nuclear em um padrão de roda de carroça; citoplasma abundante contendo retículo endoplasmático rugoso denso é o local onde os anticorpos (e outras proteínas secretadas e de membrana) são sintetizados e complexos de Golgi perinuclear distintos, onde as moléculas de anticorpo são convertidas às suas formas finais e preparadas para a secreção. ↣ Plasmócitos: se desenvolvem nos órgãos linfoides e em locais das respostas imunes, e alguns deles migram para a medula óssea, onde podem viver e secretar anticorpos por longos períodos após a resposta imune ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. ↣ Plasmoblastos: são precursores circulantes de plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em baixo número no sangue. LINFÓCITOS DE MEMÓRIA ↣ Podem sobreviver em um estado funcionalmente quiescente ou com ciclo lento por meses ou anos, sem a necessidade de estimulação pelo antígeno e presumivelmente após o antígeno ser eliminado. ↣ Podem ser identificadas pela expressão de proteínas de superfície que as distinguem dos linfócitos imaturos e dos linfócitos efetores recentemente ativados, embora não seja claro quais proteínas de superfície são os marcadores definitivos das populações de memória. ↣ As células T de memória, assim como as células T imaturas, mas não as efetoras, expressam altos níveis de receptor para IL-7. ↣ As células T de memória também expressam moléculas de superfície que promovem sua migração para os locais de infecção em qualquer local do corpo. ↣ Os linfócitos B de memória podem expressar certas classes de Ig de membrana, tais como IgG, IgE ou IgA, como resultado da troca de isotipo, ao passo que as células B imaturas expressam somente IgM e IgD. Em humanos, a expressão de CD27 é um marcador para as células B de memória. o Os fenótipos dos diferentes tipos funcionais de células T efetoras CD4+, chamados de células TH1, TH2 e TH17, dependem dos fatores de transcrição T-bet, GATA-3 e RORγT, respectivamente, assim como alterações epigenéticas no lócus do gene de citocina. CÉLULAS LINFOIDES INATAS (ILCS) Incluem vários subgrupos evolucionariamente relacionados de células derivadas da medula óssea com morfologia linfoide e funções efetoras similares àquelas das células T, mas sem receptores de antígeno da célula T. As principais funções das ILCs: ↣ Fornecer defesa inicial contra patógenos infecciosos, ↣ Reconhecer células estressadas/danificadas do hospedeiro e auxiliar na eliminação; ↣ E influenciar a natureza da resposta imune adaptativa subsequente. As primeiras e mais bem caracterizadas células linfoides inatas são as células assassinas naturais NK, que secretam a citocina IFN-γ e matam células infectadas e danificadas, uma citocina também produzida pelo subgrupo TH1 das células T efetoras CD4+. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Abbas A, Lichtman A.H., Pober J.S. Imunologia Celular & Molecular – 7ª edição - Ed. Elsevier. Rio de Janeiro. 2012. Nathalia de Tarso
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