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Nilma Claudia de Souza Bastos Direito Administrativo __________________________________________________ Doutrina básica sobre a disciplina Direito Administrativo . SUMÁRIO I Direito Administrativo. Título I: Da Administração Pública e dos Princípios. Título II: Dos Poderes Administrativos. Título III: Dos Atos Administrativos. Título IV: Dos Contratos Administrativos. Título V: Das Licitações. Título VI: Da Administração Pública e do serviço publico. Título VIII: Das Concessões. Título IX: Da intervenção do Estado. Título X: Dos Agentes públicos. Título XI: Do Processo Administrativo Título XII: Da Responsabilidade civil do Estado Apresentação A presente obra não pretende esgotar toda disciplina do Direito Administrativo, e nem avalisar questões jurídicas complexas, apenas procura dar um conteúdo mínimo de informações aos estudantes e bacharéis em direito para que possam lograr êxito na prova da OAB. O Direito Administrativo visa dar plena consecução as competências constitucionais instituídas aos Entes da nossa Federação o que explica a ampliação de seu conteúdo e as freqüentes mutações jurisprudenciais que vem sofrendo. Mas as dificuldades enfrentadas pelas constantes mutações jurisprudenciais não podem deter quem atua para sanar as crescentes necessidades coletivas nos âmbitos econômicos e sociais da coletividade, e sim incentivá-los a buscar a plena consecução de todas essas competências. Por isso, alguns doutrinadores levantam que discorrer sobre o Direito Administrativo não é fácil pela quantidade de casos, e sua falta de tipicidade estrita. Cabendo ao estudioso, conhecer suas principais leis, princípios, doutrinas e costumes para melhor interpretá-lo. * Na multidão de conselheiros está a vitória. Pv.24:6 Título I: Da Administração Pública e dos Princípios: Do Direito Administrativo: Sua Importância: Dentre outras funções, o Direito Administrativo tem como objeto a Administração Pública, primeiro confundindo-se com o Poder Executivo e em segundo, com a própria função administrativa. Na acepção de Poder Executivo temos os órgãos e agentes que desempenham a atividade de governo e na acepção de função administrativa, surge à atividade executada pelos agentes que compõem órgãos constituídos por lei, tendo em vista que Administração Pública sugere a idéia de governo, já que num sentido amplo, administrar é governar. Do ponto de vista de nossa estrutura política, a administração pode ser: Federal (Poder Executivo da União e função administrativa federal), Estadual (Poder Executivo dos Estados e função administrativa estadual) e Municipal (Poder Executivo dos Municípios e função administrativa municipal). Com isso, não se quer excluir do Direito Administrativo as atividades de governo exercidas por órgãos e agentes de outros poderes no exercício da atividade administrativa. Exemplos. Art.96, inciso I, a da CR, art.84, inciso I da CR, art.98, inciso V da CERJ. Quanto à função administrativa esta sempre ocorrerá com base na lei, e em regra sob prerrogativas ou privilégios nas relações jurídicas da Administração Pública com o administrado. Exemplos. · Art.37, inciso XXI da CR e seu regulamento art.24 e 25 da Lei 8666/93. – Direção; · Art.13 Lei 8112/90; art. 2º Lei 4717/65 – Sanção; · Art. 58 Lei 8666/93 – Superioridade. Devido às funções apresentadas e seus exemplos, podemos constatar a importância da Administração Pública e como nós, administrados não devemos ficar insensíveis a ela. Localização: O direito como conjunto de normas de conduta humana, imposta coativamente pelo Estado, constitui uma unidade indivisível e maciça. Embora tenhamos feito tal afirmação, didaticamente podemos subdividi-lo em: Ramo do Direito Público e do Ramo do Direito Privado. Naquele predominará normas imperativas inafastáveis e neste, ao contrário, as normas são flexíveis podendo sofrer modificação por acordo das partes. Exemplos no Direito Administrativo (art.6º Lei 8987/95 – Finalidade do Contrato de Concessão) e Direito Civil (Lei 8245/91, art.5º - Contrato de Locação), respectivamente. As normas inafastáveis que compõem o Direito Administrativo possuem critérios que o distinguem de outros ramos de Direito, são eles: interesse público e prerrogativas ou privilégios estatais. O Interesse Público aparece como o objetivo da Administração, que em toda e qualquer atuação buscará satisfazer as necessidades dos administrados (necessidades públicas ou coletivas), tendo em vista o bem comum e as prerrogativas ou privilégios estatais que nos atos são - presunção de legitimidade (conforme a lei), imperatividade (estabelecendo independente da vontade do administrado uma série de obrigações), a tipicidade (definido em lei) e auto-executoridade (executado pela própria administração) e na atuação através dos poderes – poder vinculado (lei confere ao administrador competência e conteúdo do ato), poder discrionário (administrador terá liberdade de escolha), poder hierárquico (encargos dos seus órgãos, funções e serviços), poder disciplinar (faculdade de investigar, reprimir e punir as infrações), poder regulamentar (possibilidade de expedir regulamentos). Exemplos. * Necessidade Pública Art. 1º da Lei 8257/91 Expropriação levará a distribuição de Terras Art. 5º da Lei 3365/41 Desapropriação para atender utilidade pública Termo Direito Administrativo: O termo Direito Administrativo, para a corrente legalista é um conjunto de leis administrativas, ou seja, direito positivo. Essa corrente não prevalece, pois não podemos reduzir o direito Administrativo a um mero amontoado de leis devido à existência dos princípios. Exemplo. Art.37 da CR Para a corrente que usa o critério do Poder Executivo, o Direito Administrativo será o conjunto de regras jurídicas que emanam dos atos do poder Executivo (leis ordinárias, medidas provisória e as normas administrativas secundárias – circulares, avisos, portarias, resoluções, ordens de serviços, regimentos e provimentos). O que não prevalece, devido à possibilidade dos atos Administrativos serem praticados também por outros órgãos no exercício das funções administrativas, como o Poder Judiciário. Exemplo. CODERJ – Resolução 1. Pelo critério das relações jurídicas, é o conjunto de regras jurídicas que disciplinam o relacionamento da administração pública com os do administrado. Não é eficiente, pois outros ramos também apresentam relações. Devido a toda essa divergência, majoritariamente tem–se entendido o critério das relações jurídicas, pouco explicativo. Exemplo. Art.61, parágrafo 2º da CR. Outro é o critério teleológico ou finalístico, que entende que o Direito Administrativo como o Sistema de Princípios que regulam a atividade do Estado, para cumprimento de seus fins. Tal critério é criticado, pois oferece expressões não definidas, como atividade do Estado ou fins do Estado. Por fim, o critério negativista que define o Direito Administrativo como toda atividade estatal não legislativa ou jurisdicional. Este critério não deve prevalecer, pois apenas afirma o que não é Direito administrativo e não o que é. Por todas as dificuldades apresentadas é viável a adoção do conceito consagrado de Hely Lopes Meirelles, que o faz com base no critério Administração Pública: “Conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Exemplo. Órgãos governamentais / função política. Evolução do Direito Administrativo: Na história, o Direito Administrativo adveio no fim do Século XVIII, quando passou a distinguir-se do Direito Civil e apresentar características próprias. Porém no Brasil, só se consolidou com a Constituição de 1934, em decorrência a previsão constitucional que estendeu a atividade do Estado nos âmbitos social e moral, atuando na saúde, higiene, educação, economia, assistência social. Isso ocorre, pois quanto maiores