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TrabI_parte II_Empgdo e empregdor

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10. O EMPREGADO
10.1. CONCEITO (art. 3°, CLT)
- Empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
10. 2. EMPREGADOS EM DOMICÍLIO (art. 83, CLT)
- Art. 83 - É devido o salário mínimo ao trabalhador em domicílio, considerado este como o executado na habitação do empregado ou em oficina de família, por conta de empregador que o remunere.
- Ex> Costureiras que trabalham em seus residências
- Ex> Teletrabalho (= trabalho efetuado pela internet) a pessoa trabalha em casa, no computador isso não impede que seja reconhecido o vínculo de emprego (deve-se analisar todos os requisitos em conjunto)
- A expressão trabalho em domicílio refere-se tanto ao trabalho realizado na caso do empregado, em sua habitação ou moradia, mas também domicílio legal. Se o trabalho for realizado em oficina de família (por ex, um galpão, um depósito), também será considerado como domicílio do empregado.
>> Quanto aos aspectos controvertidos para a configuração da relação empregatícia:
1) Pessoalidade
- Se o trabalhador é substituído por familiar na prestação de serviços, não há pacto laboral. Os familiares poderão colaborar, porém não de forma freqüente.
2) Subordinação jurídica
- Se o empregado trabalha fora da fiscalização imediata e direta do empregador, e faz o horário que desejar, como fica o requisito subordinação?
 A subordinação poderá ser medida pelo controle do empregador sobre o trabalho do obreiro, como estabelecendo cota de produção, determinando dia e hora para entrega do produto, qualidade da peça, etc.
3) Habitualidade
4) Onerosidade
5) O empregado não corre o risco do negócio
- Não podendo o trabalhador vender as peças que produz nem auferir lucro com a venda, será considerado empregado, desde que haja subordinação.
- O fato de o trabalhador ter uma pluralidade de atividades nada quer dizer, pois exclusividade não é requisito do contrato de trabalho.
- Configurado o vínculo de emprego, dificilmente o empregado terá direito a horas extras, por trabalhar em sua própria casa e desde que não haja alguma forma de controle, pois se houver, haverá tal direito, salvo se determinada produção só puder ser alcançada com + de 8 hs diárias de serviço Art. 62, I, CLT
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo (Jornada de trabalho):
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na CTPS e no registro de empregados 
- Se houver piso salarial estabelecido em norma coletiva, deve-se assegurar essa remuneração ao empregado, e não o salário mínimo.
- Recebendo o empregado por peça ou tarefa, deverá fazer jus a pelo menos 1 salário mínimo por mês, ainda que o valor relativo às peças ou tarefas produzidas não alcance a importância do salário mínimo (art. 83: “É devido o salário mínimo...).
	Empregado em domicílio
	Trabalhador autônomo
	Tem subordinação, apesar de ser menos intensa se comparada com a do empregado comum
	Apesar de também poder trabalhar em casa, não tem subordinação, mas autonomia na prestação dos serviços.
	Não corre os riscos 
	Assume os riscos de sua atividade
	Trabalha por conta alheia
	Presta serviços por conta própria
10. 3. EMPREGADOS INTELECTUAIS (= profissionistas)
- São os que detêm um dom artístico ou uma cultura científica específica (atores, escritores, músicos, podendo ser também matemáticos, médicos, advogados, etc.).
- Há proibição de qq discriminação a respeito:
- “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais respectivos” (art. 7°, XXXII, CF)
- “Não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual” (art. 3° § único, CLT) 
10. 4. ALTOS EMPREGADOS (= empregados de confiança)
- São os empregados que compõe o ápice da hierarquia da organização interna de uma empresa
- V. art. 62, II e § único, CLT:
Art. 62 - NÃO SÃO abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
        II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.
        Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). 
- Pode ser, ao mesmo tempo, um profissionista e um alto empregado (por ex, advogado que é chefe do setor de advocacia de uma empresa)
- Têm menos direitos, se comparados aos empregados subalternos
10.5. PROFISSIONAIS LIBERAIS ( autônomo !!!)
- Um profissional liberal pode ser:
- autônomo
- empregado
- A CLT traz um quadro que lista quais são as atividades exercidas pelos chamados profissionais liberais advogado, professor, etc.
- Ex> Advogado é profissional liberal:
- se tem escritório próprio, é autônomo
- se trabalha no setor de advocacia da Shell, é empregado
- pode ser autônomo e empregado ao mesmo tempo
10.6. DOMÉSTICOS (lei 5.859/72 e art. 7°, § único, CLT)
- Conceito: art. 1°, Lei 5.859/72 Empregado doméstico é aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas 
- Ex> Mordomo, cozinheira, jardineiro, motorista, copeira, governanta, arrumadeira.
> REQUISITOS 
1) Natureza contínua
- Continuidade: é algo que se repete na semana ( habitualidade: algo que se repete sempre)
- Entendimento jurisprudencial:
se trabalha 1x /semana: não tem continuidade (não há vínculo empregatício) – posição majoritária
se trabalha 3x /semana ou +: há vínculo
se trabalha 2x /semana: a posição é dividida metade entende que há vínculo, e a outra metade entende que não há
- A faxineira será considerada trabalhadora autônoma se por acaso escolher os dias da semana em que pretende trabalhar, mudando-os constantemente, de modo a casar o horário das outras residências onde trabalhe, mas sempre sob sua orientação e determinação própria Nesse caso, ela trabalha por conta própria, explora economicamente, em proveito próprio, sua força de trabalho.
2) Finalidade não lucrativa do empregador: o empregador não pode ter intuito de lucro com a atividade do empregado
- Em caso de empregado que presta serviços para chácara, há necessidade de se verificar se a chácara tem finalidade lucrativa ou não. Se se destina apenas a lazer, o empregado será doméstico; se a chácara tem produção agropastoril que será comercializada, o empregado será rural.
3) Prestação de serviço a PF ou a família (não pode PJ)
- Ex> A empresa do empregador é em casa Se o trabalhador, que antes era doméstico, começa a fazer atividades da empresa (por ex, atende telefonemas, marca compromissos) pode ficar descaracterizado o vínculo como doméstico, tornando-se empregado da empresa.
- Ex> Empregado que trabalha em uma chácara ou sítio Há necessidade de verificar se a chácara / sítio tem finalidade lucrativa ou não Caso destine-se apenas ao lazer, o empregado será doméstico; na hipótese da propriedade ter produção agropastoril que será comercializada, o empregado será rural.
4) No âmbito residencial do empregador: quer dizer âmbito não profissional
- O serviço prestado não é apenas no interior da residência, mas pode ser feito externamente
- Motorista particular, piloto de helicóptero, motorista de iate, enfermeiro, etc podem ser domésticos Deve-se analisar conjuntamente com os d+ requisitos
> Quanto aos aspectos controvertidos para a configuração da relação empregatícia:
- O contrato de trabalho do empregado doméstico também é intuito personae: assim, se a doméstica faz-se substituir constantemente por filha ou outra pessoa, deixa de existir a relação de emprego, pois a pessoalidade é traço necessário da relação de emprego, inclusive parao empregado doméstico.
- Não há óbice legal para que o doméstico tenha + de 1 emprego, ou trabalhe em + de 1 residência, desde que exista compatibilidade de horários de trabalho.
- O fato de a faxineira receber por dia, por semana ou quinzena não desnatura sua condição de empregada doméstica
> Opinião de Sérgio Pinto Martins:
	Inexiste eventualidade na prestação de serviços de uma faxineira que vai toda semana, por longos anos, à residência da família, sempre nos mesmos dias da semana. Ao reverso, há continuidade na prestação de serviços, que são realizados no interesse do empregador, pois as atividades de limpeza e lavagem de roupas são necessidades normais e permanentes do empregador doméstico.
	O fato de a diarista prestar serviços 1x / semana não quer dizer que inexista a relação de emprego. O advogado que presta serviços em sindicato, sob o sistema de plantões, 1x /semana, atendendo exclusivamente aos interesses da agremiação, é considerado empregado e não autônomo. O importante, no caso, é a faxineira ter a obrigação de comparecer sempre em determinado dia da semana, v. g., segunda-feita, a partir das 8 hs da manhã até as 16 hs, ficado evidenciada a subordinação pela existência de imposição patronal quanto ao dia e horário de trabalho.
* Exceção: Lei 2.757/56 – Porteiros, Zeladores, Faxineiros e Serventes de Condomínio são regidos pela CLT, desde que a administração do edifício e não de cada condômino em particular.
10.6.1. DIREITOS: 
 - Não estão totalmente protegidos pela CLT, mas têm lei própria (Lei 5.859/72), que deve ser combinada com o art. 7° § único da CF, pois esta aumentou o rol de direitos do doméstico.
1) Art. 7° § único, CF (são 9: “SIDRAFLLA”)
		+
2) Vale transporte (Lei 4.718/85 e Dec. 95.247/87) Para o doméstico, tem-se admitido o pagamento do transporte em dinheiro (o que se aconselha é discriminar, no recibo, o que se paga em salário e o que se paga em despesas com transportes)
3) Prescrição Corrente majoritária: urbanos = rurais (art. 7°, XXIX, CF) Os créditos resultantes da relação de emprego doméstico estão sujeitos à prescrição, a que se refere o art. 7°, XXIX, a, CF, embora o citado artigo não inserisse esse item em seu § único, onde elenca os direitos sociais a ela atribuídos. Essa circunstância não afasta a aplicação do disposto no referido inciso ao doméstico, pois a prescrição não é direito social, mas perda do direito de ação, logo, a boa técnica legislativa não autoriza mesmo a inserção da prescrição no citado § único (Arnaldo Süssekind).
4) Justa causa – art. 6A § 2°, Lei 5.859/72
			 13°						 Licença à gestante
S
 
 I 
 D 
 R
 A
 F
 L
 L A 
A			 							 
 S 	 I 	 D 	 R	 A	 F	 L	 L A
 
Salário Irredutibilidade Repouso Aviso prévio Férias Licença-paternidade Aposentadoria
 	 do salário
- A CLT não se aplica totalmente aos domésticos; ela é utilizada apenas para instrumentalizar os direitos constitucionalmente assegurados e que deveriam estar regulamentados pela lei do doméstico. Ex> Aviso prévio é direito assegurado pela CF mas as regras para aplicá-lo são as da CLT
- A trabalhadora doméstica grávida não é destinatária do direito de garantia no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto Razão: o direito de proteção à relação de emprego, prevista no art. 7° I, CF NÃO FOI ESTENDIDO a esta espécie de trabalhador, com se deduz do § único desse artigo (Carlos Henrique Bezerra Leite).
 Emílio Gonçalves leciona: “A CF/88 não estendeu às empregadas domésticas gestantes a garantia da estabilidade provisória no emprego prevista no art. 10, II, b do ADCT. A não-inclusão do art. 7°, I da CF no § único afasta a aplicação da garantia da estabilidade provisória da empregada doméstica no emprego”.
	Doméstico
	Empregado a domicílio
	- Presta serviço contínuo, de natureza contínua, na residência do tomador (que é, necessariamente, PF ou família)
	- Labora em sua própria residência, sendo que a atividade do empregador é, via de regra, de natureza lucrativa, comercial ou industrial
	- Regido por lei especial
	- Regido pela CLT
10.6.2. REGRAS QUE NÃO SE APLICAM AOS DOMÉSTICOS
- As regras que não se aplicam aos domésticos são as regras que não são previstas nem pela CF e nem pela Lei 5.859/72:
a) Hora extra
b) Acordo coletivo / convenção coletiva
c) Salário-família
d) Seguro-desemprego	 são facultativos do empregador (paga se quiser) 
e) FGTS e multa do FGTS
10.6.3. DIREITOS FACULTATIVOS AO EMPREGADOR:
- FGTS (art. 6A, caput e § 1°, Lei 5.859/72)
- Seguro-desemprego
- A facultatividade é quando na contratação O empregador não pode começar a pagar e depois parar pois, a partir do momento em que se paga, passa a ser um direito do trabalhador (condição + benéfica)
OBS> O crédito pelos salários do empregado doméstico do devedor, em seus derradeiros 6 meses de vida, goza de privilégio geral sobre os bens do devedor, e está em 7° lugar na preferência (art. 965, VII, CC). A lei do doméstico não trata do tema, sendo aplicável o dispositivo do CC.
10.7. RURAIS (Lei 5.889/73 e Dec. 73.626/74)
- Art. 7°, CLT: excluídos
Até 1972 não havia lei que os amparasse pois a CLT os excluiu a lei só surgiu em 73 (Lei dos Rurais - Lei 5.889/73)
- Art. 7°, caput, CF: igualou os trabalhadores urbanos e rurais em direitos sociais.
10.7.1. CONCEITO: art. 2°, Lei 5.889/73
I - Configuração de empregado rural:
Pessoalidade “pessoa física”
Habitualidade “não eventual”
Subordinação jurídica “sob a dependência deste”
Onerosidade “mediante salário”
Não corre o risco do negócio: deve ser aplicada, embora não conste no art. 2°
“Empregador rural”: se o empregador não for rural, o empregado também não será
“Em propriedade rural ou prédio rústico” – Cuidado! Não se prender à localização geográfica (se está em zona rural ou urbana)
- Propriedade rural: sítio, fazenda, chácara
- Prédio rústico: desempenha uma atividade voltada para a pecuária, agricultura ou qq outra atividade que trate de matéria-prima (ex> local que realiza o beneficiamento de produtos da agropecuária)
II - Conceito de empregador rural: art. 3°, Lei 5.889/73 e art. 2° § 4°, Dec.
- Requisitos do empregador rural:
PF ou PJ
Explora atividade agropecuária, em caráter permanente ou temporário
Explora a atividade (a) diretamente ou (b) através de prepostos, e com auxílio de empregados
- O conceito de empregador rural é extensivo àqueles constantes no art. 3°, § 1°, Lei 5.889/73.
- Ex> Prédio rústico no qual se faz a fervura do leite para vender para outros locais = empregador rural
 Mas: prédio rústico que faz a fervura do leite, prepara queijo e coalhada para vender diretamente aos consumidores = deixa de ser empregador rural
Ex> CCPL – as atividades por ela desenvolvidas são + ligadas à indústria. Embora ela tenha fazendas, é possível que seus empregados não sejam rurais.
- Enquadra-se o empregado de acordo com a atividade preponderante desenvolvida pelo empregador rural (esse é o entendimento majoritário, pois há controvérsias). Implica que:
1) É possível que o empregado que trabalhe em um escritório na cidade, subordinado ao seu empregador rural, seja empregado rural.
2) Caseiro de sítio: é doméstico ou rural? Depende:
- se houver na fazenda o cultivo de hortaliças e criação de galinhas com o propósito de venda (há uma atividade agroeconômica): o caseiro é empregado rural.
- se o cultivo das hortaliças e a criação de galinhas for tão somente para consumo próprio: o caseiro é doméstico.
III - Consórcio de empregadores rurais: art. 25-A, Lei 8.212/91 (Lei Previdenciária)
- Ocorre quando o empregado rural trabalha para o Consórcio (tendo CTPS), sendo empregado deste. Esta foi uma inovação da lei previdenciária (Lei 8.212/91– art. 25-A) e que não consta na lei dos empregados rurais. Representou uma solução ao problema antes existente: o empregado trabalhava por período determinado de tempo (apenas durante a colheita) para diferentes tipos de empregadores rurais, sem criar vínculo com nenhum deles e ficando, assim, desprotegido.
IV - Principais características do empregado rural
a) Art. 17, Lei 5.889/73
- Esse dispositivo da lei do rural estende a aplicabilidade do art. 2° a outros tipos de trabalhadores que prestem serviços a empregador rural
- Crítica: esse artigo é confuso (pq diz “são aplicáveis no que couber”), não sendo aplicado na prática. Por ex, os bóias-frias poderiam ter os benefícios da lei do rural. (*!) Importante
b) Art. 7° e 8°, Lei 5.889/73: horário noturno (cai muito em múltipla escolha pq difere entre o trabalhador urbano e o rural)
			 					
	
	Rural
	Urbano
	Horário noturno 
	21 hs de um dia e 5 hs do dia seguinte
	22 hs de um dia e 5 hs do dia seguinte
	Adicional noturno
	25%
	20%
c) Art. 14 § único, Lei 5.889/73: Safrista
- Safrista: é empregado que trabalha com contrato de safra (= contrato de trabalho por tempo determinado, sua duração depende de variações estacionais de atividade agrária). É, portanto, uma das exceções à regra de que os contratos são por tempo indeterminado.
- Quem é contratado para a safra da laranja (por ex, fica 6 meses na lavoura) pode ter o vínculo reconhecido.
11. TERCEIRIZAÇÃO
> Regra: Vínculo com o tomador de serviços (ajenidad) 
- O vínculo ocorre com aquele que se beneficia da mão-de-obra do trabalhador (aquele que TOMA os serviços). Isso é fundamental na terceirização
 - Relação bilateral: 	Empregador (tomador) vínculo Empregado
		
> Exceção: Terceirização 
- Relação trilateral: 	Tomador de serviços (3°) 		Empregado
						 
						 Intermediador
- Terceirização é o vínculo de emprego entre 2 pessoas onde, ao invés de o empregado ter seu vínculo de emprego com o tomador de serviços (3°), ele tem seu vínculo com o intermediador (empregador, que assina a CTPS). Portanto, na terceirização, o empregador é o INTERMEDIADOR. Embora o tomador se beneficie da prestação de serviços do empregado, ele não é o empregador.
O intermediador é o empregador porque é ele quem assina a CTPS (manda, paga, pune, dita as regras, etc). 
11.1. TERCEIRIZAÇÃO REGULAR E IRREGULAR
- Uma terceirização será regular quando: 
é prevista em lei
preencher todos os requisitos específicos
não existir pessoalidade e subordinação direta com o tomador
- Uma terceirização será irregular quando:
não se enquadrar em nenhuma das leis que autorizam a terceirização
se, embora enquadrando-se, faltar-lhe um dos requisitos impostos pela respectiva lei
houver pessoalidade e subordinação direta com o tomador
- Não pode haver pessoalidade e subordinação direta com o tomador: isso porque a idéia da terceirização é livrar o tomador dos encargos trabalhistas:
 Se é sempre o mesmo trabalhador que faz os serviços na empresa, já se terá preenchido o requisito da pessoalidade.
 É imprescindível a concomitância de pessoalidade e subordinação direta para a terceirização ser dita irregular
- O tomador deve ter a prudência de:
não pagar diretamente ao empregado (deve pagar ao intermediador)
exigir do intermediador a prova de que todos os salários e encargos trabalhistas estão sendo pagos
exigir do intermediador que controle/coordene, diretamente ou através de seus prepostos, as atividades do empregado, sob pena de configuração de subordinação direta 
- A utilização da terceirização fora das hipóteses legais implicará na invalidade da mesma e, por conseguinte, o vínculo se formará com o TOMADOR DE SERVIÇOS (a relação volta à regra geral, isto é, bilateral).
 Regular O vínculo de emprego se Responsabilidade
 forma com o INTERME- subsidiária do
Terceirização 			 DIADOR			 tomador	(*)	
			 Irregular O vínculo de emprego Responsabilidade 
 					 forma com o TOMA-	 solidária do
					 DOR				 intermediador (**)	
(*) Porque o tomador se beneficiou da prestação de serviço Terá responsabilidade subsidiária (há um benefício de ordem) sobre eventuais direitos trabalhistas não pagos. Se o empregador não arcar com os benefícios devidos, a responsabilidade recairá sobre o TOMADOR (deveria ter fiscalizado) O empregado ajuizará ação em face dos 2 (tomador e intermediador). Na completa impossibilidade do devedor principal pagar é que se volta contra o tomador.
(**) Porque, neste caso, houve uma fraude. Sendo responsabilidade solidária, pode-se cobrar tudo de um, tudo de outro, ou de ambos.
- O tomador só responde pelo proporcional ao tempo trabalhado pelo empregado.
11.2. HIPÓTESES LEGAIS DE TERCEIRIZAÇÃO
11.2.1. Art. 455, CLT: subempreitada (ver O.J. 191 SDI-1 do TST)
- Ex> Um dono de obra contrata uma empresa para construir um prédio, através de um contrato de empreitada (= contrato civil) É muito comum que a empreiteira contrate as subempreiteiras para a execução de certos trabalhos específicos (subempreitada) Os empregados da subempreitada vão trabalhar na empreiteira principal (caso de terceirização) 
Dono da obra Empreitada Empreiteira principal Subempreiteira Empregados
		 (contrato civil)			 
								 Subempreiteira Empregados
				 Tomadora de serviço
		 (responsabilidade subsidiária se a terceirização for regular)
> O dono da obra tem responsabilidade perante os funcionários da empreiteira principal?
Depende da finalidade da construção do prédio (ver O.J. 191 da SDI –1):
- se há intuito de lucro: há responsabilidade (ex> construção de casas para venda)
- se não há (construção para uso particular): não há
11.2.2. TEMPORÁRIOS - Lei 6.019/74
- Art. 2°, Lei> Conceito: Trabalho temporário é aquele prestado por PF a uma empresa, para atender (1) à necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou (2) à acréscimo extraordinário de serviços.
 Hipóteses legais:
Necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente Ex> Empregador substitui empregado afastado (por férias, licença, etc)
Acréscimo extraordinário de serviços (ex> Natal)
- O contrato com a empresa que terceiriza deve ser obrigatoriamente:
escrito E
constando o motivo (para se saber se está dentre os motivos autorizados pelo art. 2°
- Art. 10> 
- Regra: “O contrato entre a empresa de trabalho temporário e a empresa tomadora ou cliente, com relação a um mesmo empregado, não poderá exceder 3 meses”
- Exceção: O prazo pode ser excedido com autorização do MTPS (Ministério do Trabalho e Previdência Social) Entendimento jurisprudencial: prorrogação por, no máximo, + 3 meses (total = 6 meses)
- Este é o único caso de terceirização em que se permite a pessoalidade e a habitualidade (*!), em razão do próprio tipo de terceirização (não será tido como ilegal) Normalmente, é o mesmo trabalhador que vai diariamente e comumente é o empregador que dá as ordens
- Art. 16> No caso de falência da empresa de trabalho temporário, mesmo sendo válida e regular a terceirização, a empresa tomadora ou cliente será SOLIDARIAMENTE responsável pelo recolhimento das contribuições previdenciárias, pelo tempo em que se utilizou da mão-de-obra do trabalhador.
11.2.3. VIGILANTES - Lei 7.102/83	
- Art. 16, Lei> Traz os requisitos para ser vigilante (observar o inciso IV: “ter sido aprovado em curso de formação de vigilante... autorizado nos termos desta lei”)
- Art. 3°, Lei> Diz quem pode fazer a vigilância ostensiva e o transporte de valores:
- Regra: para se contratar vigilante, só por meio de empresa especializada (deve obrigatoriamente terceirizar por meio desta)
- Exceção: Estabelecimento financeiro pode contratar vigilante diretamente ou terceirizar
Empresa de vigilância CTPS Vigilante 
	
	 (pode terceirizar)	 	 (pode contratardiretamente)
				 Banco
	
 Assim, se o Banco terceiriza: a empresa de vigilância torna-se o intermediador e o Banco, o tomador.
11.2.4. TERCEIRIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Art. 37, II, CF
- Regra geral: só pode terceirizar atividade-meio
- Se a AP quer contratar por terceirização, deve ser precedida de licitação
- Há responsabilidade subsidiária da AP pelo pagamento dos direitos trabalhistas Súmula 331, TST:
“I - A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formando-se o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário.
II - A contratação irregular de trabalhador, através de empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da AP Direta, Indireta ou Fundacional (art. 37, II, CF)
III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços (1) de vigilância e (2) de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à ATIVIDADE-MEIO do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. 
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos serviços, quanto àquelas obrigações, inclusive quanto aos órgãos da administração direta, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das SEM, desde que hajam participado da relação processual e constem também do título executivo judicial (art. 71 da Lei nº 8.666, de 21.06.1993).
	 Traz responsabilidade SUBSIDIÁRIA do tomador de serviços (controvérsia: art. 71,
 Lei 8.666/93)
12. O EMPREGADOR
12.1. CONCEITO E PODERES
- Conceito> Art. 2°, CLT: Empregador = a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
 “Empresa”:
- 1ª corrente (visão civilista): critica essa expressão, dizendo que empresa é um conceito abstrato, ela se representa. Empregador deveria ser uma PF.
- 2ª corrente (Süssekind): corrente majoritária a atecnia foi proposital pois o objetivo foi proteger o empregado. A empresa é a própria ATIVIDADE. O CLT quis vincular o empregado à atividade econômica desenvolvida, desvinculando a empresa daquele que a dirige.
	Assim, alterações na estrutura jurídica da empresa não afetariam o vínculo. Isso é um respeito ao princípio da continuidade da relação de emprego. Se a atividade econômica é a mesma, o empregador é o mesmo.
 Art. 10 - Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados.
   Art. 448 - A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.
* Conclusão: Materialmente, o empregador é o empreendimento (empresa), é a atividade desenvolvida, desde que a atividade continue a mesma, a empresa será a mesma, pouco importando a pessoa que a administra. Porém, formalmente, civilmente, o empregador é a pessoa que explora e administra a empresa.
> Obs: Se uma rede de supermercados compra um outro supermercado e, para se eximir de qq responsabilidade trabalhista, demite todos os funcionários antigos e, em pouco tempo, contrata-os novamente, não estará ela eximida dos encargos por ventura devidos pela empresa antecessora. Se algum trabalhador ajuizar uma ação, o juiz declarará a unicidade, isto é, em razão do curto espaço de tempo entre a demissão e a nova contratação, a relação de emprego será tida como contínua.
- Art. 2° § 1°: Não quer dizer que as pessoas aqui citadas sejam empresa, o que se quer dizer é que elas se equiparam a empregador (figuras equiparadas a empregador para efeito de relação de emprego)
- Poderes> “dirige” O poder diretivo do empregador se subdivide-se em:
a) organização (hierárquico)
b) comando / fiscalização 	
c) disciplinar: aplicação de punições (advertência; suspensão; demissão por justa causa; multa para os atletas profissionais)
12.2. EMPRESA x ESTABELECIMENTO
- Empresa> Art. 966, CC conceitua o empresário, que está diante de uma empresa (= é a própria atividade econômica produtiva)
- Estabelecimento> Art. 1.142, CC = complexo de bens corpóreos e incorpóreos.
- É errado dizer que empresa seja o estabelecimento
- Ex> Estácio de Sá:
Empresa: Instituição de ensino superior
Estabelecimento: nome da faculdade, bens, profs., funcionários.
10.3. SUCESSÃO DE TITULARES DA EMPRESA (= sucessão de empregadores, sucessão trabalhista, sucessão de empresas)
- Sucessão de titulares da empresa: é o termo correto, pois a empresa é a mesma (o empregador é o mesmo), os titulares é que se sucedem.
- Conceito> Consiste na (1) transferência da titularidade, (2) provisória ou definitivamente, (3) a título público ou privado, (4) onerosa ou gratuitamente e desde que o sucessor continue explorando a (5) mesma atividade que explorava o sucedido.
 A transferência da titularidade pode ser:
(1) - Total: transfere-se toda a titularidade
 - Parcial: transfere-se parte da titularidade (ex> o empresário fica com a matriz e transfere apenas as filiais Quanto às filiais, pode ou não haver a sucessão)
(2) - Definitiva: por ex, compra e venda
 - Provisória: arrendamento, comodato durante o tempo da exploração, pode a empresa que recebeu a titularidade responder pelos direitos trabalhistas
(3) - A título privado: compra e venda, arrendamento
 - A título público: decorre do ato do Judiciário Titularidade advinda de leilão, adjudicação, etc
(4) - Onerosa: locação, arrendamento, compra e venda
 - Gratuita: Doação, comodato
(5) Não importa de que forma se deu a titularidade, (a) se esta ocorreu E (b) a atividade econômica explorada pelo sucedido é a mesma, houve a sucessão de titulares da empresa.
> Requisitos para a caracterização da sucessão empresarial
1) Transferência da titularidade de uma unidade econômico-jurídica de um titular para outro
2) Continuidade da mesma atividade (= corrente majoritária)
 Obs> Há uma corrente moderna mas minoritária (Maurício Godinho e Sérgio Pinto Martins) que se posiciona no sentido de não haver a necessidade da configuração do requisito “continuidade da mesma atividade”. Assim, por ex, basta a trasferência da titularidade para se fique caracterizada a sucessão, pouco importando se houve continuidade da atividade (bar pode suceder um salão). Seria uma garantia a + para o empregado. Os mesmos defensores desta corrente tb adotam a visão civilista do conceito de “empresa”.
- Se mudou a atividade da empresa sucessora, não há sucessão, mesmo que a função do trabalhador seja a mesma.
- Se uma empresa se instala no mesmo local em que funcionava uma empresa da mesma atividade mas que faliu, não há sucessão pois não houve transferência da titularidade.
Ex> Churrascaria fecha (faliu) Porção aproveita o local e abre uma nova filial Não há sucessão
> RESPONSABILIDADE TRABALHISTA: havendo sucessão, o sucessor responde.
- Regra> A responsabilidade trabalhista é do sucessor o sucedido fica isento de responsabilidade. 
- Exceção> Qualquer cláusula avençada / declaração entre sucedido e sucessor, em que aquele venha a excluir a responsabilidade deste, será nula, tendo, no entanto, a força de trazer a responsabilidade solidária do sucedido para a satisfação dos direitos trabalhistas eventualmente não pagos porque se fez constar, assumiu suas dívidas e, portanto, atesta sua responsabilidade solidária (pq o CC dispõe que a responsabilidade solidária só pode ocorrer por lei ou por convenção das partes)
 Neste caso, é aconselhável que o trabalhador, ao reivindicar seus direitos em juízo, mova a ação em face das 2 PJ´s que exploraram a atividade (a empresa foi a mesma, mudando apenas os seus titulares), a fim de garantir uma maior solvabilidade e, conseqüentemente, uma maior facilidade na execução.
12.4. GRUPO ECONÔMICO (art. 2° § 2°, CLT)
- Conseqüência> Solidariedade por disposição legal quanto ao pagamento de direitos trabalhistas (quanto à solvabilidade dos débitos)
- Conselho para o trabalhador que pretende ingressar em juízo para reclamar direitos nãopagos: mover a ação em face de todas as empresas do grupo (questão de economia processual)
- Configuração do grupo = indícios + circunstâncias
- “Requisitos” (= indícios) entendimento doutrinário
Identidade de sócios majoritários quando na análise dos contratos sociais das empresas
Uma empresa possuindo participação acionária na outra
Uma empresa é criada pela outra
Quando há ingerências na administração de uma empresa sobre outra
 Fala-se em indícios porque não há necessidade de que todos os “requisitos” estejam presentes:
- um somatório de indícios pode equivaler a uma forte prova
- um indício pode ser forte o suficiente a ponto de equivaler a uma prova
 Conseguindo caracterizar o grupo econômico, o juiz declarará a existência do mesmo na sentença e, por conseqüência, a solidariedade das empresas.

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