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Aula 01 – Exame clínico e plano de tratamento A sistemática do exame clínico completo consiste em quatro etapas distintas: 1. Anamnese: questionário que visa investigar a detalhes da saúde geral do paciente; 2. Exame clínico: a. Exame extraoral: avaliação através de palpação, percussão e auscultação – lábios, mucosa; b. Exame intrabucal: inspeção visual com campo limpo, seco e bem iluminado – periodonto de proteção, dentes, oclusão; 3. Exames complementares; 4. Diagnóstico. 5. Planejamento do tratamento: “Lista ordenada de procedimentos que objetivam solucionar os problemas clínicos dos pacientes, atendendo, deste modo às suas necessidades e expectativas”. Respeitar condições sistêmicas do paciente; Fase I – eliminação e controle de doenças bucais e preservação da relação dos dentes e da saúde dos tecidos orais; Fase II – restauração ou substituição estética e funcional; Fase III – Manutenção e controle do tratamento realizado; OBS: Espaço Biológico espaço mínimo necessário entre a gengiva marginal livre até a crista óssea alveolar, compreende 3 mm e acomoda algumas estruturas anatômicas (sulco gengival, epitélio juncional e inserção conjuntiva). Tríade: saúde, função e estética; BOM EXAME DIAGNÓSTICO PRECISO BOM PLANEJAMENTO SUCESSO DO TRATAMENTO ODONTOLÓGICO HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA QUALIDADE DAS RESTAURAÇÕES NECESSIDADES ESTÉTICAS (COR, FORMA E POSIÇÃO) PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA COMPROMETIMENT O BACTERIANO (LESÃO DE CÁRIE) SEM COMPROMETIMENT O BACTERIANO TRAUMATISMO LESÃO NÃO- CARIOSA DECISÃO TERAPÊUTICA: Atividade ou inatividade da cárie; Qualidade de restaurações; Sensibilidade; Estética*; É toda restauração que precisa ser substituída? Não. No exame clínico será buscada a identificação de lesões de cárie, que avalie a qualidade das restaurações existentes e que avalie se o paciente tem ou não sensibilidade. O exame clínico deve permear esses três itens e a estética (não é o item mais importante, apesar de ser trabalhado na clínica). DIAGNÓSTICO TRATAMENTO DA DOENÇA RESTAURAÇÃO DIAGNÓSTICO DA DOENÇA CÁRIE: Levar em consideração número, tipo, aparência e localização das lesões de cárie; CONTROLE DA DOENÇA: Controle químico e mecânico do biofilme; Orientação em relação ao consumo de açúcares; Adequação do meio bucal (AMB): sequência de procedimentos que objetivam motivar, reduzir o nível de infecção do paciente (orientação de higiene bucal, remoção de dentina infectada) e avaliar progressivamente o grau de perda de estrutura dentária para posteriormente restaurar; Evidenciação de biofilme + orientação quanto a higiene oral e dieta; Profilaxia; Remoção de biofilme na região interproximal dos dentes; Escavação em massa; Selamento provisório; Aplicação tópica de flúor; DIAGNÓSTICO TOMADA DE DECISÃO NÃO INTERVIR MÍNIMA INTERVENÇÃO INTERVENÇÃO RESTAURADORA 1. PERDA DA ESTRUTURA DENTÁRIA: a. Lesões de manchas brancas (cárie dentária): o Pacientes que tem alta atividade de cárie com muita presença de biofilme; o Regiões cervicais (principalmente) e regiões oclusais; o Aspecto clínico: opaco e rugoso (ativas), lisas e brilhantes (inativas); SITUAÇÃO PROBLEMA: PACIENTE 15 ANOS DE IDADE, LESÕES DE MANCHA BRANCA DE PRÉ A PRÉ, ESTABELEÇA O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL QUANTO À PRESENÇA DE LESÕES DE MANCHA BRANCA. Paciente com baixa atividade de cárie, ausência de biofilme. ESSA MANCHA BRANCA DENTRO DESSE PERFIL, DESSA SITUAÇÃO PROBLEMA TENDE A SER MAIS ATIVO OU INATIVO? Inativo. Suspeita-se de mancha hipoplásica gerada por fluorose. Porque está se dando uma situação de grupos de dentes com lesões semelhantes nas mesmas regiões. Fluorose geralmente acomete grupos de dentes. b. Lesões de superfícies lisas proximais: o Diagnóstico: Exame clínico (visual + fio dental) fio dental que passa desfiando tanto em restauração quanto em dente é porque tem algo errado, fio dental deve passar sobre pressão e sem esgaçar; Separação dentária (mediata – borrachinha e imediata com afastadores mecânicos com o de Ivory ou cunhas de madeira); Radiografia interproximal; o Decisão terapêutica: Restrita a esmalte fluorterapia/proservação (acompanhamento, monitoramento); Comprometimento dentário restauração; c. Lesões de superfícies lisas vestibulares e linguais: o Não-cavitadas: fluorterapia; o Cavitadas: restauração; d. Lesões em regiões de cicatrículas e fissuras: o Considerar aspecto clínico (coroa escurecida?) e aspecto radiográfico; o Lesão inativa: proservação e preservação; o Cárie oculta: restauração; o Diagnóstico duvidoso preservação e proservação/fluorterapia e/ou selante não-invasivo; HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA QUALIDADE DAS RESTAURAÇÕES NECESSIDADES ESTÉTICAS (COR, FORMA E POSIÇÃO) PERDA DE ESTRUTURA DENTÁRIA COMPROMETIMENT O BACTERIANO (LESÃO DE CÁRIE) SEM COMPROMETIMENT O BACTERIANO TRAUMATISMO LESÃO NÃO- CARIOSA o Lesão incipiente (esmalte) selante invasivo ou restauração conservativa (mínima intervenção); e. Traumatismos: FRATURAS CORONÁRIAS FRATURAS EM ESMALTE (menos complexa) Fratura de esmalte superficial Regularização e alisamento das bordas de esmalte Fratura de esmalte profunda (próximo à junção amelodentinária) Restauração adesiva direta ou colagem do fragmento dental Se o paciente chega com um pedaço de dente na mão e está bem hidrato dá para fazer a colagem, porém, se o momento não permitiu que guardasse o fragmento, trata-se com restauração adesiva. FRATURAS CORONÁRIAS FRATURAS EM ESMALTE/DENTINA (Baratieri et al., 2002) Sem exposição pulpar e sem invasão do espaço biológico Restauração adesiva direta ou colagem do fragmento dental Sem exposição pulpar e com invasão do espaço biológico Aumento de coroa clínica + restauração adesiva direta, indireta ou colagem do fragmento dental Com exposição pulpar e sem invasão do espaço biológico Tratamento conservador ou radical da polpa + restauração adesiva direta, indireta ou colagem do fragmento dental Com exposição pulpar e com invasão do espaço biológico Aumento de coroa clínica + tratamento conservador ou radical da polpa + restauração adesiva direta, indireta ou ... f. Lesões não cariosas: erosão, abrasão e abfração; o Paciente geralmente sente dor: resolve-se com obliteração dos túbulos dentinários com uso de agentes dessensibilizantes (flúor, oxalato de potássio, nitrato de potássio, nano P – faz sequências de aplicações e sensibilidade desaparece com o decorrer do tempo) ou, se for possível, realiza-se a restauração; o Quando restaurar? Mais de 1mm de profundidade; Sensibilidade associada; Necessidade estética; Retenção de placa; Potencial de fratura dentária; Exposição pulpar; 2. HIPERSENSIBILIDADE DENTINÁRIA: o Dor aguda, de intensidade variável, frente a estímulos de origem térmica, química ou mecânica, que desaparece imediatamente após a remoção do estímulo gerador. o Diagnóstico: anamnese + exame intra-oral; Sensibilidade tátil; Jatos de ar; Alterações térmicas; Associação com lesões não cariosas; o Diagnóstico e decisão terapêutica: Preservação de cavitação procedimento restaurador adesivo; Ausência de cavitação obliteração dos túbulos dentinários; 3. QUALIDADE DAS RESTAURAÇÕES: “A avaliação direta pode ser facilmente aplicada na clínica diária, e permite que o profissional analise a aceitabilidade das restaurações quanto a critérios como: integridade marginal, alteração de cor, desgaste, descoloração marginal, cáries recorrentes” (Anusavice, 1989) Alteração de cor; Descoloração marginal; Desgaste; Fratura dentária; Fratura da restauração; Forma inadequada; 4. NECESSIDADES ESTÉTICAS: o Alterações de cor: forma,posição (diastema) e cor; CASO CLÍNICO: o Orientação de higiene bucal: mudança de hábitos; o Avaliação periodontal: periograma – relação de diabetes e doença periodontal; o Paciente necessita de acompanhamento médico, pois necessita de abordagem cirúrgica (extração de raiz residual); o Alto risco para doença cárie – contexto sistêmico: Múltiplas restaurações: resinas, amálgama, cotosol, cavidades de tamanhos grandes, lesões de cárie ativa; Demanda estética: manchamento em dentes posteriores, lesões ativas em faces lisas, cavidades abertas e cavidades extensas; o Dente 18: hígido; o Dente 17: encaminhar para cirurgia (remoção de raiz residual): apresenta lesão de furca, granuloma na raiz; o Dente 16: Diagnóstico pulpar (endoice): região radiolúcida (sugestivo radiográfico de lesão periapical, provavelmente apresenta necrose pulpar); Tratamento endodôntico; invasão de espaço biológico (pode ser por lesão de cárie, restauração insatisfatória e fratura dental) – lesão de cárie no nível da crista óssea alveolar, deve ser realizado aumento de coroa para restabelecer distância biológica; Intervenção restauradora: restauração indireta do tipo onlay para aproveitar os remanescentes dos dentes (associando ou não um retrator intraradicular); o Dente 15: Teste de vitalidade pulpar; Restauração direta; o Dente 14: Presença de cárie ativa (proximal e oclusal), alteração de cor (acastanhado – suspeita de necrose), presença de dois materiais restauradores diferentes; Teste de vitalidade pulpar; Não vital: tratamento endodôtico seguido de avaliação do remanescente para receber restauração direta ou indireta; o Dentes anteriores: Restaurações insatisfatórias do ponto de vista estético; OBS: restaurações insatisfatórias anteriores – cárie, estética (alteração de cor, textura)* e infiltração marginal; em dentes posteriores, a questão estética isolada não é levada em consideração para classificar uma restauração como insatisfatória.
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