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Artigo Esporotricose

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Esporotricose felina. Avaliação do conhecimento da população 1
Esporotricose felina. Avaliação do conhecimento da população 7
Beatriz Gimenez, Gabriela Pozebom, Stefany Enes, Vitória Galvão, Ed Wilson¹
¹Professor da faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo/SPBrasil
Resumo
A esporotricose felina é uma micose subcutânea causada pelo complexo de fungos dimórficos Sporothrix schenkii, de caráter zoonótico e seus principais sinais clínicos são a presença de pápulas nodulares e úlceras com secreção purulenta ou hemorrágica. Esse trabalho avaliou principalmente o conhecimento da população sobre a doença, como são manifestados os sintomas em gatos e humanos e suas formas de controle e prevenção. Foi realizado um questionário com 10 (dez) questões através do Google Forms, e observado que a maioria das pessoas não tem conhecimento da Esporotricose Felina e acreditam que uma das melhores formas de prevenção é a vacina. Na atualidade, essa doença é um problema de saúde pública por possuir alto poder zonootico, porém ainda falta muito investimento para tratamento de animais e criação de material educacional sobre a esporotricose para a população.
Palavras-chave: esporotricose, felina, zoonose, conhecimento
Abstract: Feline sporotrichosis. Evaluation of the knowledge of the population
Feline sporotrichosis is a subcutaneous mycosis caused by the complex of dimorphic fungi Sporothrix schenkii, of zoonotic character and its main clinical signs are the presence of nodular papules and ulcers with purulent or hemorrhagic secretion. This work mainly evaluated the population's knowledge about the disease, how the symptoms are manifested in cats and humans and their forms of control and prevention. A questionnaire with 10 (ten) questions was carried out through Google Forms, and it was observed that most people are not aware of Feline Sporotrichosis and believe that one of the best forms of prevention is the vaccine. Nowadays, this disease is a public health problem due to its high zonootic power, but there is still a lot of investment for the treatment of animals and the creation of educational material on sporotrichosis for the population.
Keywords: sporotrichosis, feline, zoonosis, knowledge
Introdução
A esporotricose é a micose subcutânea mais prevalente da América Latina e Brasil. Sua ocorrência é mundial, porém com prevalência em países subtropicais e tropicais, existe na forma de micélio com temperatura entre 25° e 30°C, e em temperatura corpórea de 37°C assume a forma de levedura. O agente causador da doença é um fungo dimórfico (termorregulável), saprófita e tem seu desenvolvimento favorecido em locais quentes e úmidos.
Sporothrix pode estar presente no meio ambiente desde o solo terrestre, árvores, espinhos e terrenos baldios por conterem material orgânico e vegetação em decomposição, sendo uma das formas de infecção durante o manuseio desses solos contaminados. Outra forma inclui a transmissão zoonótica, que está associada a arranhaduras e mordeduras de animais, especialmente por gatos, os mais acometidos são os que tem acesso às ruas. 
Os sinais mais comuns nos gatos são as lesões ulceradas na pele, ou seja, feridas profundas, geralmente com pus, que não cicatrizam e costumam evoluir rapidamente podendo ter o comprometimento sistêmico fatal, associado ou não a sinais extra-cutâneos, em particular lesões em mucosa nasal e sinais respiratórios, como espirros, dispneia e rinorréia. Linfadenite, linfangite nodular ascendente, lesões mucosas e sinais respiratórios também podem estar presente.
Nos seres humanos variam de acordo com a forma com que se manifesta, ou seja, se ela é cutânea ou extracutânea. O mais comum é que primeiro apareça um pequeno nódulo doloroso, bem similar a uma picada de inseto. Ele pode ser na cor vermelha, na rosa ou na roxa; ser purulento ou não, e o mais corriqueiro é que surja no dedo, na mão ou no braço em que o fungo penetrou. Na versão extracutânea, como o fungo pode comprometer diversas áreas do organismo, os sintomas variam de acordo com a que foi afetada.
No Brasil, os casos em humanos relacionados aos gatos vem aumentando e é de notificação compulsória em São Paulo (SP), Guarulhos (SP), Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte (MG), Salvador e Camaçari (BA), Natal (RN) e em João Pessoa (PB), Rio de Janeiro (RJ) e Pernambuco (PE). Essa decisão reconhece a importância de coletar os dados relativos a doença, ter medidas oficiais para diagnóstico e manejo adequado dos casos e visa promover prevenção e controle. 
O objetivo desse trabalho foi avaliar o conhecimento da população a respeito dessa zoonose e como são manifestados os sintomas em gatos e seres humanos, melhores formas de prevenção e controle, buscando conscientizá-los da gravidade da doença que a cada dia vem se tornando significativa para a sáude pública.
Material e métodos 
Foram realizados 352 questionários por alunas do 9º semestre do curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi. Esses questionários foram feitos com pessoas de várias idades, estudantes e formados da área da saúde ou outras áreas para obter uma maior abrangência do conhecimento da Esporotricose Felina. 
Foram realizadas as seguintes perguntas: “Qual a sua formação?”, “Qual a sua idade?”, “O que é zoonose?”, “Você tem gatos?”, “Você já ouviu falar de Esporotricose?”, “Como você acha que ocorre a transmissão nos humanos?”, “Como é possível identificar nos humanos?”, “Como você acha que manifesta em gatos?”, “Selecione formas de prevenção e controle.”, “Você já teve ou conhece alguém que contraiu Esporotricose?”.
Após o questionário respondido foi enviado um folder com informações básicas da Esportricose Felina com o objetivo de conscientizá-los da doença e ajudá-los com os cuidados para prevenção e controle. 
Resultados e discussões
Em nossa avaliação observamos que 67% das pessoas que responderam nunca ouviram falar sobre a Esporotricose e 33% tem o conhecimento da doença. Apesar do resultado, é uma zoonose que vem crescendo bastante e em algumas regiões é de notificação compulsória.
Fig. 1. Gráfico de conhecimento da doença.
A trasmissão em humanos ocorre principalmente por arranhaduras e mordeduras dos gatos infectados (62,8%) e por contato direto com as lesões (61,1%), cujo foram as alternativas com maior número de pessoas que assinalaram. Em último mais votado, com 21,3% contato com madeiras, solos e terras no qual também ocorre a transmissão. Antigamente a Esporotricose era conhecida como “doença dos jardinheiros” pois o fungo se prolifera nas terras, solos, superficies de plantas facilitando o contato com seres humanos que trabalham nessa área. Esse é um dos motivos que mostra que os gatos são os principais agentes, por terem o hábito de enterrar seus dejetos no solo e também arranhar madeiras.
Fig. 2. Gráfico de conhecimento sobre transmissão para os humanos desta doença.
Com 64,5% as pessoas acertaram a forma mais comum que se manifesta nos gatos “lesões ulceradas com pus, caroços e feridas que não cicatrizam” que é a forma mais comum, chamada cutânea. A maioria das lesões estão localizadas na cabeça, extremidades dos membros e cauda. Nos casos mais graves o agente pode se disseminar para outras áreas do corpo (pulmão, fígado, trato gastrintestinal, sistema nervoso central, olhos, baço, ossos, articulações, rins, testículos, mama e linfonodos) por autoinoculação, devido aos hábitos de higiene da espécie felina levando a letargia, depressão, anorexia e febre.
Fig. 3. Gráfico sobre manifestações em gatos.
Nos seres humanos também podemos observar as “lesões ulceradas e com pus, caroços e feridas que não cicatrizam (60,2%)” assim como nos gatos. 
Porém o sintoma inicial é bem similar a uma picada de inseto, podendo evoluir para cura espontânea. Em casos mais graves, por exemplo, quando o fungo afeta os pulmões, podem surgir tosse, falta de ar, dor ao respirar e febre. Na forma pulmonar, os sintomas se assemelham aos da tuberculose. Mas o fungo também pode afetar os ossos e articulações,manifestando-se como inchaço e dor aos movimentos, bastante semelhantes ao de uma artrite infecciosa.
Fig. 4. Gráfico sobre manifestações em humanos.
Na questão de prevenção e controle era possível assinalar mais de uma alternativa, resultando em boa higienização do ambiente (63,2% ), animais diagnosticados devem ficar isolados (54,4%), vacinas (49,3%) e luvas para lidar com madeiras/terras (31,1%). Observamos que o método de prevenção que ficou em 3º lugar é a vacinação, o qual infelizmente ainda não existe para essa doença.
A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar luvas e roupas de mangas longas em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas, bem como o uso de calçados em trabalhos rurais. Os indivíduos com lesões suspeitas de esporotricose devem procurar atendimento médico.
Os animais diagnosticados devem ficar isolados, e qualquer manipulação pelos seus donos e veterinários deve ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Em caso de óbito, recomenda-se a incineração do corpo do animal, de maneira a minimizar a contaminação do meio ambiente e, assim, interromper o ciclo da doença. 
Fig. 5. Gráfico sobre prevenção e controle da doença.
No tópico “você já teve ou conhece alguém que contraiu a Esporotricose?”, observamos 85,8% de pessoas que não conhecem ou não contrairam a doença e 14,2% afirmaram que já contrairam ou conhece alguém que contraiu.
Fig. 6. Gráfico de pessoas que conhecem ou já contrairam a doença.
Conclusão
Os seres humanos e os gatos contraem o fungo da mesma forma por solos e madeiras. Sendo assim, devemos enfatizar que o gato não deve ser abandonado ou sacrificado, pois a doença tem tratamento e cura. É importante que médicos veterinários e todas as pessoas da área da sáude forneçam informações e campanhas,principalmente, de prevenção e controle sobre essa doença,pois tem alto poder zoonotico, assim a sociedade terá atitudes adequadas quando estiveram lidando a frente dessa doença.
Referências bibliográficas
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Notícias. 2021. Esporotricose passa a ser de notificação compulsória na Capital Paulista
Colodel, M. M.; Jark, P. C.; Ramos, C. J. R.; Martins, V. M. V.; Schneider, A. F.; Pilati, C.; Veterinária em Foco, v.7, n.1, jul./dez. 2009. Esporotricose cutanêa felina no Estado de Santa Catarina: Relato de casos.
Gonçalves, J. C.; Gremião, I. D. F.; Kolling, G.; Duval, A. E. A.; Ribeiro, P. M. T. 2019. Esporotricose, o gato e a comunidade. DOI: 10.18677/EnciBio_2019A62. DOI: 10.18677/EnciBio_2019A62
MINISTÉRIO DA SAÚDE. 2019. Esporotricose Humana: sintomas, causas, prevenção, diagnóstico e tratamento.
REVISTA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DO CRMV-SP. 2017. Pires, C. Revisão de literatura: Esporotricose felina. v. 15, n. 1, p.16-23, 2017.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DERMATOLOGIA. 2017. Esporotricose: A Esporotricose é uma micose causada pelo fungo universal da espécie Sporothrix spp., mas causa doenças especialmente em indivíduos que residem em países de clima tropical e subtropical.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL. 2020. Esporotricose: número de casos deve aumentar e há risco de surto no País, alerta infectologista. Doença emergente, a Esporotricose de Transmissão Felina, em humanos, não é de notificação obrigatória no Brasil e, por isso, a sua exata prevalência é desconhecida.

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