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Leucograma Discentes Arthur Aires ∣ Áurea Nathallia ∣ Daniel Mello ∣ Frederico Côrtes ∣ Jhon Pimentel ∣ Luís Eduardo ∣ Mainaira Maciel ∣ Priscilla Melo ∣ Robson Alfaia ∣ Sabrina Almeida ∣ Victor Calandrini Docente Prof. Esp. Neurene Lameira Vieira Guimarães HABILIDADES CLÍNICAS E BIOÉTICA MÓDULO 102 Leucograma Leucograma - é a seção do hemograma que inclui a contagem de leucócitos e a fórmula diferencial com quantificação e avaliação morfológica dos diversos tipos. Contagem de Leucócitos: A contagem eletrônica do número global de leucócitos, mesmo em contadores de grande porte de última geração, tem os seguintes coeficientes de variação significativo: 2 a 4% contagens acima de 2000 / 𝞵L 3 a 6% contagens entre 1000 e 2000 / 𝞵L 10 a 30% contagens < 1000 / 𝞵L (FAILACE, 2015) Leucograma Contadores de grande porte fornecem contagens satisfatórias mesmo em grandes leucocitoses - até 45.000/𝞵L. Contadores de pequeno porte geralmente exigem diluição extra do sangue para contagens acima de 80.000/𝞵L. Obs.: Esse erro sistemático indesejável, entretanto, só é relevante para a interpretação em casos de leucopenia extrema, em pacientes sob quimioterapia, caso em que o número absoluto de neutrófilos é crítico. Para contagens mais altas, não é clinicamente significativo. (FAILACE, 2015) Fatores a serem observáveis na leitura do Leucograma Aglutinação de neutrófilos É relativamente rara; Em sangue coletado em EDTA, ocorre entre 1/10.000 e 1/30.000 amostras; O fenômeno é relevante: pode causar acentuada leucopenia espúria. Formam-se grandes conglomerados, facilmente identificados na cauda da distensão à microscopia com pequeno aumento. Nunca aceitar leucopenias sem causas óbvias sem pesquisá-la. Aglutinação de linfócitos é vista em alguns casos de leucemia linfocítica e linfoma leucêmico. Presença de agregados plaquetários podem ser contados como leucócitos, mas o posicionamento no scatter plot da fórmula gera flag Crioglobulinas, criofibrinogênio e lipídios crioproteínas, precipitando ao resfriamento do sangue, causam elevação espúria da contagem de leucócitos. Precipitados podem ser (ou não) visíveis à microscopia. (FAILACE, 2015) Presença de eritroblastos em contadores de pequeno porte e modelos antiquados de grande porte, são contados como leucócitos; nesses últimos, geralmente geram flag. Há que descontá-los contando-os à microscopia. Contadores de grande porte recentes identificam e contam eritroblastos separadamente. Eritrócitos resistentes à lise pelo solvente eritrócitos contendo hemoglobina C, mesmo heterozigóticos, são resistentes e podem ser contados como leucócitos. A anormalidade não é notada em contadores de pequeno porte; as máquinas maiores recentes emitem flag. Algumas notam discrepância entre a contagem de núcleos nus e a contagem global de leucócitos. Contaminação in vitro da amostra crescimento bacteriano ou fúngico no sangue conservado pode causar leucocitose espúria. É mais comum causarem falsa trombocitose pelos limiares de tamanho. Fatores a serem observáveis leitura do Leucograma (FAILACE, 2015) Valores de Referência Estatísticas feitas na década de 1990 observaram que em amostras coletadas em 5 mil pacientes adultos, sem distinção de sexo e raça (embora predominantemente branca), mostraram-se quase idênticas (arredondadas): Estatísticas internacionais atualizadas mostram resultados um pouco mais alto em populações brancas, e mais baixo em populações negras, com valores de 3 a 4% mais altos em mulheres. A diferença faz-se a expensas do número de neutrófilos; há uma neutropenia racial. Leucócitos/µL (média) 6.300 (±2DP) 3.600-11.000 (±3 DP) 3.200-12.600 Contagem em brancos 6.760/µL ( mulheres) e 6.540/µL (homens); Em afro- norte- americanos 6.140/µL ( mulheres ) e 5.740/µL (homens) (FAILACE, 2015) Leucocitose e Leucocitopenia ● Leucocitose - Valores acima dos de referência: ○ Fumo - aditivo de ≅ 1.000 leucócitos/μL (neutrófilos); ○ Obesidade; ○ Café; ○ Não existe influência de contagem em razão de ciclo menstrual; ● Leucopenia - Valores abaixo; ● Variações significativas em relação a contagem usual do paciente: ○ Arquivamento dos resultados dos exames no intuito de criar valores de referência do indivíduo; ● Necessidade de interpretação mais específica quanto ao tipo celular - Fórmula leucocitária (Aproximações estatísticas). (FAILACE, 2015) Disponível em: <Leucocitose e leucopenia> https://www.google.com/url?q=https://thumbs.dreamstime.com/z/leucocitose-e-leucopenia-124958975.jpg&sa=D&source=editors&ust=1631588980927000&usg=AOvVaw1XgVfhCz1yjnY_9zTlVKV4 Fórmula Leucocitária ● Identificar os tipos de leucócitos e definir sua frequência percentual ○ Fórmula relativa → Percentual ○ Fórmula absoluta → Nº/ 𝞵L ● Criado por Paul Ehrlich em 1879 e aperfeiçoado por Victor Schilling em 1912 ○ Hemograma de Schilling → desuso ● Exame ao microscópio de 100 leucócitos e seus valores percentuais ○ Valores estimados ○ Com 200 → mais preciso, realizado em casos de alteração (FAILACE, 2015) Fórmula leucocitária ● Inexatidão com a microscopia ● Contadores eletrônicos ○ Citometria de fluxo → princípio Coulte ○ Fórmula leucocitária de três elementos: ■ Granulócitos ■ Mononucleares grandes (normalmente monócitos) ■ Linfócitos (mononucleares pequenos) ○ Baixo preço e Baixa especialização de manuseio ● Reprodutibilidade e a exatidão ○ Hemogramas seriados ○ Percepção de pequenas variações (FAILACE, 2015) Interpretação Hematológica ● Depende de um simples raciocínio aritmético, aplicado com premissas fisiopatológicas básicas; ● Geralmente em Leucocitose e Leucopenia: ○ Geralmente estão presentes pela alteração de alguns tipo de leucócitos e quase nunca de todos ao mesmo tempo; ○ São raros os aumentos ou diminuições globais harmônicas; ● Fórmula Relativa (%); ● Fórmula Absoluta; (FAILACE, 2015) Disponível em: <Microscópio> https://www.google.com/url?q=https://www.google.com/url?sa%3Di%26url%3Dhttps%253A%252F%252Fpixabay.com%252Fpt%252Fvectors%252Fmicrosc%2525C3%2525B3pio-ci%2525C3%2525AAncia-laborat%2525C3%2525B3rio-311859%252F%26psig%3DAOvVaw26aCI-savC3DnUlie09w5r%26ust%3D1631122271935000%26source%3Dimages%26cd%3Dvfe%26ved%3D0CAsQjRxqFwoTCIDB4ZSy7fICFQAAAAAdAAAAABAD&sa=D&source=editors&ust=1631588981581000&usg=AOvVaw32KiTjfsxVdX2ybV6mfSz1 Interpretação Hematológica - Variação dos Indivíduos (FAILACE, 2015) (a) Possui uma contagem alta e (b) uma contagem baixa, mas as duas dentro dos limites de referências. (a) é de uma pessoa branca e (b) é de uma pessoa negra. Percebe-se, então, a variação dentro dos valores de referência de pessoa para pessoa. Interpretação Hematológica - Análise com a História (FAILACE, 2015) (a) Representa um paciente com contagem e fórmula normais, já (b) apresenta um paciente com contagem dentro dos limites de referência, mas tem a fórmula relativa alterada (com alta contagem de eosinófilos ). (b) apresenta então uma eosinofilia, quadro comum de parasitose ( ex: Ascaris lumbricoides ). Acontece, então, a união da história coletada do paciente com os resultados dos exames apresentados. Interpretação Hematológica - Valor Absoluto (FAILACE, 2015) Por quê a análise do valor relativo pode levar a interpretações equivocadas? No leucograma (a), há linfopenia relativa (7%), no leucograma (b), linfocitose relativa (70%); no entanto ambos têm o mesmo número (normal) de linfócitos (1.400/μL). Os focos da análise desses resultados devem se voltar para a neutrofilia em (a) e neutropenia em (b) Então, geralmente, as “citoses” e “penias” relativas podem não ter grandes significados. Interpretação Hematológica - Valor Absoluto (FAILACE, 2015) ● Um momento em que o valor percentual pode ter sentido interpretativo é como desvio a esquerda; ● Esse é um momento que o exame de sangue demonstra a presença de muitas células de defesa jovens, que são os bastonetes: ○ A presença de formas imaturas é maior do queas maduras; ● Isso pode caracterizar um quadro de infecção recente. Disponível em: <Maturação - Neutrófilos> https://www.google.com/url?q=https://www.google.com/url?sa%3Di%26url%3Dhttps%253A%252F%252Fwww.tiraojaleco.com.br%252F2017%252F02%252Fos-neutrofilos.html%26psig%3DAOvVaw03jF73oGHb84I8GfEY4M9J%26ust%3D1631123827047000%26source%3Dimages%26cd%3Dvfe%26ved%3D0CAsQjRxqFwoTCNCY9PS37fICFQAAAAAdAAAAABAY&sa=D&source=editors&ust=1631588982228000&usg=AOvVaw2hwH8rdu_0dWfazKOeBC0J Neutrofilia ou neutrocitose Definição: Aumento do nº absoluto de neutrófilos no sangue Valores de referência: ● Caucasianos: entre 3700 e 4100 /microLitro → média: 4000 /microLitro ● Afrodescendentes: nº inferiores em 10 a 20% → 3370 /microLitro (Mulheres) e 3120 /microLitro (Homens) ● Prudente considerar os valores anteriores considerados “normais” ao paciente Neutrofilia de distribuição: ● Descargas adrenérgicas que mobilizam o pool marginal ○ Rápido e fugaz em exercício breve: ■ Ex: Pânico, choro de criança ao coletar sangue, choques elétricos, taquicardia paroxística ○ Durável após exercício prolongado (FAILACE, 2015) Efeitos relacionados neutrofilia ou neutrocitose Ocorrência do fenômeno: 1. Estímulo por área inflamada, infectada, traumatizada ou necrótica → 2. Liberação de sinalizadores, como: interleuquina 1, fator de necrose tumoral → 3. Atração de neutrófilos circulantes → adentram por diapedese local Estímulos por via hemática para obter maior quantidade de neutrófilos, por meio de: 1. Encurtamento do estágio inter mitótico 2. Maturação acelerada dos precursores (FAILACE, 2015) Importante: ● A transferência de neutrófilos da periferia para o foco inflamatório precisa ser compensada pelo maior aporte a partir da medula ○ Consequência: maior entrada e maior saída → novo equilíbrio Desvio à esquerda e causas de neutrofilia Característica resultante da mobilização da reserva: ● Aumento desproporcional dos neutrófilos bastonados em relação aos segmentados: ○ Os bastonados predominam na medula. Importante: não há consenso sobre as informações de veracidade do desvio à esquerda: 1. Conflito de definições entre neutrófilo bastonado; 2. Desvio à esquerda não é tão reprodutível e comparável; 3. Sem acordo nos valores de referência para neutrófilos bastonados. Causas de neutrofilia: 1. Doenças infecciosas; 2. Doenças inflamatórias agudas e crônicas: a. Febre reumática: leucócitos entre 13.000 e 20.000/ microLitro, com 70 a 85% de neutrófilos; 3. Infarto do miocárdio; 4. Intoxicações endógenas; 5. Corticoides; 6. Trauma severo; 7. Exaustão da reserva. (FAILACE, 2015) Neutropenia Aspectos Gerais ● Diminuição do número absoluto de neutrófilos; ● Interpretada com cautela!!!!; ● Considerar: Neutrófilos Bastonados e Segmentados; ● Valores Normais: > 1600/µL (brancos) e >1200/ µL (negros); ● Nunca considerar: Neutropenia ISOLADA associada a eritrócitos + plaquetas NORMAIS ○ NESTE CASO → Repetir exame; ● Ideal: coleta no fim da manhã ou no meio da tarde. (FAILACE, 2015) Disponível em: <Neutrófilo> https://www.google.com/url?q=https://www.news-medical.net/image.axd?picture%3D2021%252F1%252Fshutterstock_1184857141.jpg&sa=D&source=editors&ust=1631588982683000&usg=AOvVaw3rc8DH0YDQhwyAl3hX5qxO Neutropenia Aspectos Gerais ● Neutrófilos persistentes < 1000 /µL ○ Problema hematológico; ● SE anormal, mas > 1000 /µL → Geralmente NÃO! ○ Pesquisar outra causa. (FAILACE, 2015) Disponível em: <Neutropenia> https://www.google.com/url?q=https://www.news-medical.net/image.axd?picture%3D2021%252F4%252Fshutterstock_1288211587-1.jpg&sa=D&source=editors&ust=1631588982834000&usg=AOvVaw1XbbvAW6by7YqLQlWI4Zv2 Neutropenia (Casos Especiais) · Quimioterapia ● Se entre 500 e 1000/ µL → Neutropenia moderada; ● Se < 500/ µL→ Neutropenia severa; ● Artigo: “Incidence of neutropenia induced by chemotherapy in the treatment of colorectal cancer”. (FAILACE, 2015; BARBOSA, RFM et al., Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 2019) Disponível em: <Quimioterapia> https://www.google.com/url?q=https://www.redalyc.org/jatsRepo/3240/324058874010/324058874010.pdf&sa=D&source=editors&ust=1631588982851000&usg=AOvVaw0Ok-jPyTwF-OdjwrOOn_eP https://www.google.com/url?q=https://www.redalyc.org/jatsRepo/3240/324058874010/324058874010.pdf&sa=D&source=editors&ust=1631588982851000&usg=AOvVaw0Ok-jPyTwF-OdjwrOOn_eP https://www.google.com/url?q=https://www.oncofisio.com.br/imagens/sistemas/subpaginas/9/grandes/330.jpg&sa=D&source=editors&ust=1631588982959000&usg=AOvVaw2GHyzW98Iq2zhFueajseAI Neutropenia (Casos Especiais) · Neutropenia Acentuada ● Sinais chamativos → Leucemia de células cabeludas (hairy cell leukemia) e Linfocitose/leucemia de linfócitos grandes e granulados; ● Artigo: “Caracterización de los episodios de neutropenia febril en niños con leucemia mieloide aguda y leucemia linfoblástica aguda”. (FAILACE, 2015; DUCASSE, K et al., Rev. chil. infectol., 2014) Disponível em: <Leucemia em criança> https://www.google.com/url?q=https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid%3DS0716-10182014000300013%26script%3Dsci_arttext%26tlng%3Den&sa=D&source=editors&ust=1631588982986000&usg=AOvVaw0Xk-AqklsYBTawwOXaW8Kh https://www.google.com/url?q=https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid%3DS0716-10182014000300013%26script%3Dsci_arttext%26tlng%3Den&sa=D&source=editors&ust=1631588982987000&usg=AOvVaw31we70BUQ5LTFftw0UzBQx https://www.google.com/url?q=https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid%3DS0716-10182014000300013%26script%3Dsci_arttext%26tlng%3Den&sa=D&source=editors&ust=1631588982987000&usg=AOvVaw31we70BUQ5LTFftw0UzBQx https://www.google.com/url?q=https://lh3.googleusercontent.com/proxy/oyox4BdcnG413U7kNlQRp9CKgNSBiPAyqpR7VNHycanSgi0mRE0RTtkwlmPBNeZdDumTB8i9VmhDvHA6LqB6BH-7hyIVM7YLsCnLLzaG0gzirbxCsFxG1GpgWfD4lSb6zrXu3o81onDHkMjb&sa=D&source=editors&ust=1631588983112000&usg=AOvVaw2fC9EAJTZCWBj80OfMMftu Neutropenia (Casos Especiais) · Achado comum ● Lúpus eritematoso sistêmico; ● Artrite reumatoide com esplenomegalia (Síndrome de Felty); ● Hiperesplenismo; ● Hepatopatias crônicas. (FAILACE, 2015) Disponível em: <Síndrome de Felty> https://www.google.com/url?q=http://nextews.com/images/04/42/0442a11e70030e9e.jpg&sa=D&source=editors&ust=1631588983130000&usg=AOvVaw2GBaN1puK3cdY-DTDQ0NRI Neutropenia Leucograma das doenças infecciosas: Varia com o quê? ● A localização e a extensão do processo; ● A magnitude das manifestações sistêmicas; ● O agente etiológico; ● O grupo etário; ● As condições imunológicas do paciente. (FAILACE, 2015) Linfócitos Citometria de fluxo (análise→ físicas e químicas): ● Linfócitos T → CD3 e CD2 → imunidade celular (T auxiliares e Citotóxicos); No sangue: 70 a 90% ● Linfócitos B → CD19 e CD20 → imunidade humoral; No sangue: 5 a 20% ● Linfócitos Grandes (LGGs): Células NK; ● Linfócitos B: Surgem no sangue em respostas imunológicas; principalmente viroses. ● Vivem longamente (meses); circulam no sangue e na linfa É o aumento do número absoluto de linfócitos no sangue. ● Valor de Referência varia durante o crescimento; De 3 a 8 anos, é normal valor > 8.000/µL ● A partir dos 16, estabelece-se no valor adulto= 1.000 a 4.000 /µL ● Pode ser influenciada por outros valores. Como expressão de neutropenia; ● Causas da linfocitose: ○ Adrenalina: Causa linfocitose significativa porém de caráter fugaz ○ Esplenectomia: Linfocitose duradoura, ultrapassando 8.000/µL, com aumento de LGGs Linfocitose (FAILACE, 2015) Linfocitopenia (Linfopenia) ● Número de linfócitos a < 1.000/µL (em adultos), ou diminuição significativa em relação ao número prévio, por hipótese conhecido e estável ● É uma resposta passageira à ativação do eixo hipófise/suprarrenal, daí a razão de ocorrer no estresse de qualquer origem, junto com eosinopenia ● Linfopenia pode ser: ○ Aguda: nota-se após 48 horas de evolução (abdômen agudo, pneumonia). ○ Durável: presente por um tempo mais prolongado 1. Após radioterapia: linfopenia é constantee duradoura (anos), proporcional à extensão do tecido linfóide irradiado 2. Aids: decréscimo progressivo dos linfócitos T CD4+ por ação citopática do HIV 3. Lúpus eritematoso sistêmico: é um achado tardio, mas importante, quando se acompanha de neutropenia, prenuncia evolução difícil e má resposta ao tratamento. 4. Idosos: linfopenia progressiva, notada em comparação com hemogramas anteriores, prenunciaria uma perspectiva de mortalidade, em três anos (FAILACE, 2015) Plasmocitose ● Plasmócitos se desenvolvem a partir de Célula B (Linfócitos B), glóbulo branco que produz anticorpos ● Plasmócitos são constantemente vistos no sangue na maioria das viroses e nas reações imunológicas, inclusive vacinações ● Hepatite A ○ Hemograma apresenta plasmocitose, geralmente de 2 a 6%, eventualmente até 10%, não há linfocitose, e linfócitos atípicos são raros. ● Rubéola ○ caracteriza-se por plasmocitose, de 3 a 30%, há neutropenia e desvio à esquerda; a linfocitose é só relativa. OBS: em pediatria, quadro clínico sugestivo de rubéola, com plasmocitose desse grau, torna dispensáveis os testes sorológicos (FAILACE, 2015) Alterações dos Eosinófilos: Eosinofilia Eosinofilia (eosinocitose): ● Aumento no número absoluto de eosinófilos ● Quando ultrapassa o valor de referência de 500/µL; ● Indica a ocorrência de uma resposta imunológica à parasitoses. Causas da eosinofilia: ● Nematódeos intestinais: Ascaris lumbricoides (‘Lombriga’’ - Ascaridíase), Necator americanus (ancilostomose), Ancylostoma duodenale (ancilostomíase) e Strongyloides stercoralis (estrongiloidíase). Todos estes possuem ciclo pulmonar, podendo gerar eosinofilia intensa- 50000 /µL. *Enterobius vermicularis (enterobiose) e Trichuris trichiura (oxiúro) não costumam causar eosinofilia. (FAILACE, 2015) Alterações nos eosinófilos: Eosinofilia Causas da eosinofilia: ● Taenia saginata e Taenia solium. ● Schistosoma mansoni- Na fase da dermatite e síndrome febril aguda. Doenças alérgicas e da pele: Presente na asma( até 1.500/µL)- Rinite alérgica. Eosinofilia moderada também na urticária e eczema. Problemas dermatológicos que não causam eosinofilia: Psoríase, micoses superficiais e ungueais. ● Radioterapia: Sem implicações fisiológicas. ● Leucemia (FAILACE, 2015) Alteração dos eosinófilos: Eosinopenia ● Eosinopenia é a diminuição do número de eosinófilos do sangue; quando os eosinófilos estão abaixo de 40 células/ µL, podendo chegar a 0 célula/ µL. (FAILACE, 2015; LEMOS, 2020 ● Há eosinopenia em todos os casos de estímulo do eixo hipófise-suprarrenal; ● Estresse, início de doenças infecciosas, tratamento com doses farmacológicas de corticóides. Alterações dos basófilos - Basofilia Valor de referência: ● igual ou superior a 3% → Exige confirmação ao microscópio. Basofilia nas síndromes mieloproliferativas: ● Basofilia é constante na leucemia mielóide crônica → Pode ser o único achado anormal nesse período. ● Nas etapas tardias da doença, pode haver basofilia > 4.000/µL ● Basofilia acentuada → queixam-se de prurido. ● Nas demais neoplasias mieloproliferativas, uma porcentagem de 2 a 4% é comum Basopenia é um dado impossível de se confirmar ou interpretar, pois o limite de referência inferior é zero. Disponível em: <Basófilo> (FAILACE, 2015) https://www.google.com/url?q=https://www.google.com/url?sa%3Di%26url%3Dhttps%253A%252F%252Fpt.m.wikipedia.org%252Fwiki%252FFicheiro%253ABlausen_0077_Basophil_(crop).png%26psig%3DAOvVaw38jYOHSGH-3dFLOyh4n_wY%26ust%3D1631124816527000%26source%3Dimages%26cd%3Dvfe%26ved%3D0CAsQjRxqFwoTCLiVnM-77fICFQAAAAAdAAAAABAR&sa=D&source=editors&ust=1631588983998000&usg=AOvVaw1z8ix4B19R6oBlg9rm2VZQ Alterações dos Monócitos - Monocitose É o aumento dos monócitos do sangue acima de 800 (ou 1.000)/µL;. Monocitoses reacionais (Passageiras): entre 1.000 e 2.000/µL; A monocitose acompanha a neutrofilia nos processos inflamatórios; Nas doenças infecciosas discutidas a seguir, a monocitose costuma ser citada na literatura como uma característica: ● Endocardite subaguda → 30 a 40% dos casos. ● Tuberculose: ● Brucelose ● Crianças de até 2 anos respondem às doenças infecciosas com monocitose precoce além da neutrofilia. ● Há monocitose após 2 a 3 dias do infarto do miocárdio. ● Foi descrita monocitose correlacionada à depressão. Disponível em: <Monócito> (FAILACE, 2015) https://www.google.com/url?q=https://www.google.com/url?sa%3Di%26url%3Dhttps%253A%252F%252Fpt.m.wikipedia.org%252Fwiki%252FFicheiro%253ABlausen_0649_Monocyte_(crop).png%26psig%3DAOvVaw2czhnuahB4-765Lb3mnCCu%26ust%3D1631125017569000%26source%3Dimages%26cd%3Dvfe%26ved%3D0CAsQjRxqFwoTCNiGr6-87fICFQAAAAAdAAAAABAD&sa=D&source=editors&ust=1631588984211000&usg=AOvVaw1rYHginujNC2c9R3fgCs8o Alterações dos Monócitos - Monocitopenia ● Contagem de monócitos abaixo de 50/µL; ● É um achado incomum; ● Na fórmula convencional, deve ser confirmado prorrogando-se a observação até 200 ou 300 leucócitos, já que o limite de referência inferior é baixo. (FAILACE, 2015) Caso Clínico Identificação M.V.A., 22 anos, masculino, branco, solteiro, operador de máquinas, natural de Cubatão-SP e procedente de São Vicente-SP. Queixa Principal Tosse e cansaço a três meses História da Doença Atual Paciente refere que, desde há três meses, vem apresentando tosse seca, cansaço, fraqueza, tontura, falta de ar aos médios esforços, como subir escada, febre noturna esporádica (38-38,5ºC) e emagrecimento de aproximadamente seis quilos. Procurou assistência médica nesse período recebendo diagnóstico de infecção de vias aéreas superiores sendo medicado com vários antibióticos e xarope para tosse (sic). No dia 29 de março de 2004, veio ao Pronto-Socorro do Hospital Ana Costa com o mesmo quadro recebendo, novamente, o diagnóstico de infecção de vias aéreas superiores. Foram solicitados hemograma e radiografia de tórax e, então, o paciente foi liberado para casa. No mesmo dia, após alerta do laboratório, retornou ao hospital para internação Antecedentes Pessoais ex-tabagista há dois meses, herniorrafia aos oito meses de idade, caxumba e broncopneumonia aos três anos. Realizou exames de admissão e de controle após seis meses na Cosipa e as únicas alterações encontradas foram excesso de ferro e discreto aumento do ácido úrico (sic), as quais não tiveram suas causas esclarecidas. Não realizou os demais exames de controle durante os dois anos em que permaneceu trabalhando. Antes de ser operador de máquinas, trabalhou como maçariqueiro por um ano na mesma empresa e refere ter tido contato com cal e dolomita. Nega contato com benzeno ou seus derivados. (FICHEL, 2012) Caso Clínico Hemograma hemácias: 2.44 milhões/mm³; hemoglobina: 8.3g/dL; hematócrito: 22.6%; plaquetas: 139.000/mm³; leucócitos: 146.800/mm³, contagem diferencial: neutrófilos: 2%, linfócitos: 4%, monócitos: 6%, BLASTOS: 94%. Evolução Foi transferido para a hematologia e realizou imunofenotipagem, confirmando-se, então, o diagnóstico de leucemia linfóide aguda. Foi submetido a uma toracocentese com biópsia e drenagem pleural, que também sugeriram leucemia. No terceiro dia de internação, iniciou quimioterapia (endovenosa e intratecal) e recebeu transfusões de concentrado de hemácias. Evoluiu hemodinamicamente estável, sem intercorrências hemorrágicas ou infecciosas, recebendo alta no dia 08 de abril de 2004 com orientação para tratamento quimioterápico ambulatorial. Discussão ● apresentou discreta anemia com 2.44/mm³ hemácias, 8.3g/dL de hemoglobina e 22.6% de hematócritos; ● plaquetopenia com 139.000/mm³ plaquetas ● leucocitose com 146.800/mm³ leucócitos, com destaque para a presença de 94% de blastos no sangue periférico; ● Paciente se enquadra nos 15% em casos que apresentam mais de 100.000/mm³ de leucócitos; ● o fator que mais indicou para a LLA no paciente foi à assustadora presença de 94% de blastos no sangue. (FICHEL, 2012) Referências Bibliográficas BARBOSA, Rafael FernandoMendes et al. Incidência de neutropenia induzida por quimioterapia no tratamento do câncer colorretal. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, vol. 20, 2019. DUCASSE, Karen et al . Characterization of episodes of febrile neutropenia in children with acute myeloid leukemia and acute lymphoblastic leukemia. Rev. chil. infectol., Santiago , v. 31, n. 3, p. 333-338, jun. 2014. FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. Artmed Editora, 2015. FICHEL, Rafael. O hemograma do paciente com leucemia linfóide aguda. Fev. 2012. Disponível em: <http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/hematologia/serie_branca/leucemi as_linfomas_mieloma/leucemias/67.pdf> . Acesso em: 01/09/2021. LEMOS, Rebeca. Eosinófilos: o que são e porque podem estar altos ou baixos. TUASAÚDE,2020. Disponível em: https://www.tuasaude.com/eosinofilos/ . Acesso em: 07/10/2021. https://www.google.com/url?q=http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/hematologia/serie_branca/leucemias_linfomas_mieloma/leucemias/67.pdf&sa=D&source=editors&ust=1631588984328000&usg=AOvVaw0jWN8xXwLWX9iSyKPj7CFK https://www.google.com/url?q=http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/biblioteca-digital/hematologia/serie_branca/leucemias_linfomas_mieloma/leucemias/67.pdf&sa=D&source=editors&ust=1631588984329000&usg=AOvVaw2w_a3uJcupJZR_OxzSEgqv https://www.google.com/url?q=https://www.tuasaude.com/eosinofilos/&sa=D&source=editors&ust=1631588984329000&usg=AOvVaw1AdoBfQVndRI4Z99DTUrBo OBRIGADX!
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