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Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) AVC – surgimento súbito de defict neurológico em 95% dos casos é AVC, sendo 15-30% ACVH Hemiplegia, afasia, dificuldade de fala, etc O diagnóstico de diferenciação de AVCI de AVCH é feito apenas com imagem, clinicamente não pode ser feito essa diferenciação Fatores de risco AVCH Idade, sexo, raça, AVC prévio, consumo de álcool, tabagismo, disfunção hepática Etiologia - Hipertensão arterial (70 anos) - Alteração aguda do fluxo sanguíneo cerebral - Malformação arteriovenosas cerebral (pacientes jovens – 30 anos) - Aneurisma cerebral (em torno de 40 a 50 anos) - Angiopatia amiloide (pacientes idosos) - Lipo-Hialinose – cursa geralmente com HAS crônica, é uma alteração na parede dos vasos - Tumor cerebral que sangram – as vezes o sintoma inicial é o sangramento para descobrir metástase cerebral, pois os tumores são muito vascularizados e acabam sangrando. O tratamento é cirúrgico para drenar o hematoma e ressecção tumoral se possível - Transtorno da coagulação - Trombose de seio venoso - Abuso de álcool, cocaína e anfetamina - Eclampsia Hipertensão arterial (geralmente em idosos – 70 anos) Etiopatogenia Hipertensão arterial de longa data (70 anos – idosos), aterosclerose cerebral gerando o endurecimento da parede arterial e uma consequente perda da elasticidade, além de formação de micro aneurismas em artérias perfurantes (milimétricas e não tem ramificações, ou seja, são artérias terminais) Sintomas Cefaleia, tontura, agitação, desorientação, rebaixamento de nível de consciência e déficit focal AVCI – oclusão do ramo. Se ele irrigar a capsula interna, vai causar hemiplegia AVCH – hemorragia, ao romper a artéria, vai parar de fornecer sangue, vai existir o hematoma que serve como massa de compressão, ou seja, além da hemorragia com déficit focal, tem compressão de estruturas vizinhas, que em tese, leva a causar mais sintomas, mas mesmo com essa informação, o diagnostico de diferenciação não consegue ser fechado apenas com a clinica Localização Capsula interna (70%) – são irrigadas por ramos perfurantes decorrentes do polígono de hillis Cerebelo (10%) e tronco encefálico – irrigado pelas perfurantes da artéria basilar Talamo – ramos terminais da artéria basilar Tratamento Clinico conservador ou Cirúrgico - Tamanho do hematoma é importante para a decisão de conduta, volumes entre 10-30 ml devem ser abordados – pequenos hematomas que cursam com glasgow alto, não geram risco de hipertensão intracraniana, e como essas hemorragias geralmente acontecem em partes mais internas do cérebro, os riscos não compensam os benefícios, ou seja, faz conduta expectante. Grandes hematomas não vão ser operados também, pois cursam com escala de Glasgow baixo (Glasgow 3/4 já é arresponsivo, tem prognostico reservado) – passa o pcte para UTI, sedado e com controle de sinais vitais OBS: Se for um paciente com Glasgow 5, deve abordar o paciente - Localização do hematoma - Quadro clinico – ECG < 5 ou ECG alto (eletroencefalograma) - Evolução clínica – piora clinica ao longo das horas, repete a TC para avaliar melhor, mas geralmente não muda prognostico - Presença de sangue ventricular, tem indicação de DVE (derivação ventricular externa) – cateter inserido ao nível de forame de moro, a fim de drenar liquor e sangue. Quando existe sangue a nível de ventrículo, muitas vezes os coágulos podem bloquear a passagem do liquor, podendo levar a hidrocefalia. Para tratar o sangramento e hidrocefalia = DVE Dilatação ventricular – DVE Sangramento da fossa posterior > 3 cm – DVE (pelo risco de fazer hidrocefalia) + craniectomia na fossa posterior (tira o osso e não volta o osso), faz drenagem de hematoma e faz uma plástica de dura – hematomas que tem diâmetro > 3 cm (hematoma infra tentorial) ou um hematoma que esteja comprimindo o tronco cerebral ou que oblitere o quarto ventrículo (recebe o liquor do arqueduto cerebral) - tem indicação de abordagem cirúrgica OBS: Obliteração do 4º ventrículo leva a hidrocefalia Hematoma em tálamo Hematoma na insula e putamen OBS: Ambos os hematomas são pequenos, sem indicação de abordagem cirúrgica. Os septos estão na linha media e tem a presença se sulcos, ou seja, os hematomas não estão comprimindo muito os tecidos – indicação de abordagem clinica e observação. Se ocorrer piora, repete TC e aborda cirurgicamente Indicação de colocação de DVE para drenagem e dissolução de coágulos – não aborda cirurgicamente pois não é tao grande. Embora tenha um pouco de compressão, mas o DVE vai resolver essa problemática Sangramento em fossa posterior. Imagens de cima pré-op e de baixo é pós-op – DVE + craniectomia + plástica de dura Tem hematoma e início de hidrocefalia (hidrocefalia incipiente), pois o 3º ventrículo é uma fenda e ele já está começando a abalonar na imagem. Na segunda imagem tem o pontinho branco, indicando o cateter DVE Alteração aguda do fluxo sanguíneo cerebral Pode ser após endarterectomia carotídea (abertura de artéria e retirada da placa) ou angioplastia carotídea (angioplastia com passagem de stent) – fluxo sanguíneo estava baixo, irrigando pouco os tecidos, e após a abertura da artéria, o fluxo aumenta por dilatação de artéria. É muito importante que a PA do paciente não se eleve, para não somatizar dilatação + aumento de PA e levar a uma hemorragia intracraniana Pode ocorrer transformação hemorrágica pós AVCI – após a obstrução de uma artéria cerebral, vai ocorrer a ausência de fluxo e vai ter uma autorregulação cerebral, que é caracterizado por uma vasodilatação cerebral e aumento da PAS – tecido cerebral que já estava necrosando por baixo fluxo e que é transformado por um alto fluxo pelo aumento de PAS, levando a um extravasamento e ruptura agressiva dos tecidos Malformação arteriovenosa cerebral (MAV) Artérias e veias dilatados com vasos displasicos sem leito capilar e sem parênquimas cerebrais Lesões congênitas com crescimento ao longo dos anos – risco de sangramento de 2-4% por ano, pois é uma mal formação entre a comunicação das arteríolas para as vênulas, como há uma mal formação, aumenta consequentemente o risco de sangramento Geralmente em pacientes jovens com defict focal (suspeita de AVC) – hemiplégico, rebaixou o nível de consciência, convulsionou, etc OBS: Sendo pacientes jovens, levantar suspeita de MAV, faz inicialmente a TC que é o que diagnostica o AVCH, e por ser um paciente jovem, é o que vai levantar a suspeita de ser MAV. Mas na TC so vai encontrar o hematoma. Tc tem características especiais – hematomas típicos, com vasos dilatados – induz diagnostico de MAV e para confirmar o diagnóstico da MAV faz RNM e arteriografia cerebral Diagnostico – TC, angio RNM, arteriografia cerebral Tratamento de MAV – cirurgia, radiocirurgia, embolização ou tratamento combinado Geralmente a abordagem é expectante na fase aguda, se o paciente não estiver em coma e se o hematoma não for tao grande, pois uma cirurgia de MAV é complicada e na fase aguda é mais complicada ainda, então se tiver a possibilidade de aguardo para que saia da fase critica da doença, é melhor que aguarde para que a cirurgia seja feita nas melhores condições OBS: Caso precise drenar cirurgicamente, tem que abordar apenas o hematoma e deixar o MAV para outro momento Arteriografia na primeira imagem. TC sem contraste sem evidenciação de hematoma e tc com contraste com presença de dilatação arterial e venosa bem evidentes. Na ultima imagem tem o resultado de uma embolização, em que a cola vai desenhar o nivus, ou seja, não tendo mais nivus não tem mais o risco de sangramento Geralmente a abordagem é expectante, pois como vemos na ultima imagem, na TC so mostra o hematoma, não tem a diferenciação do MAV, que esta demonstrada em vermelho,como não tem a diferenciação, se o cirurgião abordar o MAV no lugar do hematoma, vai sangrar muito e aumenta consideravelmente o risco de morte e/ou sequelas Aneurismas cerebrais Leva a uma hemorragia subaracnóidea em aneurisma roto, que vai dissecando o espaço subaracnóideo e causando a hemorragia Tem incidência de 5%, pois geralmente so é diagnosticado depois que ele rompe e leva a óbito Predisposição genética Localizado em bifurcações Elevado risco de morbimortalidade – 10-15% não chegam no hospital, mortalidade de 45% Gravidade do paciente esta relacionado com o quadro clinico inicial (escala de Hunt e Hess) - Vai de 0-5, sendo o 5 já comatoso Risco de vasoespasmos (pela irritação tecidual pelo sangue derramado) e risco de hidrocefalia Urgência no diagnóstico e tratamento do aneurisma roto pelo risco de novo ressangramento Vasoespasmos Ocorre geralmente a partir do 3º ou 4º dia do pós-HSA - Existe um sangramento e no espaço subaracnoideo começa a irritar essas artérias no 3-4º dia, leva a sintomas que mimetizam AVCI por diminuição de fluxo sanguíneo cerebral e leva a piora do caso clinico do paciente Pico de vasoespasmo do 7º ao 10º dia Pode persistir por ate 21 dias Sangue no espaço subaracnóideo libera substancias vasoativas e a gravidade do vasoespasmo depende da quantidade de sangue no espaço subaracnóideo (escala de Fisher – escala tomográfica, que quanto mais sangue, pior o prognostico) O diagnóstico é clinico, tem que ser feita a exclusão de outras causas Exame complementar para vasoespasmos – Doppler transcraniano e arteriografia cerebral Sintomatologia de aneurisma Cefaleia súbita (pior cefaleia da vida dele – forte, que nunca teve antes uma igual) Rigidez de nuca Vômitos Rebaixamento do nível de consciência OBS: Toda cefaleia súbita deve fazer diagnostico diferencial com aneurisma cerebral roto. Toda cefaleia súbita, tem que fazer diagnostico diferencial com aneurisma cerebral roto OBS: Episodio súbito de cefaleia (que nunca teve antes), com vômitos e ânsia, mas que repousou e melhorou e no outro dia já estava bom – ligar alerta para hemorragia sentinela e procurar aneurismas, pois pode não ter rompido completamente, podendo ate não ter sinais de rebaixamento de nível de consciência Diagnostico de HSA – TC de crânio OBS: HSA (hemorragia subaracnóidea) espontâneo em paciente hígido, sem traumas e comprovado pela TC – ate que se prove o contrário é aneurisma cerebral roto OBS: Alguns pacientes chegam comatosos, alguns chegam cooperativos, outros rebaixados Diagnostico de comprovação de aneurisma cerebral – arteriografia cerebral Tratamento de urgência – clipagem cirúrgica e embolização Cuidados de UTI – pois teve HSA e é risco de vasoespasmo e risco de AVCI Paciente com do de cabeça súbito com forte intensidade – faz TC de crânio mostrando hiperdensidade (sangue) desenhando as fissuras e sulcos da base = HSA HSA com suspeita de um aneurisma – faz arteriografia para ver se é aneurisma cerebral roto. Sendo esse a causa do sangramento, tem que tratar (clipagem e embolização). Sem a arteriografia não tem com diagnosticar aneurisma, diagnostica apenas HSA. Encaminhar paciente para a UTI sempre depois de HSA pelo risco de vasoespasmo Angiopatia amiloide Deposição patológica de proteína beta amiloide na média de pequenos vasos pequenos meníngeos e corticais Hemorragias recorrentes, localização lobar (pega 1 lobulo do cérebro) Aumenta a incidência com o aumento da idade Diagnóstico definitivo – apenas com patologia de tecido cerebral Pacientes idosos, sangramento lobar (pega algum lobo do cerebro), geralmente mais superficial (lobo frontal, occipital, temporal). Por ser mais cortical e em paciente idoso (mais espaço livre intracraniano pela atrofia do cérebro e evidencia maior de sulcos), ou seja, o hematoma não tem muita evidencia de compressão alta, tem indicação expectante, mas se atentar pois pode ser recorrente, o tto cirúrgico é indicado apenas em compressão Sangramento no lobo temporal pode levar a hernição uncal que leva a compressão de tronco cerebral e compressão de tronco cerebral leva o paciente ao coma – nesse caso isolado, foi decidido operar, mesmo o hematoma não sendo tao grande, mas pela localização desse hematoma (imagens juntas do meio) Trombose de seio venoso Etiologia – infecção, gestação, puerpério, ACHO, desidratação, trauma, estado hipercoagulado Geralmente em pacientes jovens Seio sagital superior que recebe sangue das artérias corticais Se tiver a oclusão desse seio, as veias corticais vao continuar a mandar sangue para o seio sagital superior. Chega um ponto que as veias começam a dilatar ao ponto de romper pois não tem mais a via de saída pela oclusão do seio sagital venoso, não conseguem mais drenar o sangue – rompendo e gerando um sangramento cortical perto de algum seio venoso (AVCH) Na ultima image não consegue identificar o seio sagital que era para aparecer na parte superior, mas não identifica, pois o contraste da arteriografia não passa, dá apenas para ver veias corticais ingurgitadas tentando mandar sangue para o seio sagital superior Sintomatologia Hipertensão intracraniana (pois o sangue chega e não sai) – cefaleia, náusea, convulsão, papiledema, alteração da consciência Papiledema – transmissão da elevação de pressão intracraniana, refletindo na veia oftálmica que drena a região ocular Inicialmente são sintomas de hipertensão intracraniana, e se a veia se romper, vai ter um hematoma cortical perto de algum seio venoso Diagnostico – TC de crânio inicialmente (sinais indicativos de hipertensão intracraniana - ausência de sulcos, ausência de diferenciação de substancia branca e cinzenta e pode ter colabação de ventrículos pela hipertensão intracraniação (diminuição ventricular), além de hematoma cortical perto de algum seio venoso se ele tiver tido sangramento e pode encontrar hiperdensidade no seio pelo coagulo - Sempre lembrar que trombose de seio venoso, a sintomatologia inicial é a sintomatologia de hipertensão intracraniana, TC com sinais característicos de hipertensão. Se a veia romper pela dilatação máxima, que vai ser próximo ao seio venoso, logo vai se apresentar na TC como um hematoma cortical, próximo ao seio venoso OBS: Com suspeita pertinente de trombose de seio, deve ser feito um melhor rastreio com um dos exames abaixo TC de crânio com contraste – sinal do delta vazio – normalmente o contraste ocupa o seio venoso, mas em pacientes com trombose de seio, ele não vai ta mais ocupado de sangue, vai ser apenas um coagulo ocupando o espaço e esse coagulo na TC com contraste não permite que o contraste passe, deixando a imagem do seio hipodenso (trombo), não ver a hiperdensidade que seria promovida pelo contraste, deixando o sinal do delta vazio (vazio de coagulo) RNM, angioRNM (oclusão do seio), arteriografia cerebral (oclusão do seio) Tratamento – anticoagulação (clexane, heparina), controle de PA e anticonvulsivante OBS: O paciente sangrou, mas mesmo assim vai ser feita a anticoagulação, pois com a anticoagulação o trombo vai ser dissolvido, tornando o seio pérvio e melhorando a drenagem do seio OBS: O paciente sangrou, mas vai ser feita a anticoagulação por pelo menos 6 meses. Deve ser encaminhado ao hematologista depois para ser procurado a causa – geralmente é um paciente jovem, fumante que faz uso de ACHO, mas se for paciente previamente hígido deve ser encaminhado ao hematologista para procurar a causa e ver se há alteração na coagulação OBS: Anticonvulsivante, pois sangramentos corticais aumentam a possibilidade de crise convulsiva - Geralmente não é caso cirúrgico, pois são hematomas pequenos na maioria das vezes. Trata o paciente e quando ele se encontrar assintomático, pode ser retirado da UTI e recebe alta com medicamento paracasa