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Doença de Parkinson

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Instagram: @med.resumosdabhia 
Doença de Parkinson 
Lupébhia Tarlé 
1 
NÚCLEOS DA BASE 
 
Os núcleos basais são um grupo de núcleos 
subcorticais inter-relacionados profundos 
que desempenham um papel essencial no 
controle do movimento. Funcionam na 
organização de programas de movimento 
herdado e altamente aprendido e de certa 
forma automático, especialmente os que 
afetam o tronco e os membros proximais. 
Acredita-se que os núcleos basais sejam 
particularmente importantes na iniciação, na 
interrupção e na monitoração de movimentos 
ordenados e executados pelo córtex, em 
especial aqueles relativamente lentos e 
sustentados, ou estereotipados, como o 
balançar dos braços durante a caminhada. 
Também ajudam a regular a intensidade 
desses movimentos, e atuam inibindo 
movimentos antagônicos ou desnecessários. 
A função dos núcleos basais não está limitada 
a funções motoras; os núcleos basais também 
estão envolvidos em funções cognitivas e de 
percepção. 
Os componentes estruturais dos núcleos 
basais incluem núcleo caudado, putame e o 
globo pálido. 
Localizam-se lateral e caudal ao tálamo, 
ocupando uma grande porção do interior dos 
dois hemisférios cerebrais. 
O caudado e o putame são denominados, em 
conjunto, estriado, e o putame e o globo 
pálido formam uma região em forma de 
cunha, denominada núcleo lentiforme. 
Duas outras estruturas, a substância negra 
do mesencéfalo e o núcleo subtalâmico do 
diencéfalo, são consideradas partes dos 
núcleos basais. 
A parte dorsal da substância negra contém 
células que usam dopamina como 
neurotransmissor e são ricas em um pigmento 
negro denominado melanina. A alta 
concentração de melanina confere à 
estrutura uma coloração negra, daí o nome 
substância negra. Os axônios da substância 
negra formam a via nigroestriatal, que supre 
o estriado de dopamina. O núcleo 
subtalâmico encontra-se logo abaixo do 
tálamo e acima da porção anterior da 
substância negra. As células glutaminérgicas 
desse núcleo são as únicas projeções 
excitatórias aos núcleos basais. 
Associados aos núcleos basais existem 
diversos núcleos talâmicos. Para os córtex 
motor e pré-motor, esses núcleos são o núcleo 
lateral ventral (VL) e o núcleo anterior ventral 
(VA). 
Cada região do córtex cerebral encontra-se 
interconectada a uma região correspondente 
da fileira ventral de núcleos talâmicos. 
Os circuitos de retroalimentação córtex-
tálamo e tálamo-córtex são excitatórias e, se 
não forem modulados, produzem 
hiperatividade da área cortical, provocando 
dureza e rigidez da face, do corpo e dos 
membros, e, se alternante, um tremor 
contínuo (tremor em repouso). 
Para muitos movimentos estereotipados 
semiautomáticos, a excitabilidade talâmica é 
modulada através da inibição pelos núcleos 
Instagram: @med.resumosdabhia 
Doença de Parkinson 
Lupébhia Tarlé 
2 
basais. Os núcleos basais formam um 
componente importante de uma alça 
inibitória a partir de cada região cortical 
específica. Alças inibitórias individualizadas 
córtex-núcleos basais e tálamo-córtex 
modulam a função de todas as regiões do 
córtex cerebral. 
TRANSTORNOS DO MOVIMENTO 
ASSOCIADOS AOS NÚCLEOS BASAIS 
Os transtornos dos núcleos basais 
compreendem um grupo complexo de 
distúrbios motores caracterizados por tremor 
e outros movimentos involuntários, alterações 
na postura e no tono muscular e pobreza e 
lentidão de movimentos. Incluem tremores e 
tiques, transtornos hipocinéticos e 
transtornos hipercinéticos. 
Diferentemente dos distúrbios no córtex 
motor e no trato corticospinal (piramidal), as 
lesões dos núcleos basais interrompem 
movimento, porém não causam paralisia. Os 
diversos tipos de movimentos involuntários 
ocorrem com frequência associados e 
parecem ter uma causa subjacente comum. 
Estudos recentes indicam que transtornos 
hipocinéticos e hipercinéticos podem ser 
explicados como distúrbios específicos das 
vias indiretas e diretas que ligam os núcleos 
basais ao circuito motor talamocortical. 
Da mesma forma, a hiperatividade da via 
indireta em relação à via direta poderia 
resultar em distúrbios hipocinéticos como a 
doença de Parkinson, e a subatividade da via 
indireta poderia resultar em distúrbios 
hipocinéticos, como coreia e balismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARKINSON 
A doença de Parkinson é um transtorno 
degenerativo de funções de núcleos basais 
que resulta em associações variáveis de 
tremor, rigidez e bradicinesia. 
O distúrbio caracteriza-se por destruições 
progressivas da via nigroestriatal, com 
subsequente redução nas concentrações de 
dopamina no estriado. 
Em geral começa após 50 anos de idade, com 
a prevalência aumentando para 4% a 5% nos 
indivíduos com idade superior a 85 anos. 
A síndrome clínica decorrente das alterações 
degenerativas na função dos núcleos basais 
frequentemente é denominada 
parkinsonismo. 
Na doença de Parkinson, também conhecida 
como parkinsonismo idiopático, a depleção 
de dopamina decorre da degeneração do 
sistema nigroestriatal da dopamina. 
O parkinsonismo também pode se 
desenvolver como uma síndrome pós-
encefálica, como um efeito colateral de 
terapias antipsicóticas que bloqueiam 
receptores de dopamina, como reação tóxica 
a um agente químico ou como consequência 
de intoxicação grave por monóxido de 
carbono. 
O parkinsonismo pós-encefalite foi um 
problema particular nas décadas de 1930 e 
1940 em decorrência de um surto de encefalite 
letárgica (doença do sono) que ocorreu entre 
1914 e 1918. O parkinsonismo farmacoinduzido 
pode suceder a administração de agentes 
antipsicóticos em doses altas (fenotiazinas, 
butirofenonas). Essas drogas bloqueiam os 
receptores da dopamina e a produção de 
dopamina pelas células da substância negra. 
Os sintomas do parkinsonismo também 
podem acompanhar distúrbios como doença 
vascular encefálica, tumores cerebrais, 
traumatismo repetido da cabeça ou doenças 
Instagram: @med.resumosdabhia 
Doença de Parkinson 
Lupébhia Tarlé 
3 
neurológicas degenerativas que lesam 
estruturalmente a via nigroestriatal. 
→ Patologia: 
Patologicamente, as características principais 
da DP consistem em degeneração dos 
neurônios dopaminérgicos na parte 
compacta da substância negra (SNpc), 
redução da dopamina estriatal e inclusões 
proteináceas intraneuronais, conhecidas 
como corpos de Lewy, que contém 
principalmente a proteína α-sinucleína. 
Embora o interesse tenha se concentrado 
principalmente no sistema dopaminérgico, a 
degeneração neuronal com formação de 
corpúsculos de inclusão também pode afetar 
os neurônios colinérgicos do núcleo basal de 
Meynert (NBM), os neurônios noradrenérgicos 
do locus ceruleus (LC), os neurônios 
serotoninérgicos dos núcleos da rafe do 
tronco encefálico e neurônios do sistema 
olfatório, hemisférios cerebrais, medula 
espinal e sistema nervoso autônomo 
periférico. 
Há evidências de que a patologia dos corpos 
de Lewy comece no sistema nervoso 
autônomo periférico, no sistema olfatório e no 
núcleo motor dorsal do nervo vago na parte 
inferior do tronco encefálico, disseminando-
se, em seguida, de maneira previsível e 
sequencial para afetar a parte superior do 
tronco encefálico e os hemisférios cerebrais 
(estadiamento de Braak). Esses estudos 
sugerem que a degeneração clássica dos 
neurônios dopaminérgicos da SNpc e as 
características motoras essenciais da DP 
desenvolvem-se em um estágio intermediário 
da doença. Com efeito, estudos 
epidemiológicos sugerem que os sintomas 
clínicos que refletem o comprometimento 
precoce dos neurônios não dopaminérgicos, 
como constipação, anosmia e distúrbio 
comportamental do sono REM e a 
desnervação cardíaca, podem preceder o 
início das manifestações motoras clássicas da 
DP em vários anos, senão em décadas. 
→ Sinais e sintomas: 
 Tremor, 
 Rigidez 
 Bradicinesia ou lentidão demovimentos 
O tremor é a manifestação mais visível do 
distúrbio. O tremor afeta os segmentos distais 
dos membros, principalmente mãos e pés; 
cabeça, pescoço, face, lábios e língua; ou 
mandíbula. Caracteriza-se por movimentos de 
flexão e contração rítmicos e alternantes 
(quatro a seis batidas por minuto) que se 
assemelham ao movimento de girar uma 
pílula entre o polegar e o dedo indicador. O 
tremor em geral é unilateral, ocorre quando o 
membro encontra-se apoiado e em repouso e 
desaparece mediante movimentação e sono. 
O tremor por fim evolui a ponto de envolver 
os dois lados do corpo. 
A rigidez é definida como a resistência a 
movimentos tanto de flexores quanto de 
extensores ao longo de toda a gama de 
movimentação. E mais evidente durante 
movimentação articular passiva, e envolve 
movimentos espasmódicos do tipo roda 
dentada ou semelhante a dente de 
engrenagem, que exigem considerável 
energia para serem realizados. Pode haver o 
desenvolvimento de contrações de flexão em 
decorrência da rigidez. Assim como o tremor, 
a rigidez em geral começa unilateralmente, 
porém evolui e envolve os dois lados do 
corpo. 
A bradicinesia caracteriza-se por lentidão 
para iniciar e realizar movimentos e 
dificuldade com a interrupção repentina e 
inesperada de movimentos voluntários. 
Ocorrem movimentos associativos 
inconscientes em uma série de etapas 
desconexas ao invés de um modo 
coordenado e regular. Esse é o mais 
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Doença de Parkinson 
Lupébhia Tarlé 
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incapacitante dos sintomas da doença de 
Parkinson. Os indivíduos com a doença têm 
dificuldade para iniciar o caminhar e para 
girar; enquanto caminham, podem congelar 
no lugar e se sentir como se os pés estivessem 
colados ao assoalho, especialmente quando 
se movimentam através do vão de uma porta 
ou se preparam para girar. Quando 
caminham, se inclinam para a frente para 
manter o centro de gravidade e dão 
pequenos passos arrastando os pés sem 
balançar os braços, e apresentam dificuldade 
de mudar o passo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANOTAÇÕES: 
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REFERÊNCIA: 
1. PORTH, C. MATFIN, G. Fisiopatologia. 
Guanabara, 8º ed. 
2. Goldman, Lee. Schafer, Andrew I. 
Goldman-Cecil Medicina, volume 2. 25. 
Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018.

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