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Depressão Autopsiquicamente – De modo autopsíquico ou do ponto de vista da consciência da própria mente e personalidade (ex.: o paciente está orientado autopsiquicamente). Alopsiquicamente – De modo alopsíquico ou do ponto de vista da relação da mente com o mundo exterior (ex.: o paciente está orientado alopsiquicamente). Afeto modulado – oscilação de afeto, que é demonstrada também na fala. Depressão é um transtorno de humor sério, potencialmente letal. É um estado de humor patológico e alterações comportamentais e cognitivas. Causam sofrimento importante e incapacitam para o trabalho, vida social e familiar. Depressão pode ser leve e moderada, ou seja, não esta acamado, esta fazendo suas atividades normais, mas defasadas Epidemiologia Mais prevalente em mulheres Etiologia Pode ser desencadeado pela Vulnerabilidade genética + Estresse físico ou emocional (fator ambiental) – são diretamente proporcionais, quanto menor a vulnerabilidade genética, maior tem que ser o estressor físico e vice versa A depressão é uma doença inflamatória cerebral que mata neurônio, que a longo prazo os danos podem ser mais significativos e aceleram o processo neuro cognitivo natural. - Desregulação da neurotransmissão cerebral (NA, 5HT, DA) - Alterações neuroendócrinas no eixo HHA (cortisol) - Alterações anatômicas e imunológicas (atrofia do hipocampo) Fatores biológicos: Deficiência serotoninérgica Depressão, ansiedade, pânico, fobias Obsessões e compulsões, fissuras por alimentos Deficiência da noradrenalina (NA) Controle da cognição: Diminuição da atenção, problemas na concentração, dificuldades especificas da memória e da velocidade do processamento de informações Humor – NA melhora o humor Movimentos Pressão arterial Deficiência de dopamina - Função da dopamina: É relacionado ao sistema de recompensa e prazer. Alguns medicamentos (Reserpina) e doenças (Parkinson) reduzem sua concentração e estão associadas a sintomas depressivos Medicamentos que aumentam suas concentrações (Tirosina, anfetamina, bupropiona) reduzem os sintomas depressivos Sinais da depressão Aparência arcada, facies triste, neutra ou sofrida e choro. As cores das roupas mudam (mais cinzas, pretas), menos bem cuidada, não vai estar vaidoso Sintomas Neuropsiquiátricos: Emocionais, cognitivas, vegetativas, dolorosos Estresse oxidativo: Disfunção de membrana, morte celular, apoptose, transtorno degenerativo e dano cognitivo Desanimo, tristeza, cansaço, fadiga, incapacidade de sentir prazer (anedonia) Insônia – dificuldade de adormecer, sono interrompido, despertar precoce, sono não reparador Hipersonia OBS: Depressão causam alterações no sono. Podem passar muito tempo deitadas, mas com sono não reparador, ou podem ter hipersonia Falta de apetite, perda de peso Aumento de apetite, ganho de peso Falta de libido Dores difusas e inespecíficas OBS: Ficar alerta em pacientes bipolares, que podem estar em períodos depressivos. Cuidado com a medicação para que o paciente ao ser medicado não entre em quadro de euforia, ou seja, sempre ficar atento em quadros de bipolaridade com quadros depressivos Humor tem variação circadiana Psicomotricidade defasada pela redução da noradrenalina Alucinações auditivas – ordem de comando, vozes que dizem que não vale a pena viver, conteúdo de ruinas. O conteúdo da alucinação é importante para diferenciar os quadros psiquiátricos OBS: No transtorno bipolar as alucinações conteúdos místico, religioso ou de grandeza (habilidade com dons impossíveis (voar), riqueza, etc) Exame físico Impulsos – pacientes ficam mais impulsivos, dentre eles, os impulsos suicidas 10-15% cometem suicídio 60% tem ideia suicida OBS: Sempre perguntar se já houve essa ideia de suicídio, o meio que ele pensou em fazer o ato ou se tem o material que pensou em cometer suicídio Evitar prescrição de grandes quantidades de antidepressivos (triciclos) na alta. Se o medicamento tiver que ser prescrito, procurar deixar com o acompanhante e não com o paciente, embora ele demonstre que esta bem Depressão psicótica (delírio e/ou alucinação): Pode considerar homicídios/suicídios como parte do sistema delirante, como a ideia que ele deve se matar porque uma voz manda ele se matar (paciente sai do consultório com antipsicotico + antidepressivo) Diagnostico Com manifestações atípicas: Excesso de apetite e sono Inicio em idade mais jovem, lentificação psicomotora mais grave, maior coexistência com transtorno do pânico, uso de drogas e transtorno de somatização Com manifestações psicóticas: Reflete doença grave Pode ter patogênese diferente do TDM sem sintomas psicóticos? TBH é mais comum entre familiares de portadores de DM psicótica O tratamento consiste em antipsicoticos, antidepressivos (estabilizadores de humor e ECT em alguns casos) Com inicio pós parto: (ate 4 semanas após o parto) Comumente incluem sintomas psicóticos Mais comum em primíparas Requer tratamento medicamentoso caso comprometa os cuidados maternos Afeta 10-15% das mães Mulheres com histórico de TDM tem 25-50% de risco Depressão pos parto difere de blues puerperal e psicose puerperal. Blues puerperal – quadro leve e transitório de depressão pós parto, mas que é benigno e dura apenas de 7-10 dias pós parto, o que difere da depressão pos parto. Psicose puerperal – relacionado ao TAB em mais de 90% dos casos e exige tratamento medicamentoso e/ou ECT Crianças e adolescentes Apego excessivo aos pais Fobia/ mau desempenho Abuso de drogas Comportamento anti social, promiscuidade sexual e ociosidade e fuga de casa Vai identificar a depressão caso tenha começado após um evento que justifique a alteração de comportamento – mudança de cidade, separação dos pais, mudança de escola, nascimento de irmão mais velho, etc. Crianças e adolescentes tem dificuldade de se comunicar, ou seja, tem que ser procurado outras formas de expressão, como o desenho, cartas Prognostico Não é uma doença benigna Tende a ser crônico e recidivante, ou seja, procurar sempre fazer com que o primeiro tratamento seja eficaz e correto, para que não ocorra recidivas recorrentes em curto período de tempo, se possível, em conjunto com psicoterapia A porcentagem de recuperar tende a ser menor a medida em que a doença recidiva Tratamento Psicoterapia (primeiro tratamento) - Cognitiva, interpessoal, comportamental e psicanalise Tratamento farmacoterapico Não existe o melhor antidepressivo, existe o que se adapta melhor a cada caso, as respostas variam de acordo com o antidepressivo – evitar dose e tempo inadequados OBS: No tratamento antidepressivo nunca é retirado em menos de 6 meses após o tratamento. A medicação começa a fazer efeito em 15 dias do uso e tem pico em mais ou menos 6 semanas - Antidepressivos são tarja vermelha, ou seja, é controlado, mas não causa dependência. Tem inicio dos efeitos em 2-3 semanas e deve sempre ser orientado em relação aos possíveis efeitos colaterais Tricíclicos Os ADT possuem 5 ações de bloqueio 1- Bloqueio da receptação de serotonina 2- Bloqueio da receptação de noradrenalina 3- Bloqueio dos receptores colinérgicos muscarinicos 4- Bloqueio dos receptores alfa-1-adrenergicos 5- Bloqueio dos receptores de histamina H1 Quando agem em receptores muscarinicos – alterações na libido, boca seca, olho seco Quando agem em receptores alfa-1-adrenergicos - Tremores Quando agem em receptores histamínicos - aumento do apetite e sonolência Inibidores seletivos da receptação de serotonina Mecanismo – inibe de forma seletiva a receptação de serotonina Não tem serotonina na composição, ela apenas trabalha com a serotonina já existente no nosso corpo. A serotonina é liberada na fenda sináptica e encaixa no neurônio pós sináptico parapropagar o impulso, mas uma parte vai ser destruída pelas monoaminas e a última parte vai ser recaptada (volta para neurônio pre sináptico) – tem 3 vias, a que se liga ao neurônio pós sináptico, a que vai ser destruída pelas monoaminas e que vai ser recaptada. A medicação inibe a receptação, ou seja, fica so com 2 vias, que faz com que acumule mais neurotransmissor no neurônio pós sináptico, fazendo com que o organismo produza mais receptores, aumentando a condução desse neurotransmissor Efeitos colaterais Apresentam perfis mais toleráveis de EC e maior adesão (ação seletiva) Não possuem efeitos colaterais cardiovasculares maiores (x ADT) Há diferenças entre os principais efeitos colaterais dos diferentes ISRSs - Neurológicas – TREMORES, efeitos extrapiramidais - Reações dermatológicas mais frequentes com a FLUOXETINA = urticaria, que pode estar acompanhada de febre, artralgia e eosinofilia - Paciente com depressão e relata ejaculação precoce, deve optar por PAROXETINA - Paciente com depressão e relata disfunção sexual, uma queixa sexual ou anorgasmia em mulheres, deve optar pela FLUVOXAMINA 1- Retardo ejaculatório em homem – por isso que pode ser usado na urologia para homens que apresentam ejaculação precoce 2- Anorgasmia em mulheres OBS: Os medicamentos que menos afetam a função sexual – Fluvoxamina e escitalopram OBS: Paroxetina é o mais usado para retardar a ejaculação precoce OBS: Pode tratar inicialmente com Fluoxetina e no aleitamento trocar por paroxetina, pois a fluoxetina passa muito pelo leite materno. Mas se você já começa a tratar a paciente sabendo que ela está gravida, usa de início a sertralina pois não vai ser necessária a troca no aleitamento. MEDICAMENTOS: Fluoxetina (20 – 80 mg) - trata depressão e ajuda a reduzir o apetite. Pode aumentar a ansiedade no inicio da medicação para que depois venha a ser feito o efeito e reduza a ansiedade, por isso que é indicado em alguns casos começar com a dose mais baixa. Paciente depressivo pode iniciar com 20 Paciente depressivo e ansioso – inicia com 10 e na segunda semana começa com 20, que é a dose terapêutica OBS: Pode ser usado na endocrinologia para perda de peso, mesmo que o paciente não refira depressão ou ansiedade. Sertralina (50 - 200 mg) – tem bom efeito terapêutico e é bem tolerada. Tem tendência a soltar mais o intestino, aumenta a frequência de evacuação. Causa tremores OBS: Não é uma boa opção para pacientes com síndrome do intestino irritável, por exemplo Paroxetina (20 – 60 mg) – Usada para depressão e/ou ansiedade. É boa para pacientes com síndrome do intestino irritável, pois tende a prender Dentre os outros medicamentos, a paroxetina é a que mais afeta a parte sexual, é tanto que é utilizada na urologia para pacientes que tem ejaculação precoce Fluvoxamina (50 – 300 mg) – Mais conhecida por tratar toque (transtorno obsessivo compulsivo), mas também trata depressão. É o medicamento que menos afeta a parte sexual e melhora a parte cognitiva comparado aos outros medicamentos antidepressivos OBS: Pacientes depressivos que acarretam também em problemas cognitivos, como falta de concentração para ler, estudar, a fluvoxamina é uma boa opção Citalopran (20 – 40 mg) – Causa mais sono do que o Escitalopran, ou seja, é usado para pacientes que além da depressão, relatam problemas de sono, hiperativos. Tem a vantagem de ser bem tolerado e não ter muita interação medicamentosa O fato de ter baixa interação medicamentosa, o uso é muito favorável em pacientes com polifarmacia, como idosos Escitalopran (10 -20 mg) – muito parecido com o Citalopran. OBS: O professor costuma usar mais o Escitalopram. Deve sempre se atentar as doses dos dois para não confundir a posologia inicial e a máxima. Inibidor seletivo de receptação de 5HT/NE (ISRSN) – Dual = serotonina e noradrenalina Usa o dual em duas situações: Paciente que já usou o ISRS e não melhorou ou melhorou parcialmente do humor mas não melhorou da energia ou quando o paciente já chega com muita queixa de falta de noradrenalina (não sai da cama, muita falta de energia, alteração na memoria e parte cognitiva) Efeitos diferenciais – energia e disposição Efeitos colaterais – semelhantes aos ISRS e melhor do que os ADT Venlafaxina – é antidepressivo e um excelente ansiolítico. Porem em doses mais altas e em pacientes mais idosos, pode causar hipertensão Desvenlafaxina – trata depressão e ansiedade. É mais noradrenergica do que a venlafaxina, ou seja, ideal para pacientes que se queixam de alta anergia, falta de concentração e distúrbios cognitivos Duloxetina – é antidepressivo, ansiolítico e tem ação em dores crônicas Trata dor crônica (fibromialgia, por exemplo) – ação analgésica bem estabelecida (geralmente começa com 30 mg em 1 semana e na segunda semana já começa com 60 mg que é a dose terapêutica) Inibidor seletivo de receptação de dopamina (ISRD) Bupropiona – é usado em casos em que o paciente melhora do humor, mas não melhorou na energia usando ISRS, ou seja, em receptores de serotonina, ai usa-se como opção a associação do ISRS + Bupropiona, que age na dopa e nora, aumentando assim a energia Todos os ISRS geram efeitos colaterais, uns causam mais e uns menos, mas pode causar diminuição da libido e da lubrificação da mulher, e a bupropiona pode ser associada para melhorar esse quadro OBS: A maioria dos remédios para depressão agem principalmente na serotonina e alguns também na noradrenalina, mas o principal mecanismo de ação é serotoninérgico. Mas a bupropiona não age em nada na serotonina, age somente na nora e dopa, ou seja, não atua na ansiedade, pois o neurotransmissor que atua para diminuir os quadros de ansiedade é serotoninérgico. Pode ate piorar o quadro da ansiedade Tem boa tolerabilidade, poucos efeitos colaterais e menor incidência de descontinuação Pode causar agitação, ansiedade e diminuição do apetite OBS: Pode ser usado na endocrinologia, em conjunto com a fluoxetina para perda de peso, mas pode aumentar o risco de convulsão, tem que ter muita cautela. A Bupropiona causa aumento do risco de convulsões, ou seja, deve evitar em pacientes com história de TCE, tumores cerebrais, quadros cerebrais orgânicos ou alterações eletroencefalográficas e uso de álcool Associação com ADT, clozapina, fluoxetina, halloperidol, lítio, trazodona (diminuem o limiar convulsivo) devem ser evitadas NÃO ESTA ASSOCIADA À DISFUNÇÃO SEXUAL, pode ate melhorar a disfunção sexual causada por outras classes medicamentosas Tratamento alternativo à farmacoterapia – eletroconvulsoterapia (ECT) É feito em centro cirúrgico, com o paciente devidamente anestesiado. É uma indução a convulsão, como tentativa de “reset” nos neurotransmissores, fazendo descarga nos neurotransmissores com uma descarga elétrica e o organismo tenta refazer e a tendência é reorganizar as conduções. - Ausência de resposta a farmacoterapia - Intolerabilidade aos medicamentos por efeitos colaterais - Casos graves com necessidade de melhora rápida, quando tem várias tentativas de tratamento e continuam com ideias suicidas Pode ser considerado como primeira escolha em idosos e gestantes deprimidos - Paciente não consegue fazer mais nada, ou seja, sintomas noradrenergicos Se já teve um episódio depressivo antes na vida, se classifica como recorrente ou se tem 1 episódio que dura mais que 2 anos é caracterizado como crônico - A mulher dele estava gravida no episódio anterior e quando ele manifestou novamente o quadro depressivo recorrente, a mulher está gravida novamente. Paciente tem perda de peso e anedonia (sem animo, cansaço e perda de prazer) Sintoma psicótico – escuta vozes que mandam ele se matar HD – F33.3 = depressão recorrente grave com sintoma psicótico CONDUTA: Paroxetina e quetiapinafavorecem o ganho de peso – embora o paciente tenha histórico de perda de 20 kg, mas o IMC dele esta normal, pois ela era obeso e tem o pai diabético, o ideal seria um medicamento que não mexesse no apetite, para que ele permaneça saudável Sertralina ocupa p receptor sigma, que é um receptor que ajuda no tratamento de pacientes com algum tipo de psicose, ou seja, quando tem depressão + psicose tem que usar um antidepressivo e um antipsicotico, mas sertralina age também nessa questão, então para esse paciente seria uma boa escolha. Os INRS são seratoninergicos, ou seja, não agem sob os efeitos de anedonia, poderia ser trocado por um ISNS, que é um dual, que além de fazer o que os INRS fazem, melhoraria o efeito adrenérgico, energia. A mais adrenérgica é a desvenlafaxina, que trata ansiedade, depressão e da mais energia e disposição. OBS: Quando o paciente tem ideação suicida e começa a tomar o medicamento, primeiro ele melhora a disposição para depois melhorar o humor. Ou seja, pacientes antes com ideias suicidas, mas que não tinham disposição para realizar o ato, nessa fase inicial da introdução do medicamento em que melhora primeiro a disposição, os familiares têm que ficar mais atentos em relação ao aumento da disposição juntamente da ideia suicida, que pode ser mais evidente nesses casos. Logo após melhora o humor também e as emoções ficam mais estabilizadas OBS: Quetiapina de 25 mg é dose apenas para dormir, não é dose antipsicotica.