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Direitos de personalidade: 1. Conceito: • São direitos que nascem com o ser humano • Existem dentro das pessoas • São direitos subjetivos e se aplicam a todos igualmente • Tem por objeto os atributos psíquicos, físicos e morais - Aqueles que permitem uma pessoa a realizar sua individualidade > defender o que é seu - Valor fundamental para a pessoa = pessoa é aquilo e não existe sem • São extrapatrimoniais = não se pode medir o valor já que estão dentro da pessoa 2. Correntes existentes: • positivista: direitos não são inatos ao ser humano apenas aqueles reconhecidos pelo Estado • jusnaturalista: -adotada no Brasil - atributos inerentes ao ser humano nascido com vida logo são positivadas pelo estado - estado só declara algo que já existe > coloca na legislação 3. características: • Não se pode transferi-los • Estado não pode limitá-los • Absoluto: - oponibilidade erga homnes > para todos > coletividade deve respeitar - Estado promove esses direitos - Estado > deve evitar repressão de tais direitos • Ilimitado: -não se pode quantifica-los - não se pode esgota-los - podem surgir outros que ainda não estão na lei • Generalidade: - são outorgados a todos - inatos à pessoa humana só por ela existir • Extrapatrimonial: -não tem como quantificar - sob alguns aspectos, principalmente no caso da violação, podem ser economicamente mensurados: → Direitos autorais: o Direitos morais (direitos próprios da personalidade) o Direitos patrimoniais (direito de utilizar, fruir e dispor da obra em questão perfeitamente avaliável em dinheiro) • Indisponibilidade: - intransmissibilidade: o (inalienabilidade, não podem ser abdicados, não pode separar a honra, a intimidade de seu titular) - irrenunciabilidade : o (não se pode abandonar esses direitos, nem ajudar outra pessoa à renunciar à vida) - admite-se a cessão de uso dos direitos à imagem > não a transferência desse direito • Imprescritibilidade: -direitos perduram pelo tempo que durar a vida humana e as vezes vão além, não se extinguem pelo não uso. • Impenhorabilidade: - não são objetos - não podem ser penhorados - pode haver a penhora do crédito dos direitos patrimoniais • Vitaliciedade: -direitos inatos e permanentes - acompanham a pessoa desde a concepção até a morte. - alguns são protegidos até depois da morte (exemplo: honra) • Não taxatividade: -não se pode limitar > numerus clausus (numero específico fechado) Direitos existentes: 1. Direito à vida: • É inerente à pessoa humana • Deve ser protegido pela lei • Ninguém poderá ser arbitrariamente privado de sua vida • A vida é o direito mais precioso do ser humano • Ordem jurídica > assegura o direito à vida de todo ser humano > antes do nascimento • Protege os direitos do nascituro (aquele que há de nascer) • Punição para o aborto (exceção > art 128, inciso I e II código penal) (I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal) • Alimentos transgênicos > viola direito à vida e a saúde • Eutanásia ativa > emprego de recursos químicos ou mecânicos que culminem na supressão da vida do enfermo incurável > viola o direito à vida • Eutanásia passiva > atuação omissiva do médico > deixa de empregar os recursos clínicos disponíveis > objetivando apressar o falecimento do doente 2. Direito a integridade física: • Proteção jurídica > ao próprio corpo vivo ou morto • Art 15 do código civil brasileiro: Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. • Doente pode se recusar ao tratamento • Doente não pode se manifestar > o responsável legal deve escolher o que fazer • não havendo tempo da escolha do paciente > médico tem o dever de realizar o tratamento • ninguém pode atentar contra sua própria vida > proibição de automutilação 2.1. direito ao corpo humano: • direito ao corpo vivo, às suas partes integrantes e ao corpo morto ou cadáver a) corpo vivo: ➢ inalienável > porem admite-se disposição de suas partes > em vida ou depois da morte > desde que não implique mutilação ou intuito lucrativo b) direito ao corpo morto (cadáver): ➢ violação do cadáver: I. direito à prova: caso de morte violenta ou suspeita da pratica de crime > indispensável a realização do exame necroscópico, na forma da legislação processual penal em vigor (art 162, cpp). II. Necessidade: admite-se a retirada de partes do cadáver para fins de transplante e em benefício da ciência, na estrita forma da legislação em vigor, e sem caráter lucrativo. ➢ Transplante de órgãos e tecidos do falecido > caso de não haver manifestação expressa do de cujus: i. Lei n. 10.211 de 2001, art 4: A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte”. 2.2. Direito a voz: • Art 5, inciso XXVIII, constituição federal > são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas” 3. Direito à integridade psíquica: • Direito à liberdade, de pensamento, à intimidade, à privacidade, ao segredo, à criação intelectual • Elementos intrínsecos do indivíduo > inteligência, sentimento 3.1. Direito à liberdade: • Segundo o Dicionário da academia brasileira de letras jurídicas: LiBERDADE. S. f. (Lat. libertas) Faculdade que tem cada um de agir em obediência apenas a sua vontade. OBS. Esse conceito lato sofre restrições no estágio do homem coletivizado, sendo peculiar tão somente ao estágio da horda 3.2. Direito à liberdade de pensamento: • Forma de expressão da individualidade do ser humano • Inciso IV art 5 da CF/88: é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato • Art 220 cf: manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição • Segundo a doutrina de manoel Gonçalves ferreira filho: a. Liberdade de foro intimo: por meio desse direito, ninguém pode ser constrangido a pensar deste ou daquele modo b. liberdade de consciência e crença – consagra-se a liberdade de opção quanto às convicções políticas, filosóficas e religiosas, devendo a lei resguardar também os locais de culto e das liturgias 3.3. direito as criações intelectuais (autoria cientifica, artística e literária): • art 5º constituição federal: inciso XXVii – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar. Inciso XXViii – são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que cria- rem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas. Inciso XXiX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País. • Direitos autorais morais: efetivos direitos da personalidade • Direitosautorais patrimoniais: manifestações econômicas de um direito de propriedade 3.4. Direito à privacidade: • Art 21 do cc: A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. • Direito de estar só • Intimidade > lar, família, correspondência • Pessoas públicas > tem direito a ter sua intimidade preservada 3.5. Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico: a. Segredo das comunicações: direito à manutenção sigilosa das comunicações em geral > tutela penal > lei 9296/96 b. Segredo doméstico: inviolabilidade do domicilio (incluindo parentes) (pais podem tomar ciência de assuntos pessoais dos filhos > sem violar os direitos da personalidade) c. Segredo profissional: direito da pessoa que precisou revelar um segredo intimo a um terceiro, por atividade profissional (médicos, padres, advogados). • Divulgação de segredo particular ou profissional > pena previstos nos arts 153 e 154 do código penal 4. Direito a integridade moral: 4.1. Direito à honra: • Mais significativos direitos da personalidade • Acompanha o ser humano desde o nascimento até depois da morte a. Objetiva: reputação da pessoa (nome,fama) b. Subjetiva: sentimento pessoal de estima ou dignidade • Inciso X art 5º da cf/88: – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. • Tutela penal > delitos de calunia, difamação e injuria > arts 138,139 e 140 do código penal 4.2. Direito à imagem: • Direito fundamental • Expressão exterior sensível da individualidade humana a. Imagem-retrato > aspecto físico da pessoa b. Imagem-atributo > exteriorização da personalidade > como ele é visto socialmente • Essência da individualidade humana • Código civil, art 20 > Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes 4.3. Direito à identidade: • Nome civil: a. Art 16 do código civil: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. b. Art 17 do cc: O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória c. Art 18 do cc: Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial d. Art 19 do cc: O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome
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