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Células e Tecidos do Sistema Imune

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Células e Tecidos do Sistema Imune 
 
INTRODUÇÃO 
As células do sistema imune inato e adaptativo 
normalmente estão presentes como células circulantes 
no sangue e na linfa, como coleções anatomicamente 
definidas nos órgãos linfoides e como células dispersas 
em praticamente todos os tecidos. 
↣ O sistema deve ser capaz de responder rapidamente 
a pequeno número de muitos microrganismos diferentes 
que podem ser introduzidos em qualquer local do corpo. 
↣ Na resposta imune adaptativa, muito poucos linfócitos 
imaturos reconhecem especificamente e respondem a 
qualquer antígeno. 
↣ Os mecanismos efetores do sistema imune adaptativo 
(anticorpos e células T efetoras) podem ter que localizar 
e destruir microrganismos em locais que são distantes da 
região onde a resposta imune foi induzida. 
 
FAGÓCITOS 
↣ São as células cuja função primária é ingerir e destruir 
microrganismos e se livrar dos tecidos danificados. 
Incluindo neutrófilos e macrófagos. 
↣ Passos sequenciais dos fagócitos na defesa do 
hospedeiro consistem em: 
I - recrutamento das células para locais de infecção; 
II- reconhecimento e ativação pelos microrganismos; 
III - ingestão dos microrganismos por processo de 
fagocitose; 
IV - destruição dos microrganismos ingeridos. 
↣ Além disso, pelo contato direto e pela secreção de 
citocinas, os fagócitos se comunicam com outras células 
de modo a promover ou regular as respostas imunes. 
 
NEUTRÓFILOS 
↣ População mais abundante de células brancas 
sanguíneas circulantes e medeiam as fases iniciais das 
reações inflamatórias, chamados de leucócitos 
polimorfonucleares. 
↣ Circulam como células esféricas com numerosas 
projeções membranosas. 
↣ O núcleo de um neutrófilo é segmentado em três a 
cinco lóbulos conectados; 
↣ O citoplasma contém grânulos de dois tipos. 
Grânulos específicos: maioria; é preenchida com 
enzimas tais como lisozima, colagenase e elastase; estes 
não coram fortemente nem com corantes básicos nem 
com corantes acídicos (hematoxilina e eosina, 
respectivamente), que distinguem os grânulos dos 
neutrófilos daqueles de dois outros tipos de granulócitos 
circulantes, chamados de basófilos e eosinófilos. 
Grânulos aurofílicos: consiste em lisossomas que 
contêm enzimas e outras substâncias microbicidas, 
incluindo defensinas e catelicidinas. 
↣ São produzidos na medula óssea e surgem de 
precursores que também dão origem a fagócitos 
mononucleares. 
↣ Sua produção é estimulada pelo fator estimulador de 
colônias (G-CSF). (Um humano adulto produz mais de 1 
× 1011 neutrófilos/dia, cada qual circulando no sangue por 
horas ou poucos dias). 
↣ Os neutrófilos podem migrar rapidamente para locais 
de infecção após a entrada de microrganismos. Após a 
entrada nos tecidos, funcionam por 1 a 2 dias e morrem. 
 
MONÓCITOS/MACRÓFAGOS 
↣ São fagócitos mononucleares, incluem as células 
circulantes denominadas monócitos e células residentes 
teciduais denominadas macrófagos. 
 ↣ Os monócitos se originam de uma célula precursora 
de linhagem mieloide na medula óssea, circulam no sangue 
e são recrutados para os tecidos em reações 
inflamatórias, onde eles amadurecem em macrófagos. 
Existem subgrupos de monócitos sanguíneos que têm 
funções inflamatórias ou reparadoras distintas. 
Nathalia de Tarso 
↣ Os macrófagos, que são amplamente distribuídos nos 
órgãos e tecido conectivo, têm papel central na 
imunidade inata e adaptativa. 
↣ Muitos tecidos são povoados com macrófagos 
residentes com vida longa e derivados do saco vitelino ou 
precursores hepáticos fetais durante o desenvolvimento 
fetal que assumem fenótipos especializados dependendo 
do órgão (células de Kupffer que recobrem os sinusoides 
no fígado, macrófagos sinusoides no baço, macrófagos 
alveolares nos pulmões e células da microglia no 
cérebro). 
↣ Nos adultos, as células da linhagem de macrófago 
surgem a partir de células precursoras na medula óssea, 
direcionadas por uma proteína denominada fator 
estimulador de colônia de monócito (ou macrófago) (M-
CSF). Esses precursores evoluem para monócitos, que 
entram e circulam no sangue e, então, migram para os 
tecidos, especialmente durante as reações inflamatórias, 
onde eles então amadurecem em macrófagos. 
↣ Apresentam um núcleo em formato de feijão com 
citoplasma finamente granular contendo lisossomas, 
vacúolos fagocíticos e filamentos de citoesqueleto. 
↣ Os monócitos mais numerosos, denominados 
monócitos clássicos, produzem abundantes mediadores 
inflamatórios e são rapidamente recrutados para locais 
de infecção e tecido danificado. 
 
FUNÇÕES: 
↣ Ingerir e matar microrganismos por geração 
enzimática de espécies reativas de oxigênio e nitrogênio 
que são tóxicas aos microrganismos e digestão 
proteolítica. 
↣ Ingerem ainda células mortas do hospedeiro (limpeza 
após a infecção ou lesão tecidual), incluindo células que 
morrem nos tecidos por causa de trauma ou suprimento 
sanguíneo interrompido e neutrófilos que se acumulam 
nos locais de infecção. 
↣ Reconhecem e engolfam células apoptóticas antes que 
as células mortas possam liberar seus conteúdos e 
induzir respostas inflamatórias. 
↣ Macrófagos ativados secretam várias citocinas 
diferentes que agem nas células endoteliais que 
recobrem os vasos sanguíneos para aumentar o 
recrutamento de mais monócitos e outros leucócitos do 
sangue para os locais de infecções, amplificando, assim, a 
resposta protetora contra os microrganismos. 
↣ Macrófagos servem como APCs que apresentam 
antígenos e ativam os linfócitos T. Esta função é 
importante na fase efetora das respostas imunes 
mediadas por células T. 
↣ Promovem o reparo de tecidos danificados pela 
estimulação do crescimento de novos vasos sanguíneos 
(angiogênese) e síntese de matriz extracelular rica em 
colágeno (fibrose), tais funções são mediadas por 
citocinas secretadas pelos macrófagos que agem em 
várias células teciduais. 
↣ Várias moléculas ativadoras se ligam a receptores de 
sinalização específicos localizados na superfície ou 
dentro do macrófago, são os receptores do tipo Toll, que 
são de importância central na imunidade inata. 
↣ São ativados quando receptores em suas membranas 
plasmáticas ligam a opsoninas na superfície dos 
microrganismos. As opsoninas são substâncias que 
recobrem partículas para a fagocitose, como os 
receptores do complemento e os receptores para 
anticorpo Fc. 
↣ Na imunidade adaptativa, podem adquirir capacidades 
funcionais distintas, dependendo dos tipos de estímulos 
ativadores aos quais são expostos, como em resposta a 
diferentes citocinas e por proteínas de membrana nos 
linfócitos produzidas pelos subgrupos de células T. 
O Algumas citocinas os ativam se tornarem 
eficientes em matar microrganismos, o que é chamado de 
ativação clássica. Outras os ativam os para promover o 
remodelamento e reparo tecidual, o que se denomina 
ativação alternativa. Também podendo assumir 
diferentes formas morfológicas após a ativação por 
estímulos externos. 
↣ Os macrófagos ativados podem se fundir para formar 
células gigantes multinucleadas. 
 
MACRÓFAGOS X NEUTRÓFILOS 
↣ Os macrófagos respondem tipicamente aos 
microrganismos mais próximos tão rapidamente quando 
os neutrófilos o fazem, mas os macrófagos sobrevivem 
por muito mais tempo nos locais de inflamação. 
↣ Diferentemente dos neutrófilos, os macrófagos não 
são terminalmente diferenciados e podem sofrer divisão 
celular nos locais de inflamação. Logo, os macrófagos são 
Nathalia de Tarso 
as células efetoras dominantes dos estágios finais na 
resposta imune inata, vários dias após uma infecção se 
iniciar. 
DEMAIS LEUCÓCITOS 
↣ São três células adicionais que têm papel nas 
respostas imunes inata e adaptativa. 
↣ Todos os três tipos de células apresentam em comum 
a característica de grânulos citoplasmáticos contendo 
vários mediadores inflamatórios e antimicrobianos. 
↣ Participam das respostas imunes que protegem contra 
helmintos e reações que causam doenças alérgicas. 
MASTÓCITOS 
↣ São células derivadas da medulae presentes na pele 
e mucosa epitelial, contendo abundantes grânulos 
citoplasmáticos cheios de histamina e outros 
mediadores. 
↣ O fator de citocina de célula-tronco (ligante c-Kit) é 
essencial para o desenvolvimento do mastócito. 
↣ Os mastócitos maduros não são encontrados na 
circulação, mas estão presentes nos tecidos, em geral 
adjacentes a pequenos vasos sanguíneos, tecido 
conjuntivo e nervos. 
↣ Seus citoplasmas contêm numerosos grânulos ligados 
à membrana, que estão cheios de proteoglicanos acídicos 
que se ligam a corantes básicos. 
↣ Expressam receptores de alta afinidade na membrana 
plasmática para um tipo de anticorpo denominado IgE e, 
geralmente, são recobertos com esses anticorpos. 
↣ Quando estes se ligam ao antígeno, eventos de 
sinalização são induzidos e levam à liberação dos 
conteúdos dos grânulos para dentro do espaço 
extravascular, o que promove mudanças nos vasos 
sanguíneos que causam inflamação. 
↣ Funcionam como sentinelas nos tecidos, onde eles 
reconhecem produtos microbianos e respondem 
produzindo citocinas e mediadores que induzem 
inflamação; fornecem defesa contra helmintos, mas 
também são responsáveis pelos sintomas das doenças 
alérgicas. 
 
BASÓFILOS 
↣ São granulócitos sanguíneos com muitas similaridades 
estruturais e funcionais com os mastócitos. 
↣ São derivados de progenitores da medula óssea (uma 
linhagem diferente da dos mastócitos), amadurecem na 
medula óssea e circulam no sangue. 
↣ Menos de 1% dos leucócitos sanguíneos. Como o 
número de basófilos é pequeno nos tecidos, sua 
importância na defesa do hospedeiro e nas reações 
alérgicas é incerta. 
↣ Embora normalmente não estejam presentes nos 
tecidos, podem ser recrutados para alguns locais 
inflamatórios. 
↣ Contêm grânulos que se ligam a corantes básicos e são 
capazes de sintetizar muitos dos mesmos mediadores 
dos mastócitos. Assim como os mastócitos, os basófilos 
expressam receptores para IgE, ligam IgE e podem ser 
ativados por antígeno ligado à IgE. 
 
EOSINÓFILOS 
↣ São granulócitos sanguíneos que expressam grânulos 
citoplasmáticos (contendo enzimas que são danosas às 
paredes celulares de parasitas, mas também podem 
danificar os tecidos do hospedeiro) que contêm proteínas 
básicas que ligam corantes acídicos tais como eosina. 
↣ Também derivados da medula óssea. 
↣ As citocinas GM-CSF, IL-3 e IL-5 promovem a 
maturação do eosinófilo a partir de precursores 
mieloides. 
↣ Alguns eosinófilos normalmente estão presentes nos 
tecidos periféricos, especialmente nas coberturas 
mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e 
geniturinário. 
 
CÉLULAS APRESENTADORAS DE ANTÍGENOS (APCS) 
↣ Capturam microrganismos e outros antígenos, 
apresentam-nos aos linfócitos e fornecem sinais que 
estimulam a proliferação e diferenciação dos linfócitos. 
↣ Por convenção, APC normalmente se refere à célula 
que apresenta antígenos aos linfócitos T. 
↣ A célula dendrítica é o principal tipo e está envolvida 
na iniciação das respostas da célula T. 
↣ Os macrófagos e células B apresentam os antígenos 
aos linfócitos T nas respostas imunes mediadas por 
células e humorais, respectivamente. 
↣ Um tipo celular especializado, chamado de célula 
dendrítica folicular, apresenta antígenos aos linfócitos B 
Nathalia de Tarso 
durante fases particulares das respostas imunes 
humorais. 
↣Também podem reconhecer e responder aos 
microrganismos durante as reações imunes inatas e, 
assim, ligam as reações imunes inatas às respostas do 
sistema imune adaptativo. 
 
CÉLULAS DENDRÍTICAS 
↣ São as APCs mais importantes para a ativação das 
células T imaturas e têm papel principal nas respostas 
inatas às infecções e na ligação das respostas imunes 
inata e adaptativa. 
↣ Têm longas projeções membranosas e capacidades 
fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos 
linfoides, epitélio mucoso e parênquima de órgãos. 
↣ A maioria é parte de linhagem mieloide de células 
hematopoéticas e (se origina de um precursor que 
também pode se diferenciar em monócitos, mas não em 
granulócitos) se diferenciam em subgrupos, o principal 
sendo células dendríticas clássicas e células dendríticas 
plasmocitoides. 
↣ Similarmente aos macrófagos, as células dendríticas 
expressam receptores que reconhecem moléculas 
tipicamente produzidas pelos microrganismos e não 
células de mamíferos, havendo a secreção de citocinas. 
o Células dendríticas clássicas (ou convencionais) 
são a maioria das células dendríticas na pele, mucosa 
e parênquima de órgãos, responde aos 
microrganismos migrando para os linfonodos, onde 
elas apresentam antígenos proteicos microbianos aos 
linfócitos T. 
o Células dendríticas plasmocitoides, são uma 
subpopulação de células dendríticas, que consistem 
em respondedores celulares precoces à infecção 
viral; reconhecem ácidos nucleicos de vírus 
intracelular e produzem proteínas solúveis chamadas 
de interferons tipo I, que têm potentes atividades 
antivirais. 
o As populações de células dendríticas também 
podem ser derivadas de precursores embrionários e, 
durante a inflamação, dos monócitos. 
 
OUTRAS APC’S 
↣ Macrófagos: apresentam antígenos para os linfócitos 
T auxiliares nos locais de infecção, o que leva à ativação 
da célula T auxiliar e produção de moléculas que ativarão 
os macrófagos. Este processo é importante para a 
erradicação de microrganismos que são ingeridos pelos 
fagócitos, mas resistem à morte; 
↣ Células B: apresentam antígenos às células T 
auxiliares, o que é um passo importante na cooperação 
das células T auxiliares com as células B para as 
respostas de anticorpos aos antígenos proteicos. 
↣ Linfócitos T citotóxicos (CTLs): são células T CD8+ 
efetoras que podem reconhecer antígenos de qualquer 
tipo de célula nucleada e se tornar ativados para matar a 
célula. Dessa maneira, todas as células nucleadas são 
potencialmente APCs para CTLs. 
↣ Células Dendríticas Foliculares (FDCs): são células 
com projeções membranosas encontradas entremeadas 
em coleções de células B ativadas nos folículos linfoides 
de linfonodos, baço e tecidos linfoides mucosos. 
o Não são derivadas de precursores na medula 
óssea e não estão relacionadas com as células 
dendríticas; estas se ligam e apresentam antígenos 
proteicos em suas superfícies para o reconhecimento 
pelos linfócitos B. Fundamental para a seleção dos 
linfócitos B que expressam anticorpos que ligam 
antígenos com alta afinidade. E também contribuem 
para a organização estrutural dos folículos. 
 
LINFÓCITOS 
↣ São as únicas células da imunidade adaptativa, são as 
células exclusivas no corpo que expressam receptores de 
antígenos clonalmente expressos, cada um específico 
para um determinante antigênico diferente. 
↣ Cada clone de linfócitos T e B expressa receptores de 
antígenos com uma única especificidade, que é diferente 
das especificidades dos receptores em outros clones. 
Assim, os receptores de antígenos nestes linfócitos são 
clonalmente distribuídos. 
↣ Humanos com estados de deficiência imune congênita 
ou adquirida apresentam números reduzidos de linfócitos 
na circulação periférica e nos tecidos linfoides. 
↣ São mediadores da imunidade humoral e celular. 
↣ Seus receptores clonalmente distribuídos, altamente 
diversos e específicos para antígenos são produzidos 
pelos linfócitos, mas não por quaisquer outros tipos de 
células. 
↣ Os genes que codificam os receptores de antígenos 
dos linfócitos são formados pela recombinação de 
segmentos de DNA durante a maturação destas células. 
Nathalia de Tarso 
Existe um aspecto randômico destes eventos de 
recombinação somática que resulta na geração de 
milhões de diferentes genes de receptores e um 
repertório altamente diverso de especificidades 
antigênicas dentre os diferentes clones de linfócitos. 
 
SUBGRUPOS DE LINFÓCITOS 
Morfologicamente, todos os linfócitos são similares e 
suas aparências não refletem sua heterogeneidade ou 
suas diversas funções. Os subgrupos de linfócitos B e T 
existem com características fenotípicase funcionais 
diferentes. 
 
Os Linfócitos T, os mediadores da imunidade celular, 
surgem na medula óssea e migram para e amadurecem no 
timo. 
↣ Os dois subgrupos principais de célula T são os 
linfócitos T auxiliares CD4+ e os CTLs CD8+, que 
expressam receptores para antígenos denominados 
receptores αβ de célula T (TCRs) e agem como 
mediadores da imunidade celular. 
↣ Células T regulatórias CD4+: constituem um terceiro 
subgrupo de células T que expressam receptores αβ; sua 
função é inibir as respostas imunes. 
↣ Células NKT e Células T γδ: são dois subgrupos 
numericamente menores de células T que expressam 
TCRs com diversidade limitada, análogos aos anticorpos 
produzidos pelas células B-1. 
*CD4 e CD8 são as proteínas, chamadas ainda de 
marcadores, expressas na MP desses linfócitos. 
 
Os Linfócitos B, as células que produzem os anticorpos, 
tem os estágios iniciais de maturação na medula óssea. 
Os principais subgrupos de células B são as células B 
foliculares, as células B da zona marginal e as células B-
1, cada qual encontrada em localizações anatômicas 
distintas dentro dos tecidos linfoides. 
↣ As células B foliculares expressam grupos de 
anticorpos altamente diversos e clonalmente 
distribuídos que servem como receptores de superfície 
para antígenos e como moléculas efetoras secretadas e 
importantes na imunidade humoral adaptativa. 
↣ Em contrapartida, as células B-1 e B da zona marginal 
produzem anticorpos com diversidade muito limitada. 
 
DESENVOLVIMENTO DOS LINFÓCITOS 
↣ Os linfócitos se desenvolvem a partir de células-
tronco da medula óssea, amadurecem nos órgãos 
linfoides geradores (medula óssea e timo para células B 
e T, respectivamente) e, então, circulam através do 
sangue aos órgãos linfoides secundários (linfonodos, 
baço e tecidos linfoides regionais, tais como MALT’s. 
↣ As células T maduras deixam o timo, mas as células B 
imaturas deixam a medula óssea e completam seu 
amadurecimento nos órgãos linfoides secundários. 
↣ Os linfócitos imaturos podem responder aos antígenos 
estranhos nestes tecidos linfoides secundários ou 
retornar pela drenagem linfática ao sangue e recircular 
através de outros órgãos linfoides secundários. 
*Os linfócitos e seus precursores são radiossensíveis e 
mortos por altas doses de radiação γ. 
*Estas células B e T maduras são chamadas de linfócitos 
imaturos. Os linfócitos imaturos são funcionalmente 
quiescentes/tímidos, mas, após ativação pelo antígeno, eles 
proliferam e sofrem dramáticas alterações na atividade 
fenotípica e funcional. 
 
↣ Os linfócitos imaturos que emergem da medula óssea 
ou do timo migram para os órgãos linfoides periféricos, 
onde são ativados pelos antígenos para proliferar e se 
diferenciar em células efetoras e de memória, algumas 
das quais então migram para os tecidos. 
A ativação dos linfócitos segue uma série de etapas 
sequenciais que se iniciam com a síntese de novas 
proteínas, tais como receptores de citocinas e citocinas, 
que são necessárias para muitas das alterações 
subsequentes. As células imaturas passam então a 
proliferar, resultando em tamanho aumentado dos clones 
específicos para o antígeno, um processo chamado de 
expansão clonal. 
↣ Em paralelo com a expansão clonal, os linfócitos 
estimulados por antígeno se diferenciam em células 
efetoras cujas funções são eliminar o antígeno. 
↣ Outra progênie dos linfócitos B e T estimulados por 
antígeno se diferencia em células de memória de vida 
longa, cuja função é mediar respostas rápidas e 
aumentadas (i.e., secundárias) a subsequentes 
exposições aos antígenos. 
↣ Misturas de linfócitos imaturos, efetores e de 
memória sempre estão presentes em vários locais por 
todo o corpo, e estas populações podem ser 
Nathalia de Tarso 
diferenciadas por meio de vários critérios funcionais e 
fenotípicos. 
 
LINFÓCITOS IMATUROS 
↣ São células T ou B maduras situadas nos órgãos 
linfoides periféricos e circulação e que nunca 
encontraram antígeno estranho. (O termo imaturo se 
refere à ideia de que estas células são imunologicamente 
inexperientes porque elas nunca encontraram um 
antígeno.) 
↣ Os linfócitos imaturos morrem tipicamente após 1 a 3 
meses se não reconhecerem antígenos. 
↣ Os linfócitos imaturos e de memória são ambos 
chamados de linfócitos em repouso porque eles não 
estão ativamente em divisão, nem realizam funções 
efetoras. 
↣ Linfócitos B e T imaturos (e de memória) não são 
facilmente diferenciados morfologicamente, e ambos são 
frequentemente denominados como linfócitos pequenos 
quando observados em esfregaço sanguíneo. 
↣ Possui um núcleo grande com heterocromatina densa 
e um fino anel de citoplasma que contém pouca 
mitocôndria, ribossomos e lisossomas, mas nenhuma 
organela especializada visível. 
↣ Antes da estimulação antigênica, os linfócitos 
imaturos estão em estado de repouso, ou em um estágio 
G0 do ciclo células. Em resposta à estimulação, eles 
entram no estágio G1 do ciclo celular antes de se 
dividirem. 
↣ Os linfócitos ativados são maiores, contêm mais 
citoplasma e organelas e quantidade aumentada de RNA 
citoplasmático, e são chamados de linfócitos grandes ou 
linfoblastos. 
 
A sobrevivência dos linfócitos imaturos depende de 
sinais gerados pelos receptores de antígenos e pelas 
citocinas. É postulado que o receptor de antígeno das 
células B imaturas gera sinais de sobrevivência mesmo 
na ausência de antígeno. Os linfócitos T imaturos 
reconhecem rapidamente vários dos próprios antígenos, 
o que é suficiente para gerar sinais de sobrevivência, mas 
sem disparar os sinais mais fortes que são necessários 
para iniciar a expansão clonal e diferenciação em células 
efetoras. 
↣ As citocinas também são essenciais para a 
sobrevivência de linfócitos imaturos, e as células B e T 
expressam receptores para estas citocinas. As mais 
importantes destas citocinas são a interleucina-7 (IL-7), 
que promove a sobrevivência e, talvez, baixo nível de 
ciclagem das células T. 
↣ E o fator de ativação da célula B (BAFF), uma citocina 
pertencente à família do TNF, que é necessária para a 
sobrevivência de células B imaturas. 
↣ No estado de equilíbrio, o conjunto de linfócitos 
imaturos é mantido a um número constante por causa do 
balanço entre a morte espontânea destas células e a 
produção de novas células nos órgãos linfoides 
geradores. Qualquer perda de linfócitos leva à 
proliferação compensatória dos remanescentes e ao 
aumento na saída dos órgãos geradores (fenômeno da 
proliferação homeostática). 
 
LINFÓCITOS EFETORES 
Após os linfócitos imaturos serem ativados, eles se 
tornam maiores e começam a proliferar. Algumas destas 
células se diferenciam em linfócitos efetores que têm a 
habilidade de produzir moléculas capazes de eliminar 
antígenos estranhos. 
↣ Os linfócitos T efetores incluem as células auxiliares 
e os CTLs, e os linfócitos B são células secretoras de 
anticorpos, incluindo plasmócitos. 
o As células T auxiliares, que normalmente são 
CD4+, expressam moléculas de superfície, tais como 
ligante CD40 (CD154), e secretam citocinas que se 
ligam aos receptores nos macrófagos e linfócitos B, 
levando à sua ativação. 
o Os CTLs possuem grânulos citoplasmáticos 
cheios de proteínas que, quando liberadas, matam as 
células que os CTLs reconhecem, que normalmente 
são infectadas com vírus ou células tumorais. 
o Ambas as células T efetoras CD4+ e CD8+ 
normalmente expressam proteínas de superfície 
indicativas de ativação recente e padrões alterados 
de moléculas de adesão (selectinas e integrinas). 
o A maioria dos linfócitos T efetores 
diferenciados são de vida curta e não têm 
autorrenovação. 
 
Nathalia de Tarso 
Muitas células B secretoras de anticorpos são 
morfologicamente identificáveis como plasmócitos, têm 
núcleo característico posicionado excentricamente na 
célula e com a cromatina distribuída em torno da 
membrana nuclear em um padrão de roda de carroça; 
citoplasma abundante contendo retículo endoplasmático 
rugoso denso é o local onde os anticorpos(e outras 
proteínas secretadas e de membrana) são sintetizados e 
complexos de Golgi perinuclear distintos, onde as 
moléculas de anticorpo são convertidas às suas formas 
finais e preparadas para a secreção. 
↣ Os plasmócitos se desenvolvem nos órgãos linfoides 
e em locais das respostas imunes, e alguns deles migram 
para a medula óssea, onde podem viver e secretar 
anticorpos por longos períodos após a resposta imune 
ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. 
↣ Os plasmoblastos, que são precursores circulantes de 
plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em 
baixo número no sangue. 
 
Muitas células B secretoras de anticorpos são 
morfologicamente identificáveis como plasmócitos, têm 
núcleo característico posicionado excentricamente na 
célula e com a cromatina distribuída em torno da 
membrana nuclear em um padrão de roda de carroça; 
citoplasma abundante contendo retículo endoplasmático 
rugoso denso é o local onde os anticorpos (e outras 
proteínas secretadas e de membrana) são sintetizados e 
complexos de Golgi perinuclear distintos, onde as 
moléculas de anticorpo são convertidas às suas formas 
finais e preparadas para a secreção. 
↣ Plasmócitos: se desenvolvem nos órgãos linfoides e 
em locais das respostas imunes, e alguns deles migram 
para a medula óssea, onde podem viver e secretar 
anticorpos por longos períodos após a resposta imune 
ser induzida e mesmo após o antígeno ser eliminado. 
↣ Plasmoblastos: são precursores circulantes de 
plasmócitos de vida longa, podem ser encontrados em 
baixo número no sangue. 
 
LINFÓCITOS DE MEMÓRIA 
↣ Podem sobreviver em um estado funcionalmente 
quiescente ou com ciclo lento por meses ou anos, sem a 
necessidade de estimulação pelo antígeno e 
presumivelmente após o antígeno ser eliminado. 
↣ Podem ser identificadas pela expressão de proteínas 
de superfície que as distinguem dos linfócitos imaturos e 
dos linfócitos efetores recentemente ativados, embora 
não seja claro quais proteínas de superfície são os 
marcadores definitivos das populações de memória. 
↣ As células T de memória, assim como as células T 
imaturas, mas não as efetoras, expressam altos níveis de 
receptor para IL-7. 
↣ As células T de memória também expressam moléculas 
de superfície que promovem sua migração para os locais 
de infecção em qualquer local do corpo. 
↣ Os linfócitos B de memória podem expressar certas 
classes de Ig de membrana, tais como IgG, IgE ou IgA, 
como resultado da troca de isotipo, ao passo que as 
células B imaturas expressam somente IgM e IgD. Em 
humanos, a expressão de CD27 é um marcador para as células 
B de memória. 
o Os fenótipos dos diferentes tipos funcionais de 
células T efetoras CD4+, chamados de células TH1, TH2 
e TH17, dependem dos fatores de transcrição T-bet, 
GATA-3 e RORγT, respectivamente, assim como 
alterações epigenéticas no lócus do gene de citocina. 
 
CÉLULAS LINFOIDES INATAS (ILCS) 
Incluem vários subgrupos evolucionariamente 
relacionados de células derivadas da medula óssea com 
morfologia linfoide e funções efetoras similares àquelas 
das células T, mas sem receptores de antígeno da célula 
T. As principais funções das ILCs: 
↣ Fornecer defesa inicial contra patógenos infecciosos, 
↣ Reconhecer células estressadas/danificadas do 
hospedeiro e auxiliar na eliminação; 
↣ E influenciar a natureza da resposta imune adaptativa 
subsequente. 
 
As primeiras e mais bem caracterizadas células linfoides 
inatas são as células assassinas naturais NK, que 
secretam a citocina IFN-γ e matam células infectadas e 
danificadas, uma citocina também produzida pelo 
subgrupo TH1 das células T efetoras CD4+. 
 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
Abbas A, Lichtman A.H., Pober J.S. Imunologia Celular & 
Molecular – 7ª edição - Ed. Elsevier. Rio de Janeiro. 2012. 
 
 
Nathalia de Tarso

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