Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A célula realiza suas funções fisiológicas mantendo um estado de equilíbrio (Homeostase). Quando ela sofre algum tipo de estresse, alteração fisiológica ou estímulo patológico, ela passa por um processo de adaptação para manter o estado de equilíbrio, permitindo que ela continue realizando as suas funções normais. Essas adaptações podem ser: Hipertrofia, Hiperplasia, Atrofia e Metaplasia. Essas adaptações são processos reversíveis, ou seja, quando o estímulo é eliminado a célula pode voltar ao seu estado original. Porém quando a célula não consegue se adaptar, ou seja, quando os limites das respostas adaptativas forem excedidos ou se a célula foi exposta a agentes ou estímulos lesivos, ocorre uma sequência de eventos chamado de Lesão Celular. Caso seja leve e transitória será uma lesão reversível e posteriormente a célula volta ao seu estado normal. Mas se for uma lesão intensa e progressiva, a célula sofre lesão irreversível, resultando na morte celular que pode se dar por necrose ou apoptose. Quando um músculo, por exemplo, é sobrecarregado sofrendo um aumento na sua carga de trabalho, ele sofre uma adaptação, HIPERTROFIA, necessária pois o músculo requer um maior esforço mecânico devido ao aumento na carga de trabalho. Esse músculo também pode sofrer lesão celular que pode ser reversível ou não resultando na morte celular, no caso do exemplo, por necrose, representada por uma área mais clara. Adaptações: alterações reversíveis no tamanho, número, fenótipo, atividade metabólica ou funções celulares, em resposta a modificações em seu ambiente. As principais adaptações são: Hipertrofia: Aumento do tamanho das células com aumento na atividade funcional, resulta em aumento do órgão, devido a síntese e incorporação de novos componentes estruturais, proteínas. Pode ser fisiológica (útero na gravidez) ou patológica (hipertensão). Pode ser causada pelo aumento da demanda funcional ou por estimulação de hormônios e fatores de crescimento. o Mecanismos bioquímicos de hipertrofia: para que uma célula hipertrofie precisa de estímulo: Sensores Mecânicos detectam aumento na carga de trabalho. H, Fisiológica; Moléculas Agonistas são substâncias que podem se ligar a um receptor ativando ele e promovendo uma resposta biológica. H. Patológica; Fatores de Crescimento estimulam a célula a hipertrofiar. H. Patológica. Esses estímulos ativam determinadas vias de transdução de sinal: PI3K/Akt (importante na hipertrofia fisiológica) ou a via associada aos receptores da Proteína G (importante na hipertrofia patológica). Essas vias quando ativadas pode levar a ativação de diversos fatores de transcrição que atuam estimulando a expressão de diversos genes que levam: Aumento da síntese de proteínas contráteis e com isso aumentando o desempenho mecânico do músculo; Estimulo da produção de mais fatores de crescimento; Indução de genes embrionários/fetais e a consequente troca de proteínas Etapas da resposta celular ao estresse e estímulos lesivos Adaptações do crescimento e diferenciação Hiperplasia: Aumento no número de células. Ela ocorre, frequentemente, junta com a hipertrofia, mas ocorre somente em tecidos com células capazes de se dividir. o Mecanismo da hiperplasia: Induzida por fatores de crescimento/hormônios ou a partir de células-tronco; FC ativam vias de sinalização que estimulam a proliferação celular; Se tiver um comprometimento da capacidade proliferativa, as células vão se regenerar a partir de células-tronco. o Fisiológica: pode ocorrer quando há a necessidade de aumentar a capacidade funcional dos órgãos hormônios- sensíveis (hiperplasia hormonal) ou quando há a necessidade de aumento compensatório após lesão ou ressecção (hiperplasia compensatória). o Patológica: causada pela ação excessiva ou inapropriada de hormônios ou fatores de crescimento sobre suas células-alvo. * Hiperplasia ≠ Câncer, pois se o estímulo hormonal for retirado, a hiperplasia regride, já no câncer o mecanismo de controle de crescimento está desregulado ou ineficiente e então a proliferação celular não é controlada. * O câncer recebe o nome de Neoplasia (novo crescimento). * Em alguns casos a hiperplasia pode favorecer o desenvolvimento do câncer. Atrofia: Redução do tamanho de um órgão ou tecido devido a diminuição do tamanho ou do número de células. Resulta da diminuição da síntese proteica e do aumento da degradação de proteínas nas células. o Atrofia Fisiológica: atrofia da notocorda, diminuição do útero após o parto. o Atrofia Patológica: pode ser local ou generalizada. Possui várias causas: Redução da carga de trabalho (atrofia de desuso); Perda da inervação (atrofia por denervação); o Mecanismo da Atrofia: resulta da diminuição da síntese proteica e aumento da degradação das proteínas. Deficiência de nutrientes e desuso do órgão ativam a Via Ubiquitina- Proteossomo que leva a ligação do peptídeo ubiquitina às proteínas celulares então a proteína fica marcada para degradação no proteossomos. Autofagia: processo no qual as células que estão privadas de alimento digerem os seus próprios componentes buscando reduzir a demanda nutricional. Quando ocorre, algumas proteínas serão degradas e terá seu número reduzido e consequentemente haverá uma redução no tamanho e no número de células resultando na atrofia do músculo ou órgão. Metaplasia: Alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado é substituído por outro. É importante, pois uma célula sensível a um estímulo nocivo pode ser substituída por uma mais resistente a esse estímulo. o Metaplasia colunar por escamosa: ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica. Células epiteliais normais, colunares e ciliadas -> Células epiteliais escamosas estratificadas. Vantagem: maior resistência. Desvantagem: mecanismos de proteção perdidos. o Metaplasia escamoso para colunar: ocorre no Esôfago de Barrett em que o epitélio escamoso do esôfago -> células colunares do tipo intestinais (influência do refluxo do ácido gástrico). o Metaplasia do tecido conjuntivo: pode haver a formação de cartilagem, osso contrateis do tipo adulta para uma forma fetal ou neonatal, essas proteínas promovem uma contração mais lenta e energeticamente mais econômica. Diminuição do suprimento sanguíneo; Nutrição inadequada; Perda da estimulação endócrina; Compressão. Sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular promovem a expressão de genes que dirigem as células para uma via de diferenciação celular. Ocorre quando as células são incapazes de se adaptar, sofrem exposição a agentes inerentemente danosos e anomalias intrínsecas. Quando a lesão é leve ou quando o estímulo lesivo é cessado nos estágios iniciais da lesão algumas alterações morfológicas e funcionais são reversíveis e a célula pode voltar ao seu estado normal. Entretanto, se o dano persistir a lesão se torna irreversível e com o tempo as células não podem se recuperar e então elas morrem por necrose ou apoptose. Principais causas: Privação de Oxigênio (hipóxia), pois reduz a respiração oxidativa aeróbica. É causada por isquemia, oxigenação inadequada do sangue, redução da capacidade de transporte de oxigênio. Agentes Físicos como traumas mecânicos, extremos de temperatura, alterações bruscas da pressão atmosférica, radiação e choque elétrico. Agentes Químicos como glicose ou sal em altas concentrações, venenos, álcool, poluentes do ar e etc. Agentes Infecciosos como vírus, bactérias, protozoários, fungos, helmintos. Reações Imunológicas; Defeitos Genéticos como deficiência de proteínas funcionais gerando errosinatos do metabolismo, acúmulo de DNA danificado, acúmulo de proteínas mal dobradas; Desequilíbrios Nutricionais deficiência ou excesso. Alterações Morfológicas: Tumefação generalizada da célula e organelas; Formação de bolhas na MP; Destacamento dos ribossomos no RE; Agregação da cromatina; Figuras de mielina: resultante da degeneração da mielina (encontrada em macro e células de Schwann). afetam o mesmo equilíbrio hidroelétrico e a integridade da membrana. Degeneração Gordurosa: acúmulo excessivo de triglicerídeos no citoplasma das células, formando vacúolos. A resposta ao dano vai depender do tipo, da ação, da intensidade da agressão. As consequências da lesão vão depender do tipo, do estado, da adaptabilidade da célula lesionada. A lesão resulta de diferentes mecanismos bioquímicos que agem em vários componentes celulares, os componentes mais frequentemente lesados por estímulos nocivos incluem: mitocôndrias, membranas celulares, maquinaria de síntese e empacotamento de proteínas e DNA. Um estímulo pode acionar simultaneamente múltiplos mecanismos e esses mecanismos, na maioria dos casos, que estão interligados, então um mecanismo pode ativar o outro. Lesões que causam: Dano Mitocondrial: podem gerar várias consequências como falha na fosforilação oxidativa com consequente diminuição da síntese de ATP e formação de Espécies Radioativas de Oxigênio (ERO). Aumento na Concentração de Cálcio no Citosol: aumenta a permeabilidade mitocondrial e ativa determinadas enzimas celulares. Dano à Membrana: Quando o dano é na MP pode afetar o equilíbrio osmótico e levar a perda de componentes celulares. Quando o dano é na Membrana Lisossômica isso resulta na liberação de enzimas lisossômicas para o citoplasma que digerem as enzimas dos componentes celulares o que culmina na morte celular por necrose. Acúmulo de Proteínas Mal Dobradas e Dano ao DNA: causam lesão e induzem a célula a sofrer apoptose, pois terá a ativação de proteínas pró-apoptóticas. Lesão Celular ou tecido adiposo em tecidos que normalmente não contêm esses elementos. Ex.: miositose ossificante. o Mecanismos da Metaplasia: resultado de uma reprogramação de células- tronco ou células mesenquimais indiferenciadas. Essas alterações estão associadas com a diminuição da produção de ATP, perda da integridade da membrana celular, deficiência na síntese de proteínas, e danos ao citoesqueleto e DNA. Edema ou Tumefação Celular: ocorre quando agressões químicas, físicas e biológicas afetam
Compartilhar