Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Carla Bertelli – 5° Período Distúrbios Extrapiramidais 1 – Rever a Morfofisiologia dos Núcleos da Base 2 – Estudar os distúrbios extrapiramidais 3 – Diferenciar Síndromes Hipocinéticas de Hipercinéticas 4 – Conhecer os aspectos famarcodinâmicos dos antiparkinsonianos O Sistema Extrapiramidal é filogeneticamente mais primitivo que o sistema piramidal e corresponde a um conjunto de estruturas anatômicas envolvidas no controle motor, particularmente no que se refere a coordenação de atividades motoras complexas. Este sistema engloba todos os sistemas de projeção não- piramidal envolvidos no controle motor. Suas principais estruturas não corticais são o tálamo, cerebelo, gânglios da base, constituídos pelo núcleo lentiforme (putâme + globo pálido), núcleo caudado, substância negra e núcleo subtalâmico. Dentro do sistema motor, o tálamo funciona basicamente integrando diferentes estruturas do sistema extrapiramidal com o córtex motor Importante função no controle da postura e dos movimentos voluntários. Não apresentam conexões aferentes ou eferentes diretas com a medula espinal. São massas de substância cinzenta. Os núcleos subtalâmicos, a substância negra e o núcleo rubro estão, do ponto de vista funcional, estreitamente relacionados com os núcleos da base, porém não devem ser incluídos entre eles Estas estruturas são responsáveis pela execução de padrões da atividade motora, controle cognitivo das sequências de padrões motores e auxiliam na alteração da cronologia e gradação da intensidade de movimentos. Os núcleos do subgrupo ventral estão diretamente implicados com o sistema motor extrapiramidal: • ú : tem função ligada a motricidade somática e recebe a maior parte de fibras provenientes do globo pálido • ú recebe fibras do cerebelo e parte das fibras do globo pálido, as quais também se projetam para o córtex motor • ú ó : recebe fibras do lemnisco medial (informações de tato epicrítico e propriocepção) e do lemnisco espinhal (informações de temperatura, dor, pressão e tato protopático), sendo, portanto, um relé de vias sensitivas que se projetam ao córtex • ú ó recebe fibras do lemnisco trigeminal (sensibilidade somática geral de parte da cabeça), projetando-as para o córtex (giro pós-central). promove conexões com o hipotálamo tem importante papel de ativador do córtex cerebral, uma vez que recebe fibras do sistema reticular ativador ascendente. Entretanto, um dos núcleos, o centro-mediano, parece não ter conexões corticais, mas apenas com gânglios da base. Distúrbios Extrapiramidais Carla Bertelli – 5° Período (Corpo Estriado) Lateral ao tálamo, e é quase totalmente dividido por uma faixa de fibras nervosas, a cápsula interna, nos núcleos caudado e lentiforme. O termo estriado é utilizado aqui devido à aparência estriada produzida pelos cordões de substância cinzenta que atravessam a cápsula interna e conectam o núcleo caudado com o putame do núcleo lentiforme ú – Em forma de C, relacionado com o ventrículo lateral. A cabeça do núcleo caudado é grande e arredondada, ela é contínua inferiormente com o putame do núcleo lentiforme. Tem ainda seu corpo e cauda. Termina anteriormente no corpo amigdaloide ú – Massa cuneiforme. está mergulhado profundamente na substância branca do hemisfério cerebral e relacionado medialmente com a cápsula interna, que o separa do núcleo caudado e do tálamo. (Corpo Amigdaloide) O corpo amigdaloide situa-se no lobo temporal, próximo ao unco. O corpo amigdaloide é considerado como parte do sistema límbico. Por meio de suas conexões, o corpo amigdaloide pode influenciar a resposta do corpo a alterações ambientais. Por exemplo, na presença de sensação de medo, ele pode modificar a frequência cardíaca, a pressão arterial, a cor da pele e a frequência respiratória. (Substância Negra e Núcleos Subtalâmicos) A substância negra do mesencéfalo e os núcleos subtalâmicos do diencéfalo exibem uma estreita relação funcional com as atividades dos núcleos da base Os neurônios da substância negra são dopaminérgicos e inibitórios, e apresentam muitas conexões com o corpo estriado. Os neurônios dos núcleos subtalâmicos são glutaminérgicos e excitatórios, e possuem muitas conexões com o globo pálido e a substância negra. (Claustro) O claustro é uma lâmina delgada de substância cinzenta, que é separado da face lateral do núcleo lentiforme pela cápsula externa (Conexões do Corpo Estriado e do Globo Pálido) O núcleo caudado e o putame formam os principais locais de recepção aferente para os núcleos da base. O globo pálido constitui o principal local de saída eferente dos núcleos da base. Não recebem impulsos aferentes ou eferentes diretos da medula espinal. Fibras Aferentes do Corpo Estriado – As projeções para o corpo estriado incluem as fibras corticoestriadas, talamoestriadas, nigroestriatais e estriadas do tronco encefálico. • – Todas as partes do córtex cerebral enviam axônios para o núcleo caudado e o putame. Cada parte do córtex cerebral projeta-se para uma área específica do complexo núcleo caudado–putame. As projeções provêm, em sua maioria, do córtex do mesmo lado. As maiores entradas provêm do córtex motor sensitivo. O glutamato é o neurotransmissor das fibras corticoestriadas • – Os núcleos intralaminares do tálamo enviam grande número de axônios para o núcleo caudado e para o putame • – Os neurônios na substância negra enviam axônios para o núcleo caudado e para o putame e liberam dopamina como neurotransmissor em suas terminações. Acredita-se Carla Bertelli – 5° Período que essas fibras desempenhem uma função inibitória. • á – As fibras ascendentes provenientes do tronco encefálico terminam no núcleo caudado e no putame, e liberam serotonina como neurotransmissor em suas terminações. Acredita-se que essas fibras desempenhem uma função inibitória. Fibras Eferentes do Corpo Estriado – Incluem as fibras estriatopalidais e estriatonigrais. • – As fibras estriatopalidais estendem-se do núcleo caudado e do putame até o globo pálido. O seu neurotransmissor é o ácido γ- aminobutírico (GABA) • – As fibras estriatonigrais estendem- se do núcleo caudado e putame até a substância negra. Algumas das fibras utilizam GABA ou acetilcolina como neurotransmissor, enquanto outras utilizam a substância P Fibras Aferentes do Globo Pálido – As fibras estriatopalidais estendem-se do núcleo caudado e do putame até o globo pálido. Conforme assinalado anteriormente, essas fibras apresentam GABA como neurotransmissor Fibras Eferentes do Globo Pálido – As fibras palidofugais são complicadas e podem ser divididas em grupos: (1) a alça lenticular, que segue até os núcleos talâmicos; (2) o fascículo lenticular, que alcança o subtálamo; (3) as fibras palidotegmentais, que terminam no tegmento caudal do mesencéfalo; e (4) as fibras palidossubtalâmicas, que seguem até os núcleos subtalâmicos. Basicamente, o corpo estriado recebe informações aferentes da maior parte do córtex cerebral, tálamo, subtálamo e tronco encefálico, incluindo a substância negra. As informações são integradas no interior do corpo estriado, e o fluxo eferente segue de volta para as áreas citadas anteriormente. Acredita-se que essa via circular atue como descrito a seguir A atividade dos núcleos da base é iniciada por informação recebida das áreas pré-motora e suplementar do córtex motor, sensitivo primário, tálamo e tronco encefálico.Carla Bertelli – 5° Período O fluxo eferente dos núcleos da base é conduzido através do globo pálido, que então influencia as atividades das áreas motoras do córtex cerebral ou de outros centros no tronco encefálico. Por conseguinte, os núcleos da base controlam os movimentos musculares ao influenciar o córtex cerebral e não exercem nenhum controle direto através de vias descendentes para o tronco encefálico e a medula espinal. Dessa maneira, os núcleos da base ajudam na regulação dos movimentos voluntários e na aprendizagem das habilidades motoras. Os núcleos da base não apenas influenciam a execução de determinado movimento, como, por exemplo, o movimento dos membros, como também ajudam a preparar esses movimentos. Isso pode ser obtido pelo controle dos movimentos axiais e dos cíngulos dos membros, e posicionamento das partes proximais dos membros. A atividade de determinados neurônios do globo pálido aumenta antes da execução de movimentos ativos nos músculos distais dos membros. Essa importante função preparatória permite ao tronco e aos membros assumir posições apropriadas antes que a parte motora primária do córtex cerebral ative movimentos distintos das mãos e dos pés. Escrever as letras do alfabeto, desenhar um diagrama, chutar uma bola de futebol, utilizar as cordas vocais para falar e cantar e utilizar os músculos oculares quando olha para um objeto são alguns exemplos da influência dos núcleos da base sobre as atividades motoras corticais hábeis. A destruição do córtex cerebral motor primário impede que o indivíduo realize movimentos distintos e finos das mãos e dos pés no lado oposto do corpo. Entretanto, o indivíduo ainda é capaz de executar movimentos grosseiros dos membros opostos. Se houver, então, destruição do corpo estriado, ocorre paralisia dos movimentos remanescentes do lado oposto do corpo. (Distúrbios Extrapiramidais) Divididos em Síndromes Hipocinéticas e Hipercinéticas. Nas síndromes hipocinéticas, o paciente apresenta redução de movimentos e, nas hipercinéticas, presença excessiva de movimentos involuntários. A superatividade da via indireta em relação à via direta resulta em distúrbios hipocinéticos, como a doença de Parkinson. A menor atividade da via indireta pode resultar em distúrbios hipercinéticos, como coreia e balismo. O grupo de síndromes atualmente conhecido como transtornos do movimento foi, por muito tempo, chamado de doenças extrapiramidais. Hipocinética Ocorre comprometimento da substância negra pars compacta, levando a uma redução da atividade do neostriado sobre as vias de saída direta e indireta. Essas alterações promovem intensificação da atividade inibitória do complexo pálido medial/ substância negra pars reticulata sobre o tálamo e, consequentemente, uma redução da estimulação cortical. O quadro clínico característico compõe-se de bradicinesia, hipertonia plástica, tremor de repouso de baixa frequência e elevada amplitude, além de instabilidade postural Desordens hipocinéticas incluem bradicinesia, acinesia, pobreza geral na motricidade automática ocorre nas síndromes parkinsonianas Hipercinética Ocorre comprometimento dos neurônios do neostriado que tem o GABA e a encefalina como neurotransmissores, levando a uma diminuição da Carla Bertelli – 5° Período atividade inibitória do complexo pálido medial/substância negra pars reticulata sobre o tálamo e consequente hiperatividade das projeções do tálamo sobe o córtex. Desordens Hipercinéticas – Grupo de movimentos anormais espontâneos podem ser de origem extrapiramidal ou de outros setores. Parkinsonismo – Composto por 4 sinais cardinais: tremor de repouso, rigidez muscular, acinesia e alteração de equilíbrio e postura. A presença de dois desses sinais é suficiente para configurar o diagnóstico clínico de parkinsonismo. O tremor de repouso pode acometer os quatro membros e o segmento cefálico, incluindo a língua e as pregas vocais. Ele tende a diminuir ou desaparecer por alguns instantes quando o individuo inicia uma ação. Costuma manifestar-se com maior amplitude quando o paciente se encontra sob estresse físico ou emocional e especialmente quando o membro afetado encontra- se apoiado (não necessitando manter a postura). A rigidez muscular do parkinsonismo é observada em toda a extensão de movimento de uma articulação acometida. Ao se manipular o cotovelo de um braço rígido, por exemplo, nota-se resistência tanto à flexão quanto à extensão. A acinesia ou bradicinesia caracteriza-se por uma dificuldade em iniciar movimentos de modo geral. Os movimentos diminuem de amplitude e a velocidade de execução fica mais lenta. A execução de movimentos repetitivos é um bom teste para verificar a acinesia. No parkinsonismo, o indivíduo tende a ficar encurvado para a frente e, quando desestabilizado, tende a cair, se não for amparado. A síndrome clínica resultante das alterações degenerativas no funcionamento dos núcleos da base frequentemente é denominada parkinsonismo. Na doença de Parkinson, também conhecida como parkinsonismo idiopático, a depleção de dopamina resulta da degeneração do sistema nigroestriatal. – A doença se caracteriza pela destruição progressiva da via nigroestriatal, com a subsequente redução das concentrações de dopamina no corpo estriado. A anormalidade cerebral primária encontrada em todas as pessoas com doença de Parkinson é a degeneração dos neurônios dopaminérgicos nigroestriatais. Algumas células nervosas residuais são atróficas e outras contêm poucos corpos de Lewy, que são visualizados como inclusões citoplasmáticas eosinofílicas esféricas. Os corpos de Lewy são produzidos dentro dos neurônios degenerados em muitas pessoas com doença de Parkinson ou parkinsonismo. Embora a causa da doença de Parkinson ainda seja desconhecida, acredita-se que a maioria dos casos surja por uma interação de fatores ambientais e genéticos. (Hipercinéticas) Tremor – O tremor é um sinal clínico que pode se manifestar de diferentes maneiras. Diferencia-se dos demais movimentos involuntários anormais por seu caráter rítmico. O tremor pode afetar qualquer segmento corpóreo que envolva deslocamento, incluindo mãos, pernas, tronco, pescoço, língua e pregas vocais. Coreia – A coreia é uma síndrome que, além dos movimentos involuntários, se manifesta com hipotonia muscular. Os movimentos coreicos são rápidos, distais, aleatórios, imprevisíveis e, nos casos mais graves, aparecem mesmo quando o indivíduo está em repouso. Carla Bertelli – 5° Período Uma característica da coreia é a chamada impersistência motora, que pode ser observada ao pedir que o paciente mantenha duas ou mais posturas. Por exemplo, pede-se que, simultaneamente, estenda os braços adiante, mantenha os olhos fechados e a língua sacada para fora da boca. É praticamente impossível para o indivíduo com coreia manter os movimentos simultaneamente. Há, também, uma inquietude marcante observada no comportamento. São contrações musculares erráticas, não previsíveis e não repetitivas ou rítmicos. • Coreia de Sydenham – Complicação autoimune após IVAs por estreptococos beta-hemolítico A. • Doença de Coreia de Huntington – Doença hereditária que causa morte das células do SNC. Atetose – Na maioria das vezes, acompanha os movimentos coreicos e é caracterizada por ser sinuosa e mais lenta, acometendo as porções bem distais dos membros. Nos dedos das mãos e dos pés, assume caráter tentacular ou serpentiforme. A atetose frequentemente acomete a musculatura facial e a língua, ocasionando careteamentoe comprometimento da articulação da fala. A chamada síndrome atetoide, também conhecida como paralisia cerebral (PC) distônica, é um termo cunhado para designar o paciente com coreoatetose e distonia associadas à anoxia ou ao traumatismo perinatal. São movimentos lentos, involuntários, contorcido, com tremores nos dedos, mãos e pés. Balismo – Balismo é a coreia que acomete segmentos proximais das pernas e dos braços, levando a movimentos rápidos, com deslocamentos bruscos e amplos. Os movimentos assemelham-se a arremesso, quando nos braços, e a chute, quando nas pernas. Comumente, manifestam-se de forma dimidiada, sendo denominados hemibalismo. Movimentos involuntários abruptos e possivelmente violentos que envolve mais a musculatura proximal do que a distal. Distonia – É caracterizada por contrações musculares involuntárias que levam a movimentos de torção, movimentos repetitivos ou posturas anormais. Os movimentos de torção ou contorção são observados nas articulações das extremidades e do tronco, já os repetitivos não acometem apenas as extremidades e o tronco, mas também a musculatura facial. Os movimentos distônicos caracterizam-se por apresentarem preponderância de direção do movimento e certa previsibilidade de ocorrência. Os movimentos involuntários podem ser temporariamente inibidos com manobras sensoriais. Como exemplo, uma distonia provocando rotação da cabeça para um dos lados, às vezes, é completamente inibida se o paciente simplesmente toca a face com um dedo, fenômeno conhecido como truque sensorial. A distonia, da mesma forma que os tremores, pode se manifestar apenas durante a ação ou em algumas tarefas específicas, como escrever com caneta, tocar um instrumento musical, etc. A associação de tremor aos movimentos distônicos é muito frequente. Mioclonia – Refere-se a contrações musculares involuntárias bruscas, como sacudidas abruptas semelhantes à reação muscular em um choque elétrico ou um susto. Tiques e Esteoritipias – Os tiques caracterizam-se por movimentos semivoluntários, abruptos e rápidos, repetindo-se com o mesmo padrão ao longo do tempo e que podem se assemelhar a movimentos propositais. Os tiques podem ser temporariamente suprimidos pela vontade, mas o indivíduo manifesta um desejo imperioso de executá-lo, como se tivesse o objetivo de aliviar uma ansiedade interna. Podem variar de simples contrações musculares acometendo a face, o tronco ou as extremidades até movimentos sequenciais complexos. As estereotipias são movimentos parecidos com os tiques, podendo ter ou não o caráter semivoluntário, indo além de um ato motor e abrangendo uma alteração do comportamento propriamente dito. (Antiparkinsonianos) Para tratamento dos sintomas motores podem ser feitas medidas farmacológicas e não farmacológicas. O tratamento medicamentoso é individualizado e deve levar em conta diversos fatores. Deve-se sempre iniciar o tratamento com as menores doses possíveis. As drogas que podem ser utilizadas são: inibidores da monaminoxidase B (MAO-B – Selegilina e Rasagilina), Carla Bertelli – 5° Período Amantadina, Anticolinérgicos (biperideno e triexifenidila), agonistas dopaminérgicos e a levodopa. Selegilina – Inibe irreversivelmente o MAO-B, responsável pela degradação da dopamina no neurônio pré-sináptico, consequentemente aumentando a disponibilidade de dopamina. É metabolizada em metanfetamina e anfetamina, que talvez seja responsável por seu efeito no SNC. Anticolinérgicos – De uso restrito. Atuam bloqueando os receptores colinérgicos no striatum, levando a um desequilíbrio entre a estimulação dopaminérgica e a colinérgica nessa estrutura. Contraindicados em casos de glaucoma, prostatismo e quadro demencial. Pode causar transtornos cognitivos a longo prazo. Amantidina – Antiviral que aumenta a liberação de dopamina nos terminais nervosos, bloqueando a sua recaptação. Também estimula os receptores dopaminérgicos e apresenta efeito anticolinérgico periférico. Tem efeito anti-glutamatérgico, causando bloqueio dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA), o que facilita a transmissão dopaminérgica no struatum, mecanismo que diminui as discinesias induzidas pela levodopa. Agonistas Dopaminérigicos – Diferentemente das opções anteriores, os agonistas são drogas dopaminérgicas por atuarem diretamente sobre os receptores dopaminérgicos estriatais, dispensando a síntese pré-sináptica da dopamina. Esses fármacos não dependem da conversão enzimática para obter um metabólito ativo e atravessam rapidamente a barreira hematoencefálica. Mostram-se ativos por via oral. Os agonistas dopaminérgicos mais antigos, bromocriptina e pergolida, são derivados do esporão-do-centeio (ergot) e agem como agonistas parciais nos receptores D2 da dopamina no cérebro. Já os agentes dopaminérgicos mais novos, pramipexol e ropinirol, são agonistas seletivos de D3 e D2, respectivamente, com eficácia similar à dos agentes antigos Levodopa – Padrão ouro. Age diretamente nos receptores dopaminérgicos, sendo administrada por via oral, preferencialmente 30min/1h antes ou após as refeições. Mecanismo de ação: a dopamina não atravessa a barreira hematoencefálica nem tem efeito terapêutico na doença de Parkinson se administrada pelas vias convencionais. Entretanto, seu precursor, L-dopa (levodopa), é transportado pela barreira hematoencefálica para o cérebro, onde é rapidamente convertido em dopamina pela L-aminoácido descarboxilase (DOPA descarboxilase), uma enzima presente em vários tecidos do corpo, inclusive no cérebro. Para evitar a conversão prematura da levodopa em dopamina nos tecidos periféricos, ela costuma ser administrada com um inibidor da DOPA descarboxilase, como a carbidopa, que não atravessa a barreira hematoencefálica, evitando, assim, a conversão da levodopa em dopamina nesses tecidos. Tal combinação pode reduzir as exigências diárias de levodopa em aproximadamente 75% e diminui os efeitos adversos periféricos Inibidor da COMT (Catecol-O-metiltransferase) – A entacapona é um inibidor da COMT, que dimi-nui o metabolismo da levodopa, aumentando sua oferta para o SNC. É uma droga inibidora reversível da COMT e tem ação somente no sangue periférico, não passando a BHE. É administrada simultaneamente a cada dose de levodopa. REFERÊNCIAS BERTOLUCCI, Paulo H F.; FERRAZ, Henrique B.; BARSOTINI, Orlando Graziani P.; et al. Neurologia: diagnóstico e tratamento. Editora Manole, 2021. E-book. ISBN 9786555765854. SPLITTGERBER, Ryan. Snell Neuroanatomia Clínica. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737913. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737913/. Acesso em: 25 mar. 2023. NORRIS, Tommie L. Porth - Fisiopatologia.. Grupo GEN, 2021. E- book. ISBN 9788527737876. Acesso em: 25 mar. 2023. RODRIGUES, Marcelo M.; BERTOLUCCI, Paulo Henrique F. Neurologia para o Clínico-Geral.. Editora Manole, 2014. E-book. ISBN 9788520452240. Acesso em: 25 mar. 2023. Cabreira, V., & Massano, J. (2019). Doença de Parkinson: Revisão Clínica e Atualização [Parkinson's Disease: Clinical Review and Update]. Acta medica portuguesa, 32(10), 661–670. https://doi.org/10.20344/amp.11978 Ye, H., Robak, L. A., Yu, M., Cykowski, M., & Shulman, J. M. (2023). Genetics and Pathogenesis of Parkinson's Syndrome. Annual review of pathology, 18, 95–121. https://doi.org/10.1146/annurev-pathmechdis- 031521-034145 Reichmann, H., Csoti, I., Koschel, J., Lorenzl, S., Schrader, C., Winkler, J., & Wüllner, U. (2022). Life style and Parkinson's disease. Journal of neural transmission (Vienna, Austria : 1996), 129(9), 1235–1245. https://doi.org/10.1007/s00702-022-02509-1 https://doi.org/10.20344/amp.11978 https://doi.org/10.1146/annurev-pathmechdis-031521-034145https://doi.org/10.1146/annurev-pathmechdis-031521-034145
Compartilhar