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Correção PET 3 História 3º Ano Ensino Médio 2021 Todas as Semanas

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PLANO DE ESTUDO TUTORADO
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS
TURNO:
TOTAL DE SEMANAS: 
NÚMERO DE AULAS POR MÊS: 
COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA
ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 03/2021
NOME DA ESCOLA:
ESTUDANTE:
TURMA:
BIMESTRE: 3º
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: 
SEMANA 1
EIXO TEMÁTICO: 
Cultura e P olítica na C ons truçã o do Es tado Nacional Br asileir o (1822-1930).
TEMA/TÓPICO: 
Trabal ho e Produçã o na Sociedade Brasileir a entr e o Império e a Primeira República / O Brasil no 
quadr o do capitalism o ocidental n o início do século XX.
HABILIDADE: 
Analisar as dif erent es formas de sobr evivência dos lib er tos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Cidadania e exclusã o social na Primeira República, Mudanças socioec onômicas no Brasil republi -
can o, Moviment os sociais e urban os na Prim eira República.
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nes ta semana com os component es 
de filoso fia e sociologia, amplian do o deba te ac erca da situaçã o dos liber tos no Brasil no início do 
século XX :
• Habilidade Filoso fia: C ompreen der os dif erent es c onceit os de Jus tiça.
• Habilidade Sociologia: Compreen der a formaçã o, a ge s tã o e os conflitos de interesse s present es
no espaç o urbano.
TEMA: Os liber tos no Brasil do início do século XX
Caro(a) es tudant e, nes ta semana voc ê vai perceb er a inser çã o da populaçã o negr a na sociedade brasi -
leira (urbana e rural), que se deu por diversos camin hos (migraçã o para os grande s centr os, perman ên-
cia nas fazen das, trabal ho de parceria no camp o), sem que houvesse e fetiva melhoria nas condiçõe s de 
vida de ssa parcela da populaçã o brasileir a. Além disso , voc ê vai analisar o pap el da populaçã o negr a na 
his tória do Brasil, perceb endo a importân cia de sua atuaçã o em moviment os sociais, na criaçã o de uma 
jenergoncalves
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imprensa esp ecializada e em manifes taç õe s artís ticas e cultur ais durante a primeira metade do século 
XX, de s tacan do que a populaçã o negr a não fic ou pas siva diante de todas as dificuldade s enfr entadas, 
mas atuou em diversos se tores da vida nacional, dem ons trando união e aut oe s tima mesm o diante de 
uma sociedade que se c oloca va c omo moderna, mas e xtremam ent e prec onceituosa e discriminador a.
O Brasil no quadro do capitalismo ocidental do século XX
Ver tigem e ac eler açã o do temp o. Es sa seria, sem dúvida, a sensaçã o mais forte experimentada pelos 
homens e mul heres que viviam ou cir cula vam pelas ruas do Rio de Jan eiro na virada do século XIX par a 
o século XX. Ainda que de forma menos contundent e, o mesm o sentim ent o es taria present e nas prin-
cipais cidade s brasileir as, que , tal como a cidade-capital, cresciam como nunca, tornavam comple xas
suas funçõe s e rec ebiam levas de imigrantes europeus, que atravessa vam o Atlântic o em busca do so -
nho de fazer a América. Tudo parecia mudar em ritmo alucinant e: a política e a vida cotidiana; as ideias
e as pr áticas sociais; a vida dentr o das casas e o que se via nas ruas.... [...]
Marasm o. E um temp o que parecia transc orrer tã o lentam ent e que sua marcha inexorável mal era per-
cebida. Assim, nas fazen das, nas vilas do interior e nos ser tõe s do país, essa mesma virada do século 
seria percebida. Ali, nada parecia romper uma rotina secular , firmement e alic erçada no privilégio , no 
arbítrio , na lógica do favor, na inviolabilidade da vontade sen horial dos coronéis e nas rígidas hierar-
quias as sentadas sobr e a pr opriedade , a violên cia e o m edo . [...]
FERREIRA, Jor ge . O temp o do liberalism o excludent e: da Proclamaçã o da República à Revoluçã o de 
1930. Rio de Jan eiro: Civilizaçã o Brasileir a, 2003.
A transiçã o do modelo de produçã o escr avocr ata para o formato de trabal ho as salariado , revelou um 
cenário marcado por uma série de opressõe s em relaçã o aos operários, formas de controle e obs tá cu-
los à sua organizaçã o. Ao lado das antigas relaç õe s paternalis tas, da visã o nega tiva do trabal ho braçal 
e das rivalidade s étnicas e de nacionalidade , novas ondas migratórias aumenta vam a competiçã o pelo 
empr ego e a deman da por moradia num Rio de Jan eiro que se moderniza va. Podem os acr esc entar ain-
da a imposiçã o de normas de conduta e valores burgue se s, inter ferindo no espaç o de lazer , nas rela -
çõe s f amiliares e a té mesm o amorosas do tr abal hador.
As contradiç õe s exis tent es nos espaç os urbano e rural dem ons tram como foi comple xo o universo bra-
sileir o nos primeiros anos do século XX. A perp etuaçã o de uma elit e rural no controle da máquina públi-
ca convivia com uma clas se média urbana emergent e e de sejosa de mudanças políticas e sociais, fruto 
da sensibilidade em relaçã o às trans formaç õe s do mundo ao redor . Assim, a República Oligárquica, 
maior porçã o de período da his tória política brasileir a, se inicia com a hegem onia dos coronéis e seus 
latifúndios, mas se encerra com uma persp ectiv a urbana cons truída por uma nova elit e seduzida pelas 
novidade s das cidade s.
A implantaçã o de uma dinâmica capitalis ta, de sde o final do século XIX, materializada nas atividade s 
as sociadas à exportaçã o de ca fé, como casas bancárias, es tradas de ferro, bolsa de valores, e tc., vão se 
consolidan do como a base produtiva. Isso faz com que par te da oligar quia agr ária se trans forme numa 
floresc ent e burgue sia, es tab elec endo novas relaç õe s sociais e mudando de sde as car act erís ticas do 
mercado de tr abal ho até o fun cionam ent o do Es tado .
O negr o ca tivo e pos teriorm ent e liber to, de ac ordo com a essa nova persp ectiv a ec onômica, se tornava 
uma peça obsole ta. No contexto da Primeira República, os ex-e scr avizados além de ser em discrimi -
nados pela cor, somar am- se à populaçã o pobre e formaram os inde sejados dos novos temp os, os de -
ser dados da República. O aument o do número de de socupados, trabal hador es temp orários, mendigos 
e crian ças aban donadas nas ruas redun da tam bém em aument o da violência, que pode ser verificada 
pelo maior e spaç o dedicado ao t ema nas páginas dos jornais. 
Como salienta Flores tam Fernan de s: a preocupaçã o pelo de s tino do escr avizado se mantivera em foc o 
enquant o se ligou a ele o futur o da lavoura. Ela apar ec e nos vários proje tos que visar am regular , legal -
ment e, a transiçã o do trabal ho escr avo para o trabal ho livre, de sde 1823 até a as sina tura da Lei Áurea. 
(...) Com a aboliçã o pura e simple s, porém, a atençã o dos sen hores se volta esp ecialm ent e para seus 
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próprios interesse s. (...) A posiçã o do negr o no sis tema de trabal ho e sua integr açã o à ordem social 
deixam de ser ma téria p olítica. Er a fatal que is so suc ede sse .
FERNANDES Florestan. A integração do Negro na sociedade de classes. Dominus Editora. São Paulo, 2 
vols., 1965. 19 Vol. “O legado da raça br anca ”. 29 Vol. “No limiar de uma nova er a”.
A nova situação levou os libertos a procurarem melhores alternativas para a sobrevivência. As migra-
çõe s foram uma delas. Muitos ex-e scr avizados acabar am aban donando as fazen das e mudaram-se para 
outras ou então foram para cidades. Essas migrações aconteceram por múltiplos fatores, para  dis-
tanciar-se dos locais em que foram escravizados, para encontrar parentes ou para procurar melhores 
oportunidade de salários.
Para além dos e feit os da Lei Áurea, trabal hador es rurais do Brasil ainda vivem atualm ent e sob a ameaça 
do ca tiveiro. Mudaram-se os rótulos, ficar am as garr afas. Marx afirma va que o “morto se apoder a do 
vivo”. Com base na perman ência da escr avidão sob outras formas, cons ta ta-se que não sã o apenas as 
velhas f ormas que se inser em nas n ovas, mas as n ovas r ec orrem às v elhas sempr e que p os sível.
É important e de s tacar que os moviment os sociais foram important es instrument os de resis tência a
essa exclusã o social. Refle xos de uma es trutura social car act erizada pela concentr açã o de renda e pela 
injustiça, esse s moviment os de sa fiaram as aut oridade s, deixan do clar o que os grupos sociais brasi -
leiros não poderiam ser rec onhecidos pela pas sividade e pelo conformism o. Muito pelo contrário, o 
dinamism o dos moviment os, vazios nos seus proje tos ideológic os, mas disp os tos a se oporem à ordem 
es tab elecida, f oi um indício clar o da dinâmica social do p eríodo .
Moviment os op erários e sin dicais, n o teatro, na educaçã o (fundaçã o de e sc olas par a negr os), em as so-
ciaç õe s carna vale scas, na música e no futeb ol é perceptív el a ideia da resis tência. Todos esse s se tores 
lutaram contra a discriminaçã o e o prec onceit o, como, por exemplo , na proibiçã o governam ental da 
inclusã o de jogador es negr os na seleçã o nacional em 1920 e na tenta tiva de impedir a viagem à Paris 
do grupo musical Oito Batutas, liderado por Pixinguinha, em 1922. A Frent e Negra Brasileir a (FNB), as -
sociaçã o que exis tiu de 1931 a 1937 mobilizou milhares de negr os e negr as a lutarem por seus direit os, 
esp ecialm ent e quant o ao ac esso à educaçã o. 
PARA SABER MAIS: 
• Suge s tã o de Livro: Trabal ho, lar e botequim: O cotidiano dos trabal hador es no Rio de Jan ei-
ro da Belle Ép oque . Autor: Sidn ey Chalhoub.
• Suge s tã o de Docum entário: C aminhos da R ep ortagem | Ec os da Escr avidão
• Disponível em: <https:// www.youtub e.com/watch?v=xR549adx5G o>. Acesso em: 24 maio
202 1.
• Suge s tã o de videoaula: P ós-Ab oliçã o para o ENEM - Aula - 04
• Disponível em: <https:// www.youtub e.com/watch?v=U_yQw7e6d_g>. Acesso em: 24 maio
202 1.
• Suge s tã o de Sit e: Disponível em: <http://bit on.uspn et.usp .br/impr ensan egr a/>. Acesso
em: 24 maio 202 1.
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ATIVIDADES
Leia o texto a seguir para resolver as questões 01 e 02
Fim da escr avidão. Migraç õe s e imigraç õe s. A aurora do regim e republican o dava-se em meio a trans -
formaç õe s dem ográficas e sociais, que liberavam populaç õe s e franque avam novos de s tinos geogr á-
fic os às esp eranças de sobr evivência de muitos velhos e novos brasileir os. Mutaçõe s difíceis, toda via. 
As grande s cidade s surgiam no horizonte como o espaç o das novas pos sibilidade s de vida, do esqueci -
ment o das mazelas do camp o, da memória do ca tiveiro. 
Novos habitant es, vindos das antigas senzalas e casebr es do interior do país ou dos portos es trangei -
ros, soma vam-se aos antigos escr avos, forros e brancos pobres que já incha vam as cidade s imperiais, e 
junto a ele s aprenderiam a sobr eviver na instabilidade que marcaria suas vidas tam bém em seu novo há-
bita t. Movimentar -se-iam , todos ele s, pelas ruas alvoraçadas em busca de empr egos e de tetos baratos 
para abrigar -se , num deslocam ent o contínuo que fun dia vivências, e xperiên cias, t ensõe s – e e spaç os.
MARINS, Paulo Cesar Garcez. Habitaçã o e vizinha: Limit es da priv acidade n o surgiment o das m etrópoles br asileir as. Em: Nic olau 
Se vcenko (Org). História da vida priv ada n o Brasil, v . 3: r epública – da belle époque à er a do rádio. S ão Paulo: C ompan hia das Le tras, 1998.
1 – Segun do o texto, quem er am os n ovos habitant es das cidade s? E o que ele s procur avam?
2 – Analise o trech o “esp eranças de sobr evivência de muitos dos velhos e novos brasileir os” as socian do-o 
à situaçã o da populaçã o negr a no Brasil do início do século XX.
Os novos habitantes das cidades eram os ex-escravos, grupos imensos surgidos após a abolição da 
escravidão. Eles procuravam empregos e moradias de baixo custo.
Após a abolição da escravidão não foi adotada nenhuma política pública por parte do Estado brasileiro para 
inserir os ex-escravos na sociedade na condição de cidadãos. Eles ficaram abandonados à própria sorte e 
lutavam para sobreviver no campo e nas cidades.
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3 – (ENEM/2015)
TEXTO I: Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 liber tou pouc os negr os em relaçã o à populaçã o de 
cor. A maioria já havia conquis tado a alforria antes de 1888, por meio de es tratégias pos síveis. No en-
tant o, a importân cia his tórica da lei de 1888 não pode ser mensur ada apenas em termos numéric os. O 
impact o que a extinçã o da escr avidão causou numa sociedade cons tituída a par tir da legitimidade da 
propriedade sobr e a p essoa nã o cab e em cifr as.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil. São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).
TEXTO II: Nos anos imedia tam ent e anteriores à Aboliçã o, a populaçã o livre do Rio de Jan eiro se tornou 
mais numerosa e diversificada. Os escr avos, bem menos numerosos que antes, e com os african os 
mais acultur ados, cer tam ent e não se dis tinguiam muito facilm ent e dos liber tos e dos pretos e pardos 
livres habitant es da cidade . Também já não é razoá vel presumir que uma pessoa de cor seja provavel-
ment e ca tiva, pois os n egr os lib er tos e livr es poderiam ser en contrados em t oda par te.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 
(adaptado).
Sobr e o fim da escr avidão no Brasil, o elem ent o de s tacado no Texto I que complem enta os argument os 
apresentados n o Texto II é o (a)
a) variedade das e s tratégias de r esis tência dos ca tivos.
b) controle jurídic o exercido p elos pr oprie tários.
c) inovaçã o social r epr esentada p ela lei.
d) ineficá cia pr ática da lib er taçã o.
e) significado p olítico da Aboliçã o.
jenergoncalves
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SEMANA 2
EIXO TEMÁTICO: 
Expansã o das fr onteiras: a guerr a c omo pos sibilidade p erman ent e.
TEMA/TÓPICO: 
Expansã o e Guerra/ A Primeira Grande Guerra.
HABILIDADE (S): 
Contextualizar a eclosã o do conflito / Caract erizar as duas fase s da guerr a / Es tab elec er relaç õe s 
entr e a guerr a e a R evoluçã o Russa de 19 17.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Segun da Revoluçã o Indus trial, Imperialism o e Belle époque.
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nes ta semana com os component es de 
geogr afia e filoso fia, amplian do o deba te ac erca dos fatores externos e internos que contribuíram 
para a eclosã o e o de sen volviment o da Primeira Guerra Mundial, além dos impact os do conflito no 
Brasil.
•Habilidade Geogr afia: Confrontar os e feit os das disparidade s territ oriais e sociais rela tivas a à dis -
tribuiçã o da t erra e às p olíticas de de sen volviment o rural nos paíse s c entr ais e p eriféric os.
• Habilidade Filoso fia: C ompreen der as dif erent es formas de p oder nas sociedade s humanas.
TEMA: Expansã o do capitalism o, crise s e a Prim eira Grande Guerra
Caro(a) es tudant e, nes ta semana voc ê vai relacionar a evoluçã o do capitalism o com as crise s cíclicas 
que atingiram diversos paíse s no início do século XX e promoveram acirr adas disputas ec onômicas e 
rivalidade s políticas. Por exemplo: por volta de 1870, o capitalism o car act eriza va-se pela concentr açã o 
de capitais, pela luta por mercados, pelas barreiras protecionis tas dos paíse s indus trializados e por in-
tensa internacionalizaçã o de produtos, capitais e pessoas, graças ao aper feiç oament o nos transp ortes 
e nas comunicaç õe s (navios a vapor, ferrovias, telégr afo). A Grande Depressã o (1873-1896), a primeira 
grande crise do capitalism o, levou à concentr açã o de capital nos grande s bancos, à expansã o colonia-
lista na África e Ásia e ao surgiment o de monopólios internacionais. É nesse contexto que cresc em as 
tensõe s entr e as potências europeias que disputam o controle por regiõe s na Europa (Alsácia-Lor ena, 
Balcãs, es treit o de Bós foro etc.) e fora dela (Marroc os), levando à eclosã o da Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918). Ainda nesse contexto voc ê vai compreen der a rele vância his tórica da Revoluçã o Russa de 
1917 e seus e feit os no cenário mundial (difusã o do comunism o na Europa e na América), lembrando que 
essa r
evoluçã o oc orreu em m eio a Prim eira Guerra Mundial.
A Primeira Guerra Mundial 
O Século XXI herdou muitos benefícios e male fícios do século anterior. Vivemos em um mundo que se 
trans forma rapidam ent e. O que é, hoje , o último conceit o em tecn ologia, aman hã já es tar á ultrapas sa -
do. A tele visã o, a internet, os jornais e as revis tas ele trônicas trans formaram de finitivament e a Terra 
em uma “aldeia global” – Termo criado pelo filósofo canadense Herbert Marshall McLuhan. Não podemos 
mais viver res tritos a informaç õe s locais ou sup er ficiais, pois a todo o moment o som os chamados a 
opinar, e mesm o a decidir , porque , se não o fizerm os, outros o farão por nós. Conhec er os fatos, as 
propos tas, as conquis tas, os formador es de opiniõe s, os avanços tecn ológic os e científic os, os que 
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lutaram e lutam por uma causa é de muita importân cia para poderm os compreen der o espírito do sé -
culo XX, que se refle te no moment o his tórico em que vivemos. A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) é 
consider ada a última das guerr as “à antiga ” e, ao mesm o temp o, a primeira das guerr as modernas. Es tu-
dá-la significa compreen der como terminou o século XIX e se iniciou o século XX, que herdou profundas 
cica trize s deixadas p or es te c onflito.
1 – Os antecedentes e as causas da guerra: No início do século XX, a Europa exercia uma posiçã o de 
hegem onia política e ec onômica sobr e o res to do mundo, apesar do de sen volviment o dos Es tados 
Unidos e do Japã o. Controlava a maior par te da produçã o mundial, impondo os preç os no mercado . Cada 
uma das potências europeias (Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Áustria-Hungria e Rússia) pos suía 
uma situaçã o e interesse s dis tintos, muitas veze s conflitant es. O quadr o de rivalidade s ge s tado no 
século XIX, além de ter provocado um grande impact o no mundo inteiro, agr avou de tal modo a situaçã o 
entr e as naç õe s europeias que , em 1914, teve início um conflito que result ou em profundas mudanças 
no continent e eur opeu. 
Duas causas foram fundamentais para essa guerr a: o Imperialismo e a exacerbação do sentimento na-
cionalista. A corrida imperialis ta aprofundou uma série de rivalidade s entr e as naç õe s europeias. Po-
dem os citar a rivalidade indus trial entr e a Alemanha e a Inglaterra e a rivalidade política e ec onômica 
entr e Alemanha e França (Revanchism o francês: Guerra Franco-Prus siana - Alsácia e Lorena). No caso 
das disputas nacionalis tas de s tacam os os moviment os pan-eslavismo, pangermanismo e tam bém do 
proje to político ultranacionalis ta da Sér via – Grande Sérvia. Esse s moviment os es ta vam pautados no 
de sejo de apr oximaçã o dos paíse s que apr esenta vam a mesma origem é tnica e cultur al.
2 – A corrida armamentista e a Paz Armada: Sus tentan do a corrida imperialis ta e protegidos pela 
argumentaçã o nacionalis ta que ser via para escam otear os principais interesse s envolvidos, ger ando 
um ambient e de rivalidade s e tensõe s, os paíse s europeus pas sar am a preocupar -se com sua segur ança 
interna, intensifican do a prepar açã o de materiais bélic os. A essa situaçã o damos o nome de Paz Armada, 
ou seja, a manut ençã o da paz p or meio da pr epar açã o para a guerr a. 
3 – A Política das Alianças e o estopim da Guerra: Es se s antagonism os entr e as potências es ta vam 
de tal maneira aguçados, que as principais naç õe s procur aram se organizar em bloc os de sus tentaçã o 
de suas atuaç õe s. Os Es tados, es timulados por uma concorrência política cresc ent e, es tab elec eram 
alianças ofensiv as e de fensiv as para evitar o isolam ent o, regular suas divergên cias e neutr alizar ou en-
fraquec er os rivais mais important es. De um lado a Tríplice Aliança: Alemanha, Áustria-Hungria e Itália 
(Apenas no princípio. Depois troca de lado durante o conflito, motivada pelo interesse na obt ençã o de 
territ órios) e de outro lado Tríplice Entente: Inglaterra, França e Rússia. Nesse contexto de intensas dis -
putas, a gota d’água foram os as sas sina tos do príncipe-ar quiduque , futur o imperador da Áustria-Hun-
gria Francisc o Ferdinando e de sua esp osa, vitimados em um atentado em Saraje vo, capital da Bósnia, 
que ele s visita vam no dia 28 de junho de 1914. A sociedade secr eta da Sér via, denominada “Mão-Negr a”, 
foi acusada de praticar o ato terroris ta. A par tir de sse moment o es ta va rompido o tênue equilíbrio entr e 
as p otências eur opeias.
4 – O desenvolvimento e o desfecho da Guerra: Os combates começar am em 1914, com uma mis tura 
es tranha de otimism o e pessimism o. Acredita va-se que seria um conflito rápido como foram as últimas 
guerr as oc orridas na Europa. Os primeiros mese s da guerr a conhec eram uma intensa movimentaçã o 
dos exércit os e os de senr olar de grande s batalhas. As duas forças militares se equilibr avam, pois ti-
nham um número grande de soldados mobilizados. A guerr a de trincheiras teve início quando o avanço 
rápido da Alemanha nas primeiras semanas de luta foi fican do cada vez mais lent o até se es tagnar . 
Entã o, os alemã es começar am a cons truir trincheiras em solo francês, de fendidas por um emar anhado 
de arame farpado e metralhador as. Os francese s seguir am o mesm o exemplo dos alemã es por mais de 
três anos. Os exércit os se ent erraram em trincheiras contra as quais os meios ofensiv os tradicionais se 
mos traram inoperantes. O uso da tecn ologia foi largam ent e utilizado nesse contexto – armas químicas, 
tanque s e c olunas m otorizadas, aer oplanos e submarin os.
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Dois ac ontecim ent os conduziram ao de s fech o do conflito – A entrada dos Estados Unidos e a saída da 
Rússia da guerra em 1917. Os Es tados Unidos declar aram neutr alidade no início do conflito, es tab ele -
cendo negócios significa tivos com as naç õe s beliger antes. A situaçã o muda com a guerr a submarina 
de sen cade ada pelos alemã es contra seus navios que transp orta vam materiais bélic os e suprim ent os 
para os ingle se s. No caso da Rússia, o governo socialis ta, sob a liderança de Lênin, negociou a paz em 
separ ado com os alemã es e as sinou o Tratado de Brest-Litovsk, tirando a Rússia da Primeira Guerra 
Mundial. A Revoluçã o Russa não tinha paralelo his tórico, pois, ao contrário do que ac ontec eu na Fran-
ça no fim do século XVIII, a burgue sia russa não conseguiu mant er-se no poder . Em outubr o de 1917, o 
prole tariado as sumiu a frent e do proc esso que mudou a his tória russa e mundial. A revoluçã o já não era 
burgue sa, mas pr ole tária.
A primeira Guerra Mundial encerrou-se com a vitória da Tríplice Entent e. O president e dos Es tados Uni-
dos, Woodrow Wilson apresent ou um programa de paz conhecido como os Quatorze pontos de Wilson, 
mas foi rejeitado pelos paíse s da Entent e. Alguns tratados foram celebr ados com obje tivo de rede se -
nhar o mapa europeu e resp onsabilizar os paíse s derrotados, esp ecialm ent e a Alemanha, pelas perdas 
humanas e materiais dos vencedor es. São ele s: Tratado de Versalhes, Tratado de Trianon, Tratado de 
Neuilly e Tratado de Sèvres.
5 – O balanço da Grande Guerra: Da mesma forma que a guerr a atingiu vários continent es, seus e fei-
tos foram muito abrangent es, atingindo o mundo todo. O conflito aument ou o poder de de s truiçã o das 
potências indus triais e comerciais. As perdas humanas foram consider áveis, es timam -se mais de 16 
milhõe s de mortos. A ec onomia europeia se de sar ticulou, ger ando uma profunda crise com altas taxas 
de inflaçã o, de sempr ego e miséria. Eclodir am moviment os populares contra a ordem burgue sa inspira-
dos nos revolucionários russos. As mulheres, trabal hando patrioticam ent e nas fábricas e nos ser viços 
de guerr a, contribuíram, pos teriorm ent e, para a eman cipaçã o feminina em diversos lugares do mundo. 
PARA SABER MAIS: 
• Suge s tã o de Livro: História Contemp orânea através de textos. Autores: Adhemar Marque s,
Flávio Berutti e Ricar do Faria.
• Suge s tã o de Filme: C avalo de guerr a (2011) / 1917
(2019).
• Suge s tã o de sit e (fotos): <https://br asil. elpais. com/brasil/20 18/11/11/al-
bum/1541942101_349984.html>. A cesso em: 24 maio 202 1.
• Suge s tã o de videoaula: Primeira Guerra Mundial (Quem Contra Quem?). Disponível em: <ht-
tps:// www.youtub e.com/watch?v=x5m6R AajIdM>. Acesso em: 24 maio 202 1.
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ATIVIDADES
1 – (FUVEST/2011) (Adaptada) – Es te livro não pretende ser um libelo nem uma confis sã o, e menos 
ainda uma aventur a, pois a morte não é uma aventur a para aquele s que se depar am fac e a fac e com ela. 
Apenas procur a mos trar o que foi uma ger açã o de homens que , mesm o tendo escapado às granadas, 
foram de s truídos p ela guerr a. 
Erich Maria Remar que , Nada de n ovo no front. S ão Paulo: Abril, 1974, p.9. 
Publicado originalment e em 1929, logo trans formado em bes t seller mundial, o livro de Remar que é, em 
boa par te, aut obiogr áfic o, já que seu aut or foi combatent e do exércit o alemã o na Primeira Guerra Mun-
dial, oc orrida entr e 1914 e 1918. Discuta a ideia transmitida por “uma ger açã o de homens que , mesm o 
tendo escapado às granadas, foram de s truídos pela guerr a”, consider ando a relaçã o da guerr a com a 
ec onomia mundial, entr e as últimas décadas do século XIX e as prim eiras do século XX.
2 – Fusõe s e ac ordos ger aram a integr açã o das empr esas (trustes, car téis, holdings, e tc.), o que , por sua 
vez implica cada vez maiores excedent es de capitais. Perceb e-se , portant o, que es tas trans formaç õe s, 
tendo oc orrido simultan eament e com a emergên cia de uma grande depr essã o, criar am uma 
impos sibilidade de reinves timent o de capitais na própria produçã o, tornando-se nec essário exportar 
capitais, ao m esm o temp o em que se busca vam novos m ercados c onsumidor es.
MARQUES, Adhemar e t al. História Contemp orânea a través de t extos. 10 ed. S ão Paulo: C ontexto, 2004. p . 88.
Infere-se do t exto que uma das r azõe s fun damentais da e xpansã o europeia n o século XIX foi: 
a) a car ência de mã o de obr a interna par a suprir as deman das das gr ande s indús trias.
b) o de sac ordo entr e empr esários e p olíticos em r elaçã o aos v alores dos imp os tos.
c) a e voluçã o do sis tema capitalis ta que pas sou de c ompetitivo para monopolis ta.
d) a falên cia das gr ande s indús trias, oc orrida de vido à forte c oncorrência int erna.
e) o proje to inovador dos eur opeus de le var aos p ovos dis tant es a civilizaçã o.
3 – Leia a n otícia abaix o.
Qual é a importância da Primeira Guerra Mundial para a atualidade? 
[...] ESTADOS UNIDOS - O novo centro do capitalismo, Grande vencedor, o país passou de devedor a 
credor dos europeus.
A entr ada dos EUA na Guerra foi tar dia, mas com consequên cias imensas. Suas tropas só viram açã o 
em outubr o de 1917 e pas sar am de 1 milhão de soldados apenas no ano seguint e. No entant o, ao declar ar 
O final do século XIX foi marcado pelo desenvolvimento industrial de vários países europeus. Esse 
processo levaria a disputas imperialistas pelo mundo que contribuiriam para o início da Primeira Guerra 
Mundial. A guerra, trouxe efeitos negativos para a economia mundial, desvalorizando as matérias-primas. 
A indústria tradicional transformou-se em indústria bélica, houve um alto grau de endividamento, gerando 
crise econômica e desemprego, afetando praticamente todo o mundo.
jenergoncalves
Realce
166
guerr a à Alemanha, em 6 de abril de 1917, o país quebr ava uma tradiçã o de dis tan ciam ent o em as sun-
tos europeus que vinha de sde sua indep endência. Foi uma inter vençã o para, nas pala vras do entã o 
president e Woodrow Wilson, “tornar o mundo segur o para a dem ocr acia ”. Ainda hoje , a política externa 
americana é, em boa par te, guiada por essas pala vras. Além disso , a guerr a mudou o centr o financeiro 
mundial. Ao final de 1917, os Es tados Unidos haviam empr es tado quase US$ 3 bilhõe s aos governos 
francês e britânic o para a guerr a. Pas sar am de devedor es dos europeus a credor es do res to do mun-
do.”Como os vencedor es europeus es ta vam profundament e endividados com os EUA, a capital mundial 
das finan ças mudou de Lon dres par a Wall Str ee t”, escr eve a his toriador a S ally Marks.
Disponível em https:// revis tagalileu. globo.com/Revis ta/ noticia/20 14/07/i-guerr a-mundial-o-legado .html. Acesso em 13 maio . 202 1 
(Adaptada)
Analisan do a notícia, c ons ta ta-se que a Prim eira Guerra Mundial, 
a) es tab elec eu o fim das disputas c oloniais n o contexto da c ontemp oraneidade .
b) promoveu alt eraç õe s no cenário mun dial que p erman ec em a té os dias de h oje .
c) favorec eu a t omada do p oder p olítico e ec onômic o pela Eur opa em t odo plan eta.
d) comprometeu a asc ensã o dos Es tados Unidos de vido às p erdas ma teriais so fridas.
e) interrompeu o de sen volviment o ec onômic o das naç õe s que par ticipar am do c onflito.
jenergoncalves
Realce
167
SEMANA 3
EIXO TEMÁTICO: 
Mundo Contemp orâneo , República e Modernidade . Cidadania e Democr acia: de 1930 aos dias atuais.
TEMA/TÓPICO: 
Conflitos no Mundo Contemp orâneo / O período entr eguerr as e a Crise de 1929.
HABILIDADE: 
Mostrar o impact o da Crise de 1929 e a ec onomia brasileir a e mun dial.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
Primeira Guerra Mundial, Asc ensã o do totalitarism o, Revoluçã o de 1930 no Brasil.
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nesta semana com os component es de 
filoso fia, geogr afia e sociologia, amplian do o deba te ac erca dos efeit os produzidos pela Crise de 1929. 
• Habilidade Filoso fia: R efle tir sobr e o sentido do c onflito nas r elaç õe s humanas.
•Habilidade Geogr afia: Confrontar os e feit os das disparidade s territ oriais e sociais rela tivas a à dis -
tribuiçã o da t erra e às p olíticas de de sen volviment o rural nos paíse s c entr ais e p eriféric os.
• Habilidade Sociologia: Compreen der a formaçã o, a ge s tã o e os conflitos de interesse s present es
no espaç o urbano.
TEMA: O período entr eguerr as e a Crise de 1929
Caro(a) es tudant e, nes ta semana voc ê vai compreen der a crise capitalis ta de 1929 no contexto da 
prosp eridade e euf oria esp ecula tiva dos anos 1924-1929, nos Es tados Unidos, em de sc ompas so com a 
sup erpr oduçã o de aliment os e produtos indus triais no mesm o período , e avaliar seus e feit os devas ta -
dores na ec onomia mundial.
A Crise de 1929 e seus desdobramentos
As sociedade s capitalis tas, nos anos que se seguir am à Primeira Guerra, as sis tiram a mudanças radi-
cais em todos os seus asp ect os. Aquele s que sobr eviveram ao morticínio e à dureza da guerr a tinham 
uma nec essidade de compensaçã o, de recup eraçã o e sup eraçã o dos “anos perdidos”. Nas cidade s da 
Europa e dos Es tados Unidos tornou-se urgent e a busca pelo prazer , em uma atitude hedonis ta e de s -
preocupada em relaçã o aos antigos valores morais burgue se s. Surgiram vários clubes noturnos onde se 
dança va até alta madrugada ao som de orque s tras. A moda es tadunidense a tudo invade , os conjuntos 
de jazz es ta vam por toda par te, dança va-se o fox trot e o blues em uma verdadeir a explosã o de de spr eo -
cupada alegria.
Es se contentam ent o sup er ficial impedia que a maioria das pessoas levas se em conta o golpe que a 
guerr a havia impos to à hegem onia no mundo e as pos síveis consequên cias de sse fato. Entretant o, nes -
se período não surgiu nenhuma soluçã o para a instabilidade ec onômica do Ocident e, dep endent e do 
capital e s tadunidense . Es sa euf oria ant ec edeu à n ova depr essã o ec onômica e à ruína.
A Primeira G1 de Nova Iorque): Em meados de se tem bro de 1929, os esp eculador es da Bolsa de Nova Ior-
que começar am a vender os seus títulos. O mercado parou de subir e por algum temp o flutuou. Sempr e 
que isso ac ontecia, o Banco Centr al es tadunidense s inter vinha e comprava aç õe s, es tabilizan do tem-
porariam ent e o mercado . Em 24 de outubr o de 1929 a Bolsa de Nova Iorque não encontrou compradores 
168
para
quase 70 milhõe s de títulos de diversas compan hias, o que provoc ou uma esp etacular baixa de 
preç os. Os grande s bancos agir am mais uma vez, comprando aç õe s a preç os mais altos do que os do 
pregã o, mas essa medida não salv ou os pequen os inves tidores. Cinco dias dep ois, em 29 de outubr o de 
1929 (terça- feira negr a), não foi pos sível evitar o de sas tre da Bolsa que arras tou os grande s inves tidores 
e empr esas à falên cia. Cerca de 16,4 milhõe s de aç õe s foram subitam ent e pos tas à venda. O excesso de 
ofer ta e a f alta de c ompradores fizer am c om que os pr eç os de ssas aç õe s caís sem c erca de 80%. 
3. A expansão e solução da crise: A ele vada internacionalizaçã o da ec onomia mundial, provocada pelo
de sen volviment o do capitalism o monopolis ta- financeiro e pelo imperialism o de sde o final do século
XIX, conect ou em profundidade até entã o nunca vis ta as ec onomias das diversas áreas do globo. Soma -
da à posiçã o hegem ônica conquis tada pelos Es tados Unidos na ec onomia mundial com o fim da Grande
Guerra – o país as sumiu a posiçã o de maior credor , maior inves tidor e maior mercado global, essa inter-
nacionalizaçã o ec onômica tornou inevitá vel que a crise es tadunidense contaminas se todos os demais
paíse s capitalis tas, principalm ent e os europeus, tornando a Crise de 1929 uma depr essã o sis têmica. O
Brasil tam bém so freu com os impact os de ssa crise , is to porque os Es tados Unidos era, até entã o, seu
principal c omprador de ca fé.
Para solucionar a crise , o president e dem ocr ata Franklin Delano Roose velt propôs o New Deal. Es se 
plano fundament ou-se teoricam ent e, nas ideias do ec onomis ta inglê s John Myanar d Keynes, crític o 
se vero do liberalism o. As principais medidas ado tadas foram: fecham ent o temp orários dos bancos e 
a requisiçã o dos es toque s de ouro para equilibr ar as finanças, a de svalorizaçã o da moeda visan do à 
ele vaçã o dos preç os dos gên eros agríc olas a níveis toleráveis, de modo a permitir aos fazen deiros pa-
gar em suas dívidas, a emis sã o de pap el-m oeda e o aban dono do padrão-ouro, que permitir am ao Banco 
Centr al financiar o segur o-de sempr ego , a criaçã o da Adminis traçã o para o Ajuste Agrícola, com intui-
to de reduzir a produçã o agríc ola mediant e subsídios es ta tais, a realizaçã o de grande s obras públicas 
como es tradas, hidrelé tricas, irrigaçã o, re flores tam ent o, hospitais, esc olas, e tc., para absor ver a popu-
laçã o de sempr egada. É important e ressaltar que a Segun da Guerra Mundial normalizou, de fato, a vida 
ec onômica dos Es tados Unidos. 
PARA SABER MAIS: 
Suge s tã o de Livr o: 1929: a crise que mudou o mun do. Autor: Ja yme Brener.
Suge s tã o de Documentário: Wall Str ee t: o dinheiro nunca dorme (2010) / A noite dos de se sp era-
dos (1969)
Suge s tã o de videoaula: Crise de 1929 - Br asil Esc ola. Disponível em:
<https:// www.youtub e.com/watch?v=HJ4Zr4e6-D Q>. Acesso em: 24 maio 202 1. 
Suge s tã o de Sit e: <https:// cp doc .fgv.br/ producao /dos sie s/AEraVargas1/ anos20/ CafeEIndus tria/
Crise29>. A cesso em: 24 maio 202 1.
169
ATIVIDADES
1 – (UFJF-MG) (Adaptada) - No final de 2008, o mundo foi envolvido numa crise financeira que atingiu, e 
ainda atinge , a vida de todos. Nes te período , muitas referências foram feitas à crise ec onômica de 1929. 
A charge a seguir é e xemplar 
Disponível em: <https:// educador .brasile sc ola. uol.com.br/es trategias-ensin o/crise-1929- x-crise-2008.htm>. A cesso em: 13 maio 202 1.
Com base na char ge , e em seus c onhecim ent os, r esp onda ao que se p ede .
Qual a principal diferença de comportam ent o entr e os empr esários de 1929 e os de 2008 expressa na 
char ge ant erior ? Identifique uma sem elhança e uma dif erença entr e as duas c onjunturas his tóricas.
2 – (UFMG) (Adaptada) – Desde a Primeira Grande Guerra, o capitalism o concorrencial dava sinais de 
esgo tam ent o. A Crise de 1929, porém, cons tituiu um divisor de águas no que diz resp eit o à mudança da 
atuaçã o do Es tado na ec onomia. Apresent e e explique a principal mudança verificada na atuaçã o do 
Es tado na ec onomia pós-1929.
Na primeira situação, o chargista recupera algo que realmente aconteceu naquela época: vários investidores 
que perderam seus recursos na bolsa de valores se jogaram do alto dos prédios ao perceberem que tinham 
perdido quase todos os seus rendimentos.
Já na crise de 2008 vemos que o investidor lança outras pessoas do alto dos prédios. Simbolicamente esse 
arremesso significa que a crise atingiu diretamente as pessoas que não eram responsáveis pela gerência do 
mercado financeiro. 
Com a Crise de 1929 ocorreu a falência do liberalismo clássico e surgiu o Estado de Bem Estar Social. O 
Estado passou a intervir na economia e tornou-se um agente da promoção social.
170
3 – (ENEM/2017) – O New Deal visa res tab elec er o equilíbrio entr e o cus to de produçã o e o preç o, entr e 
a cidade e o camp o, entr e os preç os agríc olas e os preç os indus triais, reativar o mercado interno — o 
único que é important e —, pelo controle de preç os e da produçã o, pela revalorizaçã o dos salários e do 
poder aquisitiv o das mas sas, is to é, dos lavradores e operários, e pela regulam entaçã o das condiçõe s 
de empr ego .
CROUZET, M. Os Estados p erante a crise . In: História ger al das civilizaç õe s. S ão Paulo: Difel, 1966 (adaptado).
Tendo como referência os condicionant es his tóricos do entr eguerr as, as medidas governam entais de s -
critas obje tivavam
a) fle xibilizar as r egr as do m ercado finan ceiro.
b) fortalec er o sis tema de tributaçã o regr essiva.
c) introduzir os disp ositiv os de c ontençã o creditícia.
d) racionalizar os cus tos da aut omaçã o indus trial mediant e negociaçã o sindical.
e) rec ompor os m ecanism os de acumulaçã o ec onômica p or meio da int er vençã o es ta tal.
jenergoncalves
Realce
171
SEMANA 4
EIXO TEMÁTICO: 
Mundo Contemp orâneo , República e Modernidade . Cidadania e Democr acia: de 1930 aos dias Atuais.
TEMA/TÓPICO: 
Conflitos no Mundo Contemp orâneo / Segun da Grande Guerra, bipolaridade ideológica e a “nova 
ordem mundial”. 
HABILIDADE (S): 
Es tab elec er relaç õe s entr e os sis temas t otalitários de go verno e a Segun da Grande Guerra.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
A Primeira Guerra Mundial, Crise de 1929, A Er a Vargas (1930-19450).
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nes ta semana com os component es de 
filoso fia e sociologia, amplian do o deba te ac erca do significado da guerr a e tam bém sobr e a herança 
do fascism o nas sociedade s a tuais. 
• Habilidade Sociologia: Compreen der a formaçã o, a ge s tã o e os conflitos de interesse s present es
no espaç o urbano.
• Habilidade Filoso fia: C ompreen der as dif erent es formas de p oder nas sociedade s humanas.
TEMA: Os governos t otalitários e a Segun da Grande Guerra
Caro(a) es tudant e, nes ta semana voc ê vai identificar os motivos que levaram ao surgiment o do fascis -
mo na Itália no contexto do pós-guerr a, e sua consolidaçã o e difusã o a outros paíse s europeus no âm-
bito da Grande Depressã o que se seguiu à crise de 1929. Voc ê vai compreen der que a teoria nazis ta da 
“sup erioridade alemã” e “pureza da raça ariana ” es tá diretam ent e relacionada às práticas de segr egaçã o 
seguidas pelo extermínio de judeus e outros grupos sociais. Além disso , vai rec onhec er que a Segun -
da Guerra Mundial foi o resultado das tensõe s ec onômicas e geop olíticas herdadas da Primeira Guerra 
Mundial e ac entuadas pelos e feit os da Crise de 1929, que favorec eu o es tab elecim ent o dos Es tados 
totalitários, militaris tas, r evanchis tas e b elic osos.
O Nazifascismo e a Segunda Guerra Mundial
O Velho Mundo, de sde o início da Grande Guerra, es teve afundado em um mar de tragédias, aprofundado 
ainda mais ao longo das décadas seguint es, período marcado pelo fortalecim ent o dos nacionalism os e 
por uma cons tant e instabilidade ec onômica.
Nes te contexto, a Crise de 1929 teve pap el centr al ao inter-
nacionalizar um c enário de caos social, on de os ín dices de de sempr ego cr esciam dia ap ós dia.
[...] Ser á jus tam ent e nes te cenário caó tic o que gan hará espaç o na sociedade europeia um perigoso 
deba te ac erca da validade da dem ocr acia e do liberalism o. Muitos dos governos que repr esenta vam tais 
ideais se mos travam ineficient es, principalm ent e no combate ao colapso ec onômic o e ao engr andeci -
ment o do socialism o so viétic o. Concomitant ement e, um número cada vez maior de indivíduos pas sou a 
ver com bons olhos o fortalecim ent o de dirigent es centr alizador es e persuasiv os na luta contra os “peri-
gos do liberalism o” e os “excessos da dem ocr acia ”. A ele s seria permitido , inclusiv e, o uso de es tratégias 
violentas e aut oritárias na difícil tar efa de salv ar a Europa do a tual e s tágio de misérias.
172
Através do Partido Fascis ta, Benit o Mussolini foi um dos grande s governant es que chegar am ao po-
der na Europa Ocidental, repr esentan do tais valores políticos. O Fascism o Italiano se apresenta, as sim, 
como o pioneiro dos chamados regim es “nazif ascis tas”, inaugur ando a asc ensã o de uma série de outros 
grupos sem elhantes ao poder , notadam ent e o Salazarism o portuguê s, o Franquism o espan hol e o Na-
zism o alemã o.
MARTINS JUNIOR, Leandro Augus to. Experiên cias nazif ascis tas. G1.Disponível em: http:// educacao .globo.com/his toria/as sunt o/-em -
temp os-de-guerr a/experien cias-nazif ascis tas.html. A cesso em 15 maio 202 1.
1. Ideologia fascista: Denominamos “fascis ta ” os moviment os e os regim es políticos dita toriais que se
propagar am na Europa entr e as duas Grande s Guerras, com de s taque para a Itália (o fascism o propria -
ment e dito) e a Alemanha (o nazism o). Es se s regim es apresentar am grande diversidade doutrinária,
mas pos suíam car act erís ticas comuns por ser em antidem ocr átic os, antiliberais e antic omunis tas e por
conseguir em mobilizar em seu apoio vários segm ent os da populaçã o, com esp ecial de s taque para as
clas se s médias e sp oliadas p ela Prim eira Grande Guerra e p ela Depr essã o de 1929.
A pala vra fascism o foi lançada por Mussolini e vem do italian o fascio que significa feixe. Na Roma An-
tiga, esse símbolo, de origem etrusca, era usado pelo Império Romano, associado ao poder e à autori-
dade. Era então denominado fasces lictoriae, por ser carregado por um lictor, o qual, na Roma Antiga, 
em cerimónias oficiais — jurídicas, militares e outras — prec edia a pas sagem de figuras da supr ema 
magis tratura, abrindo camin ho em meio ao povo. Os machados simbolizavam o poder do Es tado de 
eliminar os inimigos da ordem pública. As varas amarr adas ao redor do cab o cons tituíam um feixe que 
repr esenta va a unidade do p ovo em t orno da lider ança.
2. Princípios fascistas: Tendo alcan çado grande força na Europa do pós-Guerr a, o fascism o se dis -
semin ou por diversos paíse s no continent e, cujos par tidos fascis tas procur aram imitar os princípios
básic os de or ganizaçã o do Es tado apr esentados p elo nazif ascism o ítalo-germânic o.
No Brasil, no contexto da Era Vargas, a influên cia nazif ascis ta se traduziu na Açã o Integr alis ta Brasileir a 
(AIB) liderada por Plínio Salgado . Os integr alis tas, tam bém denominados camisas verde s, utilizavam o 
símbolo do sigma e a saudaçã o “Anauê”. É important e de s tacar , ainda, que na atualidade é pos sível iden-
tificar a a tuaçã o de grup os c om vié s f ascis ta. 
3. Segunda Guerra Mundial (1939-1945): As origens da Segun da Guerra Mundial podem ser encontra-
das nas consequên cias políticas e socioec onômicas do conflito de 1914-1918, esp ecialm ent e no apa -
recim ent o das ditadur as fascis tas e na crise ec onômica da década de 1930. Dessa forma, o período
que se es tende de 1919 a 1939, conhecido como Período entr eguerr as, nada mais foi do que uma ép oca
de armis tício forçado , durante a qual, sob uma frágil sup er fície de paz, as tensõe s se acumular am até
explodirem uma segun da vez em menos de vinte anos. Winston Churchill, primeiro-minis tro inglê s, em
um discur so realizado no Parlam ent o, em 1941, rec onhec eu: “essa guerr a, de fato, é uma continuaçã o da
anterior”. À medida que a dem ocr acia liberal foi ceden do lugar aos novos Es tados de orientaçã o dita to-
rial, foi decain do o pres tígio das naç õe s vencedor as da Primeira Guerra, como França e a Inglaterra, que
mantiveram regim es liberais e enfr entar am grande s problemas internos de rec ons truçã o ec onômica e
de uniã o nacional.
4. Holocausto: Quando os camp os de concentr açã o no Le s te europeu começar am a ser liber tados pe-
los aliados, no inverno de 1944 e 1945, as imagens das pilhas de cadá veres e dos corpos esquálidos
dos sobr evivent es do extermínio chocar am o mundo. Mesm o ac os tumados com a dureza da guerr a, os
soldados se impressionar am com o que viam: a sumária eliminaçã o dos judeus pela máquina nazis ta,
alimentada pelo prec onceit o e pela falsa ideia da sup erioridade da raça ariana. [...] essa prática que
result ou no de sapar ecim ent o de cerca de dois terços dos judeus europeus, não foi alcan çada, eviden-
tement e, sem resis tências, como por exemplo: a famosa batalha no gue to de Varsó via e até mesm o as
pequenas e s tratégias c otidianas, que en volviam c ontraban do de víveres e fugas.
GRINBERG, Keila. Holocaus to. In: Silva, Francisc o Carlos Teixeira da (Org). Enciclop édia de guerr as e r evoluçõe s do século XX. Rio de 
Jan eiro: Else vier, 2004. P . 453.
173
PARA SABER MAIS: 
- Acesse o link abaix o para ter maiores informaç õe s sobr e os Regimes Totalitários - os princípios
ger ais, os principais fatores que levaram ao seu surgiment o, e as peculiaridade s da aplicaçã o na
Itália, Aleman ha, Portugal e Espan ha.
Mapa Mental – Regimes Totalitários. Disponível em: <https:// s tudymaps. com.br/ regim es- totali-
tarios/>. A cesso em: 24 maio 202 1.
- Acesse o link abaix o e leia a notícia que trata da açã o de grupos neonazis tas em São Paulo: Polí-
cia de SP vê aumento de movimentação neonazista e identifica grupos. Disponível em: <https://
www.bbc.com/portugue se/br asil-38603560>. A cesso em: 24 maio 202 1.
- Acesse o link abaix o para ter maiores informaç õe s sobr e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
- Antec edent es, o de sen volviment o da guerr a e o de s fech o.
Mapa Mental – Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Disponível em: <https:// de sc omplica. com.
br/artigo /mapa-m ental-segun da-guerr a-mundial/4y4/>. A cesso em: 24 maio 202 1.
- Suge s tã o de Livr o: As origens do t otalitarism o. Autora: Hannah Arendt.
- Suge s tã o de film e: Ele e s tá de v olta (20 15) / A onda (2008) / A Lis ta de Schin dler (1993).
- Suge s tã o de videoaula: Hannah Arendt: O que é o totalitarism o? Segun da Guerra Mundial (Partes: 
1, 2, 3 e 4).
<https:// www.youtub e.com/watch?v=QszVD9dXX8Y>; <https:// www.youtub e.com/
watch?v=wLiC JriVldE&t=1136s>;
< https:// www.youtub e.com/watch?v=6qF pYfgzq sQ&t=843s>; 
<https:// www.youtub e.com/watch?v=c89pHgIBHXI&t=6s>; <https:// www.youtub e.com/
watch?v=mFHgJiB urOQ>;
Suge s tã o de Sit e: https:// encyclop edia. ushmm .org/ pt-br
174
ATIVIDADES
1 – (UFRN) (Adaptada) - Vinicius de Morae s, inspirado em ac ontecim ent os oc orridos em meados do 
século XX, e scr eveu o seguint e poema:
Pensem nas crian ças
Mudas telepáticas
Pensem nas m eninas
Cegas in exatas
Pensem nas mul heres
Rotas alt eradas
Pensem nas f eridas
Como rosas cálidas
Mas só nã o se e squeçam
Da rosa, da r osa
Da rosa de Hir oshima
A rosa h ereditária
A rosa r adioa tiva
Es túpida e in válida
A rosa c om cirrose
A anti-rosa a tômica
Sem c or, sem p er fume
Sem r osa, sem nada.
MORAES, Vinicius de . Rosa de Hir oshima. In: Sec os & molhados. S ão Paulo: C ontinental, 1973. 1 CD. Faixa 9. (Série Dois Mom ent os).
Identifique o fato his tórico que inspirou o poe ta e explique a relaçã o de sse
fato com a Segun da Guerra 
Mundial.
Trata-se do lançamento da bomba atômica, pelos EUA, sobre a cidade japonesa de Hiroshima.
A Segunda Guerra Mundial foi um conflito bélico internacional ocorrido entre 1939 e 1945. Dois blocos de 
países se organizaram: de um lado, o EIXO (formado pela Alemanha, Itália e Japão); do outro, os ALIADOS 
(formado inicialmente pela Inglaterra e França; posteriormente, recebeu a adesão dos EUA, da URSS, do Brasil 
e de outros países). 
O lançamento da bomba está relacionado a uma série de acontecimentos ocorridos em 1945. Neste ano a 
vitória aliada já estava definida, apenas as tropas japonesas se recusavam a entregar as armas. Aproveitando-se 
desse fato, os EUA lançaram duas bombas, a primeira em Hiroshima (em 6 agosto de 1945) e a segunda em 
Nagasaki (no dia 9 do mesmo mês). 
175
2 – (ENEM/2015) A par ticipaçã o da África na Segun da Guerra Mundial deve ser apreciada sob a ótica 
da esc olha entr e vários dem ônios. O seu engajam ent o não foi um proc esso de colab oraçã o com o 
imperialism o, mas uma luta c ontra uma f orma de h egem onia ainda mais p erigosa.
MAZRUI, A. Procur ai primeirament e o reino do político [...]. In: MAZRUI, A.; WONDJI, C. (Org). História ger al da África: Á frica de sde 1925. 
Brasília: UNESCO, 20 10.
Para o aut or, a “forma de hegem onia” e uma de suas car act erís ticas que explicam o engajam ent o dos 
african os no proc esso analisado f oram:
a) Comunism o / rejeiçã o da dem ocr acia lib eral.
b) Capitalism o / de vas taçã o do ambient e na tural.
c) Fascism o / adoçã o do de terminism o biológic o.
d) Socialism o / planificaçã o da ec onomia nacional.
e) Colonialism o / imposiçã o da mis sã o civiliza tória.
3 – O expedient e que ambos os governant es totalitários (Hitler e Stálin) utilizaram para trans formar suas 
resp ectiv as ideologias em armas, com as quais cada um dos seus governados podia obrigar -se a entr ar 
em harmonia com o moviment o do terror, era enganador ament e simple s e imperceptív el: levavam-nas 
mortalment e a sério e orgulhavam-se , um, do seu supr emo dom de “raciocínio frio como o gelo ” (Hitler), 
e o outro da impiedade da sua dialé tica, e pas sar am a levar as implicaç õe s ideológicas aos extremos 
da coer ência lógica que , para o obser vador, pareciam de spr opositadam ent e “primitivos” e absur dos: a 
“clas se agonizant e” consis tia em pessoas condenadas à morte; as raças “indignas de viver” eram pessoas 
que iriam ser exterminadas. Quem concordas se com a exis tência de clas se s agonizant es e não chegas se 
a consequên cia de matar os seus mem bros, ou com o fato de que o direit o de viver tinha algo ver com 
a raça e não deduzis se que era nec essário matar as “raças incapaze s”, evident ement e era ou es túpido 
ou covarde . Es sa lógica persuasiv a como guia da açã o impregna toda a es trutura dos moviment os e 
governos totalitários. Deve-se exclusiv ament e a Hitler e a Stálin , que , em bora não acr esc entas sem 
um único pensam ent o novo às ideias e aos slogans de propagan da dos seus moviment os, só por isso 
merec em ser c onsider ados ideólogos da maior imp ortân cia. 
ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarism o: anti-semitism o, instrument o de p oder . Rio de Jan eiro: Ed. Docum entário , 1975. p.351 
O texto faz referência ao t otalitarism o, evidencian do 
a) as pr opagan das c omo instrument o dem ocr átic o na divulgaçã o das aç õe s educa tivas.
b) os pr oje tos de e xpansã o da doutrina c omunis ta p ela Eur opa ap ós a R evoluçã o Russa.
c) as e s tratégias in ovador as aplicadas p elos nazis tas n o intuito de c onter a crise p olítica.
d) as t eorias científicas c ontemp orâneas que c omprovaram a sup erioridade da r aça ariana.
e) os m ecanism os ideológic os utilizados p elos líder es f ascis tas par a manipular a p opulaçã o.
Problema na questão, pois Stálin 
não era um líder fascista.
jenergoncalves
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SEMANA 5
EIXO TEMÁTICO: 
Mundo Contemp orâneo , República e Modernidade . Cidadania e Democr acia: de 1930 aos dias atuais.
TEMA/TÓPICO: 
Cons truçã o da Cidadania Moderna / Partidos políticos, sindica tos e a consolidaçã o da dem ocr acia 
brasileir a: do p eleguism o ao novo sindicalism o urbano.
HABILIDADE: 
Inves tigar por meio de dep oiment os na comunidade as diversas visõe s a resp eit o dos programas e 
aç õe s dos par tidos p olíticos e sin dica tos.
CONTEÚDOS RELACIONADOS: 
A Era Vargas (1930-1945), República Populis ta (1946-1964), Ditadura Militar (1964-1985) e Nova Repú -
blica (1986-2020).
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nes ta semana com os component es de 
filoso fia e sociologia, amplian do o deba te ac erca das mudanças e perman ências relacionadas a 
repr esenta tividade p olítica n o Brasil. 
• Habilidade Filoso fia: C ompreen der as dif erent es formas de p oder nas sociedade s humanas.
• Habilidade Sociologia: Compreen der a formaçã o, a ge s tã o e os conflitos de interesse s present es
no espaç o urbano.
TEMA: Cons truçã o da Cidadania Moderna
Caro(a) es tudant e, nes ta semana voc ê vai discutir o significado his tórico do trabal hismo para a con-
quis ta dos direit os sociais e , por conseguint e, da própria cidadania, o que envolve a formaçã o da clas se 
trabal hador a e suas relaç õe s com o Es tado . Compreen der á, tam bém, o protagonism o político do traba -
lhismo, de s tacan do que a luta pela jornada de 8 horas e outros direit os trabal his tas é muito anterior à 
criaçã o do Ministério do Trabal ho (1930), da CLT (1943) e do próprio “trabal hismo” oc orridos no governo 
Vargas.
Partidos políticos, sindicatos e a consolidação da democracia brasileira: do peleguismo ao novo 
sindicalismo urbano.
O ano de 1930 marca o início da cons truçã o do maior mito republican o brasileir o durante o século XX: 
Getúlio Vargas. Durante grande par te do século pas sado , sua figura se de s tac ou como referência po-
lítica, sen do seu nome reverenciado entr e as mais variadas clas se s sociais, mesm o, ou talvez princi-
palment e, após a sua trágica morte em agos to de 1954. Sem dúvidas, a figura de Vargas foi impactant e 
para a dinâmica ec onômica do país, além de se trans formar em ícone para a mas sa trabal hador a ao ser 
o governant e resp onsá vel pela elab oraçã o da legislaçã o trabal his ta, que até os dias de hoje ser ve de
referência par a o país.
Ideologia do Trabalhismo: Se de sde o início de sua traje tória política nacional, Getúlio Vargas foi con-
sider ado um líder, foi durante o Es tado Novo que se cons truiu e fixou sua imagem popular e mesm o 
carismática. Com o Es tado Novo, entr ou em funcionam ent o a máquina de propagan da do DIP - Depar-
tam ent o de Imprensa e Propagan da, que busc ou conquis tar para o regim e e para o president e a ade -
sã o e o apoio da clas se trabal hador a. A dem ocr acia social, a valorizaçã o do trabal ho e do trabal hador 
177
es tariam exis tindo graças à figura do president e. Foi com essa as sociaçã o entr e a obra e o líder que se 
criou a mit ologia ge tulis ta, e xpressa na imagem do “ pai dos p obres”.
A ideologia política centr ada na figura do president e, em sua obra social e em sua relaçã o direta e pes -
soal com os trabal hador es, foi sen do cons truída dentr o do Ministério do Trabal ho, principalm ent e de -
pois de 1942. Foi fundamental nesse proc esso o pap el do ministro do Trabal ho, Alexandre Marconde s 
Filho, que dirigiu a montagem do sindicalism o corporativis ta, articulou a invençã o da ideologia traba -
lhis ta e se en volveu na criaçã o do Partido Trabal his ta Br asileir o.
Após a queda de Vargas e o fim do Es tado Novo, o PTB iria atuar dentr o das regr as do jogo político libe-
ral-dem ocr átic o como herdeiro do legado v arguis ta.
Disponível em: <https:// cp doc .fgv.br/ producao /dos sie s/AEraVargas1/ anos37-45/Dir eit osSociaisT rabal his tas/Ideologia
Trabal hismo>. 
Acesso em: 15 maio . 202 1.
É important e ressaltar que as reformas trabal his tas introduzidas por Vargas não foram uma simple s e 
gen erosa concessã o do governo, mas um refle xo das décadas de lutas cons tant es do moviment o ope-
rário brasileir o. A persis tência das lutas trabal his tas durante a República Oligárquica mos trou que a 
que s tã o social não poderia ser tratada pelo Es tado como simple s caso de polícia: os trabal hador es 
colocar am-se c omo important es a tores políticos e nã o poderiam mais ser ign orados.
Ao es tab elec er uma legislaçã o trabal his ta, Getúlio Vargas procur ou regular o moviment o operário e 
atrelá -lo ao Es tado , em uma tenta tiva de esvaziar sua dimensã o mais radical e revolucionária. O Minis-
tério do Trabal ho busc ou controlar os sindica tos, obje tivando conciliar os interesse s dos trabal hador es, 
dos patrõe s e do Es tado . Perceb e-se , portant o, que as lutas operárias das primeiras décadas do sécu -
lo XX fizer am com que parcela das elit es brasileir as consider as sem mais vantajoso fazer concessõe s 
aos trabal hador es, controlando-os indiretam ent e em alguma medida, do que simple sm ent e reprimi-los 
durament e, o que poderia alimentar a radicalizaçã o do prole tariado e sua aproximaçã o com o Partido 
Comunis ta.
2. Política trabalhista durante o Estado Novo: A Cons tituiçã o do Es tado Novo sis tema tizou a política
trabal his ta que Vargas vinha implementan do de sde o Governo Provisório . Por inspiraçã o da Carta Del
Lavoro, da Itália fascis ta, a Carta Cons titucional de 1937, com complem entaçã o de decr etos-leis expe-
didos nos anos seguint es, subm eteu os sindica tos ao governo de Getúlio. Adotou-se o modelo da uni-
dade sindical, que previa um sindica to por ca tegoria profis sional e proibiu-se a greve e a greve patronal. 
Em 1939, o Es tado Novo oficializou a ver ticalizaçã o, exis tent e do moviment o sindical de sde 1934, com o
es tab elecim ent o de feder aç õe s e confeder aç õe s de sindica tos. As feder aç õe s deveriam reunir ao me-
nos cinco sindica tos es taduais, e as confeder aç õe s ao menos três feder aç õe s em âmbito nacional. Em
1940, foi criado o principal instrument o de submis sã o dos sindica tos ao Es tado , o imposto sindical. Es se 
impos to tinha a funçã o de financiar os sindica tos, por meio de uma contribuiçã o obriga tória, no valor de 
um dia de trabal ho, paga por todos os trabal hador es formalment e empr egados. De todo o dinheiro arre-
cadado com o impos to sindical, previa-se que 60% seria repas sado aos sindica tos, 15% às feder aç õe s,
5% às confeder aç õe s e 20% ao Fundo Social Sindical. Es se fundo, ao longo dos anos, ensejou grande
corrupçã o nos meios sindicais ligados ao Es tado , pois foi de sviado para financiar obras ministeriais e
campan has eleit orais. O impos to sindical foi tam bém o sup orte da figura do sindicalista pelego, ou seja,
aquele que media va as relaç õe s entr e governo e clas se trabal hador a, evitan do choque s com qualquer
uma das e s feras, prin cipalm ent e a go vernam ental.
• Liberalização do pós-Guerra: Com o fim da Segun da Guerra Mundial, Getúlio implement ou uma
reforma cons titucional de cunho dem ocr átic o, que gar antia a reaber tura dos par tidos políticos:
PTB, PSD, UDN e PCB.
3. Representatividade: Do populismo ao período da redemocratização: Nos anos 1960, a luta sindi-
cal alcança repercussão através das imensas manifestações grevistas e da realização do III Congresso
Sindical Nacional, quando fora criado o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). No mesm o período , as
lutas intensificar am-se no camp o com a criaçã o das ligas camponesas. Grada tivament e os sindica tos
178
rurais pas sar am a se de sen volver. O golpe militar de 1964 interrompeu o crescim ent o do moviment o sin-
dical, e a par tir de sse moment o, trabal hador es voltam a ser perseguidos e a es tar em sob total controle 
do Es tado . 
O sindicalism o volta a gan har forças som ent e no fim dos anos 1970, quando retomam as greves em 
diversas fábricas no es tado de São Paulo. As greves reivindica vam uma rep osiçã o salarial de 31%. O go-
verno até entã o vinha mascar ando os índices de inflaçã o, ger ando grande s perdas salariais. A manobra 
foi denunciada pelo Banco Mundial em 1977, de sp er tan do a revolta dos trabal hador es. A jornada de luta 
nos anos 1970 inseriu o moviment o operário no cenário político, ec onômic o e social brasileir o, levando 
a criaçã o da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Partido dos Trabalhadores (PT), que pas sar am a 
organizar diversas greves ger ais nos anos 1980 e de semp enharam important e pap el em moviment os 
políticos como as Diretas Já. O Novo Sindicalismo, como se convencionou chamar o moviment o sindical 
nascido com as greves de 1978 no ABC paulis ta, tem suas raíze s num amplo moviment o social que veio 
se de sen volvendo nos an os da ditadur a e h oje c ontinua vivo, na Centr al Única dos Trabal hador es-CUT.
PARA SABER MAIS: 
- Acesse o link abaix o e leia a notícia que trata das diferent es visõe s da populaçã o brasileir a em
contextos dis tintos, a resp eit o da dem ocr acia, dos programas e aç õe s dos par tidos políticos e
sindica tos.
Cientistas políticos apontam diferenças entre protestos dos anos 80 e de 2013. Disponível em: 
<https:// www.camar a.leg.br/ noticias/430903-cientis tas-p olitic os-ap ontam -difer en cas-en -
tre-pr otes tos-dos-an os-80-e-de-20 13/>. Acesso em: 24 maio 202 1.
- Suge s tã o de Livr o: O novo sindicalism o no Brasil. Aut or: Ricar do Antunes.
- Suge s tã o de Documentário: Caminhos De Pedra - Tempo e Memória Na Linha Palmeiro (2008) /
‘Imigrantes Italianos: a trajetória dos colonos que viveram em Leopoldina’.
- Suge s tã o de videoaula: Segun do Reinado: Aboliçã o da Escr avidão e Imigraçã o - Brasil Esc ola.
Disponível em: <https:// www.youtub e.com/watch?v=0sY JMniqx-I&t=14s>. Acesso em: 24 maio
202 1.
- Suge s tã o de Sit e: <http:// memorialdadem ocr acia. com.br/car d/novo-sin dicalism o>. Acesso
em: 24 maio 202 1.
179
ATIVIDADES
1 – (ENEM/2017) (Adaptada) - Nos primeiros anos do governo Vargas, as organizaç õe s operárias sob 
controle das corrent es de esquer da tentar am se opor ao seu enquadr ament o pelo Es tado . Mas a 
tenta tiva fracas sou. Além do governo, a própria base de ssas organizaç õe s pression ou pela legalizaçã o. 
Vários benefícios, como as férias e a pos sibilidade de pos tular direit os perante às Juntas de Conciliaçã o 
e Julgam ent o, dep endiam da c ondiçã o de ser m em bro de sin dica to rec onhecido p elo go verno.
FAUSTO, B. História c oncisa do Br asil. S ão Paulo: Edusp; Impr ensa Oficial do Es tado , 2002 (adaptado).
No contexto his tórico retratado pelo texto, a relaçã o entr e governo e moviment o sindical foi car act erizada
a) pela vin culaçã o de direit os tr abal his tas à tut ela do Es tado .
b) pelo rec onhecim ent o de dif erent es ideologias p olíticas.
c) por uma legislaçã o cons truída c onsensualm ent e.
d) por um diálogo dem ocr aticam ent e c ons tituído.
e) pelas b enesse s sociais do ge tulism o.
2 – (PUC/SP) (Adaptada) - Com a criaçã o dos Sindica tos Profis sionais moldados em regr as uniformes e 
precisas, dá-se às aspir aç õe s dos trabal hador es e às nec essidade s dos patrõe s expressã o legal normal e 
aut orizada. O arbítrio , tant o de uns como de outros, ger a a de sc onfian ça, é causa de de sc ontentam ent o, 
produz atritos que es talam em greves [...] Os sindica tos ou as sociaç õe s de clas se ser ão os para-ch oque s 
de ssas t endências antagônicas.
COLLOR, Lindolfo, Ministro do Trabalho, 19/3/1931, citado por Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 
1984, p. 84.
A declar açã o acima, de Lindolfo Collor, Ministro do Trabal ho em 1931, é exemplar da relaçã o entr e Es ta -
do e tr abal hador es durante o período Vargas, car act erizada p ela
a) ac eitaçã o das reivindicaç õe s trabal his tas e pela implantaçã o de legislaçã
o prejudicial aos inte-
resse s do pa tronato.
b) disp osiçã o do governo em atuar como árbitr o dos conflitos sociais e controlar as organizaç õe s
de tr abal hador es.
c) proibiçã o da unicidade sindical, que levou ao surgiment o de sindica tos por ca tegoria e a divisã o
do operariado .
d) liberdade de reuniã o, açã o e funcionam ent o das as sociaç õe s de operários, indep endent ement e
da ideologia.
e) repr essã o a toda mobilizaçã o operária e pela perseguiçã o às lideranças trabal his tas de direita e
de e squer da.
jenergoncalves
Realce
jenergoncalves
Realce
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3 – (UFG-GO) – Ia devagar porque estava matutando. Com seus vinte anos fáceis, o 35 sabia, mais da 
leitura dos jornais que da experiência, que o proletariado era uma classe oprimida. Comunismo?... Sim 
talvez fosse isso. Mas o 35 não sabia bem direito, ficava atordoado com as notícias, os jornais falavam 
tanta coisa, faziam tamanha mistura de Rússia, só sublime ou só horrenda, e o 35 infantil estava por 
demais machucado pela experiência pra não desconfiar, o 35 desconfiava.
ANDRADE, Mário de. Primeiro de Maio. Contos novos. Belo Horizonte, Rio de Janeiro: Itatiaia, 1999, p. 35. [Adaptado].
O conto “Primeiro de Maio” reflete as dificuldades do movimento operário brasileiro, expressas nas des-
confianças de 1935 relacionadas ao golpe comunista. Apresente dois argumentos dos comunistas so-
bre o quadr o político brasileir o que jus tificar am o golp e.
Em primeiro lugar, a ANL (Aliança Nacional Libertadora), que reunia os comunistas brasileiros havia sido 
colocada na ilegalidade pelo governo Vargas em 1935, limitando sua atuação política nacionalmente. Em 
segundo lugar, os comunistas pretendiam a implantação de medidas sociais, políticas e econômicas mais 
efetivas para favorecer a classe operária brasileira.
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SEMANA 6
EIXO TEMÁTICO: 
Mundo Contemp orâneo , República e Modernidade . Cidadania e Democr acia: de 1930 aos dias Atuais.
TEMA/TÓPICO: 
Expansã o e Guerra / Guerra Fria e mundo bipolar.
HABILIDADE: 
Analisar mapas c om a situaçã o geop olítica do mun do pós-guerr a.
CONTEÚDO RELACIONADO: 
Segun da Guerra Mundial (1939-1945).
INTERDISCIPLINARIDADE: 
Há a pos sibilidade de aproximaçã o da temática trabal hada nes ta semana com o component e de 
geogr afia, amplian do o deba te ac erca da situaçã o geop olítica do mun do pós-guerr a. 
• Habilidade Geogr afia: Confrontar os e feit os das disparidade s territ oriais e sociais rela tivas à dis tri-
buiçã o da t erra e às p olíticas de de sen volviment o rural nos paíse s c entr ais e p eriféric os.
TEMA: Guerra Fria e mundo bipolar
Caro(a) es tudant e, nes ta última semana do PET 3 voc ê vai rec onhec er que nos anos pos teriores à Se -
gunda Guerra Mundial, consolidou-se dois bloc os antagônic os, o capitalis ta e o socialis ta, liderados por 
duas sup erp otências: os Es tados Unidos e a União So viética, resp ectiv ament e. Além disso , perceb erá 
através da análise de mapas as disputas empr een didas por esse s dois paíse s que chegar am a arma -
zenar um arsenal atômic o capaz não só de de s truir um ao outro, mas tam bém colocan do em risc o a 
sobr evivência de t odas as e sp écie s do plan eta.
A situação geopolítica do mundo pós-guerra.
A Segun da Guerra Mundial trouxe para o mundo uma profunda crise moral, uma de silusã o com os valo-
res tradicionais, como resultado do taman ho da de s truiçã o e da perda de milhõe s de vidas, provocan -
do uma sensaçã o de vazio e uma falta de orientaçã o nos indivíduos e na sociedade . As rivalidade s, as 
susp eitas e as acusaç õe s perman ec eram, principalm ent e, entr e os antigos aliados – Estados Unidos e 
União Soviética – e se aprofundaram, resultan do em um conflito que , em vários asp ect os, as sumiu o ca -
rát er de uma verdadeir a guerr a e que acab ou influen cian do os demais paíse s do mundo. Quando a União 
So viética e os Es tados Unidos trans formaram-se nos grande s vencedor es da luta contra a Alemanha e 
contra o Japã o, fic ou clar o que o de s tino do mundo seria traçado pelo novo equilíbrio mundial impos to 
por essas naç õe s, com a consolidaçã o de dois bloc os, o socialis ta e o capitalis ta, comandados pelas 
duas naç õe s hegem ônicas. A precária aliança militar do período da guerr a deu lugar a um clima de dis -
puta ideológica e política paralela à de fesa de interesse s ec onômic os e militares nas áreas dominadas 
por essas naç õe s.
182
CORTINA DE FERRO
Disponível em: <http:// educacao .globo.com/his toria/as sunt o/guerr a- fria/ mundo-bip olar-e-guerr a- fria.html>. Acesso em: 15 maio . 202 1.
O mapa apresenta a fronteira entr e a Europa capitalis ta e o bloc o socialis ta. Es sa fronteira ele vou as 
tensõe s diplomáticas em 1946 a um nível explosiv o. Winston Churchill, político britânic o e primeiro-mi-
nistro da Grã-Bretan ha, em uma viagem política pelos Es tados Unidos, fez um discur so no qual cham ou 
de Cortina de Ferro a área fronteiriça entr e a regiã o Oriental e as naç õe s capitalis tas europeias. Nesse 
discur so declar ou:
Uma som bra de sc eu sobr e o cenário até há pouc o iluminado pelas vitórias aliadas. Ninguém sab e o 
que a Rússia So viética e sua organizaçã o internacional comunis ta pretendem fazer no futur o imedia to, 
ou quais sã o os limites, se é que os há, para as suas tendências expansionis tas e proselitis tas [...]. De 
St ettin, no Báltic o, a Tries te, no Adriátic o, uma Cortina de Ferro de sc eu sobr e o continent e. Atrás da-
quela linha todas as capitais de antigos Es tados do Centr o e do Le s te Europeu [...] e suas populaç õe s 
vivem no que se poderia chamar de es fera so viética [...] es ta não é cer tam ent e a Europa liber tada que 
lutam os para cons truir. Também não é uma que contenha os ingredient es de uma paz perman ent e. [...] 
Acaut elai- vos, eu digo , porque o t emp o pode ser cur to.
CHURCHILL, Winston. In: BARROS, Edgar d Luiz de . A Guerra Fria. S ão Paulo: Atual, 1984. p .19 (Discutindo a História) 
1. Os conflitos da Guerra Fria: A Guerra Fria foi, antes de tudo, o resultado da ausên cia de um grande
vencedor na Segun da Guerra Mundial. A par tir de ssa realidade , e do consequent e aument o de pres tígio
dos dois paíse s, a disputa pelo controle do mundo pas sou a ser um problema exclusiv o de ssas duas
potências. As disputas pelo poder mundial e pela ampliaçã o ou sus tentaçã o de cada raio de influên cia
provoc ou tensõe s, conflitos e guerr as. Em 1984, a ONU calculou que em várias par tes do globo havia 12
conflitos com car act erís ticas de guerr a. No entant o, os conflitos eram limitados a de terminadas áreas,
jus tam ent e pela capacidade de aut ode s truiçã o de cada bloc o. Durante a Guerra Fria, o “equilíbrio do
terror” e a “paz p elo medo ” caract erizar am o precário equilíbrio mun dial.
183
A Revolução Chinesa (1949)
Disponível em: < https:// drive.google .com/file/ d/1zEFoaoX4Pr oE848pS4kEU1gTYMntI_c0/ view?usp=sharing>. A cesso em: 15 maio 202 1.
O mapa de s taca a fase final da revoluçã o que trans formou a China em um país comunis ta. Vale lembrar 
que essa revolução foi um processo que começou em 1927 e terminou em 1949. No transcurso desses 
22 anos, a revolução atravessou quatro fases distintas. 
Disponível em: <https://his toriac em0 1.weebly .com/4-bim .html>. Acesso em: 15 maio 202 1.
A Guerra da Coréia (1950-1953)
Disponível em: <https:// drive.google .com/file/ d/1NDk_y2mq-Gdu4Rl2RK1Hik9smhT1mIuf/view?usp=sharing>. A cesso em: 15 maio 202 1.
184
O mapa de s taca a evoluçã o do conflito que oc orreu na Península Coreana e dividiu o país em Coreia do 
Norte e Coreia do Sul. Tecnicam ent e, o conflito ainda não acab ou, pois não foi as sinado nenhum tratado 
de paz, ap enas um armis tício em 27 de jul ho de 1953.
Disponível em: <https:// www.todama teria. com.br/guerr a-da-c oreia/>. Acesso em: 15 maio 202 1.
Guerra do Vietnã (1959-1975).
Disponível em: <https:// drive.google .com/file/ d/1OAeL fhoFzCWJSIB2mQ7g3t oI1JElRb9Q/view?usp=sharing>. A cesso em:
15 maio 202 1. 
O mapa de s taca a evoluçã o do conflito que dividiu o Vietnã em lados opos tos. De um lado, os capitalis -
tas e aliados dos EUA (Vietnã do Sul) e de outro os socialis tas e aliados da URSS e China (Vietnã do Nor-
te). A guerr a contou ainda com a par ticipaçã o dos vietcongue s (guerrilha socialis ta do Vietnã do Sul). A 
Guerra do Vietnã coloc ou à prova a supr emacia dos Es tados Unidos como potência militar hegem ônica.
Disponível em: <https:// www.colada web .com/his toria/guerr as/ guerr a-do- vietna>. Acesso em: 15 maio 202 1.
A Crise dos Mísseis (1962)
 Disponível em: <https:// drive.google .com/file/ d/1q9gr39Q6eozGb9Mc5nEXu_lQMUbIfczw/view?usp=sharing>. A cesso em: 15 maio 202 1.
185
O mapa de s taca a Crise dos Mísseis de Cuba. Es se episódio da Guerra Fria durou 14 dias (14 a 28 outubr o 
de 1962) e marcou o confronto entr e os Es tados Unidos e a União So viética. O motivo de sen cade ador 
da crise foi a instalaçã o de mísseis nucle ares so viétic os em Cuba em resp os ta aos mísseis american os 
instalados a oe s te e sul da Uniã o So viética. 
Disponível em: <https:// ensinarhis toriajoelza. com.br/a-crise-dos-mis seis-de-cuba-o-mun do-a-b eira-da-guerr a-nucle ar/>. Acesso em: 
15 maio. 202 1.
PARA SABER MAIS: 
- Suge s tã o de Livro: A Guerra Fria. Autor: Edgar d Luiz de Barros / Da Guerra Fria à Nova Ordem
Mundial. Autores: Ricar do de Moura Faria e Mônica Liz Miranda.
- Suge s tã o de Filme: Mash (1970) / Catás trofe Nucle ar (1985)
- Suge s tã o de videoaula: Guerra Fria (Parte 1 e 2). Disponível em: <https:// www.youtub e.com/wat-
ch?v=9s_SdmiFEIk>; <https:// www.youtub e.com/watch?v=RMUmZn3cuR0&t=32s>. Acesso em:
15 maio. 202 1.
- Suge s tã o de Sit e: https:// mundoeducacao .uol.com.br/his toriager al/guerr a- fria.htm>. Acesso
em: 15 maio . 202 1.
ATIVIDADES
1 – (ENEM/2018) – Os so viétic os tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueir ando-
se pela fres ta aber ta pela imedia ta hos tilidade norte-am ericana em relaçã o ao proc esso social 
revolucionário . Durante três décadas os so viétic os mantiveram sua presen ça em Cuba com base s e 
ajuda militar, mas, sobr etudo, com todo o apoio ec onômic o que , como sab eríam os anos mais tar de , 
mantinha o país à tona, em bora nos deixas se em dívida com os irmãos so viétic os – e dep ois com seus 
herdeiros russos – por cifr as que chega vam a US$ 32 bilhõe s. Ou seja, o que era oferecido em nome da 
solidariedade socialis ta tin ha um preç o de finido.
PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul. 2014 (adaptado).
O texto indica que durante a Guerra Fria as relaç ões internas em um mesmo bloc o foram marcadas pelo (a):
a) busca da n eutr alidade p olítica.
b) es tímulo à c ompetiçã o comercial.
c) sub ordinaçã o à potência h egem ônica.
d) elas ticidade das fr onteiras geogr áficas.
e) compar tilhament o de p esquisas científicas.
jenergoncalves
Realce
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2 – Durante o período conhecido como Guerra Fria, irrompeu, no sude s te da Ásia, outro conflito – a 
Guerra do Vietnã – que se tornou cenário das disputas ideológicas e militares entr e as sup erp otências 
mundiais da ép oca. Analise essa guerr a es tab elec endo relaçã o com a bipolarizaçã o ideológica de sse 
período .
3 – (UERJ/2019) (Adaptada) 
Na es fera das relaç õe s internacionais, o contexto his tórico ao qual a personagem faz referência era 
marcado p or uma divisã o do mundo dec orrent e sobr etudo do seguint e f ator:
a) divergên cia r eligiosa-cultur al.
b) concorrência t écnic o-científica.
c) rivalidade finan ceiro-c omercial.
d) antagonism o é tnic o-linguís tic o.
e) bipolaridade p olítico-ideológica.
A Guerra do Vietnã aconteceu entre 1959 e 1975 e foi um conflito entre os dois governos estabelecidos que 
lutavam pela unificação do país sob sua liderança. Os Estados Unidos envolveram-se diretamente no 
conflito e em 1969 enviaram mais de 500 mil soldados ao país asiático. A participação americana e a 
motivação ideológica do conflito são consequências das tensões da bipolarização do período da Guerra 
Fria, no qual as ideologias do comunismo e do capitalismo disputavam a hegemonia do mundo.
jenergoncalves
Realce

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