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1 CURSO ATUALIZAÇÃO TRIBUTARIA MÓDULO 1 2021. 2 1-) NOÇÕES DE DIREITO TRIBUTÁRIO Direito Tributário é um ramo do direito administrativo que estuda os princípios e as regras aplicadas ao exercício do poder de tributos do Estado Democrático de Direito. Em outro conceito podemos dizer que Direito Tributário é a disciplina da relação entre o Tesouro Público e o contribuinte, resultante da imposição, arrecadação e fiscalização dos tributos. No direito tributário é importante observação dos atos editados pelos entes tributantes (Lei, Decretos, Portarias, Instruções Normativas etc..) os quais obedecem a uma hierarquia, ficando o que denomina fonte do direito. 3 4 A HIERARQUIA DAS LEIS SÃO REPRESENTADAS DA SEGUINTE FORMA: Poder Contribuinte Originário: Constituição Federal Emenda Constitucional Leis Complementares Leis Ordinárias Medidas Provisórias aprovadas pelo Congresso Resoluções no Senado Federal Tratados e Convenções Internacionais Convênios Firmados Atos Normativos Assim, em obediência a citada hierarquia: a Lei cria um tributo, o Decreto o regulamenta e as Portarias, Instruções Normativas e as resoluções etc., o complementam. 5 COMPETENCIA TRIBUTÁRIA A constituição federal, atribui competência para cada ente da federação para instituir os impostos, os quais são distribuídos da seguinte forma: IMPOSTO DA UNIÃO Compete a União instituir impostos sobre ( art. 153 da CF/88) a) Imposto de Importação - II b) Imposto de exportação - IE c) Imposto de Renda e Provento de Qualquer Natureza – IR d) Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI e) Imposto Sobre Operações de financeira – IOF f) Imposto sobre propriedade Territorial Rural – ITR IMPOSTO ESTADUAIS a) Transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens e direitos – ITCMD b) Operações relativo à circulação de mercadoria e sobre prestação de serviços de transportes interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior – ICMS c) Imposto sobre propriedade de veiculo automotores – IPVA IMPOSTOS MUNICIPAIS a) Propriedade predial e territorial urbano – IPTU b) Serviços de qualquer natureza – ISS O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL DEFINE TRIBUTO DA SEGUINTE FORMA: “Tributo é toda a prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em Lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” 6 A União, Estados, Municípios e o Distrito Federal, podem por Lei, instituir os tributos de sua competência e estes são denominado Sujeito Ativo, ou seja, quem recebe o Tributo. Já quem paga esses Tributos, as pessoas físicas e as pessoas jurídicas, é denominado Sujeito Passivo. DIVISÃO DE ESPÉCIES DE TRIBUTOS: Os tributos são divididos em 5 espécies: IMPOSTOS – Serve para atender as necessidades gerais da Coletividade. O benefício não é individual, e sim para a toda a comunidade. TAXAS – Utilizadas para retribuir o ônus inerente ao exercício regular do poder de polícia1 e os serviços específicos e divisíveis (coleta de lixo, licenciamento de veículos, taxa de inspeção sanitária, etc). CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – São aquelas instituídas em razão de valorização do particular, em função da realização de uma obra pública. (Prefeitura construiu uma Praça próxima de um terreno particular e valoriza o CONTRIBUIÇÕES – Que objetivam a regulamentação da economia, os interesses de categorias profissionais e o custeio da seguridade social e educacional. CLASSIFICAÇÃO DOS IMPOSTOS: DIRETOS, são aqueles em que o valor econômico da obrigação tributária é suportado exclusivamente pelo contribuinte sem que o ônus seja repassado para terceiros. Os impostos diretos incidem sobre o patrimônio e a renda, e são considerados tributos de responsabilidade pessoal. Exemplo: IRPF, IRPJ, IPTU, ITR, IPVA e etc. INDIRETOS, são aqueles em que a carga financeira decorrente da obrigação tributária é transferida para terceiros ficando sujeito passivo obrigado a recolher o respectivo valor, mas o ônus fica transferido para outrem. Os impostos indiretos são aqueles que incidem sobre a produção e a circulação de bens e serviços e são repassados para o preço, pelo produtor,vendedor ou prestador de serviço. Exemplo: IPI, ICMS, ISS, COFINS e etc. 7 O Sistema Tributário de Arrecadação, ou seja, a arrecadação dos tributos divide-se em: Federal, Estadual e Municipal. Os Impostos e Contribuições são os seguintes: Competência FEDERAL IPI – Imposto Produtos Industrializados PIS/PASEP – Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social IRPJ – Imposto de Renda da Pessoa Jurídica CSLL – Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido SUPER SIMPLES - Sistema Unificado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte Competência ESTADUAL ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação Competência MUNICIPAL ISSQN – Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza NOTA “O Distrito Federal, de acordo com a constituição Federal, possui a competência tributária para instituir todos os tributos de competência dos estados e municípios.” O que é e o que faz a Área Fiscal? Para entender o que faz a área fiscal, é primeiro entender que ela é uma das bases fundamentais para o bom funcionamento da empresa. Muita coisa começa e termina nesse setor. Os profissionais que atuam nessa área devem possuir um senso crítico e analítico aguçado e devem estar atentos às oportunidades. 8 É através das atividades realizadas nessa área que a empresa pode conseguir benefícios fiscais, reduzir custos e buscar créditos de impostos para compensação. Atualmente, a área fiscal acaba se limitando basicamente à escrituração e apuração de impostos, pois toda a responsabilidade que recai sobre ela se evidencia no pagamento dos tributos. Em virtude dessa limitação, a contabilidade fiscal é associada exclusivamente às obrigações fiscais. 9 Desdobramentos da Área Fiscal https://media.treasy.com.br/media/2016/10/rea-fiscal-Recebimento-Escrita-Fiscal.jpg 10 A área fiscal é responsável por diversas atividades e algumas impactam diretamente nos custos operacionais da empresa. Quando pensamos na área fiscal, automaticamente associamos à impostos e obrigações acessórias, mas ela possui muitos desdobramentos que, em algumas empresas, dependendo do volume da movimentação, é segregada em diferentes departamentos. Vamos mostrar quais são esses departamentos e qual a importância de suas atividades, sem esquecer a relação custo e benefício para gerar as informações fiscais, contábeis e gerenciais. Recebimento / Escrita Fiscal É na área de Recebimento Fiscal que tudo começa. Em muitas empresas essa área abrange o recebimento físico e fiscal da mercadoria, desde a entrada do caminhão na portaria à escrituração da nota fiscal no sistema. Podemos dizer que, se o profissional que faz o recebimento das mercadorias e a conferência das notas fiscais não realizar o seu trabalho, a produção da empresa simplesmente para, já que sem mercadorias ou matéria-prima não há como produzir e vender. Sabemos que não basta receber a mercadoria e conferir a nota fiscal, é preciso escriturar tudo no sistema e assim alimentar toda a movimentação de estoque, custo do produto, livros de apuração e escrituração, relatórios financeiros para pagamento, entre outros. Neste processo, não podemos esquecer a relação de custo x benefício para geraressas informações. Então, é preciso ficar atento às novidades tecnológicas disponíveis para automatizar esse processo e reduzir os custos da área. Apuração de Impostos https://media.treasy.com.br/media/2016/10/o-que-faz-a-%C3%A1rea-fiscal.png 11 Dentre as inúmeras atividades da área fiscal, podemos destacar a apuração de impostos como uma das mais eminentes. Todos nós sabemos que é preciso realizar o pagamento dos impostos em dia e, brincadeiras à parte, por enquanto, só não pagamos impostos para respirar, não é mesmo? Sendo assim, é no setor de apuração de impostos que a atenção deve ser redobrada. É por meio dele que a empresa consegue medir alguns índices importantes e, juntamente com outros departamentos da área fiscal, verificar qual a melhor opção de tributação para o negócio. Vale lembrar que no Brasil possuímos quatro formas de tributação: Lucro Real, Lucro Presumido, Simples Nacional e Lucro Arbitrado, cada uma delas com suas especificações e particularidades. Esta última forma de tributação somente é aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido. TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS A escolha do regime tributário é um dos passos mais importantes para o sucesso de uma empresa. Uma opção mal feita nesta etapa do processo pode gerar a necessidade do pagamento de um conjunto de impostos inadequado, comprometendo sensivelmente a saúde financeira do negócio, ou até mesmo gerando problemas fiscais com a Receita Federal. Há três tipos de regimes de tributação que podem ser adotados pelas empresas: Simples Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real. O indicado é que a escolha seja feita e analisada por um contador, que tem experiência e conhecimento no assunto e pode lhe dar as devidas instruções e saber qual a melhor opção para o seu negócio através estudos de diversos fatores específicos de casa caso, como análise de porte do negócio, área de atuação, estudo de mercado, planejamentos de rendimento, entre outros. REGIME TRIBUTÁRIO SIMPLES NACIONAL: Neste regime tributário há duas grandes vantagens: uma refere-se aos valores de alíquotas que são menores e a outra se refere à simplicidade da agenda tributária, facilitando o controle. https://www.treasy.com.br/blog/lucro-real-ou-lucro-presumido-qual-melhor-regime-de-tributacao-para-minha-empresa 12 Este regime apresenta alíquotas reduzidas, pois há a união de oito impostos e contribuições: PIS, Cofins, IPI, ICMS, CSLL, ISS, Imposto de Renda da pessoa jurídica e, em alguns casos, INSS patronal. Contudo, nem sempre este é o regime mais vantajoso, especialmente para empresas prestadores de serviços, que recolhem à parte a contribuição do INSS e por isso suas alíquotas variam conforme a folha de pagamento. LUCRO REAL: Este regime é obrigatório para empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões e empresas com atividades voltadas para o setor financeiro. Neste caso, as alíquotas são calculadas com base no lucro real, ou seja, receita menos despesas. Por este motivo, é preciso que a empresa seja muito organizada com suas contas. LUCRO PRESUMIDO: No Lucro Presumido, assim como no anterior, qualquer empresa pode se cadastrar. Contudo, o seu faturamento anual neste regime tributário não pode ser superior a R$ 78 milhões. Neste caso, o Imposto de Renda e a CSLL incidem sobre uma alíquota definida pela Receita Federal. MEI – MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL O MEI é uma opção a ser considerada. Enquadram-se neste modelo empresas com faturamento anual de até R$80.000,00 e caso o empreendedor em questão não possua sócios. Neste caso, a tributação é fixa em um valor de R$54,90 ao mês tanto para comércio como para indústria Neste valor estão incluídas as obrigações com a Previdência Social, ICMS e ISS. Como você pôde perceber, todos os regimes possuem vantagens e desvantagens. Para escolher o melhor enquadramento a empresa precisa levar em conta sua atividade principal e o seu faturamento. Escolher o enquadramento correto garante uma maior competitividade perante o mercado e evita prejuízos financeiros desnecessários. Além disso, uma vez escolhido o regime de tributação, não é possível trocá-lo até o próximo ano-calendário. Por isso, escolha com cuidado! Uma dica importante é que o contador da empresa sempre esteja atualizado com as idéias de investimentos do empreendedor, pois só a partir dessa comunicação é que se pode chegar a melhor escolha. 13 Contudo, é importante que fique claro a extrema importância do regime de tributação ser escolhido com muita atenção no plano de estratégia da empresa, pois a escolha certa é a que fará com que sejam pagos menos impostos. De certo, acompanhar o comportamento do mercado também contribuirá positivamente para se enquadrar de modo mais prevenido em algum regime, visando que a opção por um regime de tributação acontece todo ano-calendário. Ou seja, se uma empresa estiver sendo tributada pelo Simples Nacional no ano de 2019 e verificar-se que no ano de 2020 será possível e melhor essa migrar para o Lucro Presumido ou Lucro Real, ela poderá fazer ao inicio do ano. O PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE/ CUMULATIVIDADE: CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA A Constituição Federal de 1988 adotou o princípio da não- cumulatividade no âmbito do Direito Tributário Brasileiro, inicialmente com relação ao Imposto sobre Produtos Industrializados e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, estendendo-o, posteriormente, às contribuições sociais PIS/PASEP e COFINS. O mesmo pode tanto ser considerado como princípio constitucional quanto como técnica de apuração do valor a ser tributado. Trata-se de uma operação contábil, na qual, do valor a ser recolhido a título de tributo, são deduzidos os montantes pagos em relação ao mesmo produto nas fases pretéritas do processo produtivo. A norma constitucional em evidência possui eficácia plena, não necessitando de normatização infraconstitucional posterior. Primeiramente, faz-se necessário analisar o conceito de não- cumulatividade. No nosso ordenamento jurídico, pode-se retirar o conceito de não-cumulatividade mediante a interpretação das regras previstas nos artigos 153, IV, § 3º, II, e 155, II, § 2º, I, ambas da Constituição Federal. Conforme se depreende da leitura dos dispositivos constitucionais acima mencionados, os conceitos de cumulatividade e não- cumulatividade pressupõem a existência de fatos geradores que componham uma cadeia econômica, formada por várias operações. Isso porque a não-cumulatividade visa a evitar o efeito “cascata” da tributação, compensando-se o valor referente ao tributo recolhido nas operações anteriores com o valor a ser recolhido na operação ora 14 considerada. Tem por escopo, indubitavelmente, desonerar o contribuinte da repercussão econômica que um sistema de tributação cumulativo acarretaria no preço final do produto. Assim, somente se pode considerar a cumulatividade quando não se estiver tratando de um fato unicamente considerado, mas sim de um ciclo econômico formado por várias operações, sejam elas com o mesmo sujeito passivo, sejam com sujeitos passivos distintos. A não-cumulatividade, nesse aspecto, pode ser alcançada, entre outras formas, pela tributação sobre o valor agregado no produto, ou seja, deduzindo-se, do valor da produção aferida em determinado lapso temporal, o montante gasto na aquisição de matéria-prima, outros materiais usados no processo de produção, entre outros. Tal modo de apuração teve origem no ordenamento jurídico francês, como alternativa a contornar os efeitos da cumulatividade. Todo tributo não cumulativo, deve, necessariamente ser indireto. Isso por que pressupõe a transferência jurídica do ônus tributário para o adquirente final. O tributoindireto pode ser monofásico ou plurifásico, e, sendo purifásico, poderá ser cumulativo ou não-cumulativo. FORMAS DE TRIBUTAÇÃO: MONOFÁSICA E PLURIFÁSICA Monofásica A forma de tributação do consumo monofásica considera a capacidade contributiva do consumidor, mas, principalmente, os interesses da fiscalização. A capacidade do contribuinte revela-se no momento do consumo, propriamente dito, já que o indivíduo pode ter mais de uma opção de bem e optará pela qual puder honrar o ônus. Já em relação à fiscalização, ao concentrar a tributação na produção, além de facilitar o recolhimento, tem-se a antecipação do tributo a ser repassado ao consumidor final. Plurifásica A tributação plurifásica, poderá ser de forma cumulativa ou não cumulativa. A cumulativa incide a cada etapa que a mercadoria é submetida até o consumidor final, sem considerar a tributação que o bem foi submetido na etapa anterior, gerando uma tributação sobre tributação. 15 É nítido o problema: quanto maior o número de etapas, maior a tributação. Isso dificulta a sua capacidade concorrencial. Na modalidade não cumulativa, considera-se a tributação ocorrida nas transações anteriores, incidindo, nas próximas, apenas o acréscimo sobre o valor atual da mercadoria, recolhendo apenas o montante apurado por essa diferença, através do creditamento. TRIBUTAÇÃO PLURIFÁSICA NÃO CUMULATIVA: CRÉDITO FÍSICO E CRÉDITO FINANCEIRO O crédito físico requer o contato entre o produto intermediário e o produto final, de forma que somente será considerado crédito pago na etapa anterior, se esta compreendeu um produto agregado, fisicamente, àquele tributado na etapa seguinte. Ou seja, a matéria prima que sofre alterações até virar o produto final. Mas também pode ocorrer que um determinado produto apenas tenha colaborado na produção do produto revendido, podendo também, valer-se do creditamento. Para fins de análise do momento da constituição do crédito tributário, deve-se analisar quais bens efetivamente integraram o produto final Já o crédito financeiro, considera os valores dos produtos usados na fabricação ou modificação do produto final, porém, agregando, ainda, os bens intermediários que compõe o ativo permanente da empresa, sendo incorporados, na medida de sua depreciação, ao custo dos bens revendidos. Segundo Schoueri, “o valor acrescido é computado mediante dedução, do total das vendas de um período (quer de bens produzidos no período, quer já existentes em seu início), das aquisições de matérias-primas e materiais secundários no mesmo período (quer utilizadas, quer as existentes em estoque ao fim do período).” Quando se trata de tributos não cumulativos, tendo em vista que é possível a diferença na quantidade de entradas e saídas de um período, existe a possibilidade da formação de saldo credor de tributo, a ser aproveitado no período subsequente. 16 FORMAS DE APURAÇÃO DO CRÉDITO A sistemática da não-cumulatividade funciona mediante a utilização do mecanismo de créditos e débitos. No caso do ICMS, por exemplo, a cada aquisição tributada de mercadoria, o adquirente registra como crédito o valor incidente na operação, que poderá ser abatido do montante incidente nas operações subsequentes. O contrário ocorre com cada alienação tributada de produto, o alienante registra como débito o valor incidente na operação. Esse valor é uma obrigação do contribuinte, consistente no dever de recolher o valor devido aos cofres públicos estaduais ou distritais, ou compensá-los com os créditos obtidos nas operações anteriores. Periodicamente, faz-se uma comparação entre os débitos e créditos. Caso os débitos sejam superiores aos créditos, o contribuinte deve recolher a diferença e caso os créditos superem os débitos, a diferença poderá ser compensada posteriormente ou mesmo, cumpridos os requisitos, ser objeto de ressarcimento. Esta previsão existe para vedar a dupla incidência de um mesmo imposto, neste caso, do ICMS, durante o ciclo, de tal forma que, ao final, o Estado tenha recolhido o montante equivalente à alíquota do produto acabado, incidente sobre o preço pago pelo consumidor. ELISÃO E EVASÃO Elisão O planejamento tributário se define como a atividade preventiva que estuda "a priori" os atos e negócios jurídicos que o agente econômico (empresa, instituição financeira, cooperativa, associação etc.) pretende realizar. Sua finalidade é de obter a maior economia fiscal possível, reduzindo a carga tributária para o valor realmente devido por lei. Para tanto, deve-se pesquisar, antes de cada operação, suas conseqüências econômicas e jurídicas, porque uma vez concretizada, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos (art. 116 do CTN) surgindo a obrigação tributária. 17 Portanto, deve-se estudar e identificar todas as alternativas legais aplicáveis ao caso ou a existência de lacunas ( " brechas ") na lei, que possibilitem realizar essa operação da forma menos onerosa possível para o contribuinte, sem contrariar a lei. Portanto, resta inquestionável que a economia tributária, se resulatante da adoção de uma alternativa legal, menos gravosa, ou de lacuna da lei, denomina-se elisão fiscal. Logo, a elisão fiscal é legitima e lícita, pois é alcançada por escolha feita de acordo com o ordenamento jurídico. É dever de todo administrador maximizar os lucros e minimizar as perdas. Por essa razão, o planejamento tributário é um instrumento tão necessário de gestão de negócios, quanto qualquer outro planejamento, seja de marketing, de vendas, de qualificação de pessoal, de comércio exterior etc. Além do mais, o planejamento tributário é a forma que os agentes econômicos têm de ver respeitada a sua capacidade contributiva, que é princípio geral de direito tributário ( art.145, III, §1° da CF). Tem sido tentado, com freqüência, passar para a sociedade a falsa idéia de que o planejamento tributário é algo que prejudica o país, o que, no mínimo, é uma postura lamentável. A verdade é que as alterações na legislação tributária, são feitas quase que semanalmente, de forma torrencial, usando e abusando da edição e reedição de medidas provisórias (reedição que não é autorizada pela CF —art. 62 ), uso e abuso esse que vem sendo tolerado, de forma inexplicável, pelo Legislativo e pelo Judiciário. Essas constantes alterações geram confusão e insegurança jurídica. Além disso, essa legislação se contradiz, com freqüência em muitos pontos, produzindo diversas alternativas e abrindo lacunas na lei. Se o agente econômico não for bem assessorado na parte jurídica e contábil, ele não conseguirá cumprir as infindáveis exigências detalhistas da lei. Sem um bom planejamento tributário, será muito difícil competir num mercado globalizado e garantir um bom retorno para o capital investido. 18 Evasão Já a evasão fiscal, contrário de elisão, é prática que infringe a lei, cometida após a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, objetiva reduzi-la ou ocultá-la.A evasão fiscal está prevista e capitulada na Lei dos Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo ( Lei n° 8.137/90). A citada lei, define que constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo mediante as condutas discriminadas no seu texto, das quais ressaltamos as seguintes: a) omitir informação ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias; fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal; b) falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda ,ou qualquer outro documento relativo a operação tributável; c) elaborar, distribuir ,fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou inexato; d) utilizarou divulgar programa de processamento de dados que permita ao sujeito passivo da obrigação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida á Fazenda Pública; e) fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, do pagamento de tributo. O PAPEL DO GESTOR E A SONEGAÇÃO Ao fazer o planejamento tributário, o gestor passa a ter uma visão integrada da administração econômica e operacional da empresa, renovando quando necessário à forma de administrar, corrigindo os erros da administração que influenciam na incidência dos impostos. Ao utilizar as ferramentas próprias para o planejamento tributário, o gestor implanta métodos administrativos com base técnica, elaborando ações necessárias que facilite a administração e conduza a redução dos impostos, consequentemente a maximização dos lucros. 19 Uma boa administração empresarial resulta em agilidade na elaboração e implantação do planejamento tributário, influenciando diretamente no fluxo do caixa, viabilizando a economia no pagamento de impostos, portanto, o administrador deve entender que planejar é necessário, tornando-se determinante para a economia da empresa. Crimes Tributários previstos: (artigos: 128 a 135 do CNT) Para elucidar os tópicos das características da evasão fiscal, demonstramos no quadro resumo abaixo os exemplos dos crimes tributários previstos em lei: Tipo Caracterização Exemplos: 20 1. PROCEDIMENTOS GERAIS DE EMISSÃO E RECEPÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS 1.1. Conceito de Documento Fiscal A Nota Fiscal é documento que serve aos fiscos municipal, estadual e federal para que se promovam as fiscalizações inerente aos registros contábeis e fiscais do faturamento e da circulação de mercadorias. 1.2. Cuidados na emissão e na recepção das Notas Fiscais Ressaltamos que a Nota Fiscal é documento que deve está emitido dentro das regras legais, sem rasuras ou acertos, perfeitamente identificando contribuinte destinatário, endereços, natureza de operação, descrição de produtos e mercadorias, valores, destaques de tributos, expressões obrigatórias quando necessária em função de isenções ou não incidência de tributos, transportador, dentre outras informações. Na recepção do documento fiscal, é de fundamental importância a verificação da sua correta emissão, visto que se este for recepcionado e acatado estando irregular, o contribuinte destinatário passa a responder solidariamente ao contribuinte emissor do documento. Um cuidado adicional, é de se manter um cadastro dos fornecedores de forma a não se correr o risco de acatar NF’s de contribuintes em situação irregular, tanto perante o fisco estadual como perante o fisco federal. Sempre verificar: Se no caso de não incidência, isenção ou imunidade, existe a expressão legal que a sujeite. Se contém declaração inexata ou diversa em suas vias; Se o contribuinte tem regularidade em sua Inscrição Estadual ou CNPJ. Se é de fato fruto de operação realizada. Se não foi emitida por pessoa distinta da que constar como emitente. Destaque do imposto, se existente. Dados do destinatário como nome, CNPJ, IE, endereço. Data da emissão e da saída da mercadoria. Dados do Transportador e do veículo. Espécie e volume da mercadoria transportada. 21 Coluna observações: atentar para identificação do endereço de entrega quando não for o mesmo do destinatário. O CFOP e a natureza da operação. O CST e o Código fiscal. O CEST 1.3. Conceitos de Documentos Inidôneos Com base nos artigos 134 PARTE GERAL do RICMS/02, é considerado inidôneo, para todos os efeitos fiscais, fazendo prova apenas em favor do Fisco, o documento que: I - omita indicação prevista na legislação; II - não seja o exigido para a respectiva operação ou prestação, a exemplo de "Nota de Conferência", "Orçamento", "Pedido" e outros do gênero, quando indevidamente utilizados como documentos fiscais; III - não guarde requisito ou exigência prevista na legislação e não tenha sido autorizado pelo Fisco; IV - contenha declaração inexata, esteja preenchido de forma ilegível ou contenha rasura ou emenda que lhe prejudique a clareza; V - apresente divergência, entre dado informados; VI - seja utilizado fora do prazo de validade que lhe for atribuído pela legislação tributária para o fim respectivo; VII - seja referente à mercadoria destinada a contribuinte não inscrito no cadastro estadual, ou esteja com sua inscrição suspensa nos termos da legislação tributária, sempre que obrigatória tal inscrição; VIII - seja emitido por quem não esteja inscrito ou, se inscrito, esteja com sua inscrição baixada, suspensa ou com atividade impedida ou paralisada; IX - não corresponda, efetivamente, a uma operação realizada; X - tenha sido emitido por pessoa distinta da que constar como emitente. 1.4. Códigos Fiscais de Operações e Prestações – CFOP. 1.000 Entradas e/ou aquisições de serviços no Estado. 2.000 Entradas e/ou aquisições de serviços de outros Estados. 3.000 Entradas e/ou aquisições de Serviços do Exterior. 22 5.000 Saídas e/ou prestações de serviços para o Estado. 6.000 Saídas e/ou prestações de serviços para outros Estados. 7.000 Saídas e/ou Prestações de serviços para o Exterior. 1.5. Natureza das operações. As operações de movimentação de mercadorias podem ser representadas pelas seguintes, não impedindo a existência de outras em função da especificidade de determinadas atividades. Vendas Exportações Remessas em consignações Simples Faturamento. Remessa para industrialização. Remessa para concerto Remessa para armazenagem Compra de Produtor Rural Entrada por Importações Devoluções de remessas de... Devoluções de vendas 1.6. Códigos de situação Tributária – CST. O objetivo do CST é descrever, de forma clara, qual o tipo de tributação que o produto está sofrendo naquela operação e qual sua origem, se nacional ou estrangeira. Na utilização dos CST devem ser observadas as seguintes regras básicas: 1. Nas operações sujeitas a mais de uma situação tributária constantes de uma mesma Nota Fiscal os valores relativos ao mesmo código devem ser subtotalizados; 2. Para escolha do CST correto, os contribuintes não devem considerar o tratamento fiscal do IPI que constar do respectivo documento fiscal. A análise para essa escolha deve limitar-se apenas ao tratamento do ICMS. É importante observar que o Código de Situação Tributária não é separado por ponto, traço ou barra. Ele é uma sequência de 3 algarismos 23 arábicos sem separação, uma combinação de 3 dígitos, um ao lado do outro. 1.7 CEST Código Especificador da Substituição Tributária. O objetivo deste novo código é estabelecer uma forma de uniformizar e identificar as mercadorias e bens passíveis de sujeição ao regime de substituição tributária e de antecipação de recolhimento do ICMS com o encerramento de tributação, relativos às operações subsequentes. Sua regulamentação se dá através do convênio ICMS 92/15. Em resumo o CEST é um novo código no qual constará nos produtos sujeitos a substituição tributária. 24 25 Aspectos Básicos dos Impostos IPI – Nas operações mercantis O Imposto sobre Produtos Industrializados – I.P.I. - tributo de competência privativa da União, tem, enquanto fato gerador, o desembaraço aduaneiro de procedência estrangeira e a saída de produto do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. Caracteriza Industrialização • Transformação - É a que é exercida sobre matéria-prima ou produtos intermediários, eque importe na obtenção outro produto; • Beneficiamento – é aquela que importe em modificar o produto de qualquer forma; • Montagem - é aquela que consiste na reunião de produtos e de queresulte em um novo produto; • Acondicionamento ou Condicionamento – é a operação que importa em alterar a apresentação do produto, pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original; • Renovação ou Recondicionamento – é a operação que, exercida sobre produto usado ou parte remanescente, renove ou restaure o produto para utilização. Fato Gerador • Na operação interna (operação em território nacional): A saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial. • Na importação: no desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira. Avanço Informática Base De Cálculo Nas operações internas: o valor total da operação de que decorrer à saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial; Na importação: é o preço de venda da mercadoria, acrescido do II – Imposto de Importação e demais taxas exigidas (frete, seguro, etc.). 26 Alíquota Do IPI São várias e estão presentes na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI). Determinado produto tanto pode ser isento, Não Tributado, quanto ter alíquota de mais de 330%. Ex.: Cigarro. Todos os produtos tem um código de classificação Nomenclatura Brasileira de Mercadoria (NBM/SH) idêntica a Norma Comum do MERCOSUL (NCM).A alíquota é seletiva em função da essencialidade do produto: quanto mais essencial o produto, menor será sua alíquota. 27 PIS e COFINS no Lucro Real No Lucro Real, a maioria das empresas apura o PIS e a COFINS sob o regime da não-cumulatividade, sendo permitido o desconto de créditos sobre o valor a pagar para o fisco, o que pode vir a reduzir o peso da carga desses tributos. A alíquota para o PIS é de 1,65% e, para COFINS, 7,6%. PIS e COFINS no Lucro Presumido O PIS e a COFINS funcionam de forma diferente no Lucro Presumido, pois são tratados no regime da cumulatividade, quando não há permissão para o desconto de créditos na apuração desses tributos. Contudo, as alíquotas são menores: 0,65% para o PIS e 3% para a COFINS. PIS COFINS Modalidades A contribuição para o PIS/PASEP compreende três modalidades: 1- sobre o faturamento; 2- sobre a folha de pagamento; 3- sobre importação. Na modalidade faturamento, os contribuintes são as pessoas jurídicas de direito privado, e todas as pessoas a elas equiparadas. Na modalidade folha de pagamento, contribuem as entidades sem fins lucrativos que tenham empregados. ICMS O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços é regulado por cada Unidade da Federação. Por essa razão, empresas que comercializam produtos ou prestam serviços para diversos estados precisam ficar atentas ao destinatário do bem, pois de acordo com o estado da federação há variação sobre o percentual da alíquota. O ICMS é hoje o imposto com maior incidência sobre o comércio brasileiro e, por essa razão, todas as empresas devem ficar atentas às suas características. Por não haver uma uniformidade, ou seja, os processos de crédito do imposto e Substituição Tributária são definidos individualmente, esse aspecto sempre gera muitas dúvidas 28 aos empresários. Por essa razão, é de extrema importância contar com os serviços de um profissional de contabilidade. As operações sobre as quais há incidência de ICMS são as seguintes: Venda ou transferência de produtos; Transporte entre municípios ou estados, seja ele de bens, de pessoas ou de valores; Importação de mercadorias, ainda que para consumo próprio ou que não tenham como objetivo final a revenda; Prestação de serviços para empresas e consumidores no exterior; Serviços de comunicação (prestação onerosa). PRINCIPAIS FATOS GERADORES DO ICMS FATOS GERADORES DO ICMS O ICMS tem como fato gerador as operações relativas à circulação de mercado e as prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, exceto os serviços prestados pelo rádio e pela televisão, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. O imposto iniciou também sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se trata de bem destinada a uso, consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como o serviço prestado no exterior. OCORRE O FATO GERADOR DO IMPOSTO: (ART. 2º do RICMS/02). IMPORTAÇÃO 1. No desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior, inclusive quando objeto de leasing de qualquer espécie, observado o disposto no parágrafo único. (Art.2º, inciso I, parágrafo único, RICMS/02). QUAIS OS CUSTOS DE UMA IMPORTAÇÃO? São muitos, e não há como prever todos. O que sempre sugiro é 29 levantar o máximo de informações sobre os custos que irão incidir na importação e fazer uma estimativa para que possa analisar se realmente vale a pena entrar no negócio, ou mesmo fazer uma única importação. Veja abaixo uma simulação de custo de importação de uma mercadoria para consumo. A história é a seguinte: João, que mora em MINAS GERAIS, decide comprar para sua casa nova um lustre que achou através de um site de comércio da Itália. João precisa saber o valor do lustre, o valor do frete até o Brasil e a classificação da mercadoria - NCM (ler postagem sobre NCM). NCM: 9405.10.92 Valor do Lustre : EUR 3.500,00 Frete Aéreo : EUR 300,00 Taxa Euro: 3,0512 Mesmo portador destas informações, estes não serão os únicos custos com que João irá arcar. Existem vários impostos para a nacionalização de uma mercadoria. Tais impostos são calculados sobre o Valor do Lustre adicionado do Frete Aéreo, convertidos à moeda brasileira. Este total, é chamado de VALOR ADUANEIRO. Vejamos: EUR 3.500,00 + EUR 300,00 = EUR 3.800,00 EUR 3.800,00 x 3,0512 = R$ 11.594,56 (VALOR ADUANEIRO) --> Vamos calcular os impostos federais sobre o VALOR ADUANEIRO: http://sosimportacao.blogspot.com.br/2013/08/classificacao-fiscal-ncm-sh-na.html http://2.bp.blogspot.com/-KoYVv0Sbnac/Unbd3MJwwbI/AAAAAAAAAOs/IC0S4pUnRa8/s1600/comprasite.jpg 30 Total de IMPOSTOS FEDERAIS: R$ 5.211,76 Calculados os Impostos Federais, João ainda deverá pagar ICMS sobre a importação (imposto estadual). A base de cálculo para o ICMS na importação é o somatório do VALOR ADUANEIRO + IMPOSTOS FEDERAIS + O PRÓPRIO ICMS (sim, ele integra a própria base de cálculo). --> Vamos calcular o imposto estadual: ICMS de MG = 18% Primeiro, soma-se o VALOR ADUANEIRO ao total dos IMPOSTOS FEDERAIS: R$ 11.594,56 + R$ 5.211,76 = R$ 16.806,32 Divide-se R$ 16.806,32 por 0,82 (ou seja, acabamos de incluir o ICMS na base de cálculo: 100%-18% = 0,82) Assim, a base de cálculo do ICMS* na importação será: R$ 16.806,32 / 0,82 = R$ 20.495,51 Agora, para encontrar o ICMS que será recolhido na importação aplicamos diretamente a sua alíquota sobre esta base de cálculo: R$ 20.495,51 x 18% = R$ 3.689,19 Por fim, após comprar, remeter e pagar impostos, a mercadoria até ser liberada ficará necessariamente armazenada em um depósito no aeroporto, gerando mais um custo. O valor da armazenagem é http://3.bp.blogspot.com/-RFuHVNIaS_8/UoA-kwypGuI/AAAAAAAAARg/7OhobdwEoes/s1600/Simula%C3%A7%C3%A3oLustre.jpg 31 calculado pela Concessionária operadora do aeroporto, baseado em dados como valor aduaneiro e o peso da mercadoria. Para ter apenas uma estimativa do valor da armazenagem, usa-se normalmente o montante de 2% sobre o VALOR ADUANEIRO (para um período de 5 dias de armazenagem). ARMAZENAGEM estimada: R$ 11.594,56 x 2% = R$ 231,89 Considerando todos estes custos e mais o serviço do despachante aduaneiro que, em média, custa um salário mínimo (R$ 678,00), temos: VALOR ADUANEIRO: R$ 11.594,96 IMPOSTOS FEDERAIS: R$ 5.211,76 ICMS: R$ 3.689,19ARMAZENAGEM estimada: R$ 231,89 DESPACHANTE ADUANEIRO: R$ 678,00 TOTAL ESTIMADO DA IMPORTAÇÃO: R$ 21.405,80 ATIVO FIXO E CONSUMO 2. Na entrada, no estabelecimento de contribuinte, de mercadoria oriunda de outra unidade da Federação, destinada a consumo ou a ativo fixo; (Artigo 2º, inciso II do RICMS/02). 32 2.1 A operação interestadual que destine mercadoria ou bem a consumidor final não contribuinte do imposto, localizado neste Estado, relativamente à parcela do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna estabelecida para a mercadoria neste Estado e a alíquota interestadual; SERVIÇO OUTRO ESTADO Nas operações e prestações interestaduais que destinem mercadorias, bens ou serviços a consumidor final, contribuinte ou não do imposto, localizado neste Estado, relativamente ao imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a alíquota interestadual, são contribuintes do imposto: I - em se tratando de operação destinada a contribuinte do imposto situado neste Estado, o destinatário da mercadoria ou bem, inclusive a pessoa enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte; II - em se tratando de prestação de serviço destinada a contribuinte do imposto situado neste Estado, o destinatário do serviço, exceto a pessoa enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte. III - em se tratando de operação ou prestação de serviço destinada a não contribuinte do imposto, o remetente da mercadoria ou bem ou o prestador do serviço, exceto a pessoa enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte estabelecida em outra unidade da Federação. ( Artigo 55 § 6 Parte Geral do RICMS/2002 ) 33 SAÍDAS A QUALQUER TÍTULO 4. Na saída de mercadoria, a qualquer título, inclusive em decorrência de bonificação, de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo titular.(Artigo 2º, inciso VI do RICMS/02) MERCADORIAS E SERVIÇOS No fornecimento de mercadoria com prestação de serviços: a - Não compreendidos na competência tributária dos Municípios; b - Compreendidos na competência tributária dos Municípios e com indicação expressa de incidência do imposto estadual, como definido em lei complementar; (Artigo 2º, inciso IX do RICMS/02). Nota: Os serviços de natureza municipal estão arrolados na lista de serviços anexa a Lei Complementar nº 116/2003. TRANSPORTE INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL 6. No início da prestação ou da execução dos serviços de transporte interestadual ou intermunicipal de pessoas, passageiros, bens, mercadorias e valores, por qualquer meio, por pessoa física ou jurídica, ainda que iniciadas no exterior, considerando-se prestado ou executado o serviço no momento em que deva ser emitido o documento a ele relativo; (Artigo 2º, inciso X do RICMS/02). 6.1 (Prestação interna de serviço de transporte rodoviário intermunicipal de cargas que tenha como tomador do serviço contribuinte do imposto inscrito no cadastro de contribuintes deste Estado. ICMS ISENTO ANEXO I ITEM 144 ATÉ ( 30/09/2019 ) 34 OBS: 1 A isenção prevista neste item não se aplica às prestações tomadas por contribuinte optante pelo regime do Simples Nacional.(item 144.1 ) 6.2-Prestação interestadual de serviço de transporte rodoviário de cargas, iniciado no Estado, em que figure como tomador do serviço o estabelecimento de contribuinte inscrito e situado no Estado, ICMS ISENTO ANEXO I ITEM 199 VIGENCIA A PARTIR DE 01/01/2015. OBS: 1 A isenção prevista neste item não se aplica às prestações tomadas por contribuinte optante pelo regime do Simples Nacional.(item 199.4 ) Para os efeitos do RICMS, considera-se: I - como tendo entrado e saído do estabelecimento do importador, neste Estado, a mercadoria ou o bem estrangeiros saídos da repartição aduaneira ou fazendária com destino diverso do estabelecimento que os tiver importado, observado o disposto na subalínea “d.1” do inciso I do caput do artigo 61 deste Regulamento; II - saída do estabelecimento, a mercadoria constante do estoque final na data do encerramento de suas atividades; III - saída do estabelecimento depositante, a mercadoria remetida para armazém-geral ou depósito fechado do próprio contribuinte, neste Estado, no momento: a) da saída da mercadoria do armazém-geral ou do depósito fechado, salvo se para retornar ao estabelecimento de origem; b) da transmissão da propriedade da mercadoria depositada em armazém-geral ou em depósito fechado; IV - saída do estabelecimento autor da encomenda, dentro do Estado, a mercadoria que, pelo estabelecimento executor da industrialização, for remetida diretamente a terceiro adquirente ou a estabelecimento diferente daquele que a tiver mandado industrializar; V - saída do estabelecimento situado neste Estado, a mercadoria por ele vendida a consumidor final e remetida diretamente para o comprador por estabelecimento do mesmo titular localizado fora do Estado; VI - como tendo entrado e saído do estabelecimento do arrematante, neste Estado, a mercadoria ou bem estrangeiros saídos da repartição aduaneira ou fazendária com destino diverso do estabelecimento que os tiver arrematado; 35 VII - equiparada à saída a transmissão da propriedade de mercadoria ou bem, ou de título que os represente, inclusive quando estes não transitarem pelo estabelecimento VIII - comercializada em território mineiro a mercadoria objeto de operação interestadual iniciada ou em trânsito neste Estado e sujeita ao controle interestadual de mercadorias em trânsito, quando não ocorrido o registro de sua saída deste Estado. São irrelevantes para a caracterização do fato gerador do imposto: I - a natureza jurídica da: a) operação de que resulte a saída da mercadoria; b) transmissão de propriedade da mercadoria; c) entrada de mercadoria ou bem importados do exterior; d) prestação de serviço, ainda que iniciada no exterior; II - o título jurídico pelo qual a mercadoria efetivamente saída do estabelecimento encontrava-se na posse do respectivo titular; III - a validade jurídica da propriedade ou da posse do instrumento utilizado na prestação do serviço; IV - o cumprimento de exigências legais, regulamentares ou administrativas, referentes às operações ou prestações; V - o resultado financeiro obtido com a prestação ou a execução de serviço. A autoridade fiscal poderá desconsiderar ato ou negócio jurídico praticado com a finalidade de descaracterizar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, assegurado o direito de defesa do sujeito passivo, nos termos da Consolidação da Legislação Tributária Administrativa. 36 OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DO ESTADO DE MG DAPI A Declaração de Apuração e Informação do ICMS - DAPI, destina-se a demonstrar, mensalmente, o movimento econômico e fiscal dos contribuintes inscritos no Cadastro de Contribuintes do ICMS, inclusive da microempresa (ME) ou empresa de pequeno porte (EPP) consideradas sujeito passivo do ICMS devido a título de substituição tributária. DAMEF/VAF-A A Declaração Anual do Movimento Econômico e Fiscal (DAMEF) é composta do Valor Adicionado Fiscal (VAF-A) e se constitui como obrigação acessória do contribuinte mineiro. Uma das funções dessas declarações é fornecer os subsídios para que o Estado possa apurar a parcela do ICMS a ser repassada aos municípios, conforme previsto na Constituição Federal/1988, art. 158, IV. GIA-ST A Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS - Substituição Tributária (GIA-ST) é obrigatória aos contribuintes do ICMS que realizarem operações interestaduais com mercadorias sujeitas ao regime da substituição tributária com retenção antecipada do imposto e forem inscritos noCadastro de Contribuintes do ICMS dos Estados destinatários como contribuintes substitutos deverão remeter, mensalmente, a esses Estados. https://media.treasy.com.br/media/2016/10/o-que-faz-a-%C3%A1rea-fiscal-02.jpeg 37 SPED FISCAL Compõe-se da totalidade das informações necessárias à apuração do ICMS e do IPI, bem como de outras informações de interesse do Fisco, em arquivo digital. Também integra a EFD o Controle do Crédito do Ativo permanente (CIAP). A EFD será distinta para cada estabelecimento do contribuinte, sendo que os estabelecimentos obrigados a essa forma de escrituração não poderão realizá-la de forma diversa. Estão obrigados à EFD todos os contribuintes relacionados no Protocolo ICMS nº 77/2008. DESTDA A DeSTDA é a Declaração de Substituição Tributária, Diferencial de Alíquota e Antecipação, que se compõe de informações em meio digital dos resultados da apuração do ICMS de que tratam as alíneas “a” (substituição tributária), “g” (antecipação) e “h” (diferencial de alíquotas) do inciso XIII do § 1º do art. 13 da LC 123/2006, de interesse das administrações tributárias das unidades federadas. A declaração também inclui a repartição do Diferencial de Alíquota entre os Estados de origem e destino, quando há venda para não contribuinte do ICMS (pessoa física), criada pela Emenda Constitucional nº. 87/2015 e, num segundo momento, os valores destinados ao Fundo de Combate à Pobreza também poderão ser declarados na DeSTDA. A DeSTDA foi instituída para atender o disposto no § 12, art. 26, da Lei Complementar n. 123/2006, o qual determina que as informações a serem prestadas relativas ao ICMS devido na forma prevista nas alíneas a, g e h do inciso XIII do § 1o do art. 13 serão fornecidas por meio de aplicativo único. Estão obrigados à apresentação todos os contribuintes optantes pelo Simples Nacional, exceto: a) Os Microempreendedores Individuais – MEI; b) Os estabelecimentos impedidos de recolher o ICMS pelo Simples Nacional em virtude de a empresa ter ultrapassado o sublimite estadual, nos termos do § 1º do Art. 20 da LC n. 123/2006. A declaração deve ser prestada por estabelecimento, para a UF de origem e para cada UF em que o contribuinte possua inscrição como substituto tributário
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