Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASMA IMIPÃO LOUISE CANDIOTTO 1 INTRODUÇÃO ASMA Doença inflamatória crônica, resultante da interação entre predisposição genética e exposição ambiental a alérgenos e irritantes. Substratos fisiopatológicos Hiper-responsividade das vias aéreas inferiores e a limitação do fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento. Manifesta-se por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e/ou tosse, principalmente à noite e ao despertar. Geralmente de fácil identificação, sendo comum no grupo etário pediátrico. Ela é responsável por elevada ocorrência de atendimento de urgência e de hospitalização. É também causa importante de absteísmo escolar e perda de trabalho. EPIDEMIOLOGIA A asma é uma afecção frequente no mundo e no Brasil. É a 3° ou 4° causa de hospitalização no Brasil. É uma das principais causas de consultas de emergência. O manejo adequado, conforme as diretrizes internacionais e nacionais, permite reduzir os internamentos e as consultas de urgência. FATORES DE RISCO Divididos em: Predisponentes do surgimento da doença Desencadeante de sintomas Os que podem exercem ambos efeitos FATORES GENÉTICOS Hereditária Modo de herança complexo, poligênico e mal determinado SEXO Até a adolescência Homem Vida adulta Mulher EXPOSIÇÃO A ALÉRGENOS Aeroalérgenos Desencadeante dos sintomas Papel como predisponente da doença não é claro EXPOSIÇÃO A ANIMAIS DOMÉSTICOS A presença de cão em casa não foi considerada um fator de risco para asma, podendo aumentar discretamente o risco para ela A exposição com gatos possui o efeito inverso O papel da exposição com cães e gatos no desenvolvimento da asma é complexo e ainda mal conhecido RESIDÊNCIA EM ÁREA RURAL Evidencias sugerem que reduz o risco de asma INFECÇÃO A exposição precoce a micróbios parece ter efeito protetor sobre o desenvolvimento subsequente de uma asma e atopia Já infecções vitais do trato aéreo inferior tiveram efeito contrário HELMINTÍASES Estudos epidemiológicos sugerem que exerçam efeito protetor no desenvolvimento de atopia HIGIENE ANTI- INFECCIOSA A exposição a rigorosa higiene anti-infecciosa aumenta o risco para atopia POBREZA Alguns estudos dizem que prevalece com a pobreza, outros dizem que não. Estudos nacionais demonstraram não haver relação entre desenvolvimento de asma e pobreza Não seria ela um fator predisponente para o desenvolvimento, mas sim um empecilho que dificulta o acesso a serviços de saúde, medicamento, entre outros ALEITAMENTO NATURAL Relação com asma não é clara CONSUMO DE VEGETAIS E FRUTAS, CEREAIS E PEIXE Alguns estudos que demonstram que dietas baseadas nesses alimentos protegem contra asma e atopia INGESTÃO DE PROBIÓTICOS Alguns autores atribuem o surgimento da asma a um desequilíbrio na regulação imune LOUISE CANDIOTTO 2 Há evidencias de que o consumo de probióticos favorece o desenvolvimento imunológico e reduz o risco de atopias Ainda não se pode recomendar esse recurso como parte do tratamento das afecções alérgicas ADITIVOS E PRESERVATIVOS DA DIETA Algumas substancias desencadeadoras e asma e de outras reações atópicas Sulfitos, glutamato monossódico, tartrazina e benzoatos OBESIDADE Não é fator desencadeante mas pode agravar a asma, afetando a função pulmonar e a capacidade muscular A perda de peso determina a melhora da asma EXPOSIÇÃO DE POLUENTES INTRADOMICILIARES E MACROAMBIENTAIS Fumo passivo merece destaque Relação positiva entre a exposição e a asma na idade escolar Poluentes macroambientais Produtos de emissão de veículos e industrias Desencadeamento de crises e agravamento da doença CONSUMO DE MEDICAMENTOS Antibióticos Consumo excessivo faria com que o organismo não reagisse naturalmente contra infecções bacterianas, favorecendo a resposta inflamatória Th2 Evidencias epidemiológicas não mostram relação de risco com esses fármacos Antitérmicos Evidencias sugerem que o consumo de paracetamol aumenta o risco de desenvolvimento de asma ATIVIDADE FÍSICA E NATAÇÃO O exercício é reconhecidamente desencadeante de sintomas de asma em escolares, adolescentes e adultos A atividade física regular por tempo prolongado tem efeito reverso, bem como melhora a capacidade física e a qualidade de vida Natação Esporte recomendado para asmáticos, menor risco de provocar asma induzida durante o exercício HISTÓRIA NATURAL A asma inicia-se na maioria das vezes na infância, e sua persistência na idade adulta é mais comum do que se normalmente estima PATOGÊNESE A asma resulta da interação entre a predisposição genética e fatores ambientais que propiciam o seu surgimento ou agravamento. Dois grandes grupos são definidos: a asma atópica e a não atópica. TEORIA DA HIGIENE A redução da exposição aos micróbios em uma fase precoce da vida em que o sistema imunológico está se desenvolvendo, como decorrência da melhoria das condições de vida e de higiene anti-infecciosa. Isso geraria desequilíbrio entre as respostas Th1/Th2, que são antagônica, havendo predominância de Th2, que estimula a resposta alérgica, em detrimento de Th1, importante na resposta infecciosa. OBS: Apesar de existirem alguns pontos que enfraquecem essa teoria, elas ainda não a invalidam. RESPOSTA IGE-MEDIADA Pouco se sabe da patogênese da asma não atópica, o conhecimento da patogênese da asma origina-se basicamente da asma atópica. Apesar da asma se manifestar clinicamente de modo bastante variado, tanto em tipo quanto em intensidade de sintomas, a característica típica da doença é a INFLAMAÇÃO DAS VIAS AÉREAS que persiste mesmo durante os períodos assintomáticos. Contato de antígenos com macrófagos Célula expõe determinados antigênicos Mastócitos e eosinófilos responsáveis pela broncocosntrição precoce e tardia Liberam alguns fatores Promove recrutamento de células inflamatórias e hiper-responsividade brônquica, ativação de fibroblastos e degradação de neuropeptídios. Na musculatura lisa dos brônquios e bronquíolos ocorrem constrição, hipertrofia e posteriormente hiperplasia. No epitélio respiratório ocorrem desnudamento e edema. Nas glândulas mucosas Hiperplasia e hipersecreção de muco. Na circulação sanguínea Vasodilatação, trombose e extravasamento do plasma e células para interstício. Com a persistência da inflamação surge remodelamento das vias aéreas, que se caracteriza por metaplasia das células globulares, deposição de colágeno no espaço subepitelial, hiperplasia muscular lisa, proliferação de glândulas submucosas e aumento da vascularização. Como consequência do remodelamento, pode haver agravamento da obstrução brônquica e reversão incompleta do estreitamento das vias aéreas pelo tratamento com anti-inflamatórios. ALÉRGENOS Vários alérgenos tem sido associados ao desencadeamento da asma Só alguns tem comprovação epidemiológica em relação de risco. AEROALÉRGENOS Poeira domiciliar, pelos de cães e gatos, barata e mofo. LOUISE CANDIOTTO 3 FISIOPATOLOGIA A asma é classicamente definida como uma doença pulmonar obstrutiva que cursa com hiper-responsividade das vias aéreas. O estreitamento aéreo, decorrente de edema, broncoespasmo e hipersecreção de muco é difuso, mas compromete principalmente os brônquios de menor calibre. A obstrução acontece geralmente durante a expiração, quando o calibre dos brônquios é reduzido pela compressão da caixa torácica, promovendo hiperinsuflação por aumento do volume residual. Quando a obstrução ocorre tanto na inspiração quanto na expiração, surge atelectasia. A insuficiência respiratória decorre de distúrbio na relação ventilação-perfusão. Leva inicialmente à hipóxiacom hipocapnia e, quando o processo intensifica-se, surge hipercapnia. O processo pode reverter espontaneamente ou como resultado da terapia. DIAGNÓSTICO O diagnóstico geralmente é clinico, baseado na história e no exame físico. A maioria dos casos da doença refere-se a formas leves. Exames complementares são indicados nas formas persistentes, na sibilância recorrente do lactente e nos casos atípicos ou nos que o médico tenha dúvida quanto ao diagnóstico. QUESTÕES IMPORTANTES NA ANAMNESE: Se ocorrem crises de dispneia com sibilância A presença de tosse seca noturna Se o paciente tem tosse, sibilância ou dor torácica após exercício Se ocorre sibilância, aperto no peito ou tosse após contato com aeroalérgeno ou poluente aéreo Se os sintomas melhoram com tratamento adequado com broncodilatadores e corticoide sistêmico OBS: A frequência e a intensidade dos sintomas podem variar desde episódios leves e ocasionais de tosse até dispneia e sibilância perenes, com comprometimento do sono, da capacidade física e da qualidade de vida, além de episódios graves que motivam internamentos ou podem ser fatais. OBS2: É importante considerar na avaliação da gravidade da doença o nível de controle, visto que um paciente pode ter asma persistente e estar assintomático, se estiver usando medicação apropriada. EXAME FÍSICO: Na maioria das vezes é normal Durante as exacerbações, podem estar presentes sibilos, estertores grossos e finos Diminuição do murmúrio vesicular pode ocorrer na presença de atelectasia ou quando há obstrução brônquica difusa intensa. Nesses casos, os sibilos podem estar presentes apenas durante a respiração forçada. CLASSIFICAÇÃO DA ASMA CONFORME A GRAVIDADE O pior achado determina a classificação. INTERMITENTE Sintomas (tosse, sibilância ou aperto no peito) menos de uma vez por semana Crises de dispneia leves e de curta duração Sintomas noturnos menos de 2 vezes no mês Raramente necessida de broncodilatadores de ação curta VEF¹ ou PFE > ou = 80% do previsto Variação diuturna do PFE <20% PERSISTENTE LEVE Sintomas mais de uma vez na semana, porém menos de 1 vez ao dia Crises de dispneia que podem afetar o sono e as atividades diárias Sintomas noturnos mais de 2 vezes por mês Uso eventual de broncodilatadores de ação curta VEF¹ ou PFE > ou = 80% do previsto Variação diuturna do PFE entre 20-30% PERSISTENTE MODERADA Sintomas diários Crises de dispneia que podem afetar o sono e as atividades diárias Sintomas noturnos mais e 2 vezes na semana Uso diário de broncodilatadores de ação curta VEF¹ ou PFE entre 60-80% do previsto Variação diuturna do PFE >30% PERSISTENTE GRAVE Sintomas diários Sintomas mais de uma vez por semana, porém menos de uma vez ao dia Crises de dispneia frequentes Sintomas noturnos frequentes Uso diário de broncodilatadores de ação curta VEF¹ ou PFE < ou = a 60% do previsto Variação diuturna do PFE >30% LOUISE CANDIOTTO 4 CLASSIFICAÇÃO CONFORME O NÍVEL DE CONTROLE Característi- ca Controla- da (todos abaixo) Parcialmen- te controlada (alguns dos abaixo) Descontrola- da Sintomas diários ≤ 2/ semana > 2/ semana ≥ 3 achados da asma parcialmente controlada em pelo menos 1 semana Limitação de atividades Nenhuma Alguma Sintomas noturnos Nenhum Alguma Medicação de alívio ≤ 2/ semana >2/ semana PERV ou VEF¹ Normal >80% do previsto Exacerba- ções Nenhuma ≥ 1/ ano > 1/ano EXAMES COMPLEMENTARES Quando o diagnóstico não é claro por meio do exame clínico, utilizam-se exames de função pulmonar e testes alérgicos. Os testes de função pulmonar são também indicados nos casos suspeitos de asma persistente e para monitoração sequenciada da gravidade da doença, geralmente a cada 6-12 meses. DOIS EXAMES SÃO ÚTEIS: Espirometria com teste de broncoprovocação ou de broncodilatação Medida domiciliar do pico de fluxo expiratório Os testes alérgicos disponíveis são os testes cutâneos por puntura e dosagem de IgE-específica, ambos feitos para os aeroalérgenos Possuem acurácia similar, sendo o teste cutâneo de menor custo financeiro. OBS: Os pacientes atópicos tornam-se positivos geralmente a partir da idade escolar, algumas vezes mais precocemente. Com certa frequência observam-se casos nos quais ocorre agravamento clínico e suspeita-se de comorbidade associada. Nessa situação, as comorbidades mais importantes a se investigar são: rinite alérgica, sinusopatia, doença de refluxo gastresofágico e síndrome de Loffler. OUTROS EXAMES Em casos de asma atípica ou de sibilância recorrente no lactante e pré-escolar, muitas vezes se suspeita de outras afecções. MANEJO DA ASMA INTRODUÇÃO Não se dispõe ainda de tratamento efetivo para a asma, porém é possível controla-la de maneira efetiva. METAS PARA O BOM CONTROLE: Minimizar os sintomas Manter atividade física dentro do normal Prevenir crises/exacerbações Manter a função pulmonar próxima do normal Evitar efeitos colaterais das medicações Prevenir óbitos O processo para o manejo da asma envolve: Parceria entre os profissionais de saúde, a família e o paciente para a troca de informações a respeito da doença O objetivo da parceria é o automanejo, tutorado pelos profissionais de saúde MANEJO DAS CRISES/ EXACERBAÇÕES Na abordagem inicial de um paciente com crise aguda devem ser identificados os fatores de risco para episódios graves A presença desses fatores dirige o manejo de forma mais agressiva. No manejo terapêutico, classificar a crise aguda, segundo a intensidade Leve/moderada, grave e muito grave. A avaliação continuada e a quantificação da gravidade são importantes para acompanhar a evolução e instituir medidas terapêuticas conforme o quadro determina. O tratamento com broncodilatador deve ser instituído o mais precocemente possível Caso não haja melhora, o paciente deve ser levado a um serviço de emergência. A via inalatória é a preferida Fármaco chega mais rápido ao local de ação e a dose necessária é menor do que a utilização por via sistêmica Nebulização, inalador dosimetrado com espaçador (ID) ou inalador de pó. O brometo de ipratrópio é útil como adjuvante nas crises moderadas ou graves. Os corticoides sistêmicos devem ser administrados no início da abordagem, se a crise inicia-se de forma grave ou se persiste por mais de 48-72 horas. CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DA CRISE DE ASMA LEVE/ MODERADA Aspectos gerais Sem alterações Nível de consciência Normal Dispneia Ausente/Leve Fala Frases completas/ Lactante: choro forte LOUISE CANDIOTTO 5 Uso da musculatura acessória Retração intercostal leve ou ausente Sibilos Ausentes com MV normal, localizados ou difusos FR (ipm) Normal/ aumentada FC (btm) ≤110 PFE > 50% SO² >95% PaO² Normal PaCo2 <40mmHg GRAVE Aspectos gerais Sem alterações Nível de consciência Normal Dispneia Moderada Fala Frases incompletas. Lactente: choro entrecortado e dificuldade alimentar Uso da musculatura acessória Retrações subcostais e/ou esternocleidomastóideas acentuadas Sibilos Localizados ou difusos FR (ipm) Aumentada FC (btm) >110 PFE 30-50% SO² 91-95% PaO² 60mmHg PaCo2 <40 mmHg MUITO GRAVE Aspectos gerais Cianose, sudorese, exaustão Nível de consciência Agitação, confusão, sonolência Dispneia Grave Fala Frases curtas e monossilábicas. Lactente: Choro entrecortado e dificuldade alimentar Uso da musculatura acessória Retrações acentuadas ou em declínio (exaustão) Sibilos Ausentes com MV diminuídos, difusos ou localizados FR (ipm) Aumentada FC (btm) >140 ou bradicardia PFE <30% SO² ≤90% PaO² <60mmHg PaCo2 >45mmHg MANEJO DA DOENÇA A LONGO PRAZO O tratamento de manutenção, indicado para os asmáticos persistentes, consiste em avaliação regular, medidas educativas e terapia. Embora o tratamento seja padronizado conforme a gravidade, o ajuste do esquema terapêutico deve ser individualizado. EDUCAÇÃO FAMILIAR E DO PACIENTE Visa fornecer conhecimento sobre a doença Como surge, principais fatores de risco, como identifica-la e como tratar. Habilitar o paciente e a família para o automanejo. Deve ser contínuo e abordar: Diagnóstico Diferença entre medicações de alivio e de controle Efeitos colaterais potenciais dos fármacos Uso de dispositivos inalatórios Prevenção dos sintomas Sinais que sugerem piora e que medida tomar Monitoração da doença Quando procurar o médico CONTROLE AMBIENTAL Medidas de controle ambiental para redução de exposição a poeira não trazem benefícios em relação a redução de sintomas, uso de medicação de alívio ou melhora da função pulmonar, em crianças e adultos asmáticos previamente sensibilizados Não se recomenda mais medidas de redução de poeira para pacientes que já apresentem sintomas desencadeados por poeira domiciliar ou que tenham testes alérgicos positivos para ácaros. Medidas para o controle de mofo e a exposição a baratas ainda são preconizadas. TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Existe duas classes de medicamentos para o tratamento da asma: Fármacos de alívio dos sintomas Β2-agonitas ação rápida, brometo de ipratrópio e xantinas Fármacos de controle da doença Corticosteroides inalatórios e sistêmicos, antagonistas de leucotrienos, xantinas e anticorpo monoclonal anti-IgE (omalizumabe) Β2-AGONISTAS Classificados conforme a duração Curta duração Salbutamol e fenoterol Média duração Efeito broncodilatador de 4-6 horas LOUISE CANDIOTTO 6 Longa duração Salmaterol e formoterol, com efeito de 8-12 horas São administrados de forma inalatória, oral, intravenosa e subcutânea Via preferencial Inalatória Fármacos de escolha para o tratamento inicial de alívio das exacerbações/crises Os de longa ação são utilizados como adjuvantes dos corticosteroides na terapia de manutenção ANTICOLINÉRGICOS Brometo de ipratrópio Possui início lento de ação, com efeito máximo em 1-2 horas após administração Usado por via inalatória Atua reduzindo o tônus colinérgico intrínseco das vias aéreas, resultando em relaxamento passivo da musculatura lisa Ação broncodilatadora inferior a dos β2- agonistas É uma fármaco que deve ser usado em múltiplas doses nas crises agudas moderadas e graves XANTINAS Teofilina e aminofilina Broncodilatadores de baixa potência e elevado potencial de efeitos colaterais Possui ação anti-inflamatória discreta Via oral ou intravenosa Uso limitado as crises graves, sem resposta ao tratamento convencional A teofilina de liberação lenta pode ser usada como medicamento de controle da doença CORTICOSTEROIDES Corticosteroides inalados são a primeira escolha no tratamento de manutenção dos pacientes com asma persistente Beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida, mometasona Os corticosteroides sistêmicos são utilizados como adjuntos no tratamento das crises intensas e/ou persistentes Prednisona, prednisolona, metilprednisolona, hidrocortisona Os corticosteroides inalados também são eficazes em pré-escolares e lactentes Eficácia comprovada + Segurança ANTAGONISTAS DOS LEUCOTRIENOS Monotelucaste Possui potência menor do que os corticosteroides inalados Administrado por via oral Atua bloqueando a síntese ou a interação com os receptores dos leucotrienos Indicado para crianças de qualquer faixa etária com asma persistente leve, asma induzida por exercício e como adjuvante no tratamento da asma persistente grave Em geral, não provoca efeitos colaterais ABORDAGEM FARMACOLÓGICA CONFORME A GRAVIDADE O tratamento de manutenção deve ser iniciado o mas precoce possível, visto que a normalização da função pulmonar ocorre mais rapidamente. ASMA INTERMITENTE: Apenas medicação de alívio Β2 de ação curta Nas crises persistentes ASMA PERSISTENTE LEVE: Terapia anti-inflamatória de manutenção é indicada Primeira escolha Corticosteroide inalado em doses baixas ASMA PERSISTENTE MODERADA: CI nas mesmas doses da forma persistente leve associado a um β2 de ação longa ou duplica-se a dose de CI ASMA PERSISTENTE GRAVE: CI em doses elevadas mesmo associado a β2 de ação longa Quando não se obtém controle satisfatório pode- se associar corticosteroide sistêmico por via oral na menor dose necessária para controle dos sintomas ou omalizumabe O tratamento de alívio para as formas persistentes é o mesmo da ama intermitente. Após estabilização clínica, indicada por sintomas esporádicos normalização da função pulmonar e uso ocasional de β2-agonistas para alívio, por período de pelo menos 3 meses, são reduzidas gradativamente as doses das medicações. OUTRAS MEDIDAS TERAPÊUTICAS Imunoterapia Homeopatia LOUISE CANDIOTTO 7 IMUNOTERAPIA A imunoterapia pode ser indicada na asma persistente leve quando o paciente é comprovadamente sensível a um alérgeno que não pode ser removido com controle ambiental A imunoterapia reduz os sintomas e a hiper- responsividade brônquica, porém o custo- efetividade é inferior a terapia farmacológica e tem efeito potencial de provocar reações alérgicas Utilizada apenas em casos excepcionais HOMEOPATIA Efeitos não comprovados PREVENÇÃO PRIMÁRIA A asma é uma afecção na qual se pode intervir efetivamente na prevenção primária. Recomendações específicas para bebês assintomáticos, porém com história de atopia em um ou mais parentes de primeiro grau: Estimular o aleitamento materno Fazer o desmame de crianças com antecedentes familiares de atopia com dieta hipoalergênica Estimular uma dieta rica em probióticos, peixe, vegetais e ácidos graxos poli-insaturados Estimular a vida no campo Retirar os animais domésticos de casa em casos especiais Reação positiva para os pelos e sem prejuízo emocional para remoção do animal Estimular a prática de exercícios e não incentivar a prática de natação em piscina clorada Asmáticos em crise não devem praticar atividades físicas. Todavia, devem ser tratados e estimulados à prática após o controle Não retirar a criança de berçários, creches e escolas Evitar a exposição ao fumo passivo e ativo Utilizar antiparasitário periódico em escolares de risco de helmintíases, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) LOUISE CANDIOTTO 8 Nível de Controle Ação terapêutica Controlada Manter o reduzir passo Parcialmente controlada Considerar aumentar o passo Descontrolada Aumentar um ou mais passos até o controle Passo 1 Passo 2 Passo 3 Passo 4 Passo 5 Medidas educativas e controle ambiental (para irritantes, mofo, baratas) Β2 de alívio Β2 de alívio nas crises Não necessita de medicação de controle Escolher um Escolher um Adicionar um ou mais Adicionar um ou ambos CI (Corticoide inalado) em dose baixa CI em dose baixa + LABA (β2 de longa ação) CI em dose média + LABA Corticoide oral Montelucaste CI em dose média Montelucaste Omalizumabe CI em dose baixa + montelucaste Teofilina de liberação lenta
Compartilhar