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CONTESTAÇÃO - PRATICA III

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DA 2ª VARA DO TRABALHO DE PALMAS ESTADO DO TOCANTINS. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO.
 
 
 
 
 
 
 
NÚMERO DO PROCESSO: 0000067-48.2021.5.10.0802
COOPERAN - COOPERATIVA DE PRODUCÃO DE RECICLÁVEIS DO TOCANTINS LTDA, já qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu representante constituído apresentar.
CONTESTAÇÃO
Em face da Reclamação Trabalhista movida por VILMAR PEREIRA DA SILVA, igualmente qualificado, pelos fatos e fundamentos a seguir dispostos.
I - DOS FATOS ALEGADOS EM EXORDIAL
O reclamante veio a juízo com o fito de obter provimento jurisdicional que condene a Empresa Reclamada ao pagamento das seguintes “verbas rescisórias”: (Aviso Prévio indenizado; 13º Salário Proporcional; Férias Proporcionais + 1/3; FGTS + Multa de 40%; que seja reconhecido o acúmulo indevido de funções com o pagamento das diferenças salariais, com reflexo em aviso prévio, 13° salário, férias + 1/3, FGTS, DSR; pagamento da multa relativa ao art. 467 e 477 da CLT; custas e honorários de sucumbência no importe de 15%.
Em prol do pretendido, afirma ter sido contratado pela Empresa Reclamada aos 03 de abril de 2019, para exercer a função de motorista, contudo alegou exercer cumulativamente a atividade de chapa, no qual carregava e descarregava caminhões, com salário inicial de R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais), no entanto acrescentou que a última remuneração recebida foi no importe de R$ 1.650,00 (hum mil, seiscentos e cinquenta reais). 
Afirmou cumprir jornada de trabalho de segunda à sexta feira de 08:00h às 18:00h com 02 horas de descanso e aos sábados das 08:00h às 12:00h. Relatou que foi dispensado sem justa causa e sem receber verbas rescisórias aos 04 de abril de 2020.
É o que importa relatar.
II - DA REALIDADE DOS FATOS
A cooperativa é um programa de inclusão social formado por pessoas que estão fora do mercado de trabalho e desejam ser associados ao projeto de catadores de materiais recicláveis.
Desse modo, os associados não têm vínculo empregatício, ou seja, não têm carteira assinada, não cumprem jornada de trabalho, não recebem ordens, ou seja, trata-se de relação entre cooperativa e cooperado, nos moldes da Lei 5.764/71.
Vale esclarecer que os recursos são provenientes da coleta e venda de material reciclável, sendo que uma parcela da receita líquida é rateada entre os cooperados conforme a produção individual de cada um; e a outra parcela é utilizada para as despesas com água, luz, impostos etc. Sendo importante mencionar que o terreno onde funciona a cooperativa é proveniente de doação da Prefeitura local e o prédio foi construído com o apoio do Banco do Brasil, o que demonstra sua idoneidade e natureza cooperativista.
Ressalta-se, que não houve exclusão da reclamante do quadro de cooperados e o mesmo NUNCA foi contratado COMO MOTORISTA OU CHAPA. Na verdade, o Reclamante deveria ter apresentado a documentação para associar-se à cooperativa, trabalhando de maneira autônoma, assim como os demais cooperadores. No entanto, sempre que procurado para apresentar os documentos alegava ter perdido.
Desse modo, não sofria qualquer controle de jornada por parte da Empresa Reclamada, razão pela qual sequer haverá juntada de cartões de ponto, haja vista serem inexistentes.
O Reclamante tão somente transportava o material reciclável e recebia conforme a quantidade de quilos transportados. Sendo livre para ir trabalhar no dia que melhor lhe aprouvesse, não havendo qualquer sanção caso faltasse, bem como qualquer mácula ao serviço da Empresa Reclamada, que poderia, perfeitamente, substituí-lo por outro colaborador, sendo irrelevante a pessoa que iria fazer o transporte.
Só o fato de haver outros cooperadores já demonstra a absoluta impessoalidade na relação jurídica ora exposta, haja vista que, se o Reclamante não pudesse comparecer ou, por algum motivo, não quisesse, poderia perfeitamente ser substituído por outro colaborador, sem qualquer ônus para a Empresa Reclamada.
Durante o curtíssimo período em que prestou serviços para a Empresa Reclamada, o Reclamante sempre foi tratado com respeito e urbanidade e tinha plena ciência de que não se tratava de vínculo empregatício, haja vista a completa autonomia que tinha de ir no dia que julgasse conveniente.
Evidente, portanto, que não existia qualquer controle de jornada por parte da Empresa Reclamada, para quem pouco importava se o Reclamante compareceu para trabalhar ou não, uma vez que poderia perfeitamente ser substituído por qualquer outro colaborador.
III - DO MÉRITO
Conforme restará demonstrado, as alegações contidas na petição inicial são absolutamente carregadas de inverdades, demonstrando uma clara tentativa de locupletamento ilícito por parte do Reclamante, fato que deve ser afastado pelo Poder Judiciário Trabalhista, sob pena de violação ao disposto no ordenamento jurídico pátrio.
III.1 – DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS ARROLADOS NO ART. 3º DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO.
A análise perfunctória do disposto na petição inicial permite verificar que o Reclamante postula direitos aos quais não faz jus, haja vista INEXISTIR qualquer vínculo empregatício entre o profissional e a Empresa Reclamada.
Consoante abalizado pela doutrina e legislação pátria, a configuração do vínculo de emprego pressupõe o preenchimento de determinados requisitos de maneira cumulativa, o que faz concluir que o perecimento de qualquer um deles compromete a pretensão de reconhecimento.
Para que seja reconhecida a relação empregatícia, é necessário que estejam presentes, na relação jurídica em análise, os seguintes requisitos: subordinação, pessoalidade, onerosidade e não eventualidade.
No caso em tela, não demanda muito esforço intelectual para verificar que o Reclamante não preenche as condições estabelecidas por lei, razão pela qual seus pedidos devem ser julgados improcedentes. Veja-se:
III.1. A – DA INEXISTÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO
O Reclamante afirma, em sua exordial, que foi “contratado” pela Empresa Reclamada para exercer a função de motorista, afirmando que percebia R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) de salário e alegando que cumpria a fantasiosa jornada de trabalho de segunda à sexta feira de 08:00h às 18:00h com 02 horas de descanso e aos sábados das 08:00h às 12:00h.
Conforme aduzido anteriormente, o Reclamante nunca foi contratado para exercer função de motorista, como empregado da Empresa Reclamada.
O acerto verbal existente sempre foi de mera prestação de serviços como cooperado. É tanto que, conforme aduzido no item “da realidade dos fatos”, restou anotado que a Empresa Reclamada possui, ainda, mais cooperados no mesmo sistema: trabalho autônomo, sem qualquer controle de jornada, exigência de comparecimento ou pagamento de salário, sendo a remuneração dos cooperados realizada por meio do rateio conforme a produção individual de cada um.
O Reclamante não sofria, por parte da Empresa Reclamada, qualquer forma de subordinação ou controle. Poderia aparecer para trabalhar no dia que quisesse e, caso faltasse, não lhe era aplicada qualquer sanção ou punição.
III.1. B – DA INEXISTÊNCIA DE PESSOALIDADE
O próximo requisito a ser analisado, indispensável para a caracterização do liame empregatício, é a existência da pessoalidade.
No caso em tela, conforme aduzido anteriormente, a presença ou não do Reclamante no estabelecimento era absolutamente irrelevante, mormente pelo fato de que a Empresa Reclamada possuía outros cooperados, os quais poderiam ser acionados para realizar o transporte dos materiais recicláveis.
Em assim sendo, acaso o motorista faltasse o dia de trabalho, nenhum prejuízo traria para a Empresa Reclamada, haja vista a desnecessidade de sua mão de obra PESSOAL, demonstrando, portanto, o viés de prestação de serviços que reveste a relação jurídica ora analisada.
Impende destacar, igualmente, que o motorista não estava sujeito a qualquer sanção ou punição caso faltasse e não avisasse, fato que jamais ocorreria em se tratandode empregado regido pela CLT.
Resta claro, portanto, que não existia a condição de pessoalidade na relação jurídica ora exposta, perecendo, portanto, o requisito ora analisado.
Nesse sentido, é cabível trazer à baila a lição do Professor Sérgio Pinto Martins acerca da pessoalidade. Veja-se:
“A prestação de serviços deve ser feita com pessoalidade. O contrato de trabalho é feito com certa pessoa, daí se dizer que é intuitu personae. O empregador conta com certa pessoa específica para lhe prestar serviços. Se o empregado faz-se substituir constantemente por outra pessoa, como por um parente, inexiste o elemento pessoalidade na referida relação”.
Clarividente, portanto, que o requisito em tela não está presente na relação jurídica apresentada a este Probo Juízo, uma vez que irrelevante para a Empresa Reclamada quem seria o condutor do veículo, contanto que o transporte fosse efetivado.
Ante a tal fato, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pedido de reconhecimento de vínculo empregatício e os pedidos que lhe são acessórios, os quais englobam toda a Reclamatória Trabalhista, razão pela qual deve ter os pleitos julgados absolutamente improcedentes, o que desde já se requer.
III.1. C – DA INEXISTÊNCIA DE ONEROSIDADE
Não fosse suficiente o perecimento dos dois requisitos esmiuçados no item anterior, o Reclamante também não preenchia o requisito da onerosidade.
Ora, Excelência, conforme anotado anteriormente, a Empresa Reclamada NUNCA EFETUOU QUALQUER PAGAMENTO AO RECLAMANTE A TÍTULO DE SALÁRIO, de forma que sua remuneração, quando aparecia para trabalhar, consistia unicamente no rateio segundo a proporção produzida que, por justiça, lhe pertencia.
Em assim sendo, não havia o binômio “prestação de serviços – contraprestação salarial” entre as partes, razão pela qual o principal fator motivador da prestação dos serviços é a contraprestação financeira, tendo em vista que o empregado fornece sua força de trabalho com o objetivo de auferir renda.
Nesse sentido, merece destaque o que preceitua a jurisprudência moderna acerca do tema.
TRT-PR-00022-2015-026-09-00-8-ACO-25351-2016 - 6A. TURMA Relator: SÉRGIO MURILO RODRIGUES LEMOS Publicado no DEJT em 19-07-2016 TRT-PR-17-04-2015 ASSOCIAÇÃO DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS. VÍNCULO EMPREGATÍCIO. INEXISTÊNCIA. A prestação de serviços na qualidade de associado, sem subordinação jurídica a qualquer dirigente ou superior hierárquico da associação, impede o reconhecimento de vínculo empregatício com a primeira ré (Associação). No caso, o valor recebido pelo autor se trata do importe decorrente do rateio de valores arrecadados pelos associados. Recurso ordinário do autor a que se nega provimento. TRT-PR-01239-2013-026-09-00-3-ACO-10705-2015 - 3A. TURMA Relator: THEREZA CRISTINA GOSDAL Publicado no DEJT em 17-04-2015.
Ante ao exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pleito de reconhecimento de vínculo empregatício e dos pedidos acessórios, que englobam a totalidade da Reclamatória Trabalhista ora rebatida, devendo ser declarados totalmente improcedentes, com a consequente extinção da demanda.
III.1. D – DA OCORRÊNCIA DE EVENTUALIDADE NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS PELO RECLAMANTE
Conforme exaustivamente demonstrado, não havia qualquer relação de pessoalidade entre o Reclamante e a Empresa Reclamada, de modo que a pessoa física que iria conduzir o veículo para realizar o transporte sempre foi fator irrelevante para a Empresa Reclamada.
De mais a mais, diferente do que alega em sua exordial, o Reclamante NUNCA laborou na jornada de trabalho afirmada, haja vista que, assim como os demais cooperadores que prestam serviços para a Empresa Reclamada, trabalha de forma autônoma, trabalhando apenas nos dias que lhe interessar.
Desse modo, não há como se estabelecer uma constância na prestação dos serviços pelo Reclamante, especialmente pelo fato de que não existia nenhuma expectativa em torno de seu serviço. Se viesse trabalhar, teria uma tarefa para efetuar, assim como os demais; se não viesse, os prepostos direcionariam as atividades para outros cooperados que tivessem disponibilidade, sem designar qualquer sanção ou punição ao Reclamante pela sua ausência.
Excelência, a leitura atenta dos presentes itens permite verificar a ausência de absolutamente todos os requisitos indispensáveis para a caracterização do vínculo de emprego, conforme lição insculpida no art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, de modo que o indeferimento dos pedidos de reconhecimento de vínculo de emprego e correlatos é medida que se impõe.
IV – DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS PEDIDOS
Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar argüida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial, a saber:
a) Aviso Prévio indenizado...................R$ 2.958,00;
b) 13º Salário Proporcional .................R$ 2.650,00;
c) Férias Proporcionais + 1/3 ..............R$ 2.785,00;
d) FGTS + Multa de 40% ....................R$ 4.251,00;
e) que seja reconhecido o acúmulo indevido de funções com o pagamento das diferenças salariais, com reflexo em aviso prévio, 13° salário, férias + 1/3, FGTS, DSR;
f) Pagamento da multa relativa ao art. 467 e 477 da CLT;
g) Custas e honorários de sucumbência no importe de 15%.
V – DOS REQUERIMENTOS FINAIS
Ante ao exposto, pugna a Empresa Reclamada pelo deferimento do pedido de Justiça Gratuita, nos termos do disposto na Lei nº 1060/50.
Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da preliminar argüida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento das partes, oitiva de testemunhas e demais provas legal e moralmente aceitas.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Palmas/TO, __ de ______ de 2021.
Advogado
OAB/__ xxxx

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