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(SEMANA 01) - ECG é um método complementar que através da captação da atividade elétrica do coração ele vai dar informações sobre o funcionamento, ritmo, tamanho, alterações em cavidades. - O aparelho que tentará captar a eletricidade do coração chama-se eletrocardiógrafo, através de alguns eletrodos que permitem a detecção da atividade elétrica. - Os eletrodos são colocados em lugares específicos da pele. - Existem 12 derivações: sendo 6 periféricas e 6 precordiais - Cada derivação “visualiza” o evento elétrico gerado no coração por um ângulo diferente. - Existem 4 eletrodos bipolares (das extremidades) e 6 eletrodos unipolares ou precordiais. - Posição dos eletrodos unipolares: V1: linha paraesternal direita no 4° espaço intercostal V2: linha paraesternal esquerda no 4° espaço intercostal V3: entre V2 e V4 V4: linha hemiclavicular no 5° espaço intercostal V5: linha axilar anterior no 5° espaço intercostal V6: linha axilar média no 5° espaço intercostal - Não existe somente essas posições, pode-se seguir essas derivações do lado direito (pct com dextrocardia) assim como também pode ir para a região dorsal. - O ecg tem uma direção e um sentido devido a despolarização que ocorre dentro da célula. Lembrar que o interior das células é rico em potássio e o exterior em sódio, eles se difundem de forma ativa (bomba de Na+/K+/ATPase) e passiva (canais de Na+ e K+) Isso acontece porque eu preciso de maior metabolismo dentro da célula e por isso eu tenho essa eletronegatividade dentro dela. Através da constante troca de íons, pela abertura dos canais de Na+ ele entra na célula proporcionando uma troca de polaridade (dipolo elétrico) → essa troca de polaridade irá formar energia, ela na forma de miliequivalência elétrica será captada no ecg.. Potenciais de ação - Evento elétrico causado pela entrada e saída de íons através da membrana - Somatório dos potenciais de ação = ECG. - As células miocárdicas tem um núcleo pequeno por dependerem de muito gasto energético. → é importante ter um reticulo sarcoplasmático e mitocôndrias - A contração ocorre de forma automática - Sistema automático de despolarização: envolve o nó sinusal, feixes internodais que levam o estimulo elétrico até o NAV, feixe de His e fibras de Purkinje que levam a eletricidade para a parte dos ventrículos para depois haver a despolarização da base. - O nó sinusal é considerado o marcapasso fisiológico do coração, começando com a despolarização dos átrios O Nó sinusal fica na desembocadura da veia cava superior na altura mais ou menos do AD. Células marcapasso - Essas células marcapasso tem a capacidade de se despolarizar antes do tempo através de algumas propriedades elétricas, por causa dos íons e canais que permitem maiores influxos e efluxos através dela - As células do marcapasso tem intrínseca comunicação com os miócitos contrateis → junções gap - Essas células marcapasso determinam o ritmo do coração devido a capacidade dos canais iônicos - Tem que lembrar que NÃO tem um potencial de repouso verdadeiro no coração → tem- se um influxo continuo de íons, qualquer estimulo a mais vai fazer com que esses íons que já transcorrem dentro dos canais possam levar a uma despolarização, por isso que o nó sinusal é capaz de despolarizar antes dos outros. - Despolarização das células do marcapasso: São chamas de células de despolarização lenta por possuírem em todo decorrer do ciclo canais mais especializados (FUNNY) → permitem maior influxo de íons que as outras células não tem → quando abertos, permitem o influxo maior dos íons Na+ → com influxo do Na+, tem-se a elevação do potencial de ação que irá abrir os canais de Ca+, que continuarão elevando a voltagem e promovendo a despolarização → depois, abertura dos canais de K+ que provoca o efluxo de potássio e promove a repolarização, tentando buscar a recompensação do potencial elétrico Quando isso acontece tem-se no reticulo sarcoplasmático a liberação de Ca+ induzido por Ca+ para levar a contração → miócitos contráteis A variação nos íons na célula marcapasso passa pela junção GAP para as outras células contrateis. Miócitos contráteis - NÃO TEM canais funny - Possuem eletronegatividade maior que as células marcapasso - Possuem potencial de repouso relativo que as marcapasso não tem → então, quando chega o estimulo ela fará a abertura dos canais rápidos de Na+ (FAST), tendo de forma rápida a elevação do potencial de ação fazendo a despolarização das células contráteis → quando tem a eletronegatividade menor tem-se a abertura dos canais de Ca+ que vai manter mais ou menos o mesmo potencial de ação gerando através da entrada do Na+ e saída inicial do K+ a fase de platô - corresponde ao segmento ST no ecg - (troca equivalente dos canais de Ca+ e K+) → após a fase de platô tem-se a repolarização, que é quando se tem a troca da eletropositividade que foi adquirida na despolarização → fechamento dos canais de Ca+ e saída do potássio Lembrar que o Ca+ que entrou na fase de platô vai fazer a liberação de cálcio induzida por cálcio → para fazer o deslizamento das fibras de actina e miosina → contração cardíaca. Período refratário absoluto: no período em que a célula está despolarizando, caso ela receba um estimulo elétrico esse período refratário absoluto não vai fazer com que a célula tenha uma nova eletronegatividade. Produção elétrica - A geração elétrica é responsável por fazer o ciclo cardíaco Ciclo cardíaco - É uma contração que ocorre cada vez que a célula se despolariza, acontecendo de 50 a 100 vezes por minuto FC normal = 50 a 100bpm Dipolo elétrico e vetor cardíaco o Dipolo elétrico: é a troca de íons negativos e positivos fazendo uma corrente elétrica o Vetor cardíaco: toda origem tem vetor negativo (abaixo da linha de base) e toda extremidade dessa origem tem um vetor positivo (acima da linha de base), tendo também a isoelétrica ou isodifásica (positivo e negativo), que pode representar em graus. O vetor é uma representação gráfica de força que tenha amplitude, direção e sentido. - O vetor final de despolarização do coração é no sentido da linha azul da imagem abaixo → devido ao VE, por ser o maior representante do coração. Situações do vetor: ✓ Situação 1: o observado está na bola azul de cima → observa-se o vetor se distanciando e consequentemente negativo ✓ Situação 2: o observado está na bola azul de baixo → observa-se o vetor se aproximando e consequentemente positivo ✓ Situação 2: o observado está na bola azul de baixo lado direito → observa-se o vetor se aproximando e se distanciando, observando de forma isodifásica (positiva e negativa). - Vetor resultante: faz o tracejado como em matemática → dois vetores contrateis eu vou diminuir → vetores equivalentes → vetores diferentes, o vetor resultante tem uma predileção por um local - Os eletrodos são importantes para a pessoa enxergar o mesmo evento em diferentes ângulos. - A energia do coração é pequena e difícil de ser detectada - Tem-se isolamento (ar, pele) dessa energia que dificulta ainda mais História - Einthovenv criou um galvanômetro em 1904, isolou o membro superior direito, o superior esquerdo e o inferior esquerdo em uma solução hidroeletrolítica, que facilitaria a captação de energia elétrica, e ligou a um galvanômetro para tentar captar a energia elétrica do coração. Sistema de condução 1. Nó sinusal localizado na desembocadura da veia cava superior no AD 2. Feixes internodais - O estimulo do átrio se da de cima para baixo da direita para a esquerda, então o AD acaba se despolarizando um pouco antes do AE. 3. NAV → sofre o retardo para depois seguir 4. Feixe de His e fibras de Purkinje - O nó sinusal comanda o coração por serem células especializadas que tem canais rápidos de Na+ ou funny, que permite uma maioreletronegatividade e assim um maior potencial de ação. - Vetor resultante da despolarização atrial: - Quando o impulso chega no NAV ele sofre um retardo, importante para haver a sintonia entre átrios e ventrículos. - Depois, ocorre contração do septo através do feixe de His e das fibras de Purkinje - Vetor resultante na despolarização do septo: - Vetor resultante da despolarização das paredes livres: Pelo VE ser maior e ter maior massa a resultante final vai ser - Despolarização das paredes basais: Vetor resultante final Nomenclatura de eventos Onda P: despolarização dos átrios (inicio da despolarização do no sinusal) Intervalo PR ou PQ: inicio da despolarização atrial até a despolarização dos ventrículos Complexo QRS: despolarização dos ventrículos o Q: despolarização do septo Toda primeira onda negativa o R: despolarização da parede ventricular Primeira onda positiva após uma negativa o S: despolarização das regiões basais e posteriores Segunda onda negativa ou após uma positiva (R) - R’ ou S’ a segunda onda R ou S, com mesmas características - Letras minúscula → pequena amplitude (<5mm) - Letras maiúsculas → grande amplitude (>5mm) Intervalo QT: inicio da despolarização até a repolarização dos ventrículos Onda T: repolarização dos ventrículos Segmento ST: período de platô (equilíbrio entre a entrada de Ca+ e a saída de K+) Segmento PR Segmento ST Onda U: potenciai tardios do início da diástole (nem sempre aparece) - Exemplos QRS: - A repolarização dos átrios está encoberta pela despolarização dos ventrículos (QRS) Derivações 6 derivações dos membros (periféricas): - Fornecem informações dobre o plano frontal do coração - Pode ser: BIPOLARES: (DI, DII, DIIII) UNIPOLARES (aVR, aVL, aVF) 6 derivações precordiais (V1 a V6): - Fornecem informações sobre o plano horizontal do coração - São unipolares (necessitam somente de 1 eletrodo) - Conceito de captação da energia elétrica dos diferentes ângulos → medida da diferença potencial entre dois pontos distintos. Como saber se o estímulo vai pra frente ou pra trás? O VE é o maior determinante do eixo elétrico do coração, tendo o maior vetor resultante então pega-se da frente para trás o sentindo da despolarização do coração. Então V1 (parte positiva mínima) vai ver esse estímulo se distanciando e V6 vai aproximando OBS! A onda R vai aumentando de forma progressiva ao longo das derivações. Interpretação Identificação do paciente: nome, idade, peso e altura, sexo, quadro clinico. Padronização Eixo elétrico: - A atividade elétrica é um evento tridimensional, por isso são necessárias várias derivações para determinar. - A despolarização dos ventrículos tem maior expressão - Eixo: soma algébrica das positividades e negatividades nas derivações em sistema hexaxial de referência, assim terá a resultante elétrica final do ecg. - Eixo normal do coração: +90° a -30° - Para saber se o eixo está desviado ou não, as melhores derivações a se observar é a DI e aVF. - Deve-se olhar D1 e aVF, se são positivos ou negativos e fazer o vetor resultante. - Também pode-se olhar se em aVL o QRS está isoelétrico, se estiver olha D2 (60° ou -120°) e ver se está positivo ou negativo. Positivo será normal e negativo será desvio externo do eixo. - De maneira rápida e prática → olha pra DI e D2 → se positivo ou isodifásico → eixo normal - O que desvia o eixo elétrico? o Sobrecarga ventriculares o Infarto o Bloqueios divisionais - O eixo nas precordiais precisa-se observar V1: V1 com QRS predominantemente negativo, eixo ta vindo de frente pra trás. V1 com QRS predominantemente positivo, eixo ta vindo de trás pra frente → contrário → sobrecarga de VD Frequência cardíaca: - Determinar se está taquicardíaco, bradicardíaco ou normal - Número de batimentos por minuto - Intervalo R-R FC normal: 50 – 100bpm - Para fazer a FC: 1500 N° de quadradinhos pequenos - Macete de Fc com quadradão: - Se o ritmo for irregular: conta quantos batimentos tem em D2 longo e multiplica por 6. Ritmo sinusal: - Ver se tem inicio pela região do nó sinusal - Para ser sinusal, P tem que estar no quadrante inferior esquerdo entra 0° e 90° → olha-se D1 e aVF → a onda P em D1 e aVF tem q está positiva o P positiva em D1, DII e aVF o Cada onda P seguida por um complexo QRS o P com a mesma morfologia na mesma derivação o FC entre 50 e 100bpm - Qualquer coisa diferente de ritmo sinusal é chamada de arritmia Onda P - Onda P: despolarização do miocárdio atrial - Porção inicial: AD - Porção final: AE - Através de P podemos avaliar: rimo e alteração nas câmaras (sobrecarga atrial). - V1 e D2 são as melhores derivações para ver a despolarização atrial D2: vai estar vendo o estimulo de “frente” já que ele vem de cima para baixo. V1: vai ver a isoeletricidade, nesse vetor separa bem a parte da despolarização atrial direita e esquerda. - AD na figura é positivo porque está próximo a derivação - AE está negativo porque está se distanciando da derivação - Quando temos sobrecarga de AD ou AE a onda que está a sobrecarga ou o aumento de massa estará maior ou mais apiculada. - Onda P normal: até 2,5mm (menor que 3 quadradinhos) de altura e até 0,11s de largura (menor que 3 quadradinhos de distância). Sobrecarga de AD → montanha bonita Sobrecarga de AE → montanha deformada ATENÇÃO COM V1: - Se a parte positiva for maior que 1,5mm → SAD - Se a parte negativa for maior que 1 quadradinho de distancia e 1 quadradinho de altura → SAE OBS! Pacientes com arritmias (fibrilação atrial) não terão onda P, olharemos 2 sinais para ver se tem AS: o Sinal de Peñaloza – Tranchesi: QRS de baixa voltagem em V1 em contrates com QRS em V2 de amplitude aumentada (o dobro) ou normal o Sinal de Sodi-Pallares: presença de complexos em V1. - Ambos os sinais falam de sobrecarda de VD, entretanto quando se tem SVD tem- se SAD sem precisar olhar onda P. - Sobrecarga biatrial: olha os 2 critérios “Se diz que tem sobrecarga, acerta quase sempre. Se diz que não tem, não exclui” Intervalo PR e ritmo sinusal - Tempo entre a despolarização dos átrios até a despolarização dos ventrículos - No NAV acontece o retardo da condução, fazendo com que os átrios batam antes dos ventrículos e, assim, atuem de forma síncrona. - Lembrar da diferença entre intervalo e segmento: o intervalo ele irá englobar a onda P, já o segmento não engloba - Intervalo PR: vai do inicio da onda P até o início do QRS. - Se eu tiver algum problema no NAV pode ser que o estimulo retarde mais do que deveria → gerando os BAV - Também pode-se existir caminhos acessórios entre as cavidades e esses podem despolarizar mais rápido que o NAV por não ter o retardo que o NAV proporciona → faz com que o intervalo PR aconteça de forma mais rápida do que deveria. Intervalo PR normal: 120 – 200ms - Normal: 3 – 5 quadradinhos Intervalo PR e as bradicardias - FC menor que 50bpm + alterações no intervalo PR - Bradicardia sinusal: Intervalo PR normal (BB pode provocar → vão reduzir a FC atuando NAV) - BAV de 1° grau: o Mais simples e na maioria das vezes benigno o É um atraso na condução do NAV o Prolongamento fixo do intervalo PR. - BAV de 2° grau: dois tipos: Mobitz I ou Mobitz II o Mobitz I ou Wenckebach: aumento progressivo do intervalo PR até que um QRS não é conduzido o Mobitz II: maligno - Bloqueio a jusante do NAV - PR constante antes de QRS não conduzido - Pode progredir pra BAVT OBS! A diferença dele para BAVTotal é que esses não conduzem complexo QRS - BAV de 3° grau ou BAVT o Dissociação completa da condução auricular e ventricular. → não existe comunicação entre os dois estímulos então os átrios e ventrículos estão despolarizando em uma frequênciaprópria o QRS por vezes alargado - Resumindo BAV’s – Complexo QRS - Representa a despolarização ventricular - Se o QRS for maior em voltagem → vou estar despolarizando maiores massas → dessa forma se enxerga sobrecargas - Se o complexo for mais demorado no tempo de despolarização → pode existir algum problema entre os ramos direitos e esquerdos Sobrecarga ventrículo esquerdo - Padrões de hipertrofia (principalmente no VE): Hipertrofia concêntrica: massa muscular é maior → septos e paredes maiores Hipertrofia excêntrica: paredes e septos finos, mas também com aumento de massa - Causas de sobrecarga ventricular: HAS, estenose aórtica - Critério de Sokolow-Lyon: o Pega o componente S de V1 (parte negativa) + maior R de V5 ou V6 (parte positiva) → soma maior que 35 ou maior que 40 em quem tem BRE pode-se dizer que tem SVE o Ter cuidado com crianças/brevilíneo → devido ao menor diâmetro anteroposterior terão uma maior condução e consequentemente melhor visualização. - Critério de Cornell: o R aVL + S V3 ≥ 28mm se masc. ou ≥ 20mm se feminino. → pode ter sobrecarga de ventrículo - Outros critérios: o R de avL ≥ 11mm → pode ter sobrecarga Forma rápida de olhar se tem sobrecarga: Onda R de aVL > 100mm Sobrecarga ventrículo direito - Principais causas: DPOC, cardiopatias congênitas que mexam principalmente com as válvulas pulmonares. - Pode apesentar o eixo desviado para a direita → normal; vetor resultante em direção ao VE → Vetor resultante desviado para a direita devido a sobrecarga (maior massa) presente no VD. V1 que antes via mais negativo irá ver mais positivo. - Critérios de SVD: o Ondas R > S em V1/V2 ou isoladamente > 7 mm o Onda S > R em V5/V6 o Desvio do eixo para direita (> +90o em adultos e > +110o em crianças) o Desvio do eixo para frente (QRS positivo em V1) o Alterações de repolarização – “strain” de VD → quando o sistema de despolarização e condução está em tensão por causa de uma sobrecarga grande, ele pode ter alterações na linha de base (repolarização principalmente) devido à sobrecarga. OBS! Ecg normal não descarta sobrecarga. - Resumindo sobrecargas ventriculares - Bloqueio de ramo - Duração normal do QRS: ✓ Menor que 120ms (menor que 3 quadradinhos) ✓ Se tiver mais do que 120ms → bloqueio de ramo → problema no ramo demora mais o tempo de despolarização do ventrículo - Existem os ramos esquerdos e direitos - Como saber qual ramo ta bloqueado? Olha pra V1 (principalmente) e para V6. - BRE: quando o VD vai se despolarizar e o VE está bloqueado, então o VD se despolariza sozinho e depois o VE despolariza, então é como se tivesse uma preponderância ainda maior do VE → então em V1 vai estar mais negativo ainda - BRD: o lado direito vai se despolarizar um pouco depois do lado esquerdo, devido o bloqueio no ramo direito. Ver o complexo mais positivo. o Se morfologia de M (rsR’) em V1 e S profunda em V6 → BRD. - Morfologia em M: sinal da “orelha de coelho” → sinal de Marriot o Se rS em V1 e morfologia de torre em V6 → BRE. - Resumindo bloqueios – Bloqueios divisionais - Despolarização dos fascículos do ramo esquerdo - Causa desvio do eixo para esquerda ou para direita - No ramo esquerdo vamos ter 3 fascículos: o Fascículo posterior inferior esquerdo o Fascículo antero superior esquerdo o Fascículo médio septal - Tipos de bloqueios divisionais: Bloqueio divisional antero superior esquerdo → BDASE o Eixo desviado para esquerda o Duração de QRS normal o Padrão de rS em D2, D3 e aVF o Onda S que cresce de D2 para D3 Bloqueio divisional posterior inferior esquerdo → BDPIE o Desvio do eixo para direita o QRS com duração normal o Morfologia qR em D2, D3 e aVF o Morfologia rS D1 e aVL o Onda R que cresce de D2 para D3 Bloqueio divisional médio septal Segmento ST - Segmento ST é o período de inatividade elétrica onde existe a troca de potássio por cálcio que não mudará o potencial da célula. - Nesse segmento vamos ver se tem supra ou infra desnivelamento - O normal é estar na linha de base do ecg - As síndromes coronarianas agudas (SCA) se apresentam no ecg através de mudanças nessa linha de base. - A linha de base é definida pela linha do segmento PR - Para definir se está acima ou abaixo da linha base procuramos o ponto J: Linha de base / Segmento PR - Nesse caso existe 2 quadradinhos e meio de diferença → supra desnivelamento de 2,5mm do segmento ST - Nesse caso existe 2 quadradinhos → infra desnivelamento de 2mm do segmento ST Onda T - Repolarização ventricular - Deflexão arredondada e lenta, habitualmente com polaridade igual à do complexo QRS. - Tem uma característica assimétrica, com ramo ascendente lento e descendente com maior inclinação. - Essa onda pode ser alterada por SCA, distúrbios hidroeletrolíticos, etc. - Costuma vir negativa em aVR - Pode vir negativa em D3 e V1 - Em qualquer outra derivação foras essas 3 (aVR, D3 e V1) que eu tiver onda T negativa ou achatada → procurar doença. → normal → patológico (chama atenção para isquemia) Intervalo QT - O intervalo QT vai do inicio da despolarização ventricular até a repolarização ventricular - É o tempo que o coração leva para despolarizar e repolarizar. - Quanto maior o intervalo QT maior a chance de fenômeno R sobre T devido ao aumento do tempo refratário relativo (tempo que pode acontecer uma nova despolarização) causado pelo aumento do intervalo QT. - Quanto maior, maior o risco para arritmias ventriculares fatais. - A medida é feita do inicio do complexo QRS até o final da onda T. - O valor normal do intervalo QT é de 350 - 440ms - É corrigido através da fórmula de Bazzet: - Em homens o QTc tem que ser abaixo de 450ms, em mulheres abaixo de 470ms e em crianças abaixo de 460ms. - O que aumenta QT? OBS! A cloroquina e a azitromicina podem alterar o intervalo QT, com o QT aumentado eu posso ter uma predisposição maior de fenômenos R sobre T (principalmente quem já tem doença cardíaca) e arritmias fatais. - Como saber se é QT longo ou curto de um jeito fácil: ver se ta antes ou passa da metade da distância RR: Ponto J IAM e SCA - Pct que estejam com SCA ou infartando podem ter um ECG normal, mas quando temos alterações vamos olhar para o segmento ST e onda T. - Como vai medir o segmento ST e onda T? Ao localizar o ponto J no ecg, vamos ver quanto esse ponto está acima ou abaixo da linha de base levando em consideração o segmento P que será o ponto de referencia para essa linha de base - A isquemia faz com que menos fluxo sanguineo chegue aos miocitos, fazendo com que elas morram perdendo a capacidade de despolarizar e repolarizar, fazendo com que menos potencial de ação ocorra → a parte que sofreu a isquemia ficará menos negativa que o normal → faz uma diferença de potencial daquilo que é sadio e do que é doente → faz-se um dipolo elétrico → pode formar um supra ou infra desnivelamento. - Todo supra é infarto? NÃO - Todo supra é igual? Não, podem ter concavidades (polaridade) diferentes. o Concavidade pra cima: “feliz”, não deve ser isquemia o Concavidade pra baixo: “triste”, mais atenção, pode estar tendo isquemia Fases de evolução da supra: Fase hiperaguda: - Fases iniciais: de segundos a minutos - Onda T hiperaguda simétrica - Pode existir mínimo supra com concavidade para cima. Fase aguda: - Primeiras horas após o evento isquêmico - Supra de ST com concavidade para baixo - Pode estar associado a onda Q, geralmente com características patológicas → onda Q maior que um quadradinho de altura e distância. - Redução da amplitude de R - Onda T começa a inverter. Fase subaguda: - Geralmente após 12hou mais de oclusão - Supra ST com concavidade para baixo - Onda Q - T invertida Fase crônica – IAM antigo - Dias a semanas após o evento - ST na linha de base - Onda Q patológica - Pode persistir onda T invertida - O infra aparece em infarto subepicárdicos ou subendocárdicas, não há oclusão total. - Resumindo: Supra: oclusão total, artéria fechada Infra: semioclusão - O infra pode ser: lesão aórtica, sobrecarga átrios e ventrículos com padrão strain, intoxicação digitálica. - A onda T pode mostrar lesões subocluidas o Ela é responsável pela fase 3 do potencial de ação o Costuma ser negativa em aVR, V1 e D3 → sempre que ela for negativa em outra derivação ou apresentar morfologia diferente pensar em isquemia e investigar. o Atenção para a simetria → onda T negativa e simétrica deve ser avaliada o Alterações primarias: o problema está na fase 3 do potencial de ação - SCA o Alterações secundarias: o problema está n despolarização ventricular - BRE - Sobrecarga com strain - Distúrbios hidroeletrolíticos - Uso de alguns medicamentos - Localizar o infarto: é importante para localizar artéria acometida - Os átrios tem uma massa muito pequena para ter alguma alteração no de isquemia no eletro. Nas alterações nos vamos estar vendo principalmente os ventrículos, em especial o VE. - Paredes do VE: A parede inferior é vista por: D2, D3 e aVF A parede lateral é vista por: D1 e aVL e V1 e V6 A parede anterior é vista por: • V1 e V2 enxergam o septo • V3 e V4 enxergam a parede anterior • V1 a V4 enxergam a parede antero septal • V1 a V6 anterior extensa - Quando tem alterações na parede inferior (D2, D3, aVF) pode-se suspeitar de infarto no VD. Se tem, é obrigatório fazer as derivações V3R e V4R, pois caso seja infarto de VD tem que ter cuidado na hora do tto para não agravar em vez de melhorar. - Como saber qual artéria está sendo acometida? o Parede anterior do coração: artéria descendente anterior (mais relevante) o Parede lateral: artéria circunflexa o Parede inferior: artéria coronária direita (alterações em parede inferior pode evoluir para bradiarritmias ou bloqueios porque é justamente a coronária direita que irriga o nó sinusal) OBS! Se tiver supra e infra em um ecg → o supra será a alteração e o infra a imagem em espelho. - A imagem em espelho nada mais é que a alteração vista em outros ângulos. - Um exemplo (imagem ao lado): o que em V1 eu estou vendo como infra em V8/V9 eu veria como supra. Arritmias - Arritmia é tudo aquilo que não é ritmo sinusal O que é um ritmo sinusal: Uma onda P para cada QRS P positiva em D1, D2 e aVF P com mesma morfologia na mesma derivação Frequência dentro do normal O que é uma arritmia: Qualquer ritmo que não seja o sinusal fisiológico Tem dois grandes grupos: o Taquiarritmias: FC > 100bpm o Bradiarritmias: FC < 50bpm - Lembrar dos bloqueios (BAV)!! Taquiarritmias - FC > 100bpm - Tem-se 2 grupos de taquiarritmias: QRS estreito: taquicardia supraventricular (supra-hisciana) QRS largo: taquicardia ventricular (infra-hisciana) → vem da parte de cima (átrios) do coração → vem dos ventrículos Arritmia sinusal - Variação normal da FC que pode acontecer com a respiração - R – R discretamente irregular - Ainda vai responder aos critérios de ritmo sinusal Taquicardia sinusal - FC > 100bpm com ritmo sinusal - Resposta fisiológica compensatória - Tratar causa base - Principais causas: dor, febre, ansiedade, hipotensão, tireoitoxicose, hipovolemia, anemia, exercício físico, taquicardia sinusal inapropriada, sindrome ortostática taquicardica. Extra sístole atrial - Extra sístole = contração extra - Foco ectópico acima do nó AV - QRS estreito, onda P normal - Geralmente acompanhada de pausa compensatória Batimento precoce Pausa compensatória Extra sístole ventricular - Ativação ectópica ventricular antes da ativação atrial - QRS largo e prematuro - Pode ter nomes diferentes que vai depender da quantidade de extrassístoles: bigeminismo, trigeminismo e em salvas. - Esse caso é um bigeminismo: Batimento normal Batimento com QRS largo Pausa compensatória Extra sístole ventriculares polimórficas: vão ter formas diferentes, não é bom porque vai mostrar que está vindo de locais diferentes do ventrículo Extra sístole ventriculares pareadas: aquelas quem vêm seguidas, mais do que 3 extra sístoles juntas pode chamar taquicardia ventricular não sustentada. Taquicardia atrial - FC > 100bpm - Sem ritmo sinusal: tem onda P, mas essa não tem características sinusais - A onda P segue a morfologia na mesma derivação o Na taquicardia atrial multifocal a onda P não segue a mesma morfologia na mesma derivação - Tem QRS estreito - A onda P pode vir negativa - Causas da taquicardia atrial: DPOC, CIA, miocardiopatias hipertróficas, PO de cirurgia cardíaca, estenose mitral, intoxicação digitálica, cardiopatia hipertensiva. Fibrilação atrial - Os átrios perdem a capacidade de contração → em vez de contraírem de forma síncrona eles começam a fibrilar (tremor que não gera contração) - A fibrilação provoca micro circuitos de reentrada pelo átrio, que faz com que esses micro circuitos fechados cada um venha de um tempo diferente para chegar no NAV e, assim, fazer a despolarização ventricular. - Frequência atrial de 300 – 600bpm - Resposta ventricular irregularmente irregular - QRS estreito - Ausência de onda P (ou não identificável) → isso porque não tem contração atrial - A distancia do R-R é completamente diferente. - Qualquer doença que sobrecarregue o AE pode levar a FA. Flutter atrial - Existe apenas UM macro circuito de reentrada e esse só vai despolarizar quando chegar no NAV - Frequência atrial entre 250 – 350bpm - QRS normal - Ondas F em dente de serra Taquicardia paroxistica supra ventricular (TPSV) - Vem e vai de forma súbita → muitas vezes até que se tome alguma medida - Duração do QRS: Estreito (maioria) Largo (minoria = condução aberrante) - Pode ser: Regular: TRN/ TRAV/ Flutter/ TA Irregular: FA/ Flutter/ TA - Relação RP’ – P’R: RP’ curto (TRN/TRAV) RP’ longo (TA / Flutter) Taquicardia por reentrada nodal (TRN) - 60% das TPSV - Ritmo regular - Na maioria não se ver onda P ou quando ver é uma onda P retrógrada. - QRS estreito Taquicardia supraventricular/ WpW - Wolff-Parkinson-White (WpW): é uma via acessória que algumas pessoas podem ter no coração, que vai trazer outro caminho dos átrios para os ventrículos que não pelo NAV, então não sofre retardo e acaba tendo uma condução mais rápida, mas quando chega na parte ventricular, por não ter células especializadas, acaba demorando mais para despolarizar. - Causa mais comum de taquicardia não sinusal em crianças. - Aparece uma onda delta devido a demora para sofrer a despolarização inicial → acaba aumentando a largura do QRS - Como não tem o tempo de pausa no NAV o intervalo PR será curto (menor que 120ms), terá uma onda T seguida do QRS. - Com o padrão WpW se o pct vier a desenvolver uma taquicardia chamará de sindrome de WpW. Taquicardia QRS largo - QRS ≥ 120ms - Complexos QRS regulares - Sempre pensar em cardiopatia estrutural Taquicardia ventricular - FC em torno de 120 – 150bpm - QRS largo - Para definir tenho que ter pelo menos 3 impulsos consecutivos Menor que isso → taquicardia ventricular não sustentada. OBS! Sempre que eu tenho QRS largo eu tenho taquicardia ventricular? Não -O que mais acontece? Taquicardia ventricular (80%) e taquicardia supraventricular com aberrância. Critérios que ajudam a diferenciar taquicardias: - Critérios Brugada -. Critério de Vereckei - Critério de DII OBS! Na dúvida = 80% das arritmias com QRS largo é TV Resumindo: o QRS estreito: taquicardiasupraventricular o QRS largo: taquicardia ventricular ou supraventricular com aberrância Tv polimófica – torção das pontas - Variação no eixo da arritmia - Taquicardia ventricular multiforme - Alterações progressivas na amplitude dos complexos QRS - Alto risco de progressão para FV - Uma das grandes causas é a sindrome do QT longo - Detalhe: não vai tratar como as outras taquiarritmias Cardioversão + sulfato de Mg (2g 5-20min) - Pct pode evoluir para FV Fibrilação ventricular - Ventrículos não contraem, só tremem - Ritmo de parada - Completamente anárquico Miscelânia - Padrões eletrocardiográficos que não tem uma sequência clara, mas que são característicos ECG e o potássio: - O potássio está intimamente ligado as fases de despolarização e repolarização - O que o potássio altera? • Velocidade de repolarização • Condução elétrica • Excitabilidade • Ritmo cardíaco o Hipercalemia - Causas para desbalanço do potássio (hipercalemia): acidose metabólica, insuficiência renal, hemólise, rabdomiólise, sindrome da lise tumoral e alguns medicamentos (AINH, IECA, BRA, heparina, BB, diu poupador de K). - A clinica da hiperpotassemia vai depender da doença de base e as vezes pode se manifestar com fraqueza, adinamia, Ira, paralisias, arritmias até PCR - Alterações ECG: depende do nível de K+ (normal = 3,5 – 5,5) → quanto maior mais alterações vamos poder ver. • Onda t: alta, simétrica e apiculada (em tenda) • PR prolongada • Onda P pode desaparecer → paralisia atrial • QRS deforma, morfologia de bloqueio bizarro • QRS se funde com a onda T em complexo bizarro → fases mais avançadas • Arritmia graves: BAVT, TV, FV o Hipocalemia: - Quando os níveis de potássio são baixos - Causas: aumento da excreção renal, perdas (diarreia, vomito), medicamentos (insulina, B adrenérgicos, cafeína B12), sudorese excessiva, tireoitoxicose, alcalose metabólica. - Clínica: • Alteração na condução e excitabilidade nervosa, muscular e cardíaca • Fraqueza, íleo, prurido por tubulopatia • Alteração do ritmo. - Achados no ECG: depende do nível da hipocalemia • Achatamento da onda T e onda U crescente • Depressão do segmento ST e/ou onda T achatada • Arritmias: BAV, extrassístole, FA, FV, Torsades. - Resumindo hipo e hipercalemia no ECG – o Hiper e hipocalcemia: não é tão comum ver e discutir sobre encontrar manifestações delas são mais difíceis. - Pode acontecer alteração no intervalo QT • Hipocalcemia: pode aumentar o intervalo QT • Hipercalcemia: pode diminuir o intervalo QT → favorece fenômenos R sobre T, arritmias e etc. o Hipotermia: - Alterações: • Onda J de Osborn • Bradicardia • Aumento do QT Tromboembolismo pulmonar - Leva a elevação das pressões na artéria pulmonar e VD - O que acontece? Existe um trombo lá na circulação pulmonar e quem sofre são as repercussões anteriores então as câmeras direitas vão sofrer um TEP - Alteração especifica, mas bastante incomum - Podem acontecer outras alterações como: taqui sinusal, sobrecarga VD e padrão especifico. Síndrome de brugada - É uma desordem autossômica dominante - Aumenta o risco de a pessoa desenvolver taquiarritmias ventriculares e morte súbita - Existe o padrão de Brugada e a sindrome de Brugada - Existe 3 tipos de padrões de Brugada: o Tipo 1: é o mais comum, teremos uma elevação do segmento ST que parece com uma barbatana de tubarão o Tipo 2: padrão em cela de cavalo o Tipo 3: padrão em cela também, mas mais difícil de enxergar Ondas T gigantes – careberal - Clínica base de AVE ou alteração neurológica - Captação da alteração elétrica cerebral - Onda T larga, grande e profunda e não respeitam território Pericardite - Inflamação no pericárdio (membrana que envolve o coração) - Alterações no ecg: • Supra desnivelamento difuso de ST (fases precoces) → presente em derivações que não respeitam paredes • Infra desnivelamento PR • Inversão de onda T difusa (fase tardia) - Estágio 1: infra desnivelamento de PR com supra difuso de ST - Estágio 2: supra menos evidente e o infra ainda pode persistir - Estágio 3: inversão de onda T, simétrica - Estágio: quase não tem alteração, muito difícil de ver. Tamponamento cardíaco - Acontece extravasamento de liquido entre as membranas viscerais e parietais do pericárdio fazendo com que distancie muito o eletrodo da captação do coração - QRS com baixa amplitude: será menor 5mm nas derivações bipolares e menor que 10mm nas derivações precordiais - Pode ter alternância do QRS (swimming heart) Doença de Chargas - Padrão de BRD associado a um bloqueio divisional antero superior esquerdo - Alterações: • Padrão RSR’ com QRS > 120ms • Eixo desviado para esquerda e padrão rS em D2, D3 e aVF